Estudo retrospectivo da prevalência de dermatite alérgica de contato a perfumes no HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) * Natália Sousa Alves Ferreira.

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Transcrição da apresentação:

Estudo retrospectivo da prevalência de dermatite alérgica de contato a perfumes no HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) * Natália Sousa Alves Ferreira * Renata Marli Gonçalves Pires ** Mario Cezar Pires * Alunas do curso de Medicina da Faculdade de Medicina do ABC ** Chefe do Setor de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Dermatologia do HSPE, Diretor da Gerência de Formação e Aprimoramento do Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos

Conflito de interesses Não há conflito de interesses a declarar A pesquisadora tem bolsa de iniciação científica da CAPES

Introdução A dermatite de contato (DC) é definida como processo inflamatório da pele e/ou mucosas, decorrente do contato direto ou indireto por substância química. A DAC, do ponto de vista ocupacional, é considerada a dermatose mais comum

Diagnóstico da DAC Anamnese Exame físico Teste de contato

Fundamentos A alergia por fragrâncias é a segunda causa mais frequente de dermatite de contato Entende-se por fragrância, não apenas os perfumes propriamente ditos, mas aromas presentes em vários produtos No ambulatório de dermatologia do Hospital do Servido Público Estadual (HSPE) de São Paulo a queixa de dermatite de contato de mãos e face é bastante frequente e dentre as causa, uma delas é a ocasionada por alergia a fragrâncias. Citar produtos como cosmeticos, cremes loçoes sabonetes e diversos produtos de higiene e beleza - Contudo não sabemos a real prevalencia de alergia a perfumes na população atendida neste hospital

Objetivos Avaliar retrospectivamente a prevalência de dermatite alérgica de contato a fragrâncias em sujeitos da pesquisa com suspeita de dermatite alérgica de contato no ambulatório de Dermatologia do HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual), assim como as características desta população em relação à idade, sexo, cor, relação com atopia, localização das lesões, ocupação e outros dados relevantes.

Método Este protocolo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Foram avaliados fichas dos últimos 5 anos, com resultados positivos para perfume-mix, bálsamo do Peru ou ambos.

Bateria Padrão do HSPE relacionado a fragrâncias Bálsamo do Peru Perfume MIX I -(mistura de 8 substâncias contidas em diversos perfumes) -(na literatura é considerado o principal marcador de alergia a perfumes) Visamos, neste estudo, avaliar a prevalência de alergia a fragrâncias na população submetida aos testes de contato com a bateria padrão brasileira no HSPE no período de 2008 à setembro de 2013

Resultados 375 prontuários 291 (77,6%) mulheres 84 (22,6%) homens A idade variou de 15 a 81 anos, com uma média de 50,3 ± 15,2 anos.

43 (11,5%) positivos a pelo menos um dos componentes 375 prontuários 43 (11,5%) positivos a pelo menos um dos componentes 39 (90,6%) mulheres 4 (9,4%) homens 332 não foram positivos

43 com testes positivos 23 (53,4%) perfume MIX 10 (23,2%) BP 6 (13,9%) ambas

Resultado- relação com atopia Foi necessário descartar 6 prontuários em que não havia o preenchimento desses dados Feminino Masculino Total Geral Nega 15 (40,5%) 1(2,7%) 16 (43, 25%) Pessoal e familiar 10 (27,03%) 11 (29,73%) Pessoal 4(10,82%) 5 (13, 52%) Familiar 5 (13,52%)

Atopia Positivo Negativo Sim 11 28 Não 16 23 RR = 0.688 IC 95% = 0.367-1.286 OR = 0.565 IC 95% = 0.216-1.453 P=0.236

Resultado- relação à cor Quanto a raça dos pacientes foram descartados 4 prontuários por não ter os dados Feminino Masculino Total geral Branco 14(35,9%) 3(7,7%) 17(43,3%) Pardo 11(28,2%) 1(2,6%) 12(30,8%) Negro 9(23%) 0(0%) Amarelo 0(%0)

Raça Positivos Negativos Brancos 17 22 Não brancos RR = 0.773 IC 95% = 0.492-1.213 OR = 0.597 IC 95% = 0.222-1.461 P=0.597

Resultado – relação ao gênero Positivos Negativos Feminino 39 252 Masculino 4 80 RR = 2.814 IC 95% = 1.035-7.650 OR = 3.095 IC 95% = 1.03-8,928 P=0.037 Sabe-se que o sexo feminino possui maior susceptibilidade a apresentar DC, entretanto, não se sabe ao certo o motivo de tal prevalência, alguns estudos, apontam como motivo que o sexo feminino possui predisposição à DC, não só pela maior susceptibilidade a apresentar esta enfermidade, como também pelas diferenças existentes entre ambos os sexos na exposição aos alérgenos e o número de exposição a estes dão um fator fundamental na sensibilização. Em nosso perfil sócio demográfico do estudo, ressaltamos que em relação ao sexo houve uma prevalência do sexo feminino (77,6%), o que coincide com a maioria dos estudos. Tendo as mulheres 3 vezes mais chances de apresentar testes positivos ao perfume em relação aos homens.

Resultado - Idade A média de idade foi de 50,3 anos, que corresponde à média de idade dos pacientes atendidos no HSPE

Quanto à profissão mais prevalente é aposentado, contudo há também profissões como professor, agente de organização escolar, estudante, oficial administrativo e dona de casa, como mais significativos. Tal resultado reflete na verdade a população atendida no HSPE, não sendo possível fazer correlação com trabalhos anteriores.

Resultado – localização das lesões Na literatura, a localização das lesões mais prevalente são as mãos. Contudo, sendo nosso trabalho um estudo retrospectivo, os dados de localização das lesões não estavam completos em muitos prontuários, mas nos analisados tiveram a prevalência de lesões nas mãos.

Conclusão Houve predomínio de mulheres na população estudada. Há uma média de 3 regiões acometidas 43 pacientes com testes positivos, sendo 23 (53,4%) a perfume MIX, 10 (23,2%) ao Bálsamo do Peru e 6 (13,9%) para ambos. A média de sintomas foi de 18 meses, não sendo possível relatar a localização, devido os prontuários estarem incompletos. Não foi possível ter uma relação com a profissão e nem cor, devido os resultados relatar o perfil de pacientes atendidos no HSPE Não houve relação com a história pessoal e/ou familiar de atopia e positividade dos testes de contato a perfumes.

Referências bibliográficas CUESTA L; SILVESTRE F. J; TOLEDO F; LUCAS A. Fragrance contact allergy: a 4-year retrospective study. Contact Dermatitis 2010: 63: 77–84.   BUCKLEY E. D; BASKETTER A. D; KAN-KING-YU D. Atopy and contact allergy to fragrance: allergic reactions to the fragrance mix I (the Larsen mix. Contact Dermatitis 2008: 59: 220–225. BRUZE, M; SVEDMAN C; ANDERSEN E. K. Patch test concentrations (doses in mg/cm2) for the 12 non-mix fragrance substances regulated by European legislation. Contact Dermatitis 2012, 66, 131–136. SCHOLLHAMMER, L; ANDERSEN E. K; MORTZ G. C. The diagnostic value of patch tests with two fragrance mix I preparations for detection of clinically relevant perfume allergy. Contact Dermatitis 2012, 66, 340–355. HEISTERBERG V. M; MENN’ E T; JOHANSEN D. J. Contact allergy to the 26 specific fragrance ingredients to be declared on cosmetic products in accordance with the EU cosmetics directive. Contact Dermatitis, 65, 266–275. ARRIBAS MP, et al. Dermatitis de contacto alérgica por fragancias. Parte I. Actas Dermosifiliogr. 2012. Pires, MC. Eczemas. In: Sittart & Pires, Dermatologia na Prática Diária. Ed. Rocca.

Obrigada.