Roberto Goulart Menezes (FUP/UnB) e Erlando da Silva Reses (FE/UnB)

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Projeto de Pesquisa: Participação e Representação Política
Advertisements

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI - Desenvolvido por Laila L. F. Poppe – Bolsista PIBIC/UNIJUI Professor Orientador:
ECONOMIA.
Governos da América Latina e Democracia Participativa: Limites e Possibilidades Prof. Dr. Erlando da Silva Rêses – FE/TEF Prof. Dr.
UNIVERSIDADE DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PLURALISMO, CAPITALISMO CORPORATIVO E O ESTADO PROFESSOR: Dr. DEJALMA CREMONESE ELABORADO POR:
DEMOCRACIA.
DEMOCRACIA E CAPITAL SOCIAL
Dicionário de Política: Bobbio, N
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO SOCIAL.
DEMOCRACIA Elaboração e revisão : Dr. Dejalma Cremonese – Professor do Mestrado em Desenvolvimento e do Departamento de Ciências Sociais da Unijuí – RS.
Cidadania, Confiança e Instituições democráticas
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
DEMOCRACIA, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE
CRONOGRAMA 2011 DATATEXTOSGRUPO 22/03TEORIA POLÍTICA NO BRASIL – INFLUÊNCIAS, IDÉIAS E PRÁTICAS POLÍTICAS AULA EXPOSITIVA - JULIANA 24/03TEORIA DAS ELITES.
CRONOGRAMA 2011 DATATEXTOSGRUPO 16/08TEORIA POLÍTICA NO BRASIL – INFLUÊNCIAS, IDÉIAS E PRÁTICAS POLÍTICAS AULA EXPOSITIVA - JULIANA 13/08TEORIA DAS ELITES.
Multicultural, MULTICULTURALISMO E O DEBATE SOBRE IDENTIDADE
DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS COORDENAÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR/SEED
Aula de revisão – Parte II
O BRASIL NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA AMÉRICA LATINA
REGIMES POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS
BEM-VINDO À DISCIPLINA
Introdução ao conceito de Terceiro Setor
HABERMAS Democracia e a Teoria do Agir Comunicativo
A NOVA ORDEM MUNDIAL E A GLOBALIZAÇÃO
Sílvio Bacalá Júnior - RFB
SOCIALISMO UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
Rumos da América Latina no Século XX
Fundamentos Sócio Antropológicos da Educação
Joseph A. Schumpeter ( ): uma teoria competitiva da democracia
Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX
sociologia no ensino médio: a temática da inclusão social
UNIVERSIDADE DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PARTICIPAÇÃO PROFESSOR: Dr. DEJALMA CREMONESE ELABORADO POR: FABIANO S. HILDEBRANDT 25/03/2008.
As Políticas do Banco Mundial e as Reformas Educacionais
CASTRO, Alba Tereza Barroso de
Gestão escolar: a construção de círculos virtuosos de ação a importância da reflexão ética e política para relações interpessoais no ambiente escolar,
O Brasil redemocratizado A nova cidadania. Contexto Após o regime militar que ocorreu de assistimos a suspensão das garantias democráticas presentes.
“The politics of redistribution in less developed democracies, evidence from Brazil, Ecuador and Venezuela”, Daniela Campello in The Great Gap: The Politics.
Universidade do Vale do Itajaí Curso de Geografia
SOCIALISMO.
7 de Setembro “A verdade vos libertará” (Jo 8,32) A nossa Pátria vive momentos de grande sofrimento. As instituições políticas do País estão.
DEMOCRACIA Tradução literal: “governo do povo”. Ao longo da História, o conceito foi utilizado ideologicamente como “governo do povo, pelo povo e para.
Utilização de redes tecnológicas para aumentar a participação social e a mobilização de voluntários.
Contexto As três últimas décadas do século XX marcadas por mais uma crise cíclica do capitalismo. Recoloca-se em cena o debate sobre globalização. A globalização.
1 Filosofia Grupo ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE GOIÁS COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA  PROF.: JOSÉ LUIZ LEÃO  TURMA  - Djalma.
Sociologia – Ens. Médio Prof.º Renan
3º Módulo Capacitação de educadores da Rede Básica em Educação em Direitos Humanos.
O QUE SERVIÇO SOCIAL QUER DIZER
O Papel Social do Professor
Relações Internacionais Noções básicas Fonte: ELÍBIO JÚNIOR; MATOS, 2006.
PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA 1
Prof. Audálio Ferreira Sobrinho
Democracia, Estado e Estado Democrático de Direito
Política Externa Brasileira
Introdução e contextualização histórica
Christian Looff Sanhueza  Habermas propõe uma Nova Teoria da Modernidade que recupere as promessas do Iluminismo e, ao mesmo tempo, suprima suas patologias.
Introdução e contextualização histórica
Fonte principal: “A Inclusão do Outro” (1999)
REPRESENTAÇÕES DE INTERESSES, FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E HEGEMONIA
Os anos 90: Política e sociedade no Brasil
Escola de Formação Política Miguel Arraes. Curso de Formação, Capacitação e Atualização Política dos Filiados, Militantes e Simpatizantes Módulo I História.
História do Brasil republicano
Profa. Eleonora Schettini M. Cunha / UFMG. Atualidade e relevância do tema  Democracia - altas expectativas quanto aos resultados políticos e sociais.
5. Tema: Escravidão / Independência do Brasil ; Questão ENEC.
As Concepções Pedagógicas.
Universidade Comunitária da Região de Chapecó Curso de Serviço Social Disciplina: Serviço Social de Política Social CONTROLE SOCIAL.
DIRETOR DA ESCOLA PÚBLICA: PAPEL ESSENCIAL NA ARTICULAÇÃODO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA  
Democracia Disciplina: Sociologia Jurídica Professora: Andrea Cristina Martins.
O PT, o Estado e as políticas públicas para a igualdade de gênero Vera lúcia bertoline (65)
Neoliberalismo. Será o caos? Postado em 22 de maio de 2008 por Prof. Rita Alonso.
O poder do Estado Segundo Max Weber, o Estado é a instituição social que dispõe do monopólio do emprego da força legítima (violência) sobre um determinado.
Transcrição da apresentação:

