Apresentação:Joaquim Bezerra

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Transcrição da apresentação:

Apresentação:Joaquim Bezerra Os efeitos do balanço hídrico positivo em lactentes menores de um ano com bronquiolite viral aguda submetidas à ventilação mecânica Cecília Korb, Pedro Celiny Ramos Garcia Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Medicina/Pediatria,2013 Apresentação:Joaquim Bezerra R3 UTIPEDIÁTRICA – HRAS/HMIB Brasília, 10 de dezembro de 2014 www.paulomargotto.com.br

Consultem a Tese Integral! Clicar aqui com o eslide aberto! Os efeitos do balanço hídrico positivo em lactentes menores ... repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5541 de C Korb - ‎2013 - ‎Artigos relacionados Título: Os efeitos do balanço hídrico positivo em lactentes menores de um ano combronquiolite viral aguda submetidos à ventilação mecânica. Autor(es): Korb,Cecília. Orientador: Garcia, Pedro Celiny Ramos. Palavras-chave: MEDICINA

Introdução A bronquiolite viral aguda (BVA) é a principal infecção respiratória em crianças menores de dois anos e a principal causa de internação hospitalar nesta faixa etária. Dos pacientes internados por BVA, até 35% necessitam de cuidados de terapia intensiva e ventilação mecânica (VM), conforme a existência de fatores de risco associados.

Introdução Sabe-se que os pacientes com BVA apresentam tendência a retenção hídrica e consequente predisposição a balanço hídrico (BH) positivo, especialmente aqueles submetidos à VM. Mecanismos: - aumento da secreção do hormônio antidiurético (ADH); - ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona; - aumento da secreção do peptídeo atrial natriurético; - certo grau de insuficiência renal induzida pela VM.

Introdução Os efeitos da sobrecarga hídrica em pacientes adultos criticamente doentes têm sido muito discutidos e alguns estudos têm demonstrado associação com piores desfechos.

Introdução Em pediatria: Flori et al demonstraram maior mortalidade e maior tempo de VM (expresso em dias livres de VM) quanto maior o BH cumulativo nas primeiras 72 horas do início do diagnóstico. Valentine et al também encontraram associação independente entre o BH cumulativo positivo nos primeiros três dias e menos dias livres de VM.

Objetivo Verificar a associação entre BH cumulativo e dias livres de VM em lactentes menores de um ano com BVA submetidos à VM.

Material e Métodos Coorte retrospectivo realizado através de revisão de prontuários. Selecionados lactentes com idade entre 1 e 12 meses internados na UTIP do Hospital São Lucas da PUCRS com diagnóstico de BVA e necessidade de VM no período de abril de 2008 à setembro de 2011. Foram excluídos os lactentes portadores doença pulmonar crônica, com traqueostomia e com uso prévio de VM por insuficiência ventilatória secundária à doença pulmonar aguda, o que poderia estar associado à sequela pulmonar, necessidade de maiores parâmetros ventilatórios, dificuldade de desmame e de retirada da VM. A referida UTIP é composta por 12 leitos com média de 450 admissões ao ano, cerca de 50% dos pacientes com uso de VM e mortalidade geral de 4 a 6%. Das admissões anuais, uma média de 20 são por BVA com necessidade de VM.

Material e Métodos Os pacientes admitidos com suspeita de BVA rotineiramente são submetidos à pesquisa de vírus respiratórios, sendo coletada amostra de secreção nasofaríngea para o teste de imunofluorescência direta (VSR, influenza A e B, parainfluenza e adenovírus).

Material e Métodos Os dados diários coletados de cada paciente foram: BH, parâmetros de VM, uso de diuréticos. Para a análise estatística, foi utilizado o BH cumulativo dos primeiros 3 dias do início da VM.

