Níveis de análise da “inteligência” (ou “ação inteligente”) NÍVEL GENÉTICO Psicometria Inteligência enquanto conjunto de habilidades intelectuais, pré-formadas geneticamente e repassadas hereditariamente. NÍVEL COMPORTAMENTAL Behaviorismo Inteligência enquanto padrões acumulados de Estímulo-Resposta, formados através da experiência individual.

NÍVEL GENÉTICO COGNITIVO Estruturalismo genético Inteligência enquanto processo de construção de estruturas cognitivas universais, onde aspectos maturacionais e de ação sobre o ambiente são aspectos constitutivos. NÍVEL COGNITIVO Cognitivismo clássico Inteligência enquanto capacidade de armazenamento e manipulação simbólica, com vistas à resolução de problemas.

RESPOSTAS - Processamento Cognitivo - ESTÍMULOS Representação Informação Regras O nível cognitivo refere-se ao nível de explicação entre processos neuronais e processos mentais propriamente ditos; este nível é, por sua vez, descrito em termos de regras de manipulação de "informações" codificadas em símbolos (=computação). Não existe nada essencialmente biológico acerca da mente humana. Uma vez implementado o “programa correto”, qualquer sistema físico pode gerar estados mentais. Programas computacionais  mente humana :: computador digital  cérebro humano. A inteligência pode ser definida enquanto a manipulação adequada de sistemas físico-simbólicos.

Inteligência Artificial Científica Tecnológica Forte Fraca Racionalidade - A todo comportamento subjaz uma regra, plano ou teoria que torna tal comportamento lógico.

Crítica ao Cognitivismo Searle (1984) Programas computacionais são definidos em termos puramente sintáticos, através da especificação de operações em símbolos. A inteligência, entretanto, envolve conteúdos semânticos, ou seja, significados. causa a... característica inerente do... CÉREBRO MENTE fenômenos mentais são ao mesmo tempo causados por processos cerebrais e uma característica inerente do próprio cérebro ~~ a “liquidez” da água

Caracterização dos fenômenos mentais Consciência Intencionalidade Subjetividade Causalidade

A mente é um programa computacional? Não, a sistaxe formal do programa não é por si só capaz de garantir a existência de conteúdos mentais Operações e processos cerebrais podem ser simuladas em computadores digitais? Sim, qualquer coisa que pode ser caracterizada exaustivamente através de uma série de passos pode ser sinulada em computadores digitais. O que é um computador digital? Suas operações podem ser especificadas em um nível puramente formal e simbólico (e.g., seqüências de 0s e 1s marcadas em tape)  A especificação destas operações é, por sua vez, realizadas através de "regras" lógicas. O cérebro é um computador digital? Processos sintáticos e formais versus semântica e conteúdos  parábola da sala chinesa Não, programas computacionais são definidos em termos puramente sintáticos, através da especificação de operações (lógicas) em símbolos, e o pensamento involve conteúdos semânticos.

As propriedades formais do comportamento não são suficientes para demonstrar que uma regra está sendo seguida. A fim de que a regra seja seguida, o significado da regra tem que desempenhar um papel causal em relação ao comportamento. O computador de fato não segue regras da mesma forma como humanos seguem regras (quer dizer, seu significado), mas apenas modificam estados internos de acordo com procedimentos formais. Máquinas processam símbolos, não informação.

George Lakoff & Rafael Nuñez (2000) Where mathematics comes from: How the embodied mind brings mathematics into being A lógica simbólica e a lógica de classes são ramos da matemática. Existe uma crença generalizada que estas formas de matemática são capazes de caracterizar a racionalidade. Mesmo a Psicologia Cognitiva, até pelo menos os anos 70, tomou essa afirmação como verdadeira. Mas a ciência cognitiva atual, preocupada com a corporeidade da mente, tem sugerido que estes campos da matemática estão longe de serem adequados para uma caracterização do raciocínio humano, que deve incluir protótipos e esquemas imagísticos, assim como modelos conceituais, metáforas e blends. (p. 121) A lógica simbólica, não importa quão sofisticada seja presentemente, não está sequer próxima de caracterizar o raciocínio humana cotidiano. Os desenvolvimentos no campo da lógica incluem muitos resultados interessantes, e mesmo espetaculares, frequentemente com implicações importantes para outros campos tais como a ciência da computação e a economia. Mas eles são resultados matemáticos, e não (na sua maior parte) resultados sobre a natureza da razão humana. Sobretudo, não importa quão sofisticadas as lógicas formais venham a tornar-se, elas continuarão a ser ferramentas matemáticas conceptualizadas, criadas e compreendidas por seres humanos com cérebros e corpos humanos. (p. 139)

Alternativas ao Cognitivismo Abordagens Sócio-culturais Inteligência enquanto um conjunto de disposições emergentes em atividades situadas na relação entre mente, contexto, e práticas culturais. COGNIÇÃO SITUADA Suchman (1987) “Planos são parte da ação humana como um artefato da nossa capacidade de ‘racionalizar’ nossas próprias ações, e não como um mecanismo generativo delas... O termo ação situada indica que toda ação em progresso depende de maneira fundamental de suas circunstâncias materiais e sociais. Ao invés de tentar abstrair a ação de suas circunstâncias e representá-la como um plano racional, esta abordagem procura estudar como os indivíduos usam suas circunstâncias na ação inteligente.”

Exemplo 1 Sem que precisemos manipular todas as cartas de um baralho, que tipos de cartas deveremos virar a fim de verificar a seguinte regra: “Se a face alfabética mostrar uma consoante, a face numérica deverá mostrar um número ímpar.” A D 4 7 face alfabética face numérica

Sem que precisemos manipular todos os itens de um conjunto de cheques, que tipos de cheques deveremos virar a fim de verificar a seguinte regra: “Se o valor do cheque for maior que R$ 50, seu verso deverá conter a rubrica do gerente.”  R$50 > R$50  frente do cheque verso do cheque

Exemplo 2 Informação, conhecimento e significados compartilhados Säljö & Wyndhamn (1990) Freqüência de escolha de estratégias entre alunos da 8ª série e 1° ano para diferentes disciplinas e número de problemas