Acne Fulminans e Isotretinoína

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
PELLING QUÍMICO NO TRATAMENTO DE CICATRIZES DE ACNE
Advertisements

Síndrome Nefrótico Síndrome NEFRÍTICO
Tumores cutâneos.
2° Congresso Internacional de Estética Aplicada
Alessandro Borges Alla
Artrite reumatóide É uma doença auto-imune sistémica, caracterizada pela inflamação das articulações (artrite), e que pode levar a incapacitação funcional.
Paralisia de Bell Carlos Augusto Mauro Luís Gustavo da Silva Batalini.
Encefalomielite Disseminada Aguda
Uso Racional de Antimicrobianos
MENINGOCELE E FÍSTULA LIQUÓRICA ASSOCIADA À MENINGITE BACTERIANA POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO A Alexandre Ely Campéas; Alexandre Suzuki Horie; Caline.
Paula Roberta Ferreira F2 setor retina ISCMSP
Doenças sexualmente transmissíveis
Natália Silva Bastos Ribas R1 pediatria/HRAS
Princípios básicos em Epidemiologia
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO(LES)
Pneumonia em institucionalizados
Acroceratoelastoidose de ocorrência familial
SAÚDE DA MULHER Tais Braga Rodrigues
D O E N Ç A S D A P E L E.
ACNE Disciplina de Dermatologia – FAMERP
Cardiopatia Reumática / Febre Reumática
Febre Reumática Profa. Aline Piccinini.
Penfigoide gestacional: Relato de caso
Sinovite, acne, pustulose, hiperostose e osteíte:
DOENÇAS INFECCIOSAS DO CORAÇÃO
Glomerulonefrite Anti-MBG
Foliculite Dissecante do Couro Cabeludo
III Curso de Dermatologia na Atenção Primária à Saúde
Nevos de Spitz Agminados sobre Mancha Melânica
Daniel Trabulo, Ana L. Alves, Cristina Lobato, Fátima Augusto, Ana P
Desenvolvimento de carcinoma epidermóide em sequela de Hanseniase
Osteoartropatia Hipertrófica Primária: manifestações cutâneas de uma síndrome rara e diagnóstico diferencial Mayara Bravo Borges Pablo Cirino Stella Ramos.
Psoríase e Doença de Crohn
Paquidermoperiostose primária: relato de um caso
Mansur ACP ¹, Francisco RP¹, Gallelo AC ¹ Urzedo APS², Bedin V 3 (1) Pós-graduando do BWS - Pele Saudável (2) Professor do BWS –Pele Saudável (3) Professor.
Dr. Fabrício Prado Monteiro Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
LÚPUS DISCÓIDE HIPERTRÓFICO: relato de três casos
Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de ARTIGO DE MONOGRAFIA.
Manifestações cutâneas na doença mista do colágeno
Acne Stephano Nunes Lucio, n. 62.
Bases da Terapia Nutricional
Tinea Capitis nas crianças do Hospital de Clínicas de Curitiba - Paraná, Brasil: análise de 98 casos. Mariana Nunes Viza Araújo – Pesquisa Voluntária.
Neutropenia Febril em Oncologia Pediátrica
ACNE “A acne é uma doença inflamatória, caracterizada por constrangimento,vergonha, culpa, ansiedade, depressão, frustração, raiva e pústulas”. (J. Ellis)
Artrite Psoriásica.
Tuberculose.
Leptospirose Definição: Bactéria do gênero Leptospira.
ACNE.
Fernanda Ferreira Caldas
FEBRE REUMÁTICA 30% cirurgias cardíacas em adultos
Leucemias Agudas Profa. Marilza Campos de Magalhães
Dermatite de contato Reações inflamatórias agudas ou crônicas às substâncias que entram em contato com a pele. Pode ser não-alérgica (causada por irritante.
Úlcera de Martorell: Relato de caso
Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba Curso: Medicina Módulo de Atenção a Criança e ao Adolescente Caso Clínico 1 Acadêmicos: Alice Xavier Bezerra Aline.
IMUNIZAÇÃO Juliane Berenguer de Souza Peixoto.
1 Médica Residente em Clínica Médica do Hospital Regional de Cacoal. 2 Médica dermatologista e Preceptora do Programa de Residência em Clínica Médica do.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE BUCAL: FUNDAMENTAÇÃO/ INTRODUÇÃO
Componentes dos Transtornos Mentais
TÍTULO DO TRABALHO¹ INTRODUÇÃO Resultados e discussão, resultados e discussão, resultados e discussão, resultados e discussão, resultados e discussão,
Enio R. M. Barreto Paulo Machado
Infecções Bacterianas da Pele
Granuloma de Majocchi CONCLUSÃO
Transcrição da apresentação:

