Diarréia aguda.

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Transcrição da apresentação:

Diarréia aguda

I. Principal causa de morte em crianças menores que 5 anos em países subdesenvolvidos II. Em média, crianças menores que 3 anos apresentam 8 a 10 episódios/ano em países subdesenvolvidos.Em países desenvolvidos : 0,5 a 2 episódios/ano III. Em 1993: 3,2 milhões de mortes (8 em cada 10 mortes, em menores de 3 anos) IV. Elementos essenciais no tratamento

Aumento das perdas Aumento do GET Ingestão diminuída Práticas erradas Relação entre desnutrição e estado nutricional Aumento das perdas Aumento do GET Ingestão diminuída Práticas erradas

Definição de diarréia aguda

Tipos clínicos de diarréia I. Diarréia aguda aquosa II. Diarréia aguda com sangue (disenteria) III. Diarréia persistente IV. Diarréia com desnutrição severa

Antibióticos não devem ser dados de rotina- indicações: Diarréia com sangue Suspeita de cólera grave Concomitância com infecção severa

Desidratação -Perda de água e eletrólitos: fezes, vômitos, suor e respiração - Volume de perda fecal em 24 horas : 5 a 200 ml/Kg

Agentes importantes de desidratação Rotavírus E. coli enteorotoxigênica (ETEC) Cólera

Fatores que predispõem à etiologia bacteriana na diarréia aguda Crianças pequenas Desnutrição Higiene inadequada Desmame precoce Aglomeração Falta de saneamento básico

Nos países industrializados predominam os vírus como agentes etiológicos na diarréia aguda

Hospital das Clínicas da USP Março de 1994 a junho de 1996 Etiologic profile of acute diarrhea in children in São Paulo. Souza et al, 2002 Hospital das Clínicas da USP Março de 1994 a junho de 1996 154 crianças com diarréia aguda 55,2 % do sexo masculino, < 1 ano : 65 %, eutróficos :85,1 %, sem usar LM : 79,8 %. População de nível sócio-econômico baixo

Agentes encontrados no estudo- Souza et al, 2002 Rotavírus--------- 32 --------20,8 % Bactérias----------33 -------- 21,4 % Rotavírus+ bactérias------25 ------- 16,2 % Duas bactérias ---------- 20 ---------13 % Bactéria + protozoário ----- 1 ------ 0,7 % Sem identificação ---------- 42 ------27,2 %

No estudo de Souza et al ( 2002), a bactéria que predominou foi a E No estudo de Souza et al ( 2002), a bactéria que predominou foi a E. coli

Quadro clínico da desidratação Estágios precoces : sem sintomas Progressão : irritabilidade, sede , diminuição do turgor da pele, mucosas secas,olhos fundos, fontanela deprimida Choque hipovolêmico : alteração da consciência, diminuição do débito urinário, diminuição da perfusão e taquicardia

Criança com diarréia aguda : * Avaliar estado de hidratação * Avaliar sangue nas fezes * Estado nutricional * Complicações graves

Perguntas que devem ser feitas à mãe: * Sangue nas fezes * Duração da diarréia *Presença de febre *Passado recente de sarampo

* Práticas alimentares * Tipo de líquidos e alimentos dados durante a doença * Drogas utilizadas * Imunização

Exame físico I. Estado geral : alerta, irritada,letárgica II. Olhos III. Lágrimas IV. Boca V. Prega cutânea VI. Estado nutricional VII. Presença de tosse e/ou febre

Estado de hidratação Perda de fluidos Sem desidratação < 5 % < 50ml/Kg Algum grau de desidratação 5-10 % 50-100 ml/ Kg Desidratação severa > 10 % > 100 ml/

Objetivos do tratamento Prevenir desidratção Tratar desidratação Prevenir desnutrição

Plano A de tratamento:criança sem desidratação Dar mais líquidos que o habitual Oferecer líquidos que contenham sódio : SRO,iogurte ou água de arroz,sopa de vegetais com sal. Não contêm sódio : água, chá, côco verde. Líquidos que contenham açúcar podem causar diarréia osmótica : sucos e chás adoçados. Evitar líquidos estimulantes,diuréticos ou purgantes : cafá e alguns chás

Plano A de tratamento Quantidade de líquidos : <2 anos- 50-100 ml após cada dejeção ; >2 anos a 10 anos : 200 ml Nabter dieta normal Não diluir leite Manter LM

Plano A de tratamento : quando retornar a unidade de saúde Aumento do número de dejeções Vômitos repetidos Muita sede Ingerindo ou bebendo pouco Sangue nas fezes Febre Sem melhora após 3 dias

Plano B de tratamento Algum grau de desidratação Um membro da família deve ser orientado como preparar a SRO Crianças menores de 2 anos devem receber a SRO de colher e os bebês, seringa <2 anos : uma colher de chá a cada 12 minutos Vômitos

Composição da SRO Sódio : 90 mmol/L Potássio : 20 mmol/L Cloro : 90 mmol/L Citrato : 10 mmol/L Glicose : 111 mmol/L ( 20 g/L)

Quantidade de SRO Idade até 4m 4-11m 12m a 2 a 2 a 5 anos Peso < 6 <6-<10 <10-<12 <12-<19 (Kg) ml 200-400 400-700 700-900 900-1400

Somente utilizar a idade da criança quando desconhecer seu peso Somente utilizar a idade da criança quando desconhecer seu peso. A quantidade aproximada de SRO necessária (em ml) deve ser calculada multiplicando o peso da criança ( em Kg) por 75 ml/Kg/4 horas

Plano B : reavaliação após 4 horas Desidratação severa : plano C Algum grau de desidratação : repetir plano B Sem sinais de desidratação ( prega cutânea normal, sem sede, com diurese,sem irritabilidade): plano A

Causas de falha da TRO Perda fecal contínua e rápida ( >15-20 ml/Kg/hora) Falta de ingestão por fadiga ou letargia Vômitos frequentes e severos

Contra-indicações à TRO Distensão abdominal com íleo paralítico ( codeína, loperamida, hipocalemia) Choque hipovolêmico

Plano C de tratamento : desidratação grave Solução utilizada : ringer lactato Quantidade : 100 ml/Kg < 2 anos tomam 30 ml/Kg Ev em 1 hora e 70ml/Kg EV em 5 horas - Tempo total de hidratação EV : 6 horas > 2 anos : 30 ml/kg em 30 minutos e 70 ml/kg em 2 horas e meia-tempo total : 3 horas

Após hidratação EV Avaliar Escolher plano de tratamento

Se não houver como hidratar EV ? SNG SRO 20 ml/Kg em 6 horas Transferir para unidade adequada

Quando utilizar antibióticos ?

Como prevenir a diarréia aguda ?