Carlos Pereira Pesquisador Adjunto, ENSP/Fiocruz,

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
Advertisements

P A percepção dos riscos é homogênea?
Profa. Adm. Camila de Castro Carlos
Inovação Tecnológica e Segurança Jurídica São Paulo, 13 de dezembro de 2006 Carlos Américo Pacheco – IE/Unicamp.
Dilemas da burocracia no campo das políticas públicas: neutralidade, competição ou engajamento? Maria Ceci Misoczky.
Audiência Pública de Fiscalização
Questões sobre Avaliação e Incorporação de Tecnologias em Saúde
Profª Dra. Vera Peroni - PPGEDU/UFRGS
Movimento Brasil Competitivo Porto Alegre, 30 de abril de 20202
FÓRUM DE SAÚDE SUPLEMENTAR JUNHO FBH - Federação Brasileira de Hospitais FÓRUM DE SAÚDE SUPLEMENTAR.
Correspondentes no País Desafios para aprimorar a inclusão financeira.
GESTÃO PÚBLICA PLANEJAMENTO E CONTROLE SOCIAL
Responsabilidade dos gestores públicos de serviços de saúde
O que você pode fazer para reduzir a evasão
Qualidade em Serviços.
Teoria da Contabilidade
Teoria da Contabilidade
Pesquisa em Comunicação I Capítulo 2 - A Pesquisa como ferramenta do processo comunicativo PESQUISA EM COMUNICAÇÃO PESQUISA DE OPINIÃO PESQUISA DE.
PROGRAMA AVANÇADO EM GESTÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA
Porquê Regular? .Basicamente a Teoria da Captura refere que a agência reguladora que, em princípio era suposto regular a indústria, é “capturada” por esta.
O Arcabouço Regulatório Brasileiro em (Nova) Transição: Os Projetos de Lei das Agências Reguladoras e da Defesa da Concorrência César Mattos - Consultoria.
Márcia Amaral Secretária Executiva Ministério da Saúde
Metodologia para Elaboração de Problema.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária CÂMARA SETORIAL DA ANVISA: INSTRUMENTO DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL.
REGULAÇÃO EM SAÚDE SUPLEMENTAR E OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
Entidades de Direito Público que operam planos de saúde
Isabela Soares Santos Mestre em Saúde Pública
Qualificação Assistencial no Setor Suplementar de Saúde
CORRRELATOS: Da criatividade do mercado ao papel da ANS e de outros órgãos reguladores em prol de uma política pública para o setor saúde suplementar Wiliam.
A REGULAÇÃO E A FISCALIZAÇÃO DO CONSUMO DE SAÚDE SUPLEMENTAR NO BRASIL
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
“Educação para o desenvolvimento da Amazônia” A UNAMA NO BRASIL NOVAS ARQUITETURAS DE NEGÓCIOS: Formação de Redes Interorganizacionais Profª Gleides Magalhães.
1 24/11/2009 BNDES O Setor de Software Brasileiro e o Apoio do BNDES Mauricio Neves Departamento de Indústria Eletrônica Área Industrial Banco Nacional.
Direito Regulatório Prof. MSC. Ricardo Kleine de Maria Sobrinho.
Direito Econômico Disciplina: Direito Financeiro e Econômico
1 Reforma da Previdência e Perspectivas de Regulação e Fiscalização de Previdência Complementar  Reforma da Previdência  Previdência Complementar Pública.
Terceirização (Outsourcing): Foco nos Produtos e nos Serviços
Gestão de pessoas e Desenvolvimento de equipes
Seminário Avançado - Eletiva A
Desafios brasileiros: saúde pública
Seminário Avançado - Eletiva A
Câmara Técnica de Mecanismos de Regulação Reunião ANS - 24/10/12 Câmara Técnica de Mecanismos de Regulação Reunião ANS - 24/10/12.
COMPLIANCE 30/03/2010.
Administração de Recursos Humanos II
TEMA E PROBLEMA.
Empresa Junior.
IV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas O “Apagão” Logístico Impedirá a Retomada do Crescimento? José de Freitas Mascarenhas Presidente.
PROCESSO SELETIVO.
Delegação, Centralização e Descentralização
Globalização e autonomia: desafios, compromissos e incongruências
Tópicos Especiais em Saúde
BCH - BPP - GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Sistema de atenção suplementar no brasil
Servidor como Agente da Ação Estatal
Implantação de Sistema ERP em Pequenas Empresas
Prof. Dr. Luiz Renato Ignarra.  As entidades do terceiro setor precisam de recursos para ser efetivas quanto para ser sustentáveis.  A existência ou.
1 Regulação e Saúde Jornada Científica ENSP/FIOCRUZ Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Avaliação Qualitativa das Respostas da LAI JUSTIFICATIVA Atualmente os pedidos de informações são monitorados por meio das análises dos relatórios estatísticos.
“A Importância da formação acadêmica na Gestão em Saúde e Vida Associativa” 11 de junho de 2011 “A Importância da formação acadêmica na Gestão em Saúde.
1 O Papel dos Órgãos Regulatórios Seminário “Concessões, Regulação e Segurança Jurídica” Valor Econômico São Paulo, 09/11/2015 José Elaeres Marques Teixeira.
BCH - BPP - GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
TÓPICOS AVANÇADOS DE CONTÁBILIDADE
Bruna Ferreira (Administradora) - R1 Carolina Cardoso (Administradora) - R2 Helder Pereira (Administrador) – R1 Rafaela Landim (Administradora) - R2.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA DE DIREITO ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR A VOZ DOS CONSUMIDORES NAS AGÊNCIAS REGULADORAS ENAP.
AUTORREGULAÇÃO NA INTERMEDIAÇÃO DE SEGUROS 22 de abril de 2016 Helena Mulim Venceslau Diretora de Fiscalização da Susep XXVI CONGRESSO PANAMERICANO DE.
45ª Assembleia Nacional da ASSEMAE Saneamento Ambiental: Políticas Integradas com Participação Social 24 a 29 de Maio de 2015 A Situação Atual e Modelos.
Frigol critica concorrência desleal com ação do BNDES O frigorífico paulista Frigol, que na sexta-feira apresentou pedido de recuperação judicial, reclama.
Residentes: Ana Djéssika Vidal (Economista) Bruna Ferreira (Administradora) Helder Marcos (Administrador) Suzane Rodrigues Gonzaga (Economista)
Instituições Políticas Brasileiras Prof. Octavio Amorim Neto EPGE/FGV-RJ.
ANEEL: Visão Geral e Diferenças com ANP Edvaldo Santana Diretor da ANEEL Praia, Cabo Verde, Julho de 2009.
Transcrição da apresentação:

O Marco Regulatório no Setor de Saúde Suplementar: Contextualização e Perspectivas Carlos Pereira Pesquisador Adjunto, ENSP/Fiocruz, Professor Economia Política da Regulação, Universidade Cândido Mendes Visiting Professor of Government, Colby College – USA

Apresentação Porque Regular? Analisou : - falhas na atuação do Governo - mercado nas duas últimas décadas Porque regular via agências independentes? - análise teórica do processo de regulação - análise da criação da ANS e ANVISA

Exposição O mercado da saúde suplementar cresceu rapidamente em função das deficiências do SUS (empobrecimento da população?) - Falta de parâmetros de conduta e controle - A regulação foi exigida pelos consumidores, entidades médicas e setores do governo na área econômica - Possibilidade de regulação pela burocracia estatal já existente ou através de delegação. Conceito de principal e agente.

Exposição - A delegação pode ter como resultado : sucesso - se leva ao bem estar do principal, fracasso - caso oposto, nulo - se nada ocorre em relação ao principal. - A delegação provoca riscos para o principal o principal tem que monitorar os resultados o que é difícil, o contrato de gestão facilita, - a maior agilidade administrativa, - a assimetria no acesso as informações - levam a dificuldade para o principal no controle do agente

Exposição Se a delegação é arriscada, porque o Governo delega ? - ganhos na informação ( profissionalização do agente) - flexibilização administrativa - transferência de responsabilidades (blame-shiffting) - ganhos de credibilidade - ganhos de satisfação em um segmento (credit-claiming) A opinião pública, as entidades médicas e segmentos do governo exigiam uma atuação em função dos problemas verificados no mercado

Exposição Porque o Ministro Serra resolveu criar a agências ? - tem mais destaque naquele assunto específico - tem mais visibilidade - tem mais flexibilidade - atrai quadros mais competentes porque paga melhor - pulveriza críticas cria credibilidade Por parte do mercado: - aceitação. É melhor ter regras claras do que trabalhar em um terreno movediço. - a possibilidade de influir é maior

Conclusões/Propostas Foi demonstrado que a decisão do governo brasileiro de regular o setor de saúde suplementar via agência regulatória independente é um fenômeno complexo e por isso não deve ser entendida como resposta a apenas um único determinante. Trata-se assim de um fenômeno multivariado onde diversos tipos de retornos ou ganhos atuam de maneira simultânea para contrabalançar as perdas delegativas do Executivo ao transferir esta tarefa a uma organização autônoma do governo.

Conclusões/Propostas Ainda é muito cedo para se ter respostas conclusivas quanto às vantagens da escolha delegativa, mas é importante investigar se os ganhos provenientes da decisão política de regular o setor suplementar de saúde via agências independentes podem ser considerados como um sucesso delegativo.[1] Para isso, algumas pistas iniciais podem ser consideradas. Alguns conflitos entre o Ministério da Saúde e ANVISA, por exemplo, sugerem que o Executivo teve dificuldades em realizar as suas preferências. O excessivo uso de Medidas Provisórias neste setor também pode ser outro sinal que o Executivo precisou lançar mão de instrumentos extraordinários para driblar as resistências das agências. Estes dois exemplos já justificariam a necessidade de investigações empíricas através do desenvolvimento de indicadores e variáveis que possam mensurar sucesso e fracasso delegativos. Investigações desta natureza é que estariam de fato apontando perspectivas para o marco regulatório da saúde suplementar no Brasil.

FIM DA APRESENTAÇÃO