“Cefaléia e DTM: O que é o que?” 18° CIORJ

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
CEFALÉIAS Caracterização
Advertisements

Russell J,Perkins AT,et.al Arthirits e Rheumatism - jan 2009
Cefaléia do tipo Tensional
AS CEFALÉIAS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO.
Causas, sintomas e tratamentos
Professora Ms.Renata Cristina Di Grazia
CEFALÉIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Rosângela Carrusca Alvim
Prof. Roosevelt de Carvalho Wanderley
Liga da Dor Curso Introdutório
Cefaléias Marília Polo Minguete e Silva
Maíra Bagodi Batista da Silva 4º ano – medicina FAMEMA
CEFALÉIAS PRIMÁRIAS Ambulatório de Neurologia - Prof. Dr. Milton Marchioli Acadêmica Natália H. Papa 4º Ano de Medicina 2011 – FAMEMA.
Cefaléias Primárias 4ª Série Medicina
Bruna Bueno e Giovana Pinotti 4ª série Medicina FAMEMA
Ambulatório de Cefaléias 4ª Série – Medicina
CEFALEIAS PRIMÁRIAS Denise Marvulle Tan – 4ª série Medicina Famema Ambulatório de Neurologia da Famema – Prof. Dr. Milton Marchioli.
Ambulatório de Cefaléia – FAMEMA Mateus Matos Mantovani 2010
CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS
Cefaléias.
Cefaléias primárias e secundárias
CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALÉIAS
Fisiopatogenia da Enxaqueca
Enf. Saúde Mental e Psiquiatria II
Diabetes.
Cefaleia Crônica Diária – Avaliação e Terapêutica
Cefaléias Primárias Fabrício Castro de Borba
CEFALEIAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS
Como Orientar um Paciente com Cefaleia Aguda no PS
Classificação Internacional das Cefaléias 2ª Edição ICHD-II
cEFALéIAS Ambulatório de Cefaléia- FAMEMA Prof. Dr. Milton Marchioli
Dor Neuropática.
David Claro – 4ª série Medicina Ambulatório de Cefaléia – Famema 2013 Professor Dr. Milton Marchioli.
CEFALEIAS PRIMÁRIAS Marcos Zanchetta Joyce Mariane Merlo
Cefaleia Crônica Diária – Avaliação e Terapêutica
Prática clínica: Avaliação odontológica em pacientes com dor José TT Siqueira São Paulo.
Cefaléias Arthur Dias, Bruna Silva, Eduardo Hiroshi, Fernanda Yamamoto e Guilherme Kamano Ambulatório Cefaleias – Prof. Dr. Milton Marchioli Jun/2014.
Cefaléias Primárias.
Prof. Dr. José Geraldo Speciali
CEFALÉIA CERVICOGÊNICA
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
Cefaléias Dra Norma Fleming.
Sandro Schreiber de Oliveira
Fundamentos de Desordens Temporomandibulares
CEFALÉIA PÓS PUNÇÃO LEANDRO LIMA
Osteoartrose Disciplina Fisioterapia em Reumatologia
DENGUE Carolina Romero.
SIC 2004 Cefaléia Primárias Cefaléia Secundárias Neuralgias Cranianas.
Classificação SIC Primárias Secundárias Sinais de Alerta Programa Padrões Evolução Migrânea Cefaléia Tensional Cefaléia em Salvas Neuralgia Cranianas Cefaléias.
Tratamento da Enxaqueca
Tratamento da Enxaqueca
“GRIPE” A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório que tem distribuição global e elevada transmissibilidade. Classicamente,
Avaliação de cefaléias no adulto
Abordagem da Criança com Cefaleia
Espondilolistese Deslocamento sagital de uma vértebra sobre a outra subjacente. Classificação: displásico, ístmico, degenerativo,traumático, e patológico.
Displasia Coxo Femoral
Cefaléias para o Clínico
A Oclusão e a Endodontia
Prof: Klenio Lucena de Sena Campina Grande 2015
Diagnóstico de Diferencial das Cefaléias e Algias Cranianas
Norma Fleming Coordenadora do Ambulatório de Cefaléia
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS CEFALÉIAS
BIZU!!!! PADRÃO TEMPORAL DA CEFALÉIA Cefaléia aguda emergente Cefaléia crônica recorrente Cefaléia crônica recorrente com mudança do padrão.
Perfil alimentar de pacientes com doenças bucais: enfoque em lesões cancerizáveis e câncer de boca Ciências Médicas e da Saúde Prockmann, Stephanie*; Piñera,
Síntese dos artigos Dental occlusion: a critical reflection on past, present and future concepts. J. C. Turp, C. S. Greene e J. R. Strub Bruxism physiology.
SÍNDROME DE RETT Dayana Canani Pedroso Jussara Mendes
ANA VALESCA LOTHHAMMER MACHADO ESPECIALIZAÇÃO EM DTM E DOR OROFACIAL OCLUSÃO DENTAL: Uma reflexão crítica dos conceitos passado, presente e futuro  Variabilidade.
Cefaléias na infância e adolescência Aline Sacomano Arsie.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DO PACIENTE COM ENXAQUECA
Transcrição da apresentação:

“Cefaléia e DTM: O que é o que?” 18° CIORJ - 2007 Norma Fleming Neurologista Coordenadora Ambulatório de Cefaléia UERJ Coordenadora do Grupo de Trabalho de Cefaléia e Dor da ANERJ

Definições Dor localizada acima da linha orbitomedial Cefaléia – Dor de cabeça Dor localizada acima da linha orbitomedial Divide-se em primária e secundária Primária – é aquela que por si só é a própria doença (migrânea, cefaléia do tipo tensional, etc...) Secundária – é a cefaléia que faz parte dos sintomas de uma doença

Definições DTM DTM constituem numerosos problemas clínicos envolvendo: musculatura mastigatória, articulações temporomandibulares e estruturas associadas. As DTM dividem-se em: desordens musculares e desordens articulares ou ambas

DTM O sintoma mais comum é dor, localizada nos músculos mastigatórios, área pré-auricular ou ATM, que piora com a função mandibular. Esta dor pode ser: facial e cefaléia. Esta cefaléia é primária ou secundária?

DTM Classificação das cefaléias e dores craniofaciais – 1988 A cefaléia da DTM era considerada Cefaléia Primária – código 2.3.0.2 Cefaléia secundária – código 11.3 Por quê? Nesta época achava-se que a DTM miofascial era um dos tipos da cefaléia primária do Tipo tensional A DTM articular era uma cefaléia secundária, isto é, fazia parte dos sintomas desta DTM

Revisão

Cefaléia e DTM Magnusson e Carlsson 1978- Suécia DTM (n=80) vs Controle (sem DTM)(n=80) DTM Cefaléia em 78%♀ e 59%♂ Cefaléia diária em 8% Uso excessivo de analgésico (1x/semana ou mais) em 23% MAGNUSSON T, Carlsson G. Swed Dent J, 1978, 2: 85 – 92.

Cefaléia e DTM Reik 1981-UCON 100 pacientes com cefaléia- 11 com DTM 9♀ e 2♂ Cefaléia hemicraniana não responsiva ao tratamento: Migrânea, Dor Facial Atípica ou formas atípicas de CTT → avaliar DTM REIK L, Hale M. Headache, 1981, 21: 151 –

Cefaléia e DTM Kemper 1983-Kentuck DTM (n=141) vs Controle (sem DTM)(n=159) DTM – cefaléia em 68,1% pelo menos 1 x/semana Não diagnosticou a cefaléia KEMPER JT, Okeson JP. The Journal of Prosthetic Dentistry, 1983, 49 (5): 702 – 705.

Cefaléia e DTM Bittencourt 1996 -Kentuck DTM (n=40) vs Controle (n=40) CIC 1988 Migrânea = 24% (8% 1ª e 16% 2ª) CTT = 76% (46% 1ª e 30% 2ª) TESE, 1996

Cefaléia e ATM – S. Graff- Radford 1997 Há evidência significativa de que a dor pode melhorar muito com abordagens não farmacológicas Há necessidade de classificação de DTM aceitável e testada. RADFORD SB. Headache and the Temporomandibular Joint. In: Blue Books of Practical Neurology Headache, Editors: Peter J. Goadsby / Stephen D. Silberstein,1997, cap 23: pg 383-391.

Cefaléia e ATM – S. Graff- Radford 1997 Pode a dor crônica proveniente da DTM ativar centros no SNC causando Migrânea e CTT? Podem eventos no SNC que iniciam a migrânea produzir nocicepção periférica, fazendo com que estes problemas mecânicos ficassem dolorosos? RADFORD SB. Headache and the Temporomandibular Joint. In: Blue Books of Practical Neurology Headache, Editors: Peter J. Goadsby / Stephen D. Silberstein,1997, cap 23: pg 383-391.

Cefaléia e DTM Liljeström 2001- Finlândia Associação de diferentes tipos de cefaléia com DTM em crianças N=297 entre 13 e 14 anos Não houve diferença estatística, embora Migrânea e cefaléia tipo migrânea tenham tido maior percentagem de sinais de DTM Não houve associação de CTT e DTM LILJESTRÖM MR, Jämsä T, Le Bell Y, Alanen P, Anttila P, Metsähonkala L, Armaa M, Sillanpää.. Acta Odontol Scand 2001; 59: 413 – 417.

DTM - 2004 Na revisão de 2004 a cefaléia da DTM ficou classificada como cefaléia secundária – 11.7 Por quê? Houve evolução no conhecimento fisiopatológico das cefaléias, das dores orofaciais e das DTM As cefaléias primárias Migrânea e CTTE e CTTC são co-morbidades

Mecanismos Nociceptive impulses from trigeminal nerve entering N.caudalis Nucleus trigeminalis caudalis Nociceptive impulses from cervical nerve entering N.caudalis

O que é Migrânea ou Enxaqueca? Cefaléia recorrente, em crises de 4 a 72 h Migrânea crônica durando15 dias/mês Dor típica: Unilateral Pulsátil Intensidade moderada ou forte Exacerba com atividade física rotineira Associada com náusea e/ou fotofobia e fonofobia

O que é CTT Episódica? Cefaléia mais comum Infreqüente – Freqüente < 12 dias/ano Freqüente  1 dia, porém <15 dias Dor típica: Bilateral Pressão ou aperto Intensidade fraca a moderada Sem náusea Fotofobia ou fonofobia

O que é CTT Crônica?  15 dias/mês, por > 3 meses Dor típica: Bilateral Pressão ou aperto Intensidade fraca a moderada Sem náusea Fotofobia ou fonofobia

Conclusão Podemos entender que as cefaléias primárias encontradas na DTM, migrâneas e CTTC, seriam etiologicamente distintas, porém 

Conclusão Poderíamos hipotetizar, como já mencionado por outros autores (CAWSON 1986, CADY 2002, OKESON 2005), que a dor da DTM poderia ser um disparador da crise de migrânea, naqueles pacientes já portadores desta cefaléia ou com predisposição genética para migrânea Norma Fleming – Tese 2007

Obrigada nfleming@unisys.com.br