Acne Fulminans e Isotretinoína Pinheiro PB1, Mendonça GAV1, Moreira JS1, Castro PTV1,Gouveia MF¹ , Gregorini HNV¹, Bedin V2 (1)Pós-graduando do BWS - Pele Saudável (2) Professor Doutor – Diretor do BWS- Pele Saudável INTRODUÇÃO: Acne fulminans é uma manifestação rara, que pode ocorrer durante a evolução da acne vulgar, principalmente, em adolescentes masculinos. Uso de isotretinoína, testosterona, e reações imunológicas exacerbadas no organismo são desencadeantes relacionados. Sinais, sintomas e alterações laboratoriais como: febre, hepatomegalia, poliartralgia, leucocitose, plaquetose, aumento de provas inflamatórias e transaminases, são característicos. A cintilografia óssea pode detectar lesões líticas em vários sítios do esqueleto. O tratamento é realizado com prednisolona, isotretinoína e antibióticos se infecções secundárias. CONCLUSÃO: Após 8 meses de tratamento com isotretinoína oral o paciente evoluiu com melhora importante das lesões de acne. Hoje apresenta acne grau I para II, associada a cicatrizes icepick na face e fibróticas, atróficas e/ou hipertróficas, algumas sobrepostas por lesões crostosas, em tórax anterior e posterior (Figuras 1 a 6). Está programada a correção das mesmas após se completar 6 meses do término do tratamento com a isotretinoína. Embora o prognóstico seja satisfatório após o tratamento, as lesões cutâneas regridem deixando muitas cicatrizes e milia. Por ser uma doença de início e evolução rápidos, se torna importante o diagnóstico e tratamento precoces. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 17 anos, 59 Kg, há 3 anos com lesões nodulares em face, compatíveis com acne grau III, sem resposta a tratamentos tópicos e sistêmicos prévios. A terapêutica de escolha em nosso serviço foi isotretinoína oral 40 mg/dia associada a azitromicina 500 mg, 3 vezes por semana, por 8 semanas. No segundo mês a isotretinoína foi suspensa devido ao aumento da fosfatase alcalina para 1.422 e reintroduzida no terceiro mês na dose de 20 mg/dia. O paciente evoluiu no quarto mês com leucocitose, febre, mialgia e nódulos inflamatórios e dolorosos em face, tórax anterior e posterior, que drenavam secreção pio-sanguinolenta, mais exulcerações recobertas por crostas hemorrágicas. Portanto, sinais e sintomas compatíveis com acne fulminans (Acne grau V). Frente ao quadro clínico atual optou-se por suspender a isotretinoína e introduzir prednisona 60 mg/dia e azitromicina 500 mg, 3 vezes por semana, ambos por 12 semanas. Após a melhora foi possível concluir o tratamento com isotretinoína oral. Figura 2: Cicatrizes em tórax posterior. Figura 1: Cicatrizes e crostas em face e tórax anterior. Figura 4: Cicatrizes e crostas em tórax anterior. Figura 3: Cicatrizes e crostas em tórax anterior. DISCUSSÃO: A etiologia da acne fulminans ainda é desconhecida. Acredita-se que fatores genéticos, imunológicos e infecciosos estejam envolvidos. O uso da isotretinoína pode precipitar este quadro, devido a possível indução da fragilidade do epitélio do ducto pilossebáceo, que permite assim um grande contato dos antígenos do Propionibacterium acnes com o sistema imune. Os diagnósticos diferenciais são acne conglobata e rosácea fulminans. Há descrições de casos relacionados à doençade Crohn e após infecção por sarampo. O pilar do tratamento é a corticoterapia sistêmica (prednisolona 0,5-1 mg/kg/dia de 2 a 4 meses), associado ou não, à isotretinoína, dapsona ou infliximabe. Antibiótico oral é pouco eficaz. E internação hospitalar pode ser necessária. Figura 5: Cicatrizes icepick na face. Figura 6: Cicatrizes icepick na face. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Sampaio SAP, Rivitti EA, Dermatologia, 3ª ed. Artes Médicas, 2008; 29:383-394. 2. Pereira MF, Roncada EM , Oliveira CM, Monteiro R, Abreu MAMM, Ortigosa LC. Acne fulminans e isotretinoína - Relato de caso. An Bras Dermatol. 2011;86(5):883-995 3. Lages RB, Bona SH, Silva FVM, Gomes AKL, Campelo V. Acne fulminas tratada com prednisona associada à dapsona. An Bras Dermatol . 2012;87(4):612-4.