ABORDAGEM NUTRICIONAL NA LITÍASE RENAL

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Transcrição da apresentação:

ABORDAGEM NUTRICIONAL NA LITÍASE RENAL Fernanda Fernandes Gonçalves Serviço de Nutrição – Fundação IMEPEN

Dieta papel relevante sobre a excreção urinária de vários componentes litogênicos.

Dieta CÁLCIO OXALATO SÓDIO POTÁSSIO VITAMINA C PURINAS PROTEÍNA CARBOIDRATOS FIBRAS VEGETAIS ÁLCOOL INGESTÃO DE LÍQUIDOS Dieta

CÁLCIO Hipótese do passado; A restrição da ingestão de Ca+ era utilizada para diminuir o Ca+ urinário e prevenir a recorrência de nefrolitíase.

Não existem estudos prospectivos que comprovem que a restrição de Ca+ reduza a recorrência de cálculos. Alguns autores demonstraram que tal restrição pode resultar em balanço negativo de Ca+ e perda de massa óssea.

A restrição de Ca+ pode até elevar o risco de formação de cálculo devido à menor disponibilidade de Ca+ no lúmen intestinal para ligação com o oxalato. Resultando em maior quantidade de oxalato livre para ser absorvido, levando à hiperoxalúria secundária.

A recomendação atual da ingestão de Ca+ para pacientes litiásicos é em torno de 800mg/dia.

OXALATO Oxalato de Ca+ é o principal componente da maioria dos cálculos renais. A relação entre Ca+ e oxalato na urina é de 5:1.

Pequenas alterações na concentração de oxalato teriam maior efeito sobre a cristalização de oxalato de Ca+ do que grandes alterações na concentração de Ca+. Apenas 10 a 20% do oxalato urinário se origina da dieta. O restante é proveniente do metabolismo endógeno e da Vitamina C.

O oxalato dietético está presente em grande quantidade em alimentos de origem vegetal. Alguns alimentos como por exemplo as oleaginosas (nozes, amendoim, etc), contêm oxalato numa forma muito biodisponível (solúvel).

Deve-se manter um equilíbrio entre a ingestão de Ca+ e oxalato durante as refeições. Ao contrário do imaginado, o tomate é um alimento com reduzida quantidade de oxalato.

A ingestão média habitual de oxalato na dieta é de aproximadamente 150mg/dia.

SÓDIO Uma dieta rica em Na+ pode também elevar a calciúria. O aumento de 100 mEq na ingestão diária de Na+ produz um aumento de 25 mg na excreção urinária de Ca+.

Portanto, a recomendação para pacientes litiásicos, especialmente os hipercalciúricos, é adequar a ingestão de Na+ dietético. A excreção de Na+ urinário não deve ultrapassar 150 mEq/dia.

A recomendação de sódio deve ser 6 g/dia:

POTÁSSIO Em um grande estudo epidemiológico, foi observada uma associação entre reduzida ingestão de K+ (abaixo de 74 mEq/dia) e um maior risco de formação de cálculos. Tal efeito pode ser atribuído a uma elevação na calciúria e uma redução na citratúria induzida pela menor ingestão de K+.

A ingestão de alimentos ricos em K+, como frutas e vegetais, pode exercer efeito protetor contra a formação de cálculos. O consumo freqüente desses alimentos devem ser estimulados.

Alimentos considerados ricos em K+ (> 5 mEq de K+)

VITAMINA C O ácido ascórbico (vitamina C) também tem sido considerado como um fator de risco para a formação de cálculos. A metabolização do ácido ascórbico resulta em produção de oxalato.

Como a contribuição da dieta é extremamente pequena (em torno de 60 a 100 mg/dia), não há restrição a ser feita. Grandes doses de suplemento, superiores a 1 g/dia, não deve ser recomendado.

PROTEÍNA O nutriente que tem efeito sobre a maioria dos parâmetros urinários envolvidos na formação de cálculos é a proteína de origem animal.

A elevada ingestão de proteína animal contribui para: HIPERURICOSÚRIA HIPEROXALÚRIA HIPOCITRATÚRIA HIPERCALCIÚRIA

A recomendação de ingestão de proteínas para pacientes litiásicos é de 0,8 a 1,2 g/Kg/dia. Deve-se ressaltar que, dessa quantidade, não mais do que 50% deve ser de proteína de origem animal.

PURINAS Todas as carnes são ricas em purinas e, portanto conhecidas precursoras de ácido úrico. Consumidas em quantidades elevadas podem causar hiperuricosúria. As purinas podem acidificar a urina, tornando-a mais favorável à precipitação dos cristais de ácido úrico.

Ingestão superior a 175 mg/dia pode elevar a excreção urinária de ácido úrico, segundo alguns autores:

LÍQUIDOS A ingestão de líquidos é a recomendação mais importante para os pacientes litiásicos. Os pacientes com litíase renal devem ser orientados a ingerir aproximadamente 30 ml de líquidos/Kg/dia.

Uma elevada ingestão de líquidos é freqüentemente recomendada para pacientes litiásicos por aumentar o volume urinário e diminuir a concentração dos promotores de cristalização. Os chás preto e mate, devem ser usados com moderação devido ao elevado teor de oxalato.

Os líquidos devem ser preferencialmente: Água Chás de frutas, flores e ervas Sucos de frutas como os de limão e laranja (por conterem elevado teor de citrato)

CARBOIDRATOS Um consumo exagerado de alimentos com maior teor de carboidratos parece influenciar a calciúria. Tem sido demonstrado que o consumo de carboidratos, como a glicose, poderia elevar a excreção urinária de Ca+ e oxalato.

Os carboidratos parecem estimular a síntese endógena de oxalato. Muitos alimentos ricos em carboidratos são também ricos em oxalato.

FIBRAS VEGETAIS Os prováveis mecanismos da atuação da fibra seriam por uma precipitação ao nível intestinal do Ca+ da dieta com o ácido fítico, ou por redução no tempo de trânsito intestinal. Pode ocorrer um aumento na excreção urinária de oxalato.

CONCLUSÕES A recomendação dietética para pacientes litiásicos deve, sempre que possível, ser individualizada, respeitando o hábito alimentar do paciente e levando-se em consideração o distúrbio metabólico.

Quando não for possível individualizar, as recomendações gerais devem ser as seguintes: Dieta individualizada de acordo com o distúrbio metabólico (quando possível); Evitar a restrição de Ca+; Ingestões de Ca+ e oxalato devem estar em balanço;

Adequar a ingestão de proteína animal; Evitar alimentos ricos em purinas; Evitar a ingestão excessiva de sal; Ingestão de K+ deve ser estimulada;

Suplementos de vitamina C devem ser utilizados com cautela; Ingestão de líquidos para produzir ao menos de 2 litros de diurese/ dia.

OBRIGADA nanandafg@yahoo.com.br