Introdução Quando seres humanos descem às profundezas do mar, a pressão em torno deles aumenta tremendamente. Para impedir que os pulmões colapsem, o ar.

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Transcrição da apresentação:

Fisiologia do mergulho e fisiopatologia das doenças otorrinolaringológicas relacionadas

Introdução Quando seres humanos descem às profundezas do mar, a pressão em torno deles aumenta tremendamente. Para impedir que os pulmões colapsem, o ar tem que ser fornecido a uma pressão muito alta para mantê-los inflados. Isto expõe o sangue nos pulmões também a uma condição chamada de hiperbarismo.

Introdução Relação entre a pressão e a profundidade no mar: Uma coluna de água de 10 metros exerce em seu fundo a pressão de 1 atmosfera. Portanto, um mergulhador a 10 metros da superfície do mar está exposto a 2 atmosferas de pressão. Efeito da profundidade do mar sobre o volume dos gases – Lei de Boyle: De forma prática, um litro de ar, a 10 metros abaixo da superfície do mar, onde a pressão é de 2 atmosferas, é comprimido para meio litro. Em 8 atmosferas, o volume seria de 1/8 de litro. Isto é extremamente importante no mergulho, visto que pressões elevadas podem colapsar as câmaras de ar do corpo do mergulhador

Toxicidade de alguns gases em altas pressões Narcose por nitrogênio: Tem características semelhantes à intoxicação alcoólica e, por esta razão, foi chamada “êxtase das profundidades”. Envenenamento agudo por oxigênio: Em altas pressões o oxigênio poderá causar convulsões seguidas por coma. Outras alterações são náuseas, abalos musculares, tonteira, distúrbios da visão, irritabilidade e desorientação. Toxicidade pelo gás carbônico: Ocorre apenas com o uso de alguns tipos de aparelhos em que o gás carbônico pode acumular-se no espaço morto deste equipamento e ser respirado novamente pelo mergulhador. Pode-se desenvolver acidose respiratória grave, e graus variados de letargia, narcose e mesmo anestesia.

Barotrauma Definição: Barotrauma é o traumatismo causado pela pressão; é a lesão que sobrevêm da incapacidade do mergulhador de equilibrar as pressões entre um espaço aéreo e a pressão do meio ambiente. Um aspecto importante é que os barotraumas só ocorrem por compressão ou expansão de espaços com gás, pois líquidos não são compressíveis.

Tipos de barotraumas DIRETOS INDIRETOS BAROTRAUMAS BIOQUÍMICOS barotrauma de ouvido médio narcose pelo nitrogênio barotrauma de ouvido externo intoxicação pelo oxigênio barotrauma dos seios da face intoxicação pelo gás carbônico barotrauma dos pulmões intoxicação por outros gases barotrauma total apagamento barotrauma facial ou de máscara BIOFÍSICOS barotrauma de roupa doença descompressiva barotrauma dental   EMBOLIA TRAUMÁTICA PELO AR   

Barotrauma de ouvido médio Definição: Condição de desconforto auditivo causada pela diferença das pressões internas e externas do tímpano, que geralmente são equalizadas pela tuba auditiva. Sintomas: Os sintomas agudos mais comuns são otalgia, hipoacusia, zumbido e vertigem, além de plenitude auditiva. Podem ser uni ou bilaterais, não necessariamente tendo a mesma intensidade nos casos de barotrauma bilateral.

Barotrauma de ouvido médio Otoscopia: hiperemia, abaulamento, ruptura da membrana timpânica e hemorragia. A tuba auditiva é uma ligação entre o ouvido médio, a retrofaringe e a orofaringe. Durante o mergulho, o praticante deve sempre utilizar técnicas de equalização entre as pressões, gradativamente à medida que aumenta a profundidade (a Manobra de Valsalva é a mais difundida). A técnica de equalização das pressões pode/deve ser desenvolvida pelo mergulhador, buscando um aperfeiçoamento da acomodação da tuba auditiva no decorrer de tal prática.

Barotrauma de ouvido médio Tal fato leva a explicação de mergulhadores iniciantes estarem mais propensos a tal tipo de lesão quando comparados a veteranos, como mostra o breve resumo dos resultados de um estudo realizado no RS: Um grupo de 15 mergulhadores iniciantes (primeiro mergulho) e 12 experientes (mínimo de 1 ano de prática regular da atividade) foram avaliados à otoscopia antes e após a prática da atividade. Ambos os grupos tiveram as mesmas condições de mergulho (disponibilidade de oxigênio, profundidade, assintomáticos e com ausência de patologias pregressas obstrutivas ou alérgicas que pudesse alterar a função da tuba auditiva). A seguir, segue o resultado da otoscopia dos dois grupos, classificados segundo a classificação de Edmonds:

Grau de alteração na otoscopia no grupo de mergulhadores iniciantes após o mergulho:

Grau de alteração na otoscopia no grupo de mergulhadores experientes após mergulho:

Classificação de Edmonds: Grau 0: Sintomas sem sinais Grau I: abaulamento da membrana timpânica (MT) Grau II: abaulamento com pontos hemorrágicos na MT Grau III: hemorragia difusa na MT Grau IV: hemotímpano Grau V: perfuração da MT.

Barotrauma do ouvido externo Menos comum que o barotrauma do ouvido médio, ocorre quando se forma uma câmara fechada no ouvido externo (do pavilhão auricular até a membrana timpânica). Geralmente está relacionada com o uso de tampões de orelha, rolha de cerúmen, ou gorros de neoprene muito justos. Nesse caso a membrana timpânica abaula-se para fora, surgindo edemas e lesões hemorrágicas no conduto auditivo. Esse acidente tanto pode ocorrer na descida do mergulhador quanto na subida.

Barotrauma dos seios da face Descrição/ causa: • Causado quando a pressão do ambiente e a pressão no interior dos seios paranasais estão em desequilíbrio. • Como os seios faciais comunicam-se com a faringe por estreitas passagens (óstios), a obstrução de um desses canais membranosos por um processo inflamatório qualquer ou má formação anatômica, impede o equilíbrio das pressões, criando uma região de baixa pressão no interior das cavidades ocas, produzindo uma sucção nas mucosas que as revestem. A repetição deste acidente pode resultar em sinusite crônica.

Barotrauma dos seios da face É importante lembrar dos seios etmoidial e esfenoidal, pois estes podem causar cefaléias vagas, pouco relacionadas pelo mergulhador. Sinais/sintomas: • Dor forte nos seios da face, sangramento pelo nariz, sensação de peso na região do seio paranasal e impossibilidade de continuar a descida. Prevenção: • Não mergulhar resfriado ou com sinusite (tratar antes). Interromper o mergulho caso algum sinal ou sintoma se manifeste.

Barotrauma timpânico na fase descompressiva No retorno à superfície ocorre a diminuição da pressão externa sobre a membrana timpânica, desencadeando um aumento do volume do ar no interior do ouvido médio → Fase da descompressão. Imediatamente após o mergulho, observa-se um abaulamento da membrana timpânica, porém, sem causar otalgia.

Barotrauma timpânico na fase descompressiva Em condições normais, o excesso de ar é posteriormente eliminado através da tuba auditiva ou absorvido pelo organismo → Compensação passiva através da tuba auditiva. Na presença de sinusopatias ou resfriados, os mecanismos de compensação estão prejudicados → Prediposição ao trauma timpânico.

Referências http://www.bombeiros.com.br/br/esportes/medicina_mergulho.php www.scafo.com.br www.brasilmergulhos.com/port/artigos www.rborl.org.br Barotrauma de ouvido médio: estudo analítico – Autores: Rosilene Pantaleão Gessinger / Arnaldo Línden. http://www.centromedicohiperbarico.com.br/index.php?id=1218667262