Marcus H Jones, MD PhD Pneumologia Pediátrica PUCRS

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Definição de asma - GINA 2008
Advertisements

Prevalência de Asma diagnosticada por médico em Escolares brasileiros (6-7 e anos) - Estudo ISAAC BRASIL, 1996 % Itabira.
Diagnosis and treatment of asthma in childhood:
Rastreamento Pré-Eclâmpsia US - Primeiro Trimestre
Asma na infância Dr. Amilcare Angelo Vecchi Pneumologista Infantil
SPTDT REUNIÃO CLÍNICA ABRIL
IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma
Mitos e verdades no tratamento da asma na infância
“Asma na adolescência”
ASMA ________________________________________________ BIBLIOGRAFIA
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DIRETORIA GERAL DE SAÚDE.
ANAMNESE DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Estudos Omalizumabe.
Asma em paciente de 73-anos
Infecções virais e padrões fenotípicos da asma
CASO CLÍNICO ASMA.
NOVAS DIRETRIZES PARA O MANEJO DA ASMA O QUE HÁ EM COMUM ?
IMPACTO DO MANEJO DA RINITE NA OBTENÇÃO DO CONTROLE DA ASMA
Medidas para melhorar a adesão ao tratamento da asma
Estratégias para Reduzir o Risco Futuro das Exacerbações Asmáticas
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA HOSPITAL REGIONAL DA CEILÂNDIA
Emergências Respiratórias ASMA
Indicações e Desdobramentos
Fenótipos em asma Onde estamos? Para onde vamos?
Protocolo de Manejo da Exacerbação da Asma
FCM da Santa Casa de São Paulo
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Asma e Rinite Interfaces de uma mesma doença
Programa de Educação Permanente para Médicos de Saúde da Família.
TRATAMENTO BASEADO NO ESTADO DE CONTROLE: CRITÉRIOS PARA INÍCIO, MANUTENÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE Marina Andrade Lima Coordenadora.
Asma Criança e Adulto Dra. Jussara Fiterman. Objetivos da apresentação 1.Abordagem dos fenótipos da asma 2.Exposição dos recentes dados dos maiores estudos.
Alberto Cukier Divisão de Pneumologia InCor/Hospital das Clínicas
Pneumonias de Repetição
Sim – José Ângelo Rizzo (PE) Não – Rafael Stelmach (SP)
Terapêutica intermitente da asma: Futuro ou factóide? 10: :20
Dr. Fabrício Prado Monteiro Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NA INFÂNCIA
O que há de novo no tratamento Marcus B. Conde Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Medicina de Petrópolis Encontro.
Asma de Difícil Controle na Criança
Contribuição da inflamação na lesão pulmonar e desenvolvimento
PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NA INFÂNCIA
ASMA E TABAGISMO João Paulo Becker Lotufo
Internato Pediatria – Julianna Passos Preceptoria – Dra Carmen
Análise crítica da terapia anti-IgE
Infecções virais respiratórias associadas à assistência à saúde em pediatria Felipe T de M Freitas NCIH /HMIB Brasília, 12/6/2012.
Katia Emi Nakaema 21 de maio de 2009
Managing patients with cronic severe asthma: rise to the challenge Ricardo Polosa, Giuseppe Trifoglio Benfatto Aug, 2008 Gabriel Doretto R2 CMG Sabrina.
Análise Crítica do Conceito de Controle da Asma Congresso Brasileiro de Pneumologia Prof Carlos Cezar Fritscher Hospital São Lucas da PUCRS.
SUB-NUTRIÇÃO FETAL - FENÓTIPO ECONÔMICO
Trabalho realizado no Hospital de Messejana, Fortaleza (CE) Brasil.
Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal Hospital Regional da Asa Sul ATENDIMENTO DO PACIENTE COM SIBILÂNCIA NA EMERGÊNCIA DO HOSPITAL REGIONAL.
Sandro Schreiber de Oliveira
Ambulatório de Pneumologia Hospital Júlia Kubitschek-BH
Síndrome do bebê chiador
Asma na infância e adolescência
Aconselhamento em Cardiopatias Congênitas
Asma na Infância Adriana Paiva de Mesquita Pneumologia Pediátrica
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico em adolescentes escolares do Município de São José - SC. Aplicação da primeira fase do protocolo.
Carmen Maria Würtz UninCor – 2010
Subtema: Asma e vias áreas superiores
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS Pediátrica
FATORES PREDITIVOS DA ASMA NO ADULTO Marina Andrade Lima Coordenadora da unidade de pesquisas clínicas em Pneumologia – IDT/HUCFF-UFRJ Coordenadora da.
Efeitos Sistêmicos dos Corticóides Inalatórios
PECADOS NO MANEJO DA EXACERBAÇÃO AGUDA DE ASMA BRÔNQUICA
Mário Sérgio Nunes Médico pneumologista
Hipersensibilidade Tipo I
Bronquiolite viral aguda APRESENTAÇÃO: BRUNA CAIXETA COORDENAÇÃO: DRA CARMEN MARTINS INTERNATO EM PEDIATRIA – 6ª SÉRIE-FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE.
ASMA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA INTERNA: Cinthia de Arruda Vieira ORIENTADORA: Dra. Carmem Lívia Martins Brasília, 12 de.
Asma por cobalto em metalúrgicos fábrica de válvulas de motor de automóvel.
Transcrição da apresentação:

Marcus H Jones, MD PhD Pneumologia Pediátrica PUCRS SIBILÂNCIA EM LACTENTES E PRÉ-ESCOLARES: QUAIS OS FENÓTIPOS E COMO TRATAR? Marcus H Jones, MD PhD Pneumologia Pediátrica PUCRS

PREVALÊNCIA DA ASMA - ISAAC Indonésia 32 Rússia 28 8° lugar China 21 Argentina Brasil Nova Zelândia Grã Bretanha 10 5 4 2 Lancet 1998;351:1225

Projeto ISAAC / Brasil – FASE I 5 10 15 20 25 30 35 40 Sibilos nos últimos 12 meses Diagnóstico médico de asma Belém Recife Salvador Brasília Itabira Uberlândia Duque Caxias Seropédica Rib. Preto São Paulo Curitiba P. Alegre Faixa Etária 13 - 14 anos Camelo-Nunes et al - J Ped 2003; 79: 472

Sibilância do lactente Bronquiolite aguda x LS Primeiro episódio Lactente sibilante Sibilância recorrente 4

Sibilância do lactente Causas Principais: Infecções virais Via Aérea “pequena” Tônus broncomotor Atopia Fumo passivo Outras: Síndrome aspirativa Traqueobroncomalacia Fibrose cística DPC da prematuridade Bronquiolite obliterante Aspiração de corpo estranho Compressões extrínsecas Malformações congênitas Cardiopatias congênitas Imunodeficiências Discinesia ciliar Tuberculose 5

Sibilância do lactente Sinais de alerta Sibilância persistente Início precoce dos sintomas Hx de bronquiolite grave Hx de prematuridade Hx de vômitos Infecções em outros locais Má absorção intestinal Deformidade torácica Baixo peso Hipocratismo digital

Sibilância do lactente Abordagem diagnóstica Rx de tórax REED HMG, imunoglobulinas, anti-HIV Eletrólitos no suor TC de tórax Fibrobroncoscopia pHmetria esofágica Mantoux Função pulmonar

Abordagem diagnóstica TC de tórax HSL - PUCRS

Abordagem diagnóstica Broncoscopia flexível HSL - PUCRS Holinger et al., 1997

Abordagem diagnóstica Função pulmonar em lactente Normal Lactente Sibilante Fibrose Cística IPB - PUCRS, 2002

Fenótipos de Asma “Peak flow variability, methacholine responsiveness and atopy as markers for detecting different wheezing phenotypes in childhood” Variabilidade do Peak flow, Metacolina, IgE e teste cutâneo em 600 crianças Stein R et al. Thorax 1997

SIBILANTES TRANSITÓRIOS Sibilância associada a viroses e fumo materno Função pulmonar diminuída desde nascimento Não associada a labilidade de tônus brônquico Maioria não é atópica 70% das crianças sibilando nos primeiros anos de vida estão assintomáticas depois dos 5 anos: BOM PROGNÓSTICO!

