Encefalites virais-raiva

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HEPATITE C.
Advertisements

Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
INFLUENZA A (H1N1) REDUZIR RISCO DE TRANSMISSÃO
Bioterrorismo: Realidade ou Ficção?
VÍRUS CAUSADORES DE DIARRÉIAS
Dengue Profª: Vanise Parente.
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAS CONTRA POLIOMIELITE E TRÍPLICE VIRAL
Termos Técnicos Utilizados em Parasitologia
Kamille Chaves. Enfa gerontologista, ESF Conjunto Paulo VI.
Estudos retrospectivos de zoonoses no Estado do Paraná e municípios da Região Metropolitana de Curitiba Nathalia Terra Ferreira e Souza Iniciação Científica.
ENCEFALITES VIRAIS CANINAS: ANTIGO PROBLEMA, NOVOS CONCEITOS
O que é a Hepatite A ? Hepatite A é uma doença do fígado altamente contagiosa e algumas vezes fatal. É causada por um vírus, o HAV. Geralmente esta.
Vírus Márcia Regina Garcia.
Um problema de saúde pública que você pode evitar.
VÍRUS DA RAIVA.
Malária A malária ou paludismo é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada.
ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DA RAIVA NO SINAN
O início: 1948 Ações Isoladas
Imunoterapia e Imunoprofilaxia
Leishmaniose Visceral
FASE 1 Notificação, investigação e encerramento dos casos realizados semanalmente. Mapeamento dos casos: geocodificação e georeferenciamento. Busca ativa.
Faculdade de Saúde, Humanas e Ciências Tecnológicas do Piauí- NOVAFAPI
Calazar.
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CURVELO - FACIC
Estudos de Estabilidade
ACIDENTES OCUPACIONAIS COM RISCO BIOLÓGICO: O QUE FAZER PARA EVITAR CONTAMINAÇÃO? Grupo Prev-Bio FAMEMA.
Leishmaniose.
Leishmaníase.
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
Vigilância Epidemiológica
Vigilância Sanitária Controle de alimentos, pragas e vetores
CONCEITO A raiva (conhecida impropriamente como hidrofobia) é uma doença infecciosa de origem viral, que causa uma doença grave, geralmente fatal do sistema.
Esquema para tratamento profilático anti-rábico humano com a vacina
Dengue.
BACILOS GRAM-POSITIVOS ESPORULADOS
INFLUENZA A H1N1 Minas Gerais
SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
Raiva e Resfriado.
Daniel de Almeida Balthazar Universidade Castelo Branco
DENGUE Carolina Romero.
UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS DA RAIVA
RAIVA Profª Adriana Amaral.
DENGUE UNIDADE DE PEDIATRIA - HRAS ENFERMARIA - DIP
Apresentação: -Barbara Lopes -Camila Martins -Dulhe A. Pereira -Gabriela Lima -Mayra Pamela _________Saúde Publica________ Prof° Charlene.
Poliomielite PROF. ALICIA DEL CARMEN.
Leptospirose Definição: Bactéria do gênero Leptospira.
LEUCOSE FELINA Etiologia: Família Retroviridae
GUMBORO PROF. MSc MARCOS FABIO IFRJ -
Vigilância das Hepatites Virais
Hantavirose.
Microbiologia Profª. Alexandre POLIOMIELITE.
ESTOMATITE VESICULAR Nome do Palestrante:_________________
RAIVA HUMANA Componentes: Felipe Cerqueira Fco. Julielson
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA
Infecções Congênitas – Citomegalovírus
ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO
Vigilância Epidemiológica
Vacinação.
ESTADO DE SANTA CATARINA
Botulismo Definição: Doença Neuroparalítica Severa
Francisco Franciane Levino Magno natália Rafael Pereira
INFECÇÃO HUMANA PELO VÍRUS INFLUENZA A (H1N1)
LEISHMANIOSE VISCERAL (Calazar)
Recomendações para vacinação em pessoas infectadas pelo HIV
RAIVA DOS HERBÍVOROS NO BRASIL
BOTULISMO Do grego: botulus = salsicha Etiologia: Clostridium botulinum C e D.
RAIVA ANIMAL (Rage; Rabies; Rabbia; Rabia; Tolwut) PROF. DR. CÉSAR AUGUSTO GARCIA - UFU.
Mariana Soares da Silva Mestranda Virologia Básica Vírus da Hepatite E.
Transcrição da apresentação:

Encefalites virais-raiva José Eduardo Ungar de Sá Médico Veterinário: LACEN-Ba/ CITVET2/UNEB citvet2@yahoo.com.br 3356-1582

Etiologia Fam: Rhabdoviridae Gênero: Lyssavírus Espécie: Rabies vírus Genotipo 1 / Sorotipo 1 - Rabies virus (RABV) Genotipo 2 / Sorotipo 2 - Lagos bat virus(LBV) Genotipo 3 / Sorotipo 3 - Mokola virus(MOKV) Genotipo 4 / Sorotipo 4 – Duvenhage virus (DUVV) Genotipo 5 / Sorotipo 5 - European bat lyssavirus 1 (EBL-1) Genotipo 6 - European bat lyssavirus 2 (EBL-2) Genotipo 7 - Australian bat lyssavirus (ABLV) Genotipo 8 ? – Aravan virus Genotipo 9 ?- Khujand virus Genotipo 10 ?- Irkut virus Genotipo 11 ?-West caucasian bat virus

CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO VÍRUS • O vírus da raiva é sensível a: solventes de lipídeos (sabão, éter, clorofórmio e acetona) etanol 45-70% agentes físicos e químicos: são inativados em poucos minutos pela ação de ácidos e bases fortes, luz solar, luz ultravioleta e temperatura (60°C por 35s) • O vírus da raiva é estável a: dessecação, pH entre 5-10 congelamentos e descongelamentos sucessivos temperaturas baixas (4°C se mantém infectivo por dias; a - 70°C ou liofilizado (4°C), se mantém durante anos)

Raiva- patogenia 1- Inoculação periférica do vírus 2- Migração centrípeta intra-axonal 25 a 50mm 3- Período de incubação não induz imunidade 4- Replicação no SNC 5- Distribuição do vírus em espécies diferentes 6- Migração centrífuga do vírus (glândulas) 7- Eliminação do vírus na saliva, até 5 dias antes do sintomas (período de observação)

Raiva- período de incubação Depende de: 1- Extensão e número de ferimentos 2- Profundidade da lesão 3- Inervação do local 4- Distância do SNC 5- Carga viral 6- Cepa viral Duração de 10 dias até 6 meses

Sintomas Período prodrômico- anorexia, febre, disfagia, mudança de comportamento, irritação no local da agressão Fase de estado Salivação intensa (dificuldade de deglutição) Agitação e excitação Agressividade (auto mutilação) Tremores, convulsões Paresia e paralisia Óbito

Sintomas A raiva muda é caracterizada pela predominância dos sintomas paralíticos. A fase de excitação é curta ou ausente. Animal fica “engasgado

Eliminação do vírus RAIVA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS DE ESTIMAÇÃO É frequente o isolamento de vírus da raiva em glândulas salivares de animais doentes, diferentemente de outras espécies. Em muitas ocasiões o título viral em glândulas salivares é maior do que no SNC.

Tipificação antigênica Objetivo: Identificar a variante antigênica do vírus da raiva Risco da transmissão de morcegos não hematófagos aos cães e principalmente gatos. Risco ao homem. Dificuldade de diagnóstico clínico e laboratorial Introdução de novas variantes

Novas perspectivas sobre o vírus rábico Variantes antigênicas Variante 2 (Cão) Variante 3 (Desmodus) Variante 4 (Tadarida) Variante 6 (Lasiurus) Variante de raposas e saguis Determinação por Ac. monoclonais

Cachorro do mato/raposa/sagui

Os morcegos e a raiva Importância ecológica 1- Controle de insetos e pragas 2- Controle da população de pequenos vertebrados 3- Controle populacional de espécies silvestres 4- Formação e expansão de florestas, através da dispersão de sementes

Morcêgos-Hábitos alimentares

Nectarívoro

Hematófagos

Hematófago-Diphyla ecaudata/ Desmodus rotundus

Piscívoros

Frugívoros

Diagnóstico laboratorial da raiva Qual amostra deve ser encaminhada? 1- Sistema Nervoso Central das diversas espécies animais 2- Cães e gatos: agressores com sintomatologia nervosa 3- atropelados com óbito a esclarecer 4- Herbívoros: com sintomatologia nervosa 5- Silvestres: animais encontrados mortos (atropelados) 6- animais encontrados em locais e horário não habituais (morcegos hematófagos e não hematófagos)

Prevenção 1- Vacinação (a partir de 40 dias). 2 doses na primo vacinação 2- Conscientização e conhecimento 3- Controle populacional 4- Bloqueios vacinais 5- Isolamento e observação dos suspeitos (10 dias)

Tratamento da raiva humana Critérios de inclusão e exclusão Este protocolo de tratamento está recomendado para todo paciente com suspeita clínica de raiva, que tenha vínculo epidemiológico e profilaxia antirrábica inadequada. É importante que seja aplicado um termo de consentimento livre e esclarecido para a sua utilização. Profilaxia antirrábica inadequada Paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição antirrábico; OU que recebeu o esquema de pós-exposição incompleto, conforme as normas técnicas de profilaxia da raiva humana OU paciente que não recebeu o esquema de pós-exposição em tempo oportuno.

Tratamento da raiva humana Conduta após confirmação laboratorial da Raiva - Manter todas as condutas acima descritas e mais as abaixo relacionadas. - Amantadina – 100mg via enteral de 12/12h; NÃO usar Ribavirina. - Biopterina – 2mg/kg via enteral de 8/8h (disponível no Ministério da Saúde). - Sedação profunda: Midazolan (1 a 2mg/kg/h) associado a Ketamina (2mg/kg/h) – suspender Fentanil se estiver em uso; as doses acima não devem ser muito aumentadas; se necessário para otimizar a sedação, associar Fentanil; evitar uso de barbitúricos e propofol e monitorar com escala de sedação (Ramsey VI), BIS ou EEG.

Diagnóstico diferencial Raiva ou cinomose? Enfermidades simultâneas Cinomose com quadros clínicos atípicos (sialorréia, trismo dentário, disfagia, agressividade e mudança de comportamento, paralisia, paresia) Animais vacinados: contra raiva. Contra raiva e cinomose