Mariana Bruinje Cosentino

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
SÍNDROMES PULMONARES II
Advertisements

Distúrbios do trato respiratório
ANAMNESE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
CASO CLÍNICO ASMA.
PNEUMOCLUBE SETEMBRO DE 2009.
Anamnese DIH: 11/05/09 Identificação: D.C.S., 55 anos, natural da Bahia, procedente da Ceilândia, auxiliar de serviços gerais. QP: Febre, calafrios e sudorese.
Caso clínico 3  Identificação:
Caso clínico 2 Identificação:
SEMINÁRIO CIRURGIA 4º ANO Regente: Prof. Doutor M. Cardoso de Oliveira
IDENTIFICAÇÃO MJCM ♂ 60 anos Caucasoide
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
CASO CLÍNICO Pneumonia
Mariana Bruinje Cosentino
Mariana Bruinje Cosentino
Caso Clínico Eduardo Kestelman.
VASCULITES M. Alcide Marques.
Gabriella Elia Mayra Nakano
Mariana Bruinje Cosentino
CASO CLINICO: FEBRE REUMÁTICA
Bruna B. Medeiros CASO CLÍNICO.
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
CASO CLÍNICO Hospital Infantil João Paulo II 09/01/2013
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Caso Clínico: Icterícia a esclarecer
Anamnese Paulo Henrique J. Silva.
Entrevista com o paciente/ Anamnese/ Investigação
Prevenção de doenças – Caso clínico
CASO CLÍNICO CARDIOPATIA E FEBRE
Orientador: Dr. Pedro Gordan Colaborador: Dr. Ricardo Ueda
APRESENTAÇÃO ATÍPICA DE GASTROENTERITE EOSINOFÍLICA
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
CASO CLÍNICO Lilian Tiemi Kuranishi
CASO CLÍNICO : Anemia Falciforme Ana Cláudia de Aquino Dantas
Saulo da Costa Pereira Fontoura
Cefaléias Dra Norma Fleming.
Esquistossomose Mansoni
Sessão Clínica Pneumologia
Caso Clínico Síndrome do Lactente Sibilante
Ambulatório de Pneumologia Hospital Júlia Kubitschek-BH
Patologia Endócrina Anatomo-Clínica IV Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina-HUPES Patologia Cirúrgica I.
EXAME DO APARELHO RESPIRATÓRIO
“GRIPE” A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente,
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Daniel Kitayama Shiraiwa Sabrina de Mello Ando
Hospital Santo Antônio
Saulo da Costa Pereira Fontoura R2 Clínica Médica
Departamento de Clínica Médica CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Liga Acadêmica de Gastroenterologia e Hepatologia-LAGH
Cefaléias para o Clínico
Caso Clínico GEMECS Ronaldo Rezende Jordão Neto Tatiane Benedita
HOSPITAL GERAL ROBERTO SANTOS
HIV Infecção oportunista
“CASO CLÍNICO” MONITORIA DE CLÍNICA MÉDICA
SINAN Caso Clínico Elisa Trino de Moraes Fernanda R. Canteli Nathália dos Reis de Moraes.
José Gustavo Pugliese de Oliveira
CASOS CLÍNICOS FOSSAS NASAIS E CAVIDADADES PARANASAIS
Leonardo Gebrim Costa Julho 2009 Internato em pediatria ESCS
Rinossinusites Crônicas
Elane Sousa - R1 Acupuntura Saulo Alencar – R1 Clínica Médica Joaquim e Rita - R2 Clínica Médica Maria – R3 Clínica Médica Dr. Clésio e Dr. Daniel Kitner-
Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica Disciplina de Mecanismos Gerais da Doença 2º Módulo: O estudo da Doença 2013/14.
RINOSSINUSITE AGUDA Camila Brandão Camila Sampaio Crislaine Siston.
ID: F.A, 23 Anos, Casada, Secretária, Natural e residente em Caçador QP: “Dores em corpo e articulações” HDA: Paciente relata há 1 mês iniciar com dores.
PATOLOGIA NASOSINUSAL
Seminário de Cirurgia Geral Alunos: Eduardo Assad Paulo Phillipe Moreira.
Nome: Anita Mendes Costa DIH: Diagnóstico: tumor cístico de pâncreas a/e Profissão: Procedência: Recife-PE P: 59,2kgAlt: 1,44 mIMC: 29 D2.
Vasculites sistêmicas
Transcrição da apresentação:

Mariana Bruinje Cosentino Caso Clínico Mariana Bruinje Cosentino

Identificação J.J.M.F., 51 anos, homem, caucasiano, casado, aposentado (ex-comerciante), natural e procedente de São Paulo QUEIXA PRINCIPAL Falta de ar e catarro com sangue

História da doença atual Refere episódios recorrentes e paroxísticos de dispnéia e sibilância associado a tosse produtiva de expectoração mucopurulenta com predomínio noturno e cansaço para médios e pequenos esforços, que o levou a procurar várias vezes o serviço de urgência nos últimos 6 meses.

História da doença atual Há 1 mês foi atendido no serviço de emergência por agravo da sintomatologia e um episódio de expectoração hemoptóica . Teve alta com deflazacorte e foi encaminhado ao serviço de pneumologia. Há 1 semana foi internado no serviço de pneumologia por hemoptise abundante, dispnéia e sibilância.