SIBILANTE PERSISTENTE NÃO-ATÓPICO Prevalência não bem determinada; mais freqüente em populações pobres ? Não associada a hiperreatividade Persiste até ~12 anos de idade Sibilância associada a infecções virais Labilidade brônquica exagerada? Genética (mecanismos de controle do tônus brônquico?) Ambiental (impacto da infecçcão?)

SIBILANTES PERSISTENTES ATÓPICOS Maioria: sintomáticos leves Geneticamente predispostos a atopia níveis elevados de IgE sérico desde cedo na vida Inflamação persistente: Função pulmonar e remodelamento brônquico Variabilidade do peak flow + hiperreatividade + atopia

Fenótipos de Sibilância na Infância Atópico Não atópico Idade (anos) Stein R et al. Thorax 1997 15

Sibilância do lactente Diferentes fenótipos Coorte de Tucson (Martinez et al., 1995) Sibilância transitória precoce: 20% dos casos Sibilância persistente: 14% dos casos Sibilância de início tardio: 15% dos casos (início dos sintomas após os 3 anos de idade) Ausência de sibilância: 51% dos casos

SIBILÂNCIA E FATORES DE RISCO Vírus/VSR Atopia Contribuição à Sibilância idade

IMPORTANTE! Crises de Asma Atópica e Não-Atópica são geralmente desencadeadas por Vírus

Índice Preditivo: Sibilância Persistente/Asma Critérios Maiores Critérios Menores Pais com asma Dermatite atópica Sensibilização a aeroalergenos Rinite alérgica Sibilância sem resfriado Eosinofilia > 4% CRITÉRIO: Sibilos + 1 maior, ou + 2 menores Castro-Rodrigues JA et al. AJRCCM 2000

Sibilância associada a vírus Clin Exp Allergy 1997;27:1027-35 (Belfast, UK) Asma de origem atópica Sibilância associada a vírus 20

Amostra pacientes ambulatoriais - PUCRS Estudo no ambulatório de asma HSL PUCRS 96 crianças 5-17 anos Asma persistente 93% atópicos 8% com função pulmonar reduzida

Estudo sibilância Uruguaiana Estude de base populacional 1011 crianças de 9 a 13 anos Sibilância nos últimos 12 meses: 27% 79% não-atópicos Sibilância associada a asma materna , bronquiolite antes dos 2 anos de idade, parasitose (alta carga de áscaris) Eur Respir J 2007; 29: 1154–1160

Asma - Tratamento GINA - Global Initiative for Asthma Dezembro 2008 update http://www.ginasthma.com/ National Heart Lung and Blood Institute Expert Panel Report 3 (EPR3): Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma

Método administração Preferencial: Inalatório 0-4 anos  Spray + espaçador + máscara 4-6 anos  Spray + espaçador + bocal 6 em diante  Spray + espaçador ou inalador pó seco

Tratamento preventivo Corticóide inalatório é benéfico em crianças de risco (com índice positivo) com redução de exacerbações e aumento de dias livres de sintomas Entretanto, não impede a progressão da doença

Indicação profilaxia 0-4 anos 4 ou mais crises no último ano E índice positivo Am J Respir Crit Care Med Vol 162. pp 1403–1406, 2000

Indicação profilaxia 0-4 anos Profilaxia também deve ser considerada em lactentes que requerem tratamento sintomático por 2 dias por semana por mais de 4 semanas Deve também ser considerada em lactente que requer um segundo tratamento com corticóide oral em menos de 6 meses Em períodos de risco (inverno+creche)

Lactentes (0 a 4 anos) Em crianças de 0-4 anos o tratamento inicial deve ser com corticóide inalatório em dose baixa. Se o controle não for obtido o próximo passo é aumentar para uma dose média de corticóide.

Corticóide inalatório Asma persistente moderada e grave afetam o crescimento Não foram detectados efeitos a longo prazo no crescimento até 200mcg /dia O atraso no crescimento é dose dependente 4 a 10 anos são mais suscetíveis Asmáticos tratados com corticóide atingem altura adulta normal

Lactente sibilante