Roberto Goulart Menezes (FUP/UnB) e Erlando da Silva Reses (FE/UnB) Governos da América Latina. Democracia participativa: limites e possibilidades. Roberto Goulart Menezes (FUP/UnB) e Erlando da Silva Reses (FE/UnB)

1. Projeto Nacional Independência. Soberania. Emancipação. Educação e a formação da nação. 2. Autonomia frente aos Estados Unidos Imperialismo. Autodeterminação dos povos. 3. Os novos governos e a integração dos povos. Novo Populismo? Há uma esquerda moderna e outra arcaica? Movimentos Sociais e participação política Pós-neoliberalismo (Estado, políticas sociais e agenda pós-neoliberal). Movimentos de refundação: constituições. Educação, direitos de cidadania e autonomia.

(1) A democracia liberal-pluralista. (2) A democracia deliberativa (em oposição a liberal). (3) O Republicanismo cívico. (4) A democracia participativa. (5) O multiculturalismo.

(1) A democracia liberal-pluralista: conjunto de liberdades individuais. competição eleitoral livre. multiplicidade de grupos de pressão. A política como valor instrumental.

Ponto de partida para a atual concepção liberal de democracia: J Ponto de partida para a atual concepção liberal de democracia: J. Schumpeter (1942). – oposição aos teóricos clássicos da democracia. Democracia: uma maneira de gerar uma minoria governante legítima. A luta competitiva pelos votos do povo. Processo eleitoral: mera agregação de preferências manipuladas, preconceitos e decisões impensadas. “A visão de Schumpeter é profundamente desencantada quanto às possibilidades de que a democracia cumprisse quaisquer de suas promessas fundamentais – governo do povo, igualdade política, participação dos cidadãos na tomada de decisões.” (p. 10). Dahl: relativiza a presunção do desinteresse do eleitorado. A poliarquia: duas dimensões – a inclusividade e a liberalização.

(2) A democracia deliberativa (em oposição a liberal): as obras de Habermas e as de John Raws. ideal: decisões políticas como fruto de uma ampla discussão. Onde todos tenham condições de participar em igualdade. a busca do consenso.

Corrente da democracia deliberativa: principal alternativa teórica à democracia liberal-pluralista. Habermas. ênfase nos mecanismos discursivos da prática política. As preferências são construídas e reconstruídas por meio da interação na esfera pública. ênfase na igualdade de participação. autonomia: produção das normas sociais pelos próprios integrantes da sociedade. guia do projeto democrático. Três regras: 1. ausência de repressão; 2. regra da igualdade; 3. busca do consenso. As críticas a esta concepção.

(3) O Republicanismo cívico: Parcialmente inspirada em Arendt. Revalorização da ação na polis e do sentimento de comunidade. Comunitarismo versus individualismo liberal.

Eles entendem a liberdade como ‘ausência de dominação’; portanto, ela exige a participação ativa na vida pública. O interesse gerais da comunidade acima dos interesses privados de cada um de seus integrantes. a corrente comunitarista: M. Walzer. O sentimento de pertencimento a uma comunidade. Crítica a John Rawls. “Nem toda a concepção republicana adota necessariamente uma posição comunitarista.” (p. 24).

(4) A democracia participativa. Destaca a necessidade de ampliação dos espaços de decisão coletiva na vida cotidiana. A cidadania ativa. Os conselhos de base. O orçamento participativo. A democracia semi-direta (plebiscito, referendo). Mecanismos previstos na Constituição brasileira.

busca incrementar a participação popular na política. Debate sobre a democracia radical; democracia semi-direta. A ampliação do controle sobre os representantes: quem vigia os vigilantes? O problema entre o capitalismo e a democracia. Os conselhos. O poder de agenda

(5) O multiculturalismo: a política da diferença. os grupos como sujeitos de direitos e não apenas os indivíduos. em busca de uma teoria da justiça.

