Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos

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Transcrição da apresentação:

Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos Diagnóstico de obesidade e determinação do tipo de distribuição de gordura em idosos de Florianópolis, SC. Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos fguedes@floripa.com.br

Equipe da pesquisa Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos – NTR/CCS/UFSC Braian Alves Cordeiro –Pós Graduação em Nutrição Cassiano Ricardo Rech – Pós Graduação em Educação Física Édio Luiz Petroski – CDS/UFSC Ileana Arminda Mourão Kazapi- NTR/CCS/UFSC Lúcia Andréia Zanete Ramos Zeni - NTR/CCS/UFSC Cristine Garcia Gabriel – Graduação em Nutrição UFSC Daniela Felício - Graduação em Nutrição UFSC Geovana Floriano Pereira– Graduação em Nutrição UFSC Melina Valério dos Santos– Graduação em Nutrição UFSC

Metodologia Aplicada Estudo transversal Amostra: 60 homens e 120 mulheres, com idade entre 60 e 81 anos, selecionados de forma aleatória sistemática, a partir de lista nominal dos sujeitos pertencentes a quatro Grupos de Terceira Idade de Florianópolis-SC

Permanecer em pé e movimentar-se Lúcidos (Questionário) Exclusão Inclusão  60 anos Saudáveis Permanecer em pé e movimentar-se Lúcidos (Questionário) Exclusão Doença incapacitante Amputação Marcapasso ou metal Cardíacos graves Pacientes renais (retenção hídrica) Termo de consentimento livre e esclarecido

Análise dos dados Programa SPSS versão 11.5 Teste “t” de Student para amostra independentes Cálculo de sensibilidade e especificidade do IMC (OMS e Nutrition Screening Initiative) Curva ROC (Receiver Operating Characteristic) Concordância dos diagnósticos: teste Kappa de Friedman Nível de significância de p<0,05

Resultados e Comentários

Tabela 1 – Distribuição dos idosos investigados segundo Média, Desvio Padrão e Amplitude para as variáveis idade, peso, estatura e IMC de acordo com o sexo, Florianópolis, 2006. Variáveis Homens (n=60) Mulheres (n=120) Média (DP) Min.- Máx. Idade (anos) 69,1 (5,6)* 60-81 67,2 (5,1) 60-80 Peso (kg) 74,2 (10,6) * 57,2 -103 65,6 (11,1) 39,8-107 Estatura (cm) 167,2 (7,4) * 152-185 154,5 (5,7) 141-172 IMC (kg/m2) 26,5 (2,7) * 20,8-33,7 27,4 (3,9) 18,4-39,3 * Diferenças estatísticas entre os sexos, teste “t” para amostras independentes ( p < 0,05).

Tabela 2 – Distribuição dos idosos investigados segundo Média, Desvio Padrão e Amplitude para as variáveis % GC DEXA, Massa Gorda DEXA, Massa Livre de Gordura DEXA e % de Água Corporal BIA de acordo com o sexo, Florianópolis, 2006. Variáveis Homens (n=60) Mulheres (n=120) Média (DP) Min.- Máx. % GC DEXA 23,1 (5,8) * 6,0-36,3 37,3 (6,9) 15,6-51,4 MG DEXA (kg) 17,6 (6,1) * 3,9-36,5 25,3 (8,1) 6,35-55,2 MLG DEXA (kg) 54,9 (6,8) * 42,5 70,6 38,9 (4,5) 26,1 52,5 Água Corporal (%) 75,1 (1,2) * 72,5-77,7 72,4 (2,9) 52,5-78,1 * Diferenças estatísticas entre os sexos, teste “t” para amostras independentes ( p < 0,05).

Tabela 3 - Prevalência de obesos e não obesos nos idosos investigados, de acordo com o %GC e diferentes pontos de corte para o IMC, segundo sexo. Classificação Não Obeso % Obeso % Homens (n=60) %GCDEXA* 67,8 32,2 IMC27kg/m² 57,6 42,4 IMC30Kg/m² 88,1 11,9 Mulheres (n=120) %GDEXA* 4,2 95,8 IMC27Kg/m² 46,2 53,8 72,3 27,7 Pontos de corte propostos por Lohman (1992) de 25% para homens e 32% para mulheres como diagnóstico de obesidade.

Tabela 4 - Sensibilidade e Especificidade dos pontos de corte do IMC em relação à medida de gordura corporal (DEXA*) em idosos de ambos os sexos. Sensibilidade (%) Especificidade (%) Falso-positivos Falso-negativos Homens (n=60) IMC 25 kg/m2 94,7 40 24 1 IMC 27 kg/m2 73,7 72,5 11 5 IMC 30 kg/m2 31,6 97,5 13 Mulheres (n=120) 76,3 100 27 56,1 50 28,9 81 *Pontos de corte de 25% para homens e 32% para mulheres como padrão-ouro no diagnóstico de obesidade.

Análise da Curva ROC Homens: IMC = 27,5 kg/m² (73,7% sensibilidade e 82,5% de especificidade) Mulheres: IMC = 23 kg/m² (87,7% sensibilidade e 100% de especificidade)

Impactos do Projeto A pesquisa contribuiu para a realização de diagnósticos nutricionais de 180 idosos de Florianópolis, propiciando conhecimentos originais sobre este grupo etário no Município. Possibilitou a formação de recursos humanos nos níveis de graduação (Curso de Graduação em Nutrição da UFSC) e de pós-graduação (Mestrandos dos Programas de Pós-Graduação em Nutrição e de Educação Física da UFSC).

Aplicabilidade para o SUS O Ministério da Saúde (MS), dentro das ações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), preconiza o uso do IMC para monitoramento de distintos grupos etários: crianças, adolescentes, gestantes, adultos e idosos. Os pontos de cortes preconizados pelo MS para a população idosa são baseados nos valores recomendados por Lipschitz (1994). Os resultados da presente pesquisa, embora parecidos com os recomendados pelo MS, atestam que é preciso cautela na utilização deste critério diagnóstico da obesidade para a população idosa.

Agradecimentos Aos idosos que participaram desta investigação. À Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e ao Centro de Diagnóstico por Imagens (SONITEC®) pelo apoio financeiro e material. Às professoras Maria de Fátima Nunes Marucci e Tânia Bertoldo Benedetti pelas relevantes críticas e contribuições.