Brasília, 6/4/2010 www.paulomargotto.com.br Convulsões no período neonatal Sérgio Henrique Veiga Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Intramuscular Midazolam vs Intravenous Diazepam for Acute Seizures
Advertisements

Hipercalemia não oligúrica nos neonatos: um estudo caso controle Non-oliguric Hypercalemia in neonates: A case controlled study Yaseen H United Arab Emirates.
TOPIRAMATO PARA O TRATAMENTO DAS
CONVULSÃO Miriam Martins Leal Orientador: Dr. Filipe Vasconcelos
EPILEPSIA Francisco M. Meneses.
CONFERÊNCIA Dr.Antonio Jesus Viana de Pinho
Convulsões na Emergência Pediátrica
Anticonvulsivantes Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Tópicos Especiais em Processamento de Sinais Biológicos COB 860
Mirella Almeida de Oliveira 4° ano medicina
EPILEPSIA Renata de Moraes Trinca 4ª ano Medicina FAMEMA – Estágio Ambulatório de Neurologia – Dr. Milton Marchioli 26/03/2012.
Epilepticus sic curabitur
Mecanismos de Ação Anticonvulsivantes Lucas de Moraes Soler.
Seminário de Neurologia
EPILEPSIA BERNARDO E FELIPE
André Campiolo Boin 4º ano Medicina - FAMEMA
Epilepsia Ambulatório de Neurologia Orientação: Dr.Milton Marchioli
Amanda Virtuoso Jacques
Mark William Lopes Epilepsia: uma abordagem clínica e científica.
DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO GRUPO DE DOENÇAS METABÓLICAS , COM
Natalia Philadelpho Azevedo 9⁰ período
Convulsões Acadêmicos: Isabella Oliveira Luís Salles
PSICOFARMACOLOGIA DE CRIANÇA E ADOLESCENTE
Convulsões no recém-nascido de extremo baixo peso são associadas com
Caso clínico de Neurologia
A palavra epilepsia deriva do grego epileptos e
Convulsão Febril e Epilepsia
Convulsões no período neonatal Sérgio H. Veiga Hospital Regional da Asa Sul Unidade de Neonatologia
STATUS EPILEPTICUS Drª. Ana Marily Soriano Ricardo
Convulsão neonatal: a ressonância magnética agrega valor no diagnóstico e previsão de incapacidade neurológica Acta Paediatrica 2014;103:820–826 Apresentação:
Diagnóstico Precoce da Paralisia Cerebral
Carlos Henrique Ribeiro
Assistência ao Recém–Nascido
PREDITORES PRECOCES DE PARALISIA CEREBRAL
Efeitos do tratamento das convulsões neonatais subclínicas detectadas com monitorização contínua eletroencefalográfica amplitude-integrada:ensaio randomizado.
Dosagem de drogas durante a hipotermia: ajustar ou não ajustar, eis a questão Drug Dosing During Hypothermia: To Adjust, or Not to Adjust, That is the.
Monografia apresentada como requisito para conclusão da Residência Médica em Pediatria Geral (Hospital Materno Infantil de Brasília)/SES/DF AVALIAÇÃO DO.
Epilepsia: o essencial para o clínico em 2009
Paulo R. Margotto/ESCS-DF
Concurso SES-DF: Psicólogo
Clube de Revista Akalenni Quintela Bernardino
Apresentação: Ana Catarina M. F. de Araújo R1 – Pediatria – HRAS
INTERNATO EM PEDIATRIA – HRAS/ESCS/SES/DF
Guillet R, Kwon JM. Pediatrics, out 2008; 122:
Hyperglycemia and morbidity and mortality in extremely low birth weight infants Journal of Perinatology 2006;26: Kao LS et al Apresentação: Renata.
CRISE FEBRIL Por Manuela Costa de Oliveira
Therapeutic Hypothermia in Neonatal Hypoxic Ischemic
Ataque Isquêmico Transitório
Estudo clínico comparativo das convulsões neonatais entre recém-nascidos pré-termo e termo (Comparative clinical study preterm and full- term newborn neonatal.
Apresentação:Rodolfo Squiabel Iamaguti, Túlio Bosi, Rafael Alvarez
Convulsões no Recém-Nascido
CONVULSÃO FEBRIL Isadora Juncal – Internato de pediatria
Crise Convulsiva Febril
Eclâmpsia Tarcisio Mota Coelho.
Paralisia cerebral Discinética 2006
FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE - FEPECS
FÁRMACOS ANTIEPILÉTICOS
EPILEPSIA Prof. Mauricio Borja Dep. Pediatria – UFRN
Convulsão Febril Apresentação: Larissa Radd Coordenação: Dra
Neurologia 2009 Leonardo José de M Araújo
Asfixia e estado de mal convulsivo
GRUPO D ELAYNE TENÓRIO ELIZEU LEMOS GABRIELA COUTO HUGO NAPOLEÃO.
EPILEPSIA. CAUSAS DAS CONVULSÕES CLASSIFICAÇÃO- PARCIAIS DESCARGA LOCALIZADA PARCIAIS SIMPLES (consciência não afetada) - com sinais motores - com.
Epilepsias Gustavo Ganne.
DEPARTAMENTO DE NEUROFISIOLOGIA DA FAMERP 26/26/2016 Prof Moacir Alves Borges
Medicão da actividade eléctrica cortical
EMERGÊNCIA NAS EPILEPSIAS Departamento de Ciência Neurológicas da FAMERP CENTRO DE NEUROFISIOLOGIA DO HOSPITAL DE BASE Av Brigadeiro Faria Lima, 5416 –
Epilepsia na Infância Beatriz Zavanella Cristiane Andressa dos Santos
ANTIEPILÉPTICOS A epilepsia afeta mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, não tem cura e normalmente é controlada com medicamentos e cirurgias em.
Convulsões no período neonatal Sérgio H
Transcrição da apresentação:

Brasília, 6/4/2010 www.paulomargotto.com.br Convulsões no período neonatal Sérgio Henrique Veiga Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul Brasília, 6/4/2010 www.paulomargotto.com.br

Introdução Frequentemente primeiro e único sinal de sugestivo de comprometimento do SN do RN. Diagnóstico difícil: drogas curarizantes, descrição clínica difícil e crises eletroencefalográficas. Incidência: 1,8 a 5/1000. RN de muito baixo peso x RN de termo.

Alterações Fisiopatológicas Queda do ATP com falência da bomba Na/k. Maior permeabilidade da membrana para o Na+. Excesso do neurotransmissor e sinapses exitatórias. Neurotransmissores inibitórios atuam como exitatórios. Ex: Subst. Negra. Deficiência dos neurotransmissores inibitórios.

Classificação Clinica 1. Sutis 2. Tônica Generalizada Focal 3.Clônica Multifocal 4.Mioclônica Focal, multifocal

Diferencial: Tremores Mioclonias benignas do sono Hiperexitabilidade

Tremores da hiperexcitabilidade x crises clonicas focais Clinica hiperex crise Desvio ocular - + Estímulos ext + - Mov. Predomin. Tremor Abalos clônicos Reposicionamento + - do membro Alterações Autonômicas - +

Eletroencefalografia EEG: Ritmo de base: Ativ. Ictais:- atividade rítmica (delta, teta,alfa ou beta) persististe em uma região por mais de 10 seg -surtos de supressão Ativ. Interictal: -Ondas agudas em trens e repetitiva em uma área. Monitorização por vídeo-EEG: Monitorização poligrafica:

EEG Alterações com correlação eletrográficas consistente: Clonica: focal, multifocal, hemiconvulsão, Axial. Tonica: focal (flexão assimétrica do tronco, desvio ocular fixo) Mioclonica: generalizada ou bilateral e focal Espasmos Apnéias

EEG Mioclônica focal e multifocais. Generalizada tônica Sutis Sem correlação eletrográfica consistente: (Reflexos primitivos do tronco encefálico, desencadeada por estímulos ou suprimidos por reposicionamento dos membros.) Mioclônica focal e multifocais. Generalizada tônica Sutis Automatismos motores

EEG Crises eletrográficas: (Sem manifestações clínicas) Paralização por drogas DAEs Encefalopatia grave

Etiologia Glicemia Calcemia Magnesemia Piridoxina Gasometria Amonia Lactato LCR. Sorologias CK-bb

Outros exames complementares Ecografia transfontanelar Doppler transcraniano Tomografia computadorizada Ressonância magnética Espectroscopia por RNM.

