NUTRIÇÃO DO PRÉ-TERMO: USO DO LEITE HUMANO FORTIFICADO

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Transcrição da apresentação:

NUTRIÇÃO DO PRÉ-TERMO: USO DO LEITE HUMANO FORTIFICADO Internas : Elaine Cristina Rey Moura Gláucia Vieira Ferreira Orientador : Dr. Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO O leite humano é o alimento ideal para o RN tanto a termo quanto pré-termo com qualidades do ponto de vista nutricional, imunológico e psicológico. Os RN pré-termos amamentados com leite materno tem menor risco de desenvolver: hemorragia peri / intraventricular, doença pulmonar, retinopatia da prematuridade e leucomalácia periventricular.

INTRODUÇÃO O conteúdo nutricional do leite humano por si só não é suficiente para preencher as necessidades nutricionais dos RN prematuros. Composição protéica do LM é de 0,9 a 1,5g/dl Necessidade nutricional dos prematuros – 3 a 4 g/kg/dia Qtd mínima de 200 ml/kg de LM para oferecer a necessidade Nutricional !!! Quantidades insuficientes de: Sódio Cálcio/Fósforo Potássio

VANTAGENS DO USO DO LEITE HUMANO FORTIFICADO

VANTAGENS A adição de proteína ao LH do RN pré-termo resulta em ganho de peso, crescimento do perímetro cefálico e do comprimento. A adição de sódio diminui o risco de hiponatremia. A adição de cálcio e fósforo diminui o risco de raquitismo e fraturas pelo aumento na mineralização óssea. Para administrar a quantidade suficiente de cálcio e fósforo, seria necessário prescrevermos 500 ml/kg/dia e 300 ml/kg/dia de leite materno, respectivamente !!!

DESVANTAGENS DO USO DO LEITE HUMANO FORTIFICADO

DESVANTAGENS Os efeitos negativos do ferro são discutíveis de acordo com diferentes literaturas. A adição do ferro abole a atividade antimicrobiana do leite materno. Saturação da lactoferrina do leite materno com o ferro  prejuízo na ação da lactoferrina  crescimento bacteriano ou fúngico.

COMPOSIÇÃO/ MODO DE UTILIZAÇÃO DOS FORTIFICANTES

FORTIFICANTES Os fortificantes apresentam componentes variados tais como : proteínas, hidratos de carbono, cálcio, fósforo, eletrólitos e alguns apresentam oligoelementos como zinco, manganês, cobre e vitaminas. Encontram-se na forma de pó ou líquido que se adiciona ao LH.

FORTIFICANTES A adição ao LH deve ser prescrita a partir de 15 dias de vida ou quando a ingesta oral atingir 100 ml/kg/dia de LH para RN com peso < 1500 g e IG< 30-32 semanas. O uso de fortificantes deve ser feito principalmente em recém-nascidos com complicações médicas como NPT, corticoterapia ou restrição hídrica.

FORTIFICANTES A adição do LH deve ocorrer no momento em que for administrado para evitar o risco de contaminação. De um modo geral, são utilizados em uma quantidade de 4-5 gramas de suplemento para cada 100 ml de LM e um volume total para atender as necessidades de 150 a 170 ml/kg/dia.

FORTIFICANTES O término deve ocorrer quando o RN estiver amamentando predominantemente ao seio e até completar 40 semanas de idade pós-concepcional ou atingir o peso de 2 kg.

O uso do leite humano adicionado interfere nas propriedades imunológicas do leite materno?

ARTIGO Efeitos do fortificante do leite humano nas propriedades antimicrobianas do leite humano (Effects of Human Milk Fortifier on the antimicrobial properties of human milk) Journal of Perinatology 2006; 26:761-763. F Ovali IH Çiftçi Z Çetinkaya A Bükülmez

INTRODUÇÃO As propriedades imunológicas do leite materno são de extrema importância para os RN prematuros, que apresentam certo grau de imunodeficiência. Os RN que recebem o LM têm menores taxas de infecções. No entanto, as propriedades nutricionais do LM são insuficientes para o prematuro, havendo a necessidade de fortificação do LM.

OBJETIVO O artigo teve como objetivo principal avaliar os efeitos da adição de fortificantes e de ferro nas ações anti-infecciosas do LM.

METODOLOGIA Foram obtidas amostras de LM de 30 mães de prematuros. Todas as mães eram saudáveis e não faziam uso de nenhuma medicação. No mínimo 30 ml de LM eram obtidos e mantidos em recipientes esterilizados a -20°C.

METODOLOGIA O leite obtido era, posteriormente, descongelado e dividido em três partes: A primeira contendo somente LM. A segunda contendo LM fortificado com Eoprotin e a terceira contendo LM suplementado com sulfato ferroso. As propriedades anti-infecciosas de cada parte foram analisadas pela avaliação do crescimento bacteriano e pelo tamanho das zonas de inibição bacteriana.

METODOLOGIA As zonas de inibição bacteriana eram avaliadas utilizando-se papel de filtro, embebido em LM, colocado sobre o meio de cultura ágar sangue previamente inoculado com Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa ou Candida albicans. A zona de inibição foi medida 24 a 36 horas após.

METODOLOGIA O artigo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Consentimento informado foi obtido de todas as mães. p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS O LM inibiu o crescimento dos agentes pesquisados. A adição de fortificante ao LM não inibiu este efeito e as zonas de inibição foram similares nos dois grupos. A adição do ferro prejudicou significativamente a ação anti-infecciosa do leite materno.

RESULTADOS

DISCUSSÃO O presente artigo confirmou os benefícios do leite materno isolado e do leite materno fortificado na prevenção de determinadas infecções. A adição do ferro diminuiu a eficácia antimicrobiana para valores próximos à zero, possivelmente pela saturação da lactoferrina. Provavelmente, quanto maior a dose de ferro adicionado ao LM, menor a atividade anti-infecciosa do leite humano.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS O leite materno fortificado tem importantes benefícios nutricionais para os prematuros. A fortificação não altera as propriedades imunológicas e a tolerância do leite materno. A adição de ferro aos fortificantes deve ser evitada de acordo com algumas literaturas. Mais estudos devem ser realizados para avaliar os efeitos a longo prazo do LH fortificado.

Referências do artigo: Narayanan I, Prakash K, Gujral V. The value of human milk in the prevention of infection in the high risk low birth weight infant. J Pediatr 1981; 99: 496–498. | Article | PubMed | ChemPort | Hylander MA, Storbino DM, Dhanireddy R. Human milk feedings and infection among the very low birth weight infants. Pediatrics 1998; 102: E38. | Article | PubMed | ChemPort | Chan GM. Effects of powdered human milk fortifiers on the antibacterial actions of human milk. J Perinatol 2003; 23: 620–623. | Article | PubMed | Jocson MA, Mason EO, Schanler RJ. The effects of nutrient fortification and varying storage conditions on host defense properties of human milk. Pediatrics 1997; 100(Part1): 325–328. | Article | Isaacs CE, Litov RE, Thormar H. Antimicrobial activity of lipids added to human milk, infant formula and bovine milk. J Nutr Biochem 1995; 6: 362–366. | Article | PubMed | ChemPort | Santiago MS, Codipilly CN, Potak DC, Schanler RJ. Effect of human milk fortifier on bacterial growth in human milk. J Perinatol 2005; 10: 647–649. | Article | Telang S, Berseth CL, Ferguson PW, Kinder JM, DeRoin M, Petschow BW. Fortyfying fresh human milk with commercial powdered milk fortifiers does not affect bacterial growth during 6 hours at room temperature. J Am Diet Assoc 2005; 105: 1567–1572. | Article | PubMed | Andersson Y, Linquist S, Largerqist C, Hernell O. Lactoferrin is responsible for the fungistatic effect of human milk. Early Hum Dev 2000; 59: 95–105. | Article | PubMed | ChemPort | Arnold RR, Cole MF, McGhee JR. A bactericidal effect for human lactoferrin. Science 1977; 197: 263–265. | PubMed | ISI | ChemPort |

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Consultem também: http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Novosnutri.doc http://www.paulomargotto.com.br/documentos/fortificantedoleite.doc http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Nutripr.doc http://www.paulomargotto.com.br/documentos/leite_materno.doc http://www.paulomargotto.com.br/documentos/ef_fot.doc http://www.paulomargotto.com.br/documentos/leite_humano.doc

OBRIGADA !!!! Dda Gláucia Dda Elaine