Teorias do texto: discurso, enunciação, texto

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Transcrição da apresentação:

Teorias do texto: discurso, enunciação, texto Sheila Vieira de Camargo Grillo

MAINGUENEAU, D. Discurso, enunciado, texto MAINGUENEAU, D. Discurso, enunciado, texto. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001. p. 51-57. Discurso: sistema que permite produzir um conjunto de textos ou o próprio conjunto de textos produzidos. (p. 51) Discurso/narrativa - enunciação ancorado na situação de enunciação (Você virá amanhã), história (enunciação isolada da situação de enunciação) - Benveniste- -o discurso é uma organização situada para além da frase – “Proibido fumar” – regras de organização o discurso é orientado – finalidade – antecipação/retomada

Discurso o discurso é uma forma de ação – sobre o outro e não só representação – gênero – modificação nos destinatários. o discurso é interativo – troca oral é o uso autêntico da linguagem. – eu/tu o discurso é sempre contextualizado o discurso é assumido por um sujeito – eu fonte das referências pessoais, temporais e espaciais – atitude/ modalização o discurso é regido por normas o discurso é considerado no bojo de um interdiscurso

Enunciado - Texto -oposição enunciado/enunciação -sequência dotada de sentido (Ducrot) -frase (descontextualizada) – enunciado (no contexto) unidade de comunicação de um gênero Texto: totalidade coerente Pode ser produzido por mais de um locutor (debate, conversa)

MAINGUENEAU, D. A cena de enunciação. Análise de textos de comunicação MAINGUENEAU, D. A cena de enunciação. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001. p. 85-93. Texto – rastro deixado por um discurso em que a fala é encenada. Cena de enunciação – modo de organização da dêixis (eu/tu-aqui-agora) socialmente produzida – situação dos parceiros e quadro espaço-temporal

Três cenas: 1) Cena englobante – é a que corresponde ao tipo de discurso 2) Cena genérica – cada gênero do discurso define seus próprios papéis Quadro cênico: cena englobante + cena genérica – espaço estável no interior do qual o enunciado adquire sentido. 3) Cenografia – instituição de uma cena que via sendo validada progressivamente por intermédio da própria enunciação.

Classificação dos gêneros de acordo com a possibilidade de desenvolver cenografias variadas:  Gêneros que cumprem a cena genérica (lista telefônica, receitas médicas, etc) Gêneros suscetíveis de cenografia variadas, mas que, na maioria das vezes, limitam-se ao cumprimento de sua cena genérica rotineira. (guia turístico) Gêneros que exigem a escolha de uma cenografia (publicitários, literários, filosóficos, etc) Enunciar não é só expressa idéias, é também tentar construir e legitimar o quadro de sua enunciação.

MAINGUENEAU, D. O ethos. Análise de textos de comunicação MAINGUENEAU, D. O ethos. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001. p. 95-104. Toda fala procede de um enunciador encarnado. 1º exemplo: texto “encarna” as propriedades associadas ao comportamento dos homens de negócios – sucessão de nomes sem determinantes preocupação em ser direto, rapidez. 2º exemplo: estilo falado, enunciação apressada, adequada às práticas de uma empresa moderna, enunciadora dinâmica.

ETHOS: por meio da enunciação, revela-se a personalidade do enunciador; dimensão vocal, conjunto de determinações físicas e psíquicas, ligadas pelas representações coletivas à personagem do enunciador. fiador: caráter (traços psicológicos) e corporalidade (compleição corporal, maneira de se vestir e de se movimentar no espaço social) maneira de dizer que remete a uma maneira de ser por meio do enunciado, fiador legitima sua maneira de dizer INCORPORAÇÃO: ação do ethos sobre o co-enunciador, poder de captação, afinado com a conjuntura ideológica.