Tratamento Causa básica

Tratamento Fenobarbital: Droga de eleição em recém-nascidos M.A: Aumenta a inibição do GABA,reduz o afluxo de cálcio intracelular, varre os radicais livres e diminui a taxa metabólica do cérebro. Nível Sérico de 15 a 40 µg Hematológicas, insuficiência hepática, concentração, QI, Hiperatividade.

tratamento Fenitoína/fosfenitoina: Apresenta oscilações nos níveis séricos em recém-nascidos. Tem eficácia similar ao PB. Se utilizada isoladamente = 45% PB+ PHT = eficácia de 60%. Nível sérico = 10 a 20µgml.

tratamento Benzodiazepínicos: Diazepam: se associado ao PB=efeito depressor cumulativo, tem eliminação lenta e prejudica a avaliação clínica. Midazolam: EME, infusão contínua sem oscilações no nível sérico, eliminação rápida, e retirada 3 a 4 dias do controle da CC. Lorazepam: 0,05 a 0,10mg/kg IV em 2 a 5 min.

tratamento Tiopental: EME Monitorização Ataque: 10 mg/kg Manutenção: 0,5 a 5 mg/kg/hora Controle encefalográfico.

Outras DAEs Primidona: Carbamazepina: Ac. Valpróico (ev e vr): → hiperamonemia Clonazepan: Lidocaína: Vigabatrina: Topiramato: Lamotrigina:

Quando retirar as DAES Depende do diagnóstico e prognóstico. CC por asfixia= recorrência de 30% no 1ºano de vida. Anormalidades no EEG, USG e exame neurológico = significância EEG normal na 1ºa semana de vida e exame neurológico normal = menor risco de recorrência a longo prazo.

Retirada da medicação RN: Ex.N. normal→EEG normal→ retirar a DAE. RN: Ex.N. normal→EEG anormal→manter se possível uma única DAE. 1 m: Ex.N. Normal e EEG normal→ retirar a DAE. 1 m: Ex.N. anormal→EEG normal→ retirar a DAE. 1m: Ex.N. anormal →EEG anormal→ manter a DAE.

Acompanhamento Com ou sem medicação: Marcos estabelecidos do desenvolvimento neuro-psico-motor no primeiro ano de vida Após, pelo menos anual até o final da alfabetização. Neuropatia estabelecida: sem prazo definido.

controvérsias Todas as crises eletrográficas sem manifestações clínicas devem ser tratadas? Fenobarbital, quando retira-lo? 1m: Ex.N. normal e EEG anormal ?

conclusão Aumentar o tempo de observação. Utilizar de algumas manobras auxiliares. Necessidade de exames complementares. Quando e como introduzir as DAEs Quando e como retirar as DAEs

Bibliografia: Convulsões no período neonatal, 2009. Volpe JJ. Neurology of the Newborn. 3º ed. 1995 Mizrahi EM, Kellaway P. Characterization and classification of neonatal seizures. Neurology 1987. Yacubian EMT, Sousa PS. Classificação das crises e das epilepsias: dificuldades no período neonatal, infância e adolescência, em Epilepsia Infância Adolescência, 2003, pag 43. Gherpelli JLD. Crises neonatais, em Epilepsia Infância Adolescência, 2003, pag 191.

Nota do Editor do site www.paulomargotto.com.br Dr. Paulo R. Margotto Consultem: Efeitos do tratamento das convulsões neonatais subclínicas detectadas monitorização contínua eletroencefalográfica amplitude-integrada:ensaio randomizado e controlado (Effect of Treatment of Subclinical Neonatal Seizures Detected With Continuous Amplitude Autor(es): Linda G. M. van Rooij, Mona C. Toet, Alexander C. van Huffelen, Floris Groenendaal, et al . Apresentação: Daniel Artiaga, Diogo Wagner, Fernando Galli, Paulo R. Margotto       Crises convulsivas no período neonatal Autor(es): Sérgio Henrique Veiga, Paulo R. Margotto, Josileide G Castro