A construção da identidade da América Latina: 1500-1930 – Período que corresponde aos processos de colonização e se estende até os processos de libertação no século IXX. Esse período não representa, contudo, qualquer rompimento com os modelos colonialistas e aristocráticos. Ressaltou, igualmente, a intervenção imperialista dos EUA nos processos de libertação. 1930-1980 – Esse período corresponde à construção dos projetos nacionais representados, como no caso do Brasil, pela superação do modelo agroexportador e pela emergência dos processos de industrialização e urbanização. Pós-1980.

Dois aspectos correlacionados são recorrentes do período de 1930-1980 que corresponde à construção dos projetos nacionais: Os processos de industrialização e modernização destas nações são arbitrados pelas elites políticas e econômicas. Esses processos de industrialização e modernização são fortemente marcados pela concentração de renda e acirramento das assimetrias de classe.

Final dos anos 80 – Início da década de 1990: mundo vive a intensificação dos processos de reconfiguração das relações de poder e da geopolítica mundial. Brasil: nesse contexto o país vive o processo de redemocratização e abertura política, bem como a transição entre a efervescência e o arrefecimento dos Movimentos Sociais. Tal conjuntura guarda intima relação com os processos de reestruturação produtiva e consolidação do Estado Neoliberal. Década de 1990 – Século XXI: emergência de governos progressistas com forte traço nacionalista. Grosso modo esses governos guardam algumas características comuns:

1. A despeito do teor progressista que eles representam as profundas desigualdades que marcam os países da Latino-América permaneceram. 2. Não obstante representem uma crítica e uma alternativa ao neoliberalismo não conseguem romper com ele. 3. Recuperam o papel do Estado. 4. Representam a busca pela autonomia dos povos. Algumas dessas experiências, conduto, um traço a mais de singularidade: é o caso dos países que vivem processos de re-fundação da nação. Casos da Bolívia e da Venezuela. 5. Brasil: BNDES.

Posição País Valor do IDH 2010 Desenvolvimento humano muito alto 1 Noruega 0.938 2 Austrália 0.937 3 Nova Zelândia 0.907 4 Estados Unidos 0.902 5 Irlanda 0.895 6 Liechtenstein 0.891 7 Holanda 0.890 8 Canadá 0.888 9 Suécia 0.885 10 Alemanha 42 Barbados 0.788 Desenvolvimento humano alto 43 Bahamas 0.784 45 Chile 0.783 46 Argentina 0.775 54 Panamá 0.755 56 México 0.750 59 Trinidad e Tobago 0.736 63 Peru 0.723 73 Brasil 0.699 75 Venezuela 0.696 76 Armênia 0.695 77 Equador 79 Colômbia 0.689 80 Jamaica 0.688 89 China 0.663 90 El Salvador 0.659 94 Suriname 0.646 95 Bolívia 0.643 96 Paraguai 0.640 106 Honduras 0.604 115 Nicarágua 0.565 116 Guatemala 0.560 145 Haiti 0.404

http://hdr.undp.org/es/datos/explorador/

Vídeos: A privatização da água na Bolívia. In: A Corporação. Direção: Jennifer Abbott e Mark Achbar, Canadá, 2004. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY Trecho sugerido: intervalo entre 1h41’50” e 1h44’. A Guerra contra a democracia. Direção: Christopher Martin e John Pilger, Reino Unido/ Austrália, 2007. Duração: 96’. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=CzdSiTEn27I Crise é o nosso negócio. Direção: Rachel Boynton, Estados Unidos/ Bolívia, 2005. Duração: 87’. David Harvey. Entrevista ao programa Milênio (Globonews). Duração 22’. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=cjoyEiDy0mM Mapas CECENÃ, Ana Ester (Coord.). Mapa interativo geopolítico mundial. Disponível em: http://www.geopolitica.ws/home.php (Observatório geopolítico latinoamericano). Bibliografia: AYERBE, Luis Fernando (org.). Novas lideranças políticas e alternativas de governo na América do Sul. São Paulo: Unesp, 2008. AYERBE, Luis Fernando. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. São Paulo: Unesp, 2002. Disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/up000016.pdf SADER, Emir (Org.). Latinoamericana. São Paulo: Boitempo, 2006. DOMINGUES, José Mauricio; MANEIRO (Orgs.). América Latina hoje. Conceitos e interpretações. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. SILVEIRA, Maria Laura (Org.). Continente em chamas. Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. FIORI, José Luis ET alii. (org.) O Mito do colapso do poder americano. Rio de Janeiro: Record, 2008. CECEÑA, Ana Esther. (org.) Hegemonias e emancipações no século XXI. São Paulo: CLACSO, 2005. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/grupos/cece2PT/cecena2.html