Transtornos de Adaptação Haroldo Bianchi Duarte Medicina UP – 6º ano

Introdução Reações mal-adaptativas de curto prazo Estressor psicossocial Espera-se que o transtorno remita tão logo o estressor cesse Se persistir o transtorno, que um novo nível de adaptação seja alcançado

Introdução Os sintomas devem surgir até 3 meses depois de um evento estressor Geralmente eventos cotidianos A perturbação não preenche critérios para outros transtornos mentais ou luto

Prevalência 2-8% da população em geral Mulheres 2:1 homens Solteiras: maior risco Diagnosticados com maior freqüência na adolescência Um dos diagnósticos psiquiátricos mais comuns em hospitalizados por problemas médicos e cirúrgicos

Estressores mais comuns em adolescentes Problemas escolares Rejeição Divórcio parental Abuso de substâncias Estressores mais comuns em adultos Problemas conjugais Divórcio Mudança para novo ambiente Problemas financeiros

Etiologia Precipitado por um ou mais estressores Sua gravidade nem sempre prediz a gravidade do transtorno Prespostas ao estressor variam de acordo com Grau Quantidade Duração Irreversibilidade Ambiente Contexto pessoal Normas e valores culturais Organização da personalidade

Etiologia Os estressores únicos/múltiplos Podem ser recorrentes Podem afetar todo o sistema familiar Podem afetar um grupo específico de pessoas

Etiologia Fatores genéticos/familiares Fatores psicodinâmicos Predisposição a estressores Predisposição a transtornos de adaptação Fatores psicodinâmicos

Diagnóstico e quadro clínico Sintomas nem sempre começam logo depois do evento estressor Até 3 meses de intervalo Sintomas nem sempre desaparecem após a cessação do estressor Possibilidade de cronificação Qualquer idade

Diagnóstico e quadro clínico Sintomatologia altamente variável Sintomas físicos mais comuns em crianças e idosos Manifestações incluem: Comportamento agressivo Direção imprudente Beber em excesso Não-cumprimento de responsabilidades legais Retraimento Sinais vegetativos Insônia Comportamento suicida

Apresentações clínicas Transtorno da adaptação com humor depressivo Humor depressivo, choro, desvalia Distinguir do transtorno depressivo maior Transtorno da adaptação com ansiedade Palpitação, inquietação, agitação Distinguir dos transtornos de ansiedade Transtorno da adaptação com misto de ansiedade e depressão

Apresentações clínicas Transtorno da adaptação com perturbação da conduta E.g. vadiagem, vandalismo, direção imprudente, brigas Diferenciar do transtorno de personalidade anti-social e do transtorno de conduta Transtorno da adaptação com perturbação mista das emoções e da conduta Diagnóstico desencorajado por fins de clareza Transtorno da adaptação inespecificado E.g. firme negação Retraimento social sem humor deprimido ou ansioso Falta de adesão ao tratamento

Diagnóstico diferencial Luto Transtorno depressivo maior Transtorno psicótico breve Transtorno de ansiedade generalizada Transtorno de somatização Transtornos relacionados a substâncias Transtorno de conduta TEPT Transtorno de stress agudo Problemas acadêmicos, ocupacionais ou de identidade

Diagnóstico diferencial TEPT e transtorno de stress agudo Estressores graves (e.g. agressão, estupro, guerra, catástrofes naturais) Transtorno mais duradouro

Curso e prognóstico Prognóstico favorável com tratamento Maioria dos pacientes retorna ao funcionamento normal em 3 meses Alguns (esp. adolescentes) podem vir a desenvolver, futuramente, transtornos do humor ou relacionados a substâncias Adolescentes levam mais tempo que adultos para se recuperar

Tratamento Psicoterapia Farmacoterapia Tratamento de escolha Individual/grupo/familiar Atentar para ganhos secundários Intervenções de crise Farmacoterapia Não há estudos que tenham avaliado a eficácia de intervenções farmacológicas Coadjuvante à psicoterapia Medicação específica para os sintomas, por tempo breve Ansiolíticos, antidepressivos, psicoestimulantes, antipsicóticos

Referências bibliográficas Sadock, B. J.; Sadock, V. A. KAPLAN & SADOCK – COMPÊNDIO DE PSIQUIATRIA. 9ª edição, editora Artmed, 2007, Porto Alegre – RS