Objetos transicionais e Fenômenos transicionais Profª Alba Lúcia Dezan Brasília, novembro/2011

O Objeto Transicional “Introduzi os termos ‘objetos transicionais’ e ‘fenômenos transicionais’ para designar a área intermediária de experiência, entre o polegar e o ursinho de pelúcia, entre o erotismo oral e a verdadeira relação de objeto, entre a atividade criativa primária e a projeção do que já foi introjetado, entre o desconhecimento primário de dívida e o reconhecimento desta (‘Diga: “bigado”’).” (1971, p.2)

O Objeto Transicional Trata-se da primeira posse não-eu Mundo interno + Realidade externa + “Terceira parte da vida de um ser humano” Área intermediária da experimentação Lugar de repouso: manutenção do interno separado do externo, mas havendo uma inter-relação

O Objeto Transicional Trata-se da área intermediária entre o subjetivo e aquilo que é objetivamente percebido: Capacidade de reconhecimento e aceitação da realidade externa Inabilidade para reconhecer e aceitar a realidade externa Área Intermediária

O Objeto Transicional

O Objeto Transicional O objeto transicional é muito mais que o ursinho, o travesseiro ou o paninho. Trata-se de um objeto encontrado e usado pelo bebê. Ele representa o objeto da primeira relação Ele precede a capacidade de simbolizar e o teste de realidade Ele é controlado pela manipulação (manipulação ≠ controle onipotente Seu estabelecimento é dependente, em alguma maneira, da mãe suficientemente boa.

O Objeto Transicional O objeto representa várias transições: Transição do uso de algo que faz parte do bebê para algo que não faz parte do bebê; Transição do uso de um objeto subjetivo para outro objetivamente percebido; Transição do controle onipotente dos objetos externos para o abandono do controle e reconhecimento de que há fenômenos que se encontram fora do controle.

BASEADA NO TESTE DE REALIDADE Área da Transicionalidade O paradoxo PERCEPÇÃO OBJETIVA BASEADA NO TESTE DE REALIDADE CRIATIVIDADE PRIMÁRIA Área da Transicionalidade

O destino do Objeto Transicional Com o tempo, o objeto transicional é descatexizado, perde seu significado porque os fenômenos transicionais se tornam difusos e se espalham por todo o território intermediário, por todo o campo cultural.

O destino do Objeto Transicional

A vida cultural Objetos transicionais e fenômenos transicionais assinalam a origem da vida cultural do indivíduo O lugar em que a experiência cultural se localiza está no espaço potencial existente entre o indivíduo e o meio ambiente. O uso do espaço potencial é determinado pela experiências de vida que se efetuam nos estádios primitivos da existência

A vida cultural “Em nenhum campo cultural é possível ser original, exceto numa base de tradição.” (Winnicott, 1975, p.138)

O brincar e a experiência cultural são coisas que vinculam passado, presente e futuro e ocupam tempo e espaço.