Material e Métodos Os parâmetros diários da VM considerados para o estudo foram aqueles utilizados pelo paciente às 10 horas da manhã, após a visita médica diária, sendo registrados a pressão de pico inspiratório (PIP), a pressão positiva no final da expiração (PEEP), a frequência respiratória e a fração inspirada de oxigênio (FiO2).

Material e Métodos O desfecho principal foi dias livres de VM, definido como o número de dias em que o paciente estava vivo e não ventilado mecanicamente nos primeiros 28 dias após a admissão na UTIP.

Material e Métodos Os pacientes que evoluíram para óbito estando em VM receberam o valor de zero; nenhum paciente recebeu o valor de 28 uma vez que uso de VM é critério de inclusão para o estudo. Os desfechos secundários foram tempo de internação na UTIP e os parâmetros de VM (PIP, PEEP, FiO2) utilizados no terceiro dia.

Material e Métodos O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital São Lucas da PUCRS.

Análise estatística Os dados foram coletados por pesquisador único e transcritos para planilha Excel para Windows. As variáveis contínuas com distribuição normal foram expressas através de médias e desvio-padrão e as variáveis contínuas com distribuição assimétrica foram expressas através de mediana e intervalo interquartil. As variáveis categóricas foram apresentadas em frequências absolutas e relativas. Para analisar a relação entre as variáveis de desfecho (dias livres de VM, tempo de internação na UTIP e parâmetros ventilatórios) e as preditoras (sexo, idade, peso, PIM2 e BH cumulativo no terceiro dia) foi utilizado o modelo linear generalizado. Considerado estatisticamente significativo um valor de p < 0,15 na análise univariada para inclusão na multivariável e um valor de p < 0,05 na análise multivariável. Todas as análises foram realizadas utilizando o SPSS versão 17.

RESULTADOS 86 pacientes foram elegíveis no período do estudo, dos quais 2 apresentavam doença pulmonar crônica e 3 tiveram uso prévio de VM por doença pulmonar aguda, totalizando 81 incluídos. O tempo médio de internação hospitalar foi de 18,7 ± 7,7 dias.

RESULTADOS O vírus sincicial respiratório foi o mais prevalente, sendo encontrado em 54 pacientes (66,6%), isoladamente ou em associação com outros vírus. Três pacientes não tiveram amostra para pesquisa de vírus analisada.

RESULTADOS 4 pacientes (4,9%) evoluíram para óbito, sendo que 3 tiveram diagnóstico de síndrome da angústia respiratória aguda e um tinha cardiopatia congênita (defeito do septo atrioventricular) como comorbidade. 9 pacientes tiveram uso de VM prévia a esta internação, sendo 4 por sepse neonatal, 1 por asfixia neonatal, 1 por prematuridade (menos de 24 horas de VM, sem necessidade de oxigênio suplementar e sem critério para displasia broncopulmonar), 1 pós-operatório de onfalocele, um pós-operatório de coartação de aorta e um estado de mal epiléptico. Apenas três pacientes apresentaram falha de extubação, dois por obstrução alta e um por disfunção respiratória.

RESULTADOS O BH cumulativo no terceiro dia do início da VM foi em média 139 ± 68 ml/kg positivo. Nenhum paciente apresentou BH cumulativo negativo no terceiro dia de VM e 15 pacientes (18,5%) estavam em uso de diurético neste mesmo dia, sendo a dose média de 1,3 mg/kg/dia (1,0 - 4,8 mg/kg/dia). Considerando apenas os 4 pacientes que evoluíram para óbito, a média do BH cumulativo nos primeiros 3 dias de VM foi de 281 ± 98 ml/kg, representando mais do que o dobro da média de toda a amostra estudada. O BH cumulativo dos três pacientes que apresentaram falha de extubação foi 126 ± 40 ml/kg, semelhante à média geral.

