Relações entre mídia e poder na sociedade da informação Alon Feuerwerker 07.04.2008.

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Transcrição da apresentação:

Relações entre mídia e poder na sociedade da informação Alon Feuerwerker

A história da imprensa é a história da luta das idéias e de sua difusão.

O desejável é que a imprensa reflita a pluralidade de idéias na sociedade.

Isso é uma utopia. Portanto irrealizável.

Mas deve ser buscada. A tentativa de obter a pluralidade confunde-se com a própria pluralidade.

A busca da pluralidade se dá em ambiente de conflito.

Por quê? Porque a imprensa, por meio da luta de idéias, reflete a luta pela riqueza e pelo poder. Numa dada formação social.

Como travar com eficácia a luta de idéias? Em qualquer sociedade ela é inseparável do exercício do poder. Numa sociedade democrática, ainda mais.

Na sociedade contemporânea, de informação abundante e disponível, as idéias buscam legitimidade cada vez mais na âncora dos fatos.

Boas estratégias contemporâneas de comunicação procuram fugir do conflito aberto, em que a opinião aparece como opinião.

Boas idéias e boas opiniões nascem “naturalmente” dos fatos.

Boas estratégias de comunicação procuram sedimentar “naturalmente” grandes quantidades de fatos “positivos”.

E sempre responder aos fatos “negativos” com outros “positivos”. Sempre explicar. Sempre esclarecer.

O eixo das relações do poder com a imprensa é bem descrito por uma frase de Luiz inácio Lula da Silva: “notícia é o que a gente não quer ver publicado”

O exercício das relações entre o poder e a imprensa é um exercício diário de busca e ocultação. E a forma mais eficaz de ocultação é colocar outra notícia, “positiva”, no lugar.

Na guerra entre a imprensa e o poder, a regra de ouro é não brigar com os fatos. Para os dois lados.

A configuração contemporânea não é tão contemporânea assim.

Alguns grandes veículos e uma infinidade de pequenos que opinam e fiscalizam.

Era assim, por exemplo, no Império.

Mas uma coisa mudou. Teoricamente, o jornalismo fiscalizador-opinativo adquiriu o alcance da grande imprensa. Teoricamente.

Só teoricamente, porque rêmoras não têm o poder de tubarões. A relação é de comensalismo

Os grandes jornais e revistas têm um espaço de “objetividade” e “credibilidade” que podem defender. Têm capital para isso.

A tarefa é complexa, especialmente numa era em que, graças à Internet, governos distribuem mais fácil e amplamente sua própria produção jornalística.

Uma era em que os formadores de opinião se multiplicaram.

Eles fiscalizam, em tempo próximo do real, o governo e os veículos de comunicação.

Por isso, voltando, a necessidade de ancorar-se solidamente nos fatos e na informação.

É nesse terreno que se dá a guerra. Outros mecanismos enfraquecem-se cada vez mais.

Perguntas?

Fim.