Guaraciaba Oliveira Ferrari

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
REGULAÇÃO DO METABOLISMO
Advertisements

OSTEOPOROSE TENCEL JOSÉ SUBDIRETOR – 3ª POLICLÍNICA
Metabolismo do Cálcio e Fosfato
Dra.Maria Aparecida Rocha Dr.Jorge Arnaldo V. Menezes
HIPOPARATIREOIDISMO E HIPERPARATIREOIDISMO
Eduardo Finazzi Lucas Suman Prof. Nilo César do Vale Baracho
HIPOPARATIREOIDISMO E HIPERPARATIREOIDISMO
Patologia e dietoterapia nas enfermidades músculo-esqueléticas I
Cromossomopatias.
O que é raquitismo? O raquitismo é o amolecimento dos ossos em crianças, que potencialmente ocasiona fraturas e deformidades. Raquitismo está entre as.
Tópicos Especiais em Farmácia
OSTEOPOROSE TENCEL JOSÉ SUBDIRETOR – 3ª POLICLÍNICA
2° Aniversário da 3° Policlínica de Niterói
Caso da Semana Karina B. Calil.
Doença Renal Crônica Orientação aos pacientes atendidos no ambulatório especializado de Doença Renal Crônica do Hospital das Clínicas de Pernambuco.
Distúrbios Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC)
Dr. Fernando M. de Lucas Jr. (MG)
Atualização e definições
Monitores: Patrícia Mendes Professor: Nilo César do Vale Baracho
Fósforo Vitória Souza José Aurélio.
Osteoporose Dr.Elmano Loures.
Osteoporose Monitoria de Bioquímica e Laboratório clínico
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Progeria Mutação Génica.
Prevenção da osteoporose
A carência primária de vitamina D pode resultar de uma deficiência alimentar e/ou de pouca exposição à luz solar, levando à depleção da forma ativa do.
Professora: Rosana Moraes
OSTEOPOROSE PRIMÁRIA Excesso de reabsorção óssea.
SISTEMA OSTEOMUSCULAR
Nefrotoxicidade induzida pela ciclosporina em transplante cardíaco
Cuidados que devemos ter
OSTEOPOROSE.
OSTEOPOROSE Prof. Keli Steffler.
Aparelho Locomotor M.V Carlos Eduardo Coradassi.
EVOLUÇÃO DA MASSA ÓSSEA PÓS-PARATIREOIDECTOMIA EM UM
projetodiretrizes. org
Estudo do impacto do uso de medicamentos sobre a remodelagem óssea mediado por marcadores bioquímicos, Ciências médicas e da saúde. Fernanda Jerônimo de.
The New England Journal of Medicine
SÍNDROME METABÓLICA Esta síndrome é um grupo de alterações clínicas, que podem decorrer de uma dieta inadequada, atividade física insuficiente e uma evidente.
Serviço de Clínica Médica do HUT Paula Miguel Lara - R2 -
METABOLISMO de cálcio e fósforo
O BESITY AND THE POLYCYSTIC OVARY SYNDROME A. Gambineri, C. Pelusi, V. Vicennati, U. Pagotto, R. Pasquali. Unidade de Endocrinologia do Departamento de.
João Marcelo Castelpoggi
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Introdução Objetivo Metodologia Conclusão Resultados Referências
Osteoartrose Disciplina Fisioterapia em Reumatologia
Osteoporose Sintomas e prevenção.
PROF. DRA FERNANDA BORGES
CURSO DE DIETÉTICA APLICADA A TERCEIRA IDADE: DOENÇAS ÓSSEAS
Doenças das Paratireóides
Osteoporose Amir Sadalah Fakhouri R 4 REUMATOLOGIA ISCMSP.
MIOPATIAS.
ESTEATOSE.
Ana Luiza Telles Leal 24/05/2010
EXAMES DE IMAGEM UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE – UNESC FACULDADES Prof. ª Isabella Pinheiro Disciplina: Fundamentos de diagnóstico por imagem.
“Clinician´s Guide to Prevention and Treatment of Osteoporosis”
FUNDAMENTOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Sylvia Wiedemann Azevedo
1.
Dr. Luiz Barros. Introdução 1. A doença renal crônica consiste em lesão e perda progressiva e irreversível da função dos rins. A doença renal crônica.
Monitoria de Bioquímica e Laboratório Clínico
Metabolismo do Cálcio Prof. Luciene Rabelo.
OSTEOPOROSE Tarsila Cunha. A osteoporose (OP) é a doença osteometabólica mais freqüente no paciente idoso. Acomete a ambos os sexos, sendo mais freqüente.
INTRODUÇÃO O objetivo desta pesquisa foi a coleta de dados epidemiológicos para a avaliação dos pacientes diagnosticadas com doenças cardiovasculares,
ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E O PERFIL LIPÊMICO EM MULHERES COM OSTEOPOROSE E/OU OSTEOPENIA ATENDIDAS NA CLÍNICA DE FISIOTERAPIA.
TUMORES RENAIS BENIGNOS
Defeito grave na mineralização óssea – lentidão da deposicão de cálcio e fósforo na matriz osteóide. Acúmulo de osteóides Causas: Déficit de Vit. D Hipofosfatemia.
Regulação hormonal do metabolismo do cálcio e fosfato.
Transcrição da apresentação:

Guaraciaba Oliveira Ferrari OSTEODISTROFIA RENAL Guaraciaba Oliveira Ferrari

Osteodistrofia Renal A osteodistrofia renal(OR) é o termo usado para descrever as alterações ósseas decorrentes dos distúrbios do metabolismo mineral nos pacientes com Doença Renal Crônica (DRC). A biópsia óssea é considerada o exame padrão ouro para o diagnóstico da OR e, baseado na taxa de formação óssea (índice obtido da análise histológica), dividimos as alterações em: doenças de alta e baixa remodelação óssea. A alta remodelação é representada pela osteíte fibrosa (manifestação óssea do hiperpatireoidismo secundário) e pela doença mista (sinais de osteíte fibrosa associados a defeito na mineralização óssea). A baixa remodelação compreende a osteomalácia e a doença adinâmica .

Osteodistrofia Renal A OR favorece o aparecimento de complicações que aumentam as morbidades desses pacientes entre elas maior número de fraturas, calcificações vasculares, além aumentar a mortalidade desses pacientes. Independente da etiologia, do tempo de doença renal, da modalidade dialítica, os pacientes com DRC sempre apresentam algum grau de alteração óssea. Recentemente, um estudo de corte com 101 pacientes em hemodiálise, a maioria deles assintomáticos submetidos a biopsia óssea, mostrou que somente 2 deles apresentavam tecido ósseo normal.

Osteodistrofia Renal O Paratormônio(PTH) tem sido usado como um marcador bioquímico da remodelação óssea. Ou seja, valores reduzidos (<100 pg/ml) ou elevados (>400pg/ml) são sugestivos de baixa e de alta remodelação respectivamente. Aceita-se, atualmente, que os pacientes em diálise com PTH entre 150-300 pg/ml apresentam uma remodelação próxima do normal As principais indicações de biópsia óssea na DRC são: inconsistência entre manifestações clínicas e exames laboratoriais; dor óssea inexplicável; fraturas patológicas; calcificação vascular progressiva; suspeita de intoxicação por alumínio

Osteodistrofia Renal Outros fatores não relacionados à DRC que afetam a remodelação óssea são: Idade avançada Menopausa Raça Deficiência de vitamina D Medicações que interferem no metabolismo da vitamina D –como por ex: anticonvulsivantes Neoplasia maligna com ou sem metástase Imobilização prolongada Uso de Glicocorticóides

Mecanismo de Ação dos Glicocorticóides no Tecido Ósseo Os glicocorticóides estão associados à perda e mudança da microarquitetura ósseas quando usados por longo período de tempo. São a causa mais comum de osteoporose secundária Aumentam o risco de fraturas principalmente onde há predomínio de osso trabecular como coluna vertebral.

Glicorticóides – Efeitos na Remodelação Óssea Formação óssea: efeito direto nos osteoblastos: Suprime expressão do gene do colágeno tipo 1; afeta síntese e secreção do IGF (insulin growth factor),que estimula síntese de colágeno tipo 1; promove apoptose de osteoblastos e osteócitos Reabsorção óssea: aumenta nos primeiros 6 a 12 meses de uso(efeito provavelmente temporário); diminui a expressão de OPG(osteoprotegerina) e aumenta a de RANKL(ligante do receptor ativador do NFkB) nos osteoblastos diminuindo a apoptose dos osteoclastos

Glicocorticóides – Efeitos na Remodelação Óssea PTH, Vitamina D, absorção de cálcio: diminui a absorção intestinal e aumenta a excreção urinária de cálcio levando a hiperparatireoidismo secundário nos indivíduos com função renal normal.No metabolismo da vitamina D são efeitos são controversos. Hormônios gonadais: diminui níveis de estradiol, dehidroepiandrosterona e progesterona nas mulheres; e de testosterona nos homens,indiretamente causando alterações na formação óssea

Glicocorticóides – outros efeitos Microarquitetura - afilamento trabecular, perfuração e desconecção das trabéculas Osteonecrose – necrose avascular. Geralmente acomete fêmur proximal e distal, úmero. A etiologia parece estar relacionada à embolia gordurosa, lesão oxidativa e apoptose de osteócitos Músculos – perda de massa e força musculares. Biópsia muscular mostra atrofia de fibras tipo 2 e diminuição do número de fibras tipo 1

Mecanismo de Perda Óssea - Glicorticóides

Mecanismo de Perda Óssea - Glicorticóides

Osteoporose Patologia que se caracteriza por perda de massa mineral decorrente de alteração na remodelação óssea. Como a insuficiência renal, por si, já favorece alterações na remodelação óssea, esses pacientes apresentam maior risco de desenvolver osteoporose.

FC Barreto et al mostrou uma prevalência de 46% de osteoporose diagnosticada por biópsia em pacientes renais crônicos dialíticos. Não houve relação específica com o tipo de osteodistrofia renal. No entanto a prevalência da osteoporose nos doentes com doença óssea secundária ao hiperparatireoidismo foi baixa (figura 1). Kidney Inter.2006;69(10):1852

Calcificações Calcificações extra-ósseas podem ocorrer na DRC afetando o sistema cardiovascular, articulações, pele e subcutâneo. A fisiopatologia é multifatorial e podem ocorrer nas doenças de alta e de baixa remodelação óssea, sendo mais comuns nas doenças de baixo remodelação. A seguir descreveremos os principais fatores envolvidos na fisiopatologia das calcificações.Aproveitamos para mostrar a evolução das calcificações articulares de um paciente em hemodiálise com resolução completa das calcificações após o tratamento com hemodiálise diária.

Causas de Calcificação Vascular na DRC Remodelação óssea alterada Idade Stress oxidativo Fósforo Hiperhomocisteinemia História familiar de doença cardiovascular Dislipidemia Inflamação Medicações: calcitriol, quelantes de fósforo à base de cálcio Déficit de inibidores da calcificação: fetuína A, MGP(matrix GLA protin) Outras doenças associadas: lupus

Calcificações Articulares em Paciente com DRC em Hemodiálise

Diminuição das calcificações após 6 meses de hemodiálise diária com concentração de cálcio no dialisato de 2,5 mEq/l