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Prof.ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Transcrição da apresentação:

AS RAÍZES HISTÓRICO - SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A QUESTÃO DA MEDIAÇÃO SIMBÓLICA. Mediação caracteriza a relação do homem com o mundo e com os outros homens. É através desse processo que as funções psicológicas superiores, especificamente humanas se desenvolvem. Dois elementos básicos responsáveis pela mediação: Instrumento - que tem a função de regular as ações sobre os objetos Signo – que revela as ações sobre o psiquismo das pessoas (objeto, figura, forma, fenômeno, gesto ou som – representa algo diferente de si mesmo) Ex: no código de trânsito a cor vermelha significa parar... Vygotsky, profundamente influenciado pelos postulados marxistas, afirma que a origem das atividades psicológicas devem ser procuradas nas relações sociais do indivíduo com o meio externo.

De acordo com Marx, o desenvolvimento de habilidades e funções específicas do homem, assim como a origem da sociedade humana são resultados do surgimento do trabalho. É através do trabalho que o homem, ao mesmo tempo que transforma a natureza (com o objetivo de satisfazer suas necessidades) se transforma. Isto quer dizer que as relações dos homens entre si são mediadas pelo trabalho. Para compreender as formas especificamente humanas é necessário descobrir a relação entre a dimensão biológica - os processos naturais - maturação física e os mecanismos sensoriais - e a cultural - mecanismos gerais através do qual a sociedade e a história moldam a estrutura humana.

Mediação Entende que o ser humano não é um produto de seu contexto social, mas também um agente ativo da criação desse contexto. Os instrumentos (mediadores) são elaborados para a realização da atividade humana. O homem produz seus instrumentos para realização de tarefas específicas, são capazes de conservá-los para uso posterior, de preservar e transmitir sua função aos membros de seu grupo, de aperfeiçoar antigos instrumentos e de criar novos. Signos – Instrumentos psicológicos – têm a função de auxiliar o homem nas suas atividades psíquicas. Com o auxílio dos signos, o homem pode controlar voluntariamente sua atividade psicológica e ampliar sua capacidade de atenção, memória e acúmulo de informações como, exemplo, pode se anotar uma entrevista na agenda para não esquecer, consultar um atlas para localizar um país.

A questão da linguagem – A linguagem é entendida como um sistema simbólico fundamental em todos os grupos humanos, elaborado no curso da história social, que organiza os signos em estruturas complexas e desempenha um papel imprescindível na formação das características psicológicas humanas. Linguagem – designa os objetos do mundo externo ( Ex.faca designa um utensílio usado na alimentação...), ações (como cortar, ferver, andar), qualidades do objeto (afiado, áspero) e as se referem às relações entre objetos ( tais como abaixo, acima, próximo).

O surgimento da linguagem imprime três mudanças essenciais: 1ª A linguagem permite lidar com os objetos do mundo exterior mesmo quando eles estão ausentes. 2ª Processo de abstração e generalização – é possível analisar, abstrair e generalizar as características dos objetos, eventos e situações presentes na realidade. A linguagem não só designa os elementos presentes na realidade mas também fornece conceitos e modos de ordenar o real em categorias conceituais. 3ª Função de comunicação entre os homens - garante como conseqüência, a preservação, transmissão e assimilação de informações e experiências acumuladas pela humanidade ao longo da história. A linguagem é um sistema de signos que possibilita o intercâmbio social entre indivíduos que compartilhem desse sistema de representação da realidade.

Os sistemas simbólicos Os sistemas simbólicos (entendidos como sistemas de representação da realidade), especialmente a linguagem, funcionam como elementos mediadores que permitem a comunicação entre indivíduos, o estabelecimento de significados compartilhados por determinado grupo cultural, a percepção e interpretação dos objetos, eventos e situações do mundo circundante. Os processos de funcionamento mental do homem são fornecidos pela cultura, através da mediação simbólica.

Criança A criança incorpora ativamente as formas de comportamento já consolidadas na experiência humana, à partir de sua inserção num dado contexto cultural, de sua interação com membros de seu grupo e de sua participação em práticas historicamente construídas. É importante assinalar que a cultura não é um sistema estático ao qual o indivíduo se submete, mas como uma espécie de “palco de negociações”, em que seus membros estão num constante movimento de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados.

Desenvolvimento infantil Vygotsky atribui enorme importância ao papel da interação social no desenvolvimento do ser humano. Ele critica a idéia que a “mente da criança contém todos os estágios do futuro desenvolvimento intelectual: eles existem já na sua forma completa, esperando o momento adequado para emergir”. A maturação biológica é um fator secundário no desenvolvimento das formas complexas do comportamento humano, pois essas dependem da interação da criança com a cultura.

Desenvolvimento infantil A estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não é suficiente para produzir o indivíduo humano, na ausência do ambiente social. As características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valores, conhecimentos, visão de mundo...) dependem da interação do ser humano com o meio físico e social. O indivíduo para se humanizar precisa crescer num ambiente social e interagir com outras pessoas.Quando isolado, privado do contato com outros seres, entregue apenas a suas próprias condições e a favor dos recursos da natureza, o homem é indefeso e despreparado para lidar com os desafios de seu meio.

No processo de constituição humana é possível distinguir duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo quanto a origem: de um lado, os processos elementares, que são de origem biológica; de outro, as funções psicológicas superiores de origem sócio-cultural.A história do comportamento da criança nasce do entrelaçamento dessas duas linhas.

Concepções do desenvolvimento: Quatro entradas de desenvolvimento - abordagem genética: Genética – procura compreender a gênese, isto é, a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos. Filogênese – desenvolvimento da espécie humana ex: coisas que somos capazes de fazer. Pegar em pinça, andamos, mas não voamos. Ontogênese - história de ser, desenvolvimento do ser, do indivíduo.. O sujeito nasce, cresce, reproduz, morre. O plano ontogenético do ser: a criança quando pequena fica deitada, depois sentada, depois em pé... a seqüência de seu desenvolvimento. Sociogênese – história dos grupos sociais. Terceiro plano genético, história da cultura, onde o sujeito está inserido.Ex: Puberdade – há mudanças biológicas, que são compreendidas de forma diferente em cada cultura. 3ª idade – categoria criada nos últimos tempos, claramente social. Microgênese – desenvolvimento de aspectos específicos do repertório psicológico dos sujeitos.Diz respeito ao fato de que cada fenômeno psicológico tem uma história.Ex: saber algo e não saber algo como amarrar o sapato, antes o sujeito não sabia como fazê-lo, depois ele aprende (algo aconteceu). A história de como aprendeu a amarrar o sapato é a microgênese.

Signos Signos construídos socialmente: Língua – representação simbólica ▼ Fala , discurso A fala, entendida como instrumento ou signo, tem um papel fundamental de organizadora da atividade prática e das funções psicológicas humanas. Segundo Vygotsky, a verdadeira essência do comportamento humano complexo se dá a partir da unidade dialética da atividade simbólica – a fala – e a atividade prática.

Na perspectiva vygotskiana O desenvolvimento das funções intelectuais especificamente humanas é mediado socialmente pelos signos e pelo outro. Ao internalizar as experiências fornecidas pela cultura, a criança reconstrói individualmente os modos de ação realizados externamente e aprende a organizar os próprios processos mentais. O indivíduo deixa , portanto, de se basear em signos externos e começa a se apoiar em recursos internalizados, tais como: imagens, representações mentais, conceitos...

Relação entre pensamento e linguagem - 1 Função básica da linguagem: Comunicação – intercâmbio social - estabelecimento de contato com outras pessoas. Ex: resolução de problema,como pegar o brigadeiro em cima do armário, a criança faz apelos verbais ao adulto. Neste estágio a fala é global, não é utilizada como instrumento do pensamento, não servem como planejamento de seqüências de atividades. Aos poucos, a fala socializada, que antes era dirigida ao adulto para resolver um problema, é internalizada, ou seja, a criança passa a apelar a si mesma para a solucionar uma questão: é o chamado discurso interior.

Relação entre pensamento e linguagem -2 Função planejadora – a criança estabelece um diálogo com ela mesma, sem vocalização, com vistas a encontrar uma forma de solucionar um problema. Ex: fala para ela mesma - preciso arrumar um jeito de pegar o brigadeiro...posso usar aquele banquinho ... A fala passa a preceder a ação e funcionar como auxílio de um plano já concebido, mas não executado. Nesse momento a criança passa a poder prever, comparar, deduzir... A criança consegue ir além das impressões imediatas, planejar uma ação futura.

Bibliografia: REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação.Petrópolis, RJ: Vozes,1995. VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Vygotsky Profundamente influenciado pelos postulados marxistas, afirma que a origem das atividades psicológicas devem ser procuradas nas relações sociais do indivíduo com o meio externo. Entende que o ser humano não é um produto de seu contexto social, mas também um agente ativo da criação desse contexto. Para compreender as formas especificamente humanas é necessário descobrir a relação entre a dimensão biológica - os processos naturais - maturação física e os mecanismos sensoriais - e a cultural - mecanismos gerais através do qual a sociedade e a história moldam a estrutura humana.

PIAGET X VYGOTSKY Piaget não aceita em suas provas "ajudas externas", por considerá-las inviáveis para detectar e possibilitar a evolução mental do sujeito. Vygotsky não só as aceita, como as considera fundamentais para o processo evolutivo.

PIAGET X VYGOTSKY Um dos pontos divergentes entre Piaget e Vygotsky está centrado na concepção de desenvolvimento. A teoria piagetiana considera o desenvolvimento em sua forma retrospectiva, isto é, o nível mental atingido determina o que o sujeito pode fazer. A teoria vygotskyana, considera desenvolvimento na dimensão prospectiva, ou seja, enfatiza que o processo em formação pode ser concluído através da ajuda oferecida ao sujeito na realização de uma tarefa.

Piaget X Vygotsky Piaget leva em conta o desenvolvimento como um limite para adequar o tipo de conteúdo de ensino a um nível evolutivo do aluno. Vygotsky tem estabelecido que o conteúdo é uma seqüência que permite o progresso de forma adequada, impulsionando ao longo de novas aquisições, sem esperar a maturação "mecânica" e com isso  evitando que possa pressupor dificuldades para prosperar por não gerar um desequilíbrio adequado. É desta concepção que Vygotsky afirma que a aprendizagem vai à frente do desenvolvimento.