ISDAS Geral: nega febre, anorexia, emagrecimento, astenia ou linfonodomegalia Sistema cardiovascular e respiratório: nega dor torácica ou ortopneia. Nega palpitação, tonturas, DPN, lipotímia. Refere dispnéia aos médios e pequenos esforços de inicio há 2 anos, com vários episódios de dispneia em repouso e sibilos no últimos meses. Sistema nervoso: Refere hemiparesia esquerda Nega tontura, cefaléia ou crise convulsiva. Nega alteração de coordenação ou equilíbrio. Nega alteração de memória, linguagem, atenção.

ISDAS Gastrointestinal: nega alterações Genitourinário: nega alterações Cabeça e pescoço: diminuição da acuidade visual e hiperemia e prurido ocular. Sem uso de lentes corretivas. Refere alguns episódios de obstrução nasal, rinorréia e prurido nasal. Nega epistaxe. Pele e fâneros: nega alterações

História mórbida pregressa Varicela e sarampo na infância sem sequelas ou complicações Refere asma diagnosticada há 10 anos Rinosinusite HAS diagnosticada há 1 ano AVC hemorrágico há 1 ano com sequelas de hemiparesia E Polipectomia nasal há 2 anos Nega antecedentes de acidentes Nega alergia a medicamentos Nega transfusões Imunizações em dia

História Familiar Antecedentes familiares sem relevância Nega doenças familiares, nega casos de malignidade, nega familiares com patologia semelhante a sua Hábitos Ex-tabagista – 40 maços/ano – parou há 10 anos Nega etilismo Nega outras drogas HPS Nega contato ou posse de animais Habitação com eletricidade e saneamento básico

Exame físico BEG, LOTE, hidratado, hipocorado +/4, PA 150/90, FR 104, Tax 36,7°C, FR 24, SatO2 96%, acianótico, anictérico Sem adenomegalia. Tireoide palpavel sem alterações AC: RCR 2T BNF S/S AP: MV+ bilateral com roncos e sibilos difusos bilaterais FTV normal, expansibilidade normal Abdome: RHA+, flácido, indolor, sem visceromegalia MMII: sem edema, pulsos + bilateralmente simetricos Hemiparesia E, FM 3 sem outras alterações neurológicas

Exames laboratoriais

Exames complementares Eletrocardiograma: Taquicardia sinusal e hemibloqueio esquerdo anterior Ecocardiograma: Presença de pequeno derrame pericárdico, anterior, medindo em diástole, aproximadamente 0,46 cm

Exames complementares

Biópsia pulmonar Manutenção da arquitetura lobular habitual e ocupação dos espaços alveolares por grande abundância de macrófagos com pigmento no citoplasma que não corresponde a ferro, há também espessamento dos septos interalveolares por infiltrado inflamatório ligeiro e polimorfonucleares neutrófilos e formação focal de micropólipos inflamatórios miofibroblásticos intra-alveolar, traduzindo pneumonia em organização e pleurite crônica colagenizante. Aspectos morfológicos compatíveis com Síndrome de Churg-Strauss

Síndrome de Churg-Strauss

Síndrome de Churg-Strauss Angiíte granulomatosa alérgica Vasculite necrosante sistêmica Etiopatogenia desconhecida Coexistência de rinite, asma, eosinofilia, e IgE ↑ - hipersensibilidade imediata Mais frequente em homens 2:1 Maior incidência: 30-40 anos

Síndrome de Churg-Strauss Manifestações Clínicas Sintomas constitucionais: febre, mialgias, artralgias Asma (frequentemente grave) Eosinofilia (> 1.000/mm3) Sinusite, rinite, polipose nasal Infiltrado pulmonar eosinofílico, migratório Mononeurite múltipla Miocardite eosinofilia (maior causa de óbito) Gastroenterite eosinofilia: diarréia, dor abdominal Glomerulite focal e segmentar (geralmente branda)

Síndrome de Churg-Strauss Anemia, leucocitose, trombocitose são comuns Aumento de VHS e IgE P-ANCA Biópsia: vasculite necrosante granulomatosa com infiltrado eosinofilico perivascular

Síndrome de Churg-Strauss Diagnóstico 4 de 6 critérios Asma Eosinofilia Mononeuropatia ou polineuropatia Infiltrados pulmonares migratórios nas radiografias Anormalidade dos seios paranasais Eosinófilos extravasculares na biópsia

Síndrome de Churg-Strauss Se não tratada: sobrevida 25% em 5 anos Tratamento Prednisona, 1mg/Kg/dia durante 2-3 meses Ciclofosfamida (falha do corticóide ou casos graves) A taxa de remissão para tais pacientes é de 80%, com reatividade em torno de 25% e sobrevida de 79,4%

Síndrome de Churg-Strauss A diferenciação e o diagnóstico corretos são itens fundamentais para tratamento e seguimento adequado desses pacientes, já que as vasculites têm grande impacto não somente na qualidade de vida, como também na morbimortalidade por essas doenças.

Mariana Bruinje Cosentino Caso Clínico Mariana Bruinje Cosentino