RESULTADOS A análise univariada mostrou associação significativa de sexo e BH cumulativo nos primeiros 3 dias com dias livres de VM: sexo masculino determina um maior número de dias livres de VM e um maior BH cumulativo determina um menor número de dias livres de VM, sendo os valores de p = 0,030 e p < 0,001 respectivamente (tabela 2). No entanto, as variáveis preditoras idade, peso e PIM2 não apresentaram associação significativa com dias livres de VM. Na análise multivariável, sexo masculino segue apresentando associação significativa para um maior número de dias livres de VM (p = 0,020). Da mesma forma, um maior BH cumulativo no terceiro dia de VM mostrou-se fator de risco independente para um menor número de dias livres de VM (p < 0,001).

RESULTADOS Não houve relação entre BH cumulativo no terceiro dia e tempo de internação na UTIP (β 0,00; IC 95% -0,02 a 0,02; p = 0,95). Quanto a VPM, quanto maior o BH cumulativo no terceiro dia, maior a PEEP e a FiO2 utilizadas no mesmo dia de VM (p = <0,001 para ambas) (tabela 3).

DISCUSSÃO O BH cumulativo no terceiro dia do início da VM é inversamente relacionado com os dias livres de VM: quanto maior o BH, menos dias livres de VM. O BH cumulativo também está associado com a utilização de maior PEEP e maior FiO2 no terceiro dia de VM.

DISCUSSÃO Não existem dados na literatura quanto aos efeitos do BH positivo em lactentes com BVA submetidos à VM. Considerando os dados de Flori et al e Valentine et al, os presentes resultados corroboram a teoria de que a sobrecarga hídrica poderia determinar pior performance do sistema respiratório.

DISCUSSÃO Esses achados evidenciam que, tanto em doenças pulmonares restritivas quanto em obstrutivas, a sobrecarga hídrica leva a um menor número de dias livres de VM.

DISCUSSÃO Para cada 33ml/kg de BH positivo cumulativo no terceiro dia, houve um dia livre de VM a menos. Isto significa que há uma diferença de 4 dias livres de VM no intervalo entre os sujeitos que apresentaram BH cumulativo um desvio padrão abaixo e um desvio padrão acima da média, ou seja, BH cumulativo entre 71ml/kg e 207ml/kg.

DISCUSSÃO Em relação à BVA, é preciso destacar que cerca de 20 a 30% das crianças que necessitam de cuidados intensivos desenvolvem hiponatremia e que estudos têm demonstrado piores desfechos nestas crianças, como maior necessidade de ventilação não-invasiva, maior tempo de VM e de internação na UTIP e maior mortalidade.

DISCUSSÃO Contudo, os estudos que evidenciaram tais associações não avaliaram o BH dos pacientes incluídos. Portanto, a sobrecarga hídrica pode constituir um importante fator de confusão quando associa-se a hiponatremia à piores desfechos.

DISCUSSÃO O resultado da análise univariada e confirmada pela multivariável, mostrando gênero como variável associada a dias livres de VM possivelmente está no fato de que os quatro pacientes que evoluíram a óbito foram do sexo feminino, o que significa atribuir o número “zero” a dias livres de VM. Isto torna a média de dias livres de VM do sexo feminino menor que a do sexo masculino (17,5 ± 8,4 vs 21,3 ± 2,0 dias). Excluindo estes pacientes, a média de dias livres de VM torna-se semelhante em ambos os sexos (20,7 ± 3,8 vs 21,3 ± 2,0 dias).

DISCUSSÃO Quando avaliamos os parâmetros utilizados na VM no terceiro dia, o fato de não haver relação entre a PIP e o BH cumulativo neste dia sugere que a sobrecarga hídrica não afeta diretamente as vias aéreas de pequeno calibre, portanto não determinando piora do fator obstrutivo. Entretanto, a associação do BH cumulativo no terceiro dia com a utilização de maior PEEP e maior FiO2 neste mesmo dia fala a favor da existência de edema intersticial pulmonar secundariamente à sobrecarga hídrica. Isto poderia ser explicado pelo aumento do volume de água extravascular pulmonar, ou seja, o volume de água pulmonar contida no interstício, alvéolos, espaço intracelular e linfático. Tal medida já foi associada à necessidade de parâmetros ventilatórios mais elevados, maior tempo de VM e maior mortalidade em pacientes com sobrecarga hídrica e diagnóstico síndrome da angústia respiratória aguda e insuficiência ventilatória de outras causas.

DISCUSSÃO Embora os pacientes que evoluíram à óbito neste presente estudo tenham apresentado mais que o dobro da média de BH cumulativo no terceiro dia que a média geral da amostra, os autores não associaram a mortalidade com BH cumulativo.

DISCUSSÃO Algumas limitações do estudo incluem o número de pacientes, o desenho do estudo e o método diagnóstico utilizado para a pesquisa de vírus respiratórios. Um estudo prospectivo poderá ser desenvolvido para tentar estabelecer um ponto de corte a partir do qual o BH cumulativo seja determinante de piores desfechos, permitindo intervenção precoce nos pacientes com BVA submetidos à VM.

CONCLUSÕES O presente estudo mostrou que o BH cumulativo positivo no terceiro dia de VM é um fator de risco independente para um menor número de dias livres de VM em lactentes menores de um ano com BVA. O BH cumulativo positivo no terceiro dia de VM também apresenta associação com maior PEEP e maior FiO2 utilizados neste mesmo dia. Não houve relação entre BH cumulativo e tempo de internação na UTIP.

CONCLUSÕES Com base nos achados do presente estudo, os autores sugerem que o controle do BH seja levado em consideração nos pacientes com BVA submetidos à VM. A determinação do BH alvo para estes pacientes ainda deve ser estudado.

Abstract

Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também! A relação da administração de flúido e o desfecho no ensaio Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) pediátrico recebendo Calfactante Autor(es): Douglas F Wilson, Neal J Thomas et al; em colaboração com o Pediatric Acute Lung and Sepsis Investigators Network        Estudo FACTT5: manejo racional de fluidos após estabilização inicial se correlaciona com melhor oxigenação, menos eventos adversos e menor duração de ventilação mecânica e internação na UTI Os resultados do trabalho sugerem que os Intensivistas pediátricos ainda não mudaram a estratégia de oferta mais agressiva de fluidos para outra mais conservadora, visando manter balanços hídricos negativos

Neste estudo um maior balanço hídrico cumulativo se associou a piora da oxigenação, maior tempo de ventilação mecânica e internação hospitalar e também a maior taxa de óbito. Como sugere Arikan et al: manter a euvolemia uma vez que o paciente encontra-se estável hemodinamicamente. Este estudo mostra que, em geral, os intensivistas pediátricos ainda adotam uma estratégia mais “liberal” para a oferta hídrica dos pacientes durante a internação na UTI. Esta conduta pode ter efeitos detrimentais nos resultados.

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Os autores desse estudo estimaram que os bebês tiveram uma probabilidade 14 vezes maior de desenvolver hemorragia intraventricular quando receberam volume excessivo enquanto se apresentavam normotensos. Expansão de volume excessiva pode conduzir a um maior comprometimento cardíaco com insuficiência cardíaca e hipotensão arterial, que poderia, por sua vez, levar a uma mais rápida administração de grandes volumes. As consequências do comprometimento miocárdico podem levar a manifestações como hemorragia pulmonar, hemorragia intracraniana ou parada cardiorrespiratória. Estas mortes representaram 75% de todas as mortes’ não inevitáveis ' e a maioria (nove em cada 12) dos bebês que morreram a partir dessas condições receberam > 30 ml / kg expansão volumétrica.

Obrigado

Na Unidade de Neonatologia do HRASHMIB/SES/DF) e Paulo R. Margotto Drs. Joaquim Bezerra, Paula Abdo (R3 em Terapia Intensiva Pediátrica estagiando Na Unidade de Neonatologia do HRASHMIB/SES/DF) e Paulo R. Margotto