CSO 001 – “Introdução à Sociologia”

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Transcrição da apresentação:

CSO 001 – “Introdução à Sociologia” Aula 8 – 24/04/2012 dmitri.fernandes@ufjf.edu.br auladesociologia.wordpress.com

A Ciência como Vocação Palestra para estudantes realizada em 1919. Fala sobre as diferenças existentes entre a Alemanha e os EUA no mundo acadêmico. Universidades estariam se transformando em empresas de “capitalismo de Estado. Compara a universidade com a Fábrica: “a separação do trabalhador dos meios de produção”. Pesquisador depende do diretor do Instituto.

Natureza das Mudanças Acadêmicas Quais seriam as vantagens dessas mudanças? Para Weber, são iguais às de toda empresa burocratizada. Trata-se do novo ‘”espírito” da empresa moderna penetrando na lógica da investigação científica. Por que são o acaso e as relações pessoais – e não a capacidade – que se encontram na raiz da mobilidade interna na Universidade? Weber, neste ponto, fornece pistas sobre a interação das organizações como um todo.

Ciência e Vocação Weber vincula a ciência e a erudição à vocação. Seu pressuposto: uma aristocracia intelectual, baseada na dedicação ao saber e à pesquisa. Qualquer realização consistente no mundo moderno será sempre especializada. Weber introduz aqui um componente específico: a paixão.

Embriaguez científica Quem não for capaz de se convencer de que a salvação de sua alma depende da correção de sua própria interpretação não estará pronto para a ciência. “Sem essa estranha embriaguez, rídicula para todos os que a vêem de fora, sem essa paixão (…) não se tem vocação para a ciência e é preferível se dedicar a algo diferente”.

Progresso infinito O trabalho científico está imbricado com a noção de progresso. Diferentemente de todos os elementos da cultura (p. e. a arte, que jamais envelhece) “o que produzimos será velho em dez, vinte ou cinqüenta anos. Esse é o destino e o sentido do trabalho científico. A superação não é apenas o nosso fado, mas a finalidade própria de nossa tarefa comum. O progresso não tem fim. “Esse é o problema do sentido da ciência”.

Sem sentido final Por que ocupar-se então de uma atividade que não tem fim? Pela mera finalidade prática? Mais do que isso. Weber fala do “processo de intelectualização a que estamos submetidos há milênios”. No centro de sua reflexão encontra-se o conceito de racionalização e suas conseqüências para a vida moderna.

Racionalização Mas o que significa essa racionalização científica operada pela ciência e pela técnica? Ela quer dizer que sabemos mais do que antes? Significa que na atualidade se acredita que em qualquer momento se poderá chegar a saber. Não existem mais em torno de nossas vidas poderes ocultos e imprevisíveis.

Desmagificação Ocidental. “tudo pode ser dominado mediante o cálculo e a previsão. Isso quer simplesmente dizer que se excluiu o mágico do mundo”. Mas o que representa, afinal, essa “desmagificação” da cultura ocidental? Tolstói e a morte. Antes o camponês estava satisfeito por ter vivido, “pleno”de vida. O homem de hoje, pelo contrário, pode estar cansado, jamais “saciado”.

Desencantamento do Mundo A racionalização desencantou o mundo. Com o progresso da ciência o homem deixou de acreditar nos demônios, nos espíritos, na magia, no profético e no sagrado. O real passa a ser utilitário. Vivemos o provisório, o ceticismo. Estamos sós porque sozinhos no mundo, e estamos sós também porque não nos sentimos úteis.

Cientista e o mundo O problema de fundo de Weber não é só o da vocação e do significado que a ciência tem para o cientista. Trata-se de buscar o que é e qual o valor da vocação científica no interior do movimento de toda a humanidade.

Inversão e perda de sentidos. Weber opõe a alegoria da caverna de Platão à produção de sua época. Fala do entusiasmo com a “descoberta do conceito”. Vai até as fronteiras da Modernidade (Renascimento). E retoma a busca da “arte verdadeira”, da “verdadeira natureza”.

Noite Polar “O destino de nosso tempo, racionalizado e intelectualizado e, sobretudo, desmistificador do mundo é que exatamente os valores últimos e mais sublimes desapareceram da vida pública e se retiraram, seja para o reino ultraterreno da vida mística, seja para a fraternidade das relações imediatas dos indivíduos entre si”.

Desenlace Pessimista Diferentemente de Marx e Durkheim, que projetaram um desenlace otimista com a transição pela qual a Modernidade estava passando, Weber rejeitou qualquer visão do progresso rumo à felicidade. Falou da “noite polar” da ordem social altamente racional e hierarquizada.

Há solução? Diante da perda do encantamento do mundo, Weber sugere o exercicio da coragem frente à tarefa (rotineira?) de todos os dias. Há em Weber nostalgia e impaciência, crítica e resignação. Nostalgia dos tempos em que o conhecimento não era apenas uma cadeia de uma corrente sem fim, mas plenitude e realização.

Impaciência E impaciência de um homem de ação que demanda da ciência o conhecimento dos meios e das conseqüências, mas que sabe que jamais será liberto por meio da própria ciência da obrigação da escolha última que orientará sua ação, reino dos valores. Politeísmo de valores impede que ação se guie por uma sódiretiva ética ou moral, que cientificamente se defina o que é melhor ou pior em última instância.