Um breve relato histórico Prof. M. Aldeir Antônio Neto Rocha

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Transcrição da apresentação:

Um breve relato histórico Prof. M. Aldeir Antônio Neto Rocha Pesquisa Científica Um breve relato histórico Prof. M. Aldeir Antônio Neto Rocha

A Ciência: fruto do desejo e da necessidade de conhecer A Ciência como elemento essencial para o ser humano. A insuficiência da Ciência dada por Deus e a sua transgressão: se inicialmente, o conhecimento era um presente Deus, essa transposição de limites fez com que ele se tornasse uma conquista, fruto de trabalho.

O início da Ciência Assim, surge uma Ciência, fruto do questionamento, do esforço, enfim, da pesquisa. O homem se descobre incompleto e para se completar vai utilizar os seus sentidos, sua inteligência e sua vontade. O marco inicial da Pesquisa Científica, talvez seja esse momento em que o homem distingue o conhecimento revelado do adquirido.

OBS: algo a ser discutido é o equilíbrio entre essas partes. Um bom exemplo Estudos etnográficos sobre povos primitivos, bem como na história da medicina, apontam para essa distinção: de um lado as revelações, de outro os conhecimentos justificados por observações empíricas e bom senso. Ex: remédios e poções extraídas de certas plantas. OBS: algo a ser discutido é o equilíbrio entre essas partes.

As contradições O que pensar quando as pessoas se deparavam com várias teorias, todos elas devidamente sustentadas por uma divindade, e se contradizendo... A partir do século VI que os gregos começam a questionar essas verdades, criando um novo modo de encarar os fenômenos do cosmos: a crítica. Palavra relacionada etimologicamente com crise: quebra, cisão. O conhecimento agora é algo que se conquista.

Um novo tempo Certamente essa revolução abriu caminho para uma forma de construção que conhecemos até hoje. A conquista de novos mundos despertou e alavancou a curiosidade sobre os diversos tipos de fenômenos. Até na Idade Média os tratados científicos se valeram desse modelo.

O pensamento Científico Moderno O próprio desenvolvimento das civilizações e o movimento dialético crítico de superação de paradigmas, se encarregaram de fazer avançar as teorias. A teologia Tomista contribuiu muito para a desdogmatização do pensamento científico e abrir caminho para uma ciência mais especulativa e crítica. Ganha força o pensamento empiricista de Bacon. E o universo se torna um enigma a ser decifrado.

Descartes e a Ciência Moderna Depois de um início difícil e traumático ( Galileu, por exemplo), a Ciência Moderna por Descartes, se valendo da lógica absoluta e racional, conquista definitivamente sua autonomia e reivindica o direito de redefinir o cosmos ao seu modo. Entramos assim no Iluminismo em busca da verdadeira verdade à luz da razão científica.

O século XIX Tomando como base o esboço feito no século XVIII, o XIX se apresenta como o século da Ciência. Com muito entusiasmo os cientistas começam a definir o verdadeiro formato e funcionamento do universo e da natureza. A conseqüência é o conhecimento definitivo. Porém, o século XIX chega ao final frustrado na tentativa de definir o universo. Inúmeros e devotados cientistas descobrem que há a necessidade de uma grande e urgente revisão.

Um Movimento Dialético A própria lógica científica destruiu os paradigmas sob os quais se assentavam os projetos anteriores. A matemática não-euclidiana e física não-newtoniana, encerram o XIX e abrem o século XX exigindo uma mudança de mentalidade nos campos filosófico, metodológico, de forma a relativizar o grande império quantitativo, empírico e mensurável. Percebe-se que nem tudo no universo, na natureza, funcionam seguindo uma regra lógica e estável.

Do Niilismo ao Entusiasmo O século XX se encarregou de desconstruções e reconstruções. Novos caminhos! Os cientistas, às vezes niilistas, às vezes entusiasmados, vão montando um novo programa para encarar os novos desafios.

O século XXI A pesquisa científica chega aqui com a missão de redefinir o conceito de razão herdado do iluminismo e do positivismo. Faz-se necessária a consideração de novas formas de percepção da inteligência humana, para além do universo racional, masculino, singular, ocidental, matemático.

Considerações FINICIAIS Não temos dúvida de que todos esses métodos, hoje ditos, tradicionais, trouxeram e trazem ainda muitas conquistas para a humanidade. Porém, a própria ciência admite a sua limitação. É hora de recorrermos a outras dimensões do conhecimento, como as artes e a cultura, por exemplo. Apelar à intuição, à criatividade e à afetividade são meios emergentemente necessários ao desenvolvimento futuro da Pesquisa Científica. Como elementos de progresso e humanização, resgatando, ainda, sua dimensão ética.

Referências Idéias, em parte, extraídas do Curso avançado de Metodologia Científica do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da USP. Curso destinado à atualização dos orientadores da Pós-Graduação. Grande contribuição do artigo publicado pelo Professor Doutor em História Social, Dante Marcello Claramonte Gallian.