Tema 2 – Delimitaçom da disciplina

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Transcrição da apresentação:

Tema 2 – Delimitaçom da disciplina Universidade de Vigo - 2007

O conhecimento científico Doxa: Termo grego (δόξα) que significa “crença comum” ou “opiniom popular”. Dele derivam os termos modernos “ortodóxia” e “heterodóxia”. Episteme (ἐπιστήμη): Significa “conhecimento sistemático”. Epistemologia ou Teoria do Conhecimento: É o ramo da filosofia que estuda a natureza, métodos, limitações e validade do conhecimento. Procede das palavras gregas ἐπιστήμη e λόγος (logos = razom) e é considerada a corregedoria da Ciência.

O conhecimento científico Definiçom de “ciência”: Em sentido amplo refere qualquer conhecimento ou prática sistematizados. Num sentido mais restrito, refere-se a um meio de adquirir conhecimento baseado no método científico, ou bem ao conjunto organizado de conhecimentos obtidos de tal jeito. Método científico: Conjunto de técnicas para pesquisar fenómenos, adquirir novo conhecimento ou corregir e integrar conhecimentos prévios. Baseia-se na reuniom de evidências observáveis, empíricas e mensuráveis sujeitas aos princípio da razom; a recolecçom de dados por meio da observaçom e a experimentaçom, e a formulaçom e verificaçom de hipóteses.

O conhecimento científico A comunicaçom científica: Oral: congressos, conferências, jornadas, simpósios... (geralmente recolhida em actas ou transcrições) Escrita (literatura científica): artigo científico, estudo monográfico, teses, dissertações, recensões... A transmissom por escrito de conhecimentos científicos está formalizada: estrutura..., citações (ISO 690), notas a rodapé, bibliografia ... etc.

O conhecimento científico O epistemólogo Rudolf Carnap propujo fazer a seguinte classificaçom das disciplinas científicas: Ciências formais: não estudam fenómenos empíricos. Empregam a deduçom como método de procura da verdade. P.ex: matemática, lógica. Ciências naturais: Tenhem por objecto de estudo a natureza e empregam o método científico. P.ex: astronomia, biologia, física... Ciências sociais: Ocupam-se da cultura e sociedade humanas. O método de conhecimento e o grau de cientificidade varia para cada disciplina ou inclusive dentro dela: antropologia, economia, sociologia, psicologia..., linguística.

A linguística A linguística como ciência: Trata-se da ciência que tem a língua como objecto de estudo. Nom se trata dumha ciência estritamente unitária, mas dum conjunto de disciplinas que apresentam diversos graus de cientificidade: Possibilidade de observar os fenómenos a estudar: (p.ex: Sintaxe sincrónica vs. Sintaxe diacrónica) Método de estudo: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo... (metodologias introspectivas ou objectivas) Possibilidade de formalizaçom (p.ex. Fonética experimental vs. Semântica)

A linguística Estrutura-se em (sub)disciplinas, umha vez que a linguagem humana constitui umha realidade mui complexa: Necessidade de ter presentes as características dos sistemas linguísticos gerais ou particulares para o delineamento de aparelhos que dependam da actividade linguística: transmissom ou reconhecimento da voz humana, etc... Necessidade de tentar detectar ou solucionar desordens linguísticas que podam apresentar as pessoas. Os fenómenos linguísticos aparecem ligados a factores psicológicos, sociais e culturais. Os fenómenos linguísticos, em si mesmos, também podem ser contemplados de ângulos diferentes e com finalidades diferentes. As línguas estám constituídas pola integraçom, interacçom e sobreposiçom (em jeitos diversos) de planos, níveis e tipos de unidades diferentes

A linguística As disciplinas linguísticas: Nucleares ou internas: ocupam-se do estudo dos fenómenos linguísticos em si mesmos: sons, estruturas, sentido... Constituem a Gramática Nom nucleares ou externas: Pragmática e uso da língua Disciplinas ponte: estudam a língua na sua relaçom com factores como a cultura, instituições, extensom geográfica, etc., ou bem aplicam os conhecimentos linguísticos a outras disciplinas.

Estruturaçom das disciplinas nucleares Polo seu objecto de estudo: Sons: fonética e fonologia Estruturas: morfo-sintaxe morfologia sintaxe Sentido: semântica Pola sua focagem: Sincrônica Diacrônica (p.ex. Fonologia sincrónica vs. Fonologia diacrónica, e, de modo geral, linguística sincrónica vs. linguística diacrónica). A linguística comparada: conhecer a evoluçom dumha língua mediante o contraste entre duas fases da mesma ou um grupo de línguas (hoje considera-se umha especialidade subsidiária dos estudos diacrónicos). Diferencia-se da linguística contrastiva (mediante o contraste entre duas línguas, estudar as diferenças que podam chegar a supor dificuldades para o seu aprendizado.). A linguística contrastiva situa-se fundamentalmente como disciplina auxiliar da linguística aplicada...

Estruturaçom das disciplinas nucleares Polo seu carácter: geral vs. específico. Nom se trata dumha separaçom radical. Linguística geral: focada para todas as línguas. Nela, o debate teórico e metodológico adquire todo o seu sentido. Linguísticas específicas (galega, espanhola, inglesa, francesa..., etc). Os três pontos de vista anteriores interseccionam-se: p.ex: sintaxe diacrónica geral.

Paradigmas linguísticos Paradigma científico: constitui umha realizaçom científica que é reconhecida universalmente durante um determinado período de tempo, fornecendo modelos de problemas e soluções a umha comunidade científica. (Kuhn, 1975) Paradigmas linguísticos: Estruturalismo Generativismo Cognitivismo

A linguística aplicada Um conjunto determinado de subdisciplinas que se diferencia da linguística estrita polo facto de o conhecimento se orientar cara a umha finalidade diferente: proporcionar soluções práticas a problemas concretos de base linguística. (linguística aplicada vs. linguística teórica ~ física aplicada, matemática aplicada...) Inicialmente ficou adscrita à didáctica de línguas. Posteriormente, incorporou novas disciplinas: linguística computacional, planificaçom linguística, etc. Tradicionalmente, era comum incluir a tradutologia também dentro das subdisciplinas da linguística aplicada. Actualmente, a maior parte dos estudiosos considera a tradutologia uma disciplina independente.

A linguística aplicada à traduçom Alguns autores, como é o caso de Isabel García Izquierdo, afirmam que existe um espaço interdisciplinar entre a tradutologia e a linguística aplicada, onde talvez caberia situar a linguística aplicada à traduçom. Compreenderia os elementos de base linguística (procedentes de quaisquer subdisciplinas linguísticas) que som usados no âmbito da tradutologia ou da prática da traduçom. Contudo, é de salientar que a proposta mais aceita de organizaçom da tradutologia (Holmes) já contempla como parte da tradutologia um conjunto de subdisciplinas aplicadas e, particularmente, a que denomina “elementos auxiliares”.