Transformações globais, a Nova Economia e o Brasil

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ECONOMIA INTERNACIONAL
Advertisements

Inovação em Iberoamérica: passado e presente
Reinaldo Gonçalves Grupos Econômicos Reinaldo Gonçalves
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
- O Setor Externo Fundamentos do Comércio Internacional
Sistemas Nacionais de Inovação: a experiência internacional e alguns desafios para o Brasil Referência: Linsu Kim & Richard Nelson (2005) (Introdução)
Colóquio Internacional O capitalismo com dominância financeira: uma análise comparada dos países avançados e emergentes Integração produtiva Campinas,
Carlos Pio Inst. de Relações Internacionais Universidade de Brasília
MACROECONOMIA INTRODUÇÃO.
Década de 1980 “A década perdida”
Neoliberalismo Globalização.
Disciplina : Introdução a Economia (2) Professor Ms Regis Ximenes
Profª. Teresa Cristina Barbo Siqueira
Schumpeter Concorrência não é o contrário de monopólio.
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
Transformações mundiais nos 80
Transformações mundiais nos 80
Economia Brasileira Contemporânea
O fracasso do modelo neoliberal, adotado desde o início da década de 90, provocou a necessidade de se repensar o Brasil numa perspectiva de longo prazo.
Anos 1980: Rumo perdido.
Anos 1990: Desestabilização e crise
Globalização econômica e comércio exterior
Internacionalização da Produção e Investimento Externo Direto (IED)
Desenvolvimento e inserção internacional
Globalização econômica
A ASCENSÃO DA CHINA NO SISTEMA MUNDIAL E OS DESAFIOS PARA O BRASIL
ECONOMIA EMPRESARIAL.
Economia Brasileira Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA
Neoliberalismo Prof Vilmar A. Silva.
NEOLIBERALISMO E SUAS FACES
A proposta inicial e as auto-críticas dos anos sessenta e setenta
Instrumentos de Política Macroeconômica
Arthur Barrionuevo Filho - EESP 1 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO CASA CIVIL EGAP - FUNDAP PROGRAMA AVANÇADO EM GESTÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA Intervenção.
A CRISE E O ENDIVIDAMENTO NO CONTEXTO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS Brasília, 26 de fevereiro de 2009.
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
NOVA ORDEM INTERNACIONAL Colégio Militar de Belo Horizonte História -
Microeconomia – aula 5 Microeconomia para Administração
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL
INOVAÇÃO NA POLÍTICA INDUSTRIAL
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E GERENCIAIS
Universidade do Vale do Itajaí Curso de Geografia
Pensar Globalmente – Agir Localmente
Inovação no Setor de Serviços
INOVAÇÃO – O BRASIL E O MUNDO
GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERALISMO
DIREITO ECONÔMICO Douglerson Santos. Histórico do Direito Econômico O que levou à Crise de 1929? O que levou.
FUNDAMENTOS DA GLOBALIZAÇÃO
“ ” Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo. (Gandhi)
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
Novos Modelos de Empresa
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
Novos Modelos de Empresa
Sistema Econômico / Organização Econômica
Blocos Econômicos Década de 40 – pós – guerra .
A MACRO E MICRO ECONOMIA
Formação Econômica e Social do Brasil
FUNDAMENTOS DA GLOBALIZAÇÃO
Manual de Economia e Negócios Internacionais
INTRODUÇÃO À ECONOMIA IN: Fundamentos de Economia, de Marco Antonio S
POLÍTICA FISCAL KEYNESIANA VERSUS CONSENSO DE WASHINGTON.
MECANISMOS DE INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho BRASIL século XX Até os anos 1930 do século XX a atividade econômica que predominava no Brasil era a monocultura.
Industrialização Brasileira
Seminário Internacional: A Nova Geração de Políticas para o Desenvolvimento Produtivo: Sustentabilidade Social e Ambiental Brasil: o novo impulso de desenvolvimento.
A Industrialização Brasileira:
INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL PROFESSOR LUCIANO HENRIQUE.
A Globalização Globalização: fenómeno que traduz uma
Aula 5 pensamento econômico latino Americano – CEPAL Profa. Eliana.
Transcrição da apresentação:

Transformações globais, a Nova Economia e o Brasil

Transformações globais Neoliberalismo e ruptura do bloco comunista Novo paradigma tecnológico e organizacional Rede transcorporativa e grupos econômicos Polarização no sistema econômico internacional

Ascensão e queda do Neoliberalismo Reação à crise econômica dos anos 70 (estagflação) Rigidez e imobilismo: ajuste estrutural (“euroesclerose” e o Welfare State) Funcionalidade e convergência de interesses dos grupos dominantes (desregulamentação, privatização)

Neoliberalismo: Sinais trocados Privatização vs estatização Capital estrangeiro vs nacionalização Liberação vs regulação Mercado vs planejamento Liberalização vs protecionismo

Desagregação do bloco comunista: URSS 1991 fracasso do processo de reformas econômicas de 1985 reformas políticas (glasnost) e eclosão de demandas reprimidas vácuo político-ideológico degradação das instituições públicas ressurgimento dos conflitos étnicos golpes de Estado em 1991 (pacífico) e 1993 (sangrento)

Deficiências da planificação centralizada Ineficiência técnica e alocativa Ausência de um sistema de produção e consumo de massas (vazamento via complexo industrial-militar) Reduzida capacidade de incorporação do progresso técnico e organizacional no sistema econômico

Novo paradigma tecnológico e organizacional Aceleração do progresso tecnológico Expansão do complexo da microeletrônica, informática e telecomunicações Maior eficiência técnica e melhor qualidade Introdução acelerado de novos produtos e novas oportunidades de mercado Tecnologia da informação

Tecnologia da Informação Articulação estreita entre as atividades de concepção, produção, compras, transporte e vendas Inovações organizacionais: ruptura do modelo fordista

Fordismo versus Toyotismo Grandes volumes concepção básica grandes estoques restrita divisão do trabalho Menores volumes de produção rápidas mudanças na linha de produção baixo nível de estoques elevado controle de qualidade flexibilidade e integração

Grupos econômicos e Redes Transcorporativas Predominância crescente do grupo econômico Predominância do grupo internacional

Grupo econômico Locus de acumulação, inovação e poder Substituição da lógica: “empresa-empresário-proprietário-concorrência” pela “grupo-administrador-controle-concertamento”

Era da Consolidação Ondas de fusões Aquisições Acordos de cooperação O poder gerado no processo de concentração e centralização tem sido extraordinário

Rede Transcorporativa Membros são parte da elite do poder Inner circle: coesão social Organizam-se para influenciar a política governamental e a opinião pública Promovem os interesses sistêmicos do grand capital

Poder econômico: Nova visão institucionalista “As decisões relativas à produção e distribuição não são determinadas pelas forças impessoais de mercado, mas sim pelo exercício do poder e da coerção” “A distribuição de poder entre vários grupos da sociedade é desproporcional” “Aqueles que possuem um enorme poder de coerção deveriam sempre estar sujeitos a controles democráticos”

Polarização no sistema econômico internacional Pólos de crescimento: “locomotivas” versus “vagões” Sistema hierarquizado: Dominação e submissão; concentração de riqueza, renda e poder

Distribuição da renda mundial

Nova Economia: Anos 1990 Extraordinário dinamismo da economia norte-americana a partir de 1992 Taxa média anual de crescimento do PIB 1992-2000 = 3,6% ; 1996-200 = 4,0% Redução da taxa de desemprego: 1992 = 7,5%; 2000 = 4,2% Baixa taxa de inflação (2%) Crescimento elevado da produtividade (4%)

Nova Economia: Algoritmo simples Revolução tecnológica (telemática): Novas tecnologias de produção, produto e comercialização (redes eletrônicas interligam produtores e fornecedores, produtores e consumidores, automação) Aumento de produtividade Novas oportunidades de investimento e, portanto, aumento de renda

Grandes economias e grandes países

Economia norte-americana

Superioridade dos EUA: C&T

Tecnologia da Informação

As transformações globais e a economia brasileira Brasil: Historicamente, uma das economias mais abertas do mundo

Neoliberalismo e hegemonia Plano político-ideológico: fortalecimento do ideário neoliberal Desorientação do movimento político de esquerda Crítica crescente à intervenção do Estado e ao excesso de regulamentação Hegemonia: visão privatista-internacionalizante (“integração competitiva”)

Abertura da economia brasileira: Dimensões Comercial Tecnológica Produtiva-real Monetário-financeira

Convergência de interesses Coincidência ou convergência entre as mudanças na estratégia e na política econômica do governo e o chamado Consenso de Washington

Consenso de Washington Máximo de abertura Mínimo de intervenção estatal

Consenso de Washington: Áreas Disciplina fiscal Priorização dos gastos públicos Reforma tributária Privatização Desregulação Liberalização financeira Regime cambial Liberalização comercial Investimento externo direto: tratamento nacional Propriedade intelectual: proteção

Progresso técnico e restruturação produtiva Aprofundamento do atraso tecnológico Incerteza e instabilidade dificultam o planejamento estratégico das empresas Crescentes custos de transação e práticas comerciais restritivas 1980s: estratégia passiva 1990: restruturação: redução de custos, aumento de produtividade e diminuição do emprego desmonte do sistema nacional de inovações fusão de grandes grupos nacionais (Zini+Dedini) Associações entre grupos privados nacionais e transnacionais

Nova Economia e o Brasil “O Brasil, ao contrário [dos EUA], vem registrando sinais de regressão no desenvolvimento da chamada “nova economia”. Com base nos últimos dez anos, não apenas o setor ITC reduziu a sua presença relativa estimada no PIB (de 2,7% para 2,1%), como também houve perda absoluta de empregos...” (MP, p. 75)

Emprego nos setores da Nova Economia no Brasil (mil trabalhadores)

Nova Economia e o Brasil (cont.) “Percebe-se hoje a frustração quanto ao acesso às novas tecnologias, gerando certa paralisia nas iniciativas estratégicas nacionais e desincentivo à promoção de alternativas tecnológicas voltadas à realidade do país” (MP, p. 76)

Nova Economia e o Brasil (cont.) “Está deixando de ser produtor de bens e serviços de maior valor agregado e de alto conteúdo tecnológico para assumir uma posição industrial mais próxima a de montagem (maquiagem produtiva) e de comprador de novas tecnologias” (MP, p. 76)

Comércio internacional e acirramento da concorrência Perda de competitividade internacional da economia brasileira a partir de meados dos anos 1980 Incapacidade de realizar uma reorientação profunda do padrão de comércio Impacto de práticas protecionistas Maior pressão dos EUA sobre o Brasil a partir de 1984-88 Revitalização dos esquemas de integração regional (protocolos Brasil-Argentina, Mercosul)

Impacto monetário-financeiro Crise internacionais representam pontos de inflexão (1979, 1982, 1992, 1994, 1997 ... ) Volatilidade de taxas de juro e câmbio Dívida externa: fracasso de soluções (acordos com FMI a partir de 1983; Plano Baker, 1985)

Transformações globais e o Brasil Inserção passiva na economia internacional Vulnerabilidade externa “Vagão descarrilhado”