UNIVERSIDADE DE PASSOFUNDO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E GEOCIÊNCIAS Álcool uma abordagem histórico social Professora: Maris B. T. Fraga Orientador: Clóvia Marozzin Mistura Passo Fundo, Março/Julho de 2004.

2. Perfil n Local da pesquisa: NEEJA de Passo Fundo (Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Passo Fundo). n Os educandos do NEEJA são jovens e adultos das mais diversas idades e que querem inserir-se ou estão inseridos no mercado de trabalho de Passo Fundo e região. Tem as mais diversas profissões (merendeiras, serventes, comerciários, comerciantes, pedreiros, agricultores, metalúrgicos e jovens que não se adaptaram na escola tradicional). Ainda fazem parte deste universo, educandos com deficiências visuais e auditivas n os educandos do NEEJA já têm um conecimento contruído através de suas vivências. São fruto de uma cultura popular onde o alcoolismo faz parte do contexto onde vivem.

3. Objetivo Geral n Trabalhar o alcoolismo, sob nova abordagem e despertar o interesse e a sencibilização para a droga que mais mata no mundo tornando a química uma ciência significativa e útil.

3.2. Objetivos Específicos n Colocar Educando e Educador na condição de pesquisador diante de tal desafio, o de Educar pela pesquisa. –O eduacando vai pesquisar orientado pelo educador n Proporcionar aos educandos um tema que leve a reflexão sobre o alcoolismo que afeta a qualidade de vida dos Educadores e Educandos na sociedade e no mercado de trabalho. n Interligar a construção do conhecimento dentro dos componentes curriculares estabelecendo uma rede interdisciplinar.

n Valorizar o conhecimento anterior dos educandos através da expressão oral e escrita. n Partir do contexto para poder chegar nos conteúdos, tornando o ensino educativo. n Superar os sucessivos programas pré estabelecidos. n Transpor a idéia de senso comum, a idéia de que o Educador deve levar tudo pronto para o educando. –O educando é capaz de fazer. n Assumir a relacionalidade técnica é assumir-se como sujeito protagonista do conhecimento. –O educando vai construit o seu conhecimento. n Aplicar o lúdico para tornar a aprendizagem mais fácil.

4. Justificativa n Durante a apresentação dos trabalhos no seminário de avaliação observamos que o alcoolismo destacou-se. n Há três anos sou educadora do NEEJA e acompanhei a trajetória histórica de formação e aprovação do Núcleo. Neste período, durante os seminários culturais dos educandos ficou muito claro a realidade sócio-cultural dos educandos. O alcoolismo faz parte das famílias afetando a qualidade de vida, levando a exclusão social e aumentando a violência. É neste instante que a química tem que entrar, tornando-se educativa e com significado para estes educandos.

5. Problematização n No Brasil, desde 1988, o alcoolismo é considerado problema de saúde pública. Dados fornecido pelo Ministério da Saúde informava a existência, naquele ano, de 30 milhões de pessoas com hábito de beber, Marcondes, Ayton Cesar. Discutindo Saúde. Editora Moderna. n O álcool etílico no organismo humano causa toxidez moderada, gastrite, hipertensão, hepatite, cirrose hepática e distúrbio neurológicos. Vinho, cerveja, aguardente e uisque são bebidas alcóolicas e são produzidas pela reação de fermentação alcóolica.

n O desafio está lançado, o que fazer diante desta realidade? n Como inserir o tema álcool para os outros educadores? n De que forma trabalhar interdisciplinar? n Qual das totalidades propor esta pesquisa? n Como ligar o tema álcool ao tema gerador? n De que forma fazer a educação através da química?

7. Metodologia do NEEJA n O NEEJA compreende uma metodologia que abrange 9 (nove) totalidades. Iniciando pela totalidade 1 (Hum) até a totalidade 9 (nove). Totalidade 1 (Hum) é a alfabetização e conforme o educando vai desenvolvendo o seu conhecimento ele avança para a totalidade seguinte ou permanece. Os componentes curriculares são abordados conforme o tema gerador.

7.1.Ação metodológica para abordar o tema álcool. n Propor para os colegas educadores de outras disciplinas o tema álcool, salientando a importância e a riqueza de conteúdos que podem ser abordados. n Discutir com os colegas e educadores como abordar o alcoolismo? Em forma de Projeto? Que metodologia usar? Quais conteúdos podem ser elencados. Como cada componente curricular vai desenvolver? n De que forma sistematizar a produção dos conhecimentos dos educandos em todas as totalidades? n Como avaliar se houve ou não apropriação do conhecimento? Se esta abordagem foi significativa.

8.ABORDAGENS, CONTEÚDO E PRÁTICAS n Que podem ser desenvolvidas dentro do tema álcool de forma interdisciplinar e transdisciplinar.

9.AVALIAÇÃO n Os educadores envolvidos no projeto devem abordar com os educandos quais critérios serão observados para a avaliação durante a construção dos trabalhos que compõem o projeto. n No NEEJA a avaliação é construída ao longo da etapa (semestre ou trimestre) e a culminância da avaliação se dá durante a semana cultural na qual ocorre o seminário de sistematização e apresentação de atividades desenvolvidas pelos educandos durante a etapa letiva.

10.AUTORES QUE SERVIRAM DE SUPORTE BIBLIOGRÁFICO PARA A ELABORAÇÃO DESTE TRABALHO: n n Edegar Morin – Sete saberes necessários para a educação do futuro. Ensinar para a compreensão. Na educação não há a educação para a compreensão. Deve-se considerar a compreensão, em todos os níveis e em todas as idades para o desenvolvimento e a reforma da mentalidade... A educação do futuro e necessário promover o grande remembramento dos conhecimentos oriundos das ciências naturais a fim de situar a condição humana no mundo... Diante do mundo globalizado e complexo é preciso ensinar a pensar melhor cabeças bem feitas em vez de cabeças cheias... n n Gaudêncio Frigoto Os conteúdos do EJA devem ser diferentes dos conteúdos da Escola Regular... aproveitar a vivência do educando... ele já traz consigo uma bagagem cultural de vida... n n Gabriel Chalita Alguns mestres se colocam em patamares de conhecimento absoluto, de saber divino, e com isso deixam de lado a atualização, o olhar crítico sobre o mundo e ficam anos e anos com o mesmo fichário e método... o ranço e o comodismo... É talvez uma grande utopia em educação seja a constituição da cidadania pela. A capacidade de aprender a aprender, a visão ampla do mundo, o saber pensar são os desafios reais para a escola do século XXI. O aprendizado é libertador, como o trabalho deve ser libertador.

n n John Dewey Revista nova Escola páginas – Janeiro/Fevereiro de O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências e isso só é possível num ambiente democrático onde haja bandeiras ao intercâmbio de idéias... Educar, portanto é mais que reproduzir conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo. n n Otávio A Maldaner O ensino de química deve ser significativo, o educador deve romper com os programas que aí estão... não a lista de conteúdos para decorar e sim, dar ênfase a levar o educando a produzir conhecimento com valor formativo e formar o pensamento para a leitura de mundo... formar a aprendizagem significativa... n n Paulo Freire Ninguém educa ninguém. Ninguém educa a si mesmo. As pessoas se educam entre si mediatizada pelo mundo... O saber do qual nos apropriamos qualquer um de nós humanos, decorre das possibilidades criadas nas relações educador-educando (sejam eles professor/ aluno/ pai/ filho, etc.) mediados pelos conteúdos, pela didática, pelas metodologias e pelas avaliações, como um único ato de ensinar aprendendo, ou mesmo aprender ensinando... Ouvir com atenção a quem nos procura, não importa seu nível intelectual, é dever humano... Toda as ciências, todas as disciplinas escolares, em lugar de uma descoberta enfadonha, podem transformar-se numa aventura apaixonante, numa viagem fantástica, na busca e descoberta das mil formas de encanto e boniteza que o mundo nos oferece.

n n Pedro Damo Trabalhar com as possibilidades da problematização... educar pela pesquisa... n n Roque Morais Assumir-se como sujeito protagonista do conhecimento... Um trabalhar com o pé na pegada do outro... n n Vigostski em uma visão de Newton Duarte em Educação Escolar, Teoria do Cotidiano Os homens precisam refletir sobre o significado dos conhecimentos científicos para poderem produzir e reproduzir a ciência. O processo de diferenciação entre o cotidiano e o não- cotidiano, isto é, o processo de constituição da esfera das objetivações genéricas para si foi um grande avanço na humanização do gênero humano... Cotidiano é aquilo que acontece fora dos muros da escola ou, pelo menos, fora da sala de aula; é a realidade concreta dos alunos; é sua prática social, em suma; é a vida... às vezes o cotidiano do educando e do estudante... Mas tamb´-em entendemos que cabe à educação escolar um papel bastante significativo na luta pela transformação dessas relações sociais, que é justamente o papel de conduzir indivíduos no processo de apropriação das objetivações genéricas para si n n Saviani (1991. B. p. 21) assim define o trabalho educativo: O trabalho é ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida históricamente e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objetivo da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e encaminhamento, à descoberta das formas mais adequadas de atingir esse objetivo