Pontifícia Universidade Católica de São Paulo “ASSESSORIA FONOAUDIOLÓGICA EM CASAS ABRIGO: ATENÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE OROFACIAL EM PROJETO.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A Rede Em Rede A Formação Continuada na Educação Infantil
Advertisements

Luiza Akiko K. Hoga; Luciana Magnoni Reberte
A SAÚDE DO TRABALHADOR PELA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
PROGRAMA de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET/SAÚDE/UFPE
Introdução ao Estudo da Psicologia: a Psicologia como profissão
Qualidade de vida no Trabalho
Pedagogia da pesquisa-ação
Núcleo de Assessoria Pedagógica Unisal – Lorena 2006
NATUREZA E SOCIEDADE Curso de Formação Natureza e Sociedade: Orientações Curriculares e os Cadernos de Apoio e Aprendizagem 17/04/12.
Dicas para uma avaliação de desempenho produtiva
Prof. Dra. Laura Feuerwerker
REDE DE ATENDIMENTO E SUBJETIVIDADE
GT EMPRESAS SAUDÁVEIS - PRINCIPAIS QUESTÕES LEVANTADAS Ponto de partida: distinção dos modelos de atuação predominantemente centrados no indivíduo daqueles.
BOLSA ALFABETIZAÇÃO 2º semestre / 2008.
Educação Permanente em Saúde :
SUSTENTABILIDADE E SAÚDE
COLÉGIO LEONARDO DA VINCI
Informe ENCONTRO PARA ESCOLAS PROMOTORAS DE SAÚDE Junho de 2013 Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas Superintendência de Vigilância a Saúde Diretoria.
Caso Homero: Metodologia da problematização
A Enfermagem na Era da Informática
Saúde mental infantil e ambiente escolar: percepções e demandas dos educadores Autores: Maria Fernanda Barboza Cid, Luiza Helena de Oliveira Fernandes,
PRINCÍPIOS: ÉTICOS POLÍTICOS E ESTÉTICOS
ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO ENSINO MÉDIO-CURSO NORMAL
Alguns conceitos sobre o Projeto Terapêutico Singular
PROGRAMA FAÇA UM AMIGO NO TRÂNSITO
TRANSVERSALIZAR A TERAPIA OCUPACIONAL
Acolhimento O que entendemos por acolhimento?
Integração ensino e serviço na formação em saúde: a experiência do Pró-Saúde II PUC-SP & Supervisão Técnica de Saúde da Fó- Brasilândia /SMSSP Maria.
CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR: A RELEVÂNCIA DE SEU PAPEL NA COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA  
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Objetivo Geral Promover a qualidade de vida, bem-estar e autonomia da gestante através de ações multidisciplinares. Troca de experiências e informações.
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES: A ARTE DE INVENTAR-SE E FAZER HISTÓRIA, MEDIANTE NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS Autor(a): Nívia Margaret Rosa.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: Saneamento Básico na Comunidade do Braço Joaquim, Luis Alves Autores: SILVA FILHO, Tulio Márcio VALDRICH, Luzia Gorges SILVA,
Introdução A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas ainda não solucionados.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DA MATEMÁTICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO.
LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS
Currículo, Propostas Pedagógicas ou Propostas Curriculares na Educação Infantil? Profa. Antônia Ferreira Nonata Profa. Denise Silva Araújo.
Psicopedagogo clínico
Ouvidoria como Instrumento de Gestão  Uma manifestação, quando registrada na Ouvidoria, recebe um tratamento que a torna parte dos processos em nossas.
Planejamento da Rotina Semanal
Oficinas de criatividade para jovens em situação de risco
OBJETIVOS GERAIS: Priorizar, na gestão de sua escola, a dimensão pedagógica do trabalho escolar, de modo a promover a função social da instituição. Identificar.
CURSO: Licenciatura em Educação Física
Planejamento: plano de ensino, aprendizagem e projeto educativo
Atuação dos agentes de Controle Social
SITUAÇÕES.
FABIANA DE PAULA PEREIRA
Nesta foto a professora, aparentemente, demonstra afeto e solidariedade por uma criança que por alguma razão quiz ficar perto dela no momento da contação.
RALATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE CONSTRUÇÃO DE REDES DE APOIO SÓCIO EDUCATIVO:FONOAUDIOLOGIA EM SERVIÇOS DE PROTEÇÃO SOCIAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE BASANI,
ANOTAÇÕES e DIÁRIO DE CAMPO
Conhecendo a história da CdP Um projeto que se atualiza com o SUS
PEI – Programa Educacional Individualizado
PROGRAMA NOSSO LAR NÚCLEO FAMÍLIA SAUDÁVEL
VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
O QUE Relacionados às necessidades das crianças de educação e cuidado
Profa.: MAYNA NOGUEIRA.  Os negociadores fazem antes de se sentarem à mesa.  Precursores para se alcançar uma negociação: planejamento e estratégia.
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E QUALIFICAÇÃO PARA O SUS - CDQ - SUS
O OLHAR DO VISITADOR NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DAS DEFICIÊNCIAS.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) CENTRO UNIVERSITÁRIO.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) CENTRO UNIVERSITÁRIO.
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS
Alguns Conceitos sobre o Projeto Terapêutico Singular
Metodologia da Problematização
NASF Betim 2009/2010. Criação dos NASF´s Portaria 154 (MS, 2008) – NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) Profissionais de diferentes áreas especializadas.
Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade Preceptora: Linvalda Tutora: Sandra Residente: Pâmela Eva Teixeira de Aguiar (enfermeira)
Universidade do Estado da Bahia Departamento de Ciências Humanas Componente Curricular: Educação Ambiental Docente: Valdemiro Lopes.
20 de abril de 2016 CT de Gestão Pauta: Lançamento da discussão sobre indicadores de desempenho e de monitoramento das ações desenvolvidas na EPSJV.
Apoio Matricial, Apoio em Saúde e a Articulação da Rede
Transcrição da apresentação:

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo “ASSESSORIA FONOAUDIOLÓGICA EM CASAS ABRIGO: ATENÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE OROFACIAL EM PROJETO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE” SILVA, CS, TRENCHE, MCB Introdução A questão que guiou este estudo surgiu de uma experiência realizada durante a graduação de Fonoaudiologia na PUC-SP, em uma Casa Abrigo da cidade de Ferraz Vasconcelos, na qual pude verificar a importância do trabalho em equipe, visando os cuidados necessários a uma infância saudável, com crianças sob risco e vulnerabilidade social. Na experiência chamou atenção às condições nas quais ocorriam a cena alimentar das crianças e o modo como eram abordadas para a realização da higiene bucal, trazendo o questionamento sobre a correlação entre elas e possíveis alterações de desenvolvimento de órgãos fonoarticulatórios. Objetivo Os objetivos desse estudo foram: 1) investigar possíveis correlações entre as condições das situações de alimentação e de higiene bucal e o desenvolvimento da motricidade orofacial, construindo subsídios para uma assessoria fonoaudiológica aos educadores das instituições; 2) avaliar mudanças implementadas a partir da assesssoria fonoaudiológica. Metodologia O estudo foi realizado em duas casas abrigos, a partir da avaliação do desenvolvimento do sistema sensório motor orofacial realizada com 30 crianças forneceu subsídios para um trabalho de assessoria aos educadores dessas instituições. Neste trabalho apresentamos o resultado desse estudo e relatamos a experiência de assessoria realizada, visando à promoção da saúde das crianças. Resultados e Discussão A partir dos dados coletados na pesquisa, por meio de observações e aplicação do protocolo MBGR, foram levantados dados que apontaram diversas alterações no desenvolvimento que podem ser diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e cuidados com atenção a saúde. Foram tabulados em forma de gráficos os dados relevantes da avaliação realizada em ambas as instituições das quais dez eram da casa abrigo “Amigos da Inocência” e vinte da casa abrigo “Lar Betânia”. Cerca de dez crianças foram encaminhadas para especialistas (otorrinolaringologista e, fonoaudiólogo), mas tendo em vista nossos objetivos as avaliações tinham por objetivo orientação para as mudanças no coletivo institucional. Assim, a partir do conhecimento produzido, foram realizadas as orientações aos educadores durante as rodas de conversas (atividade desenvolvida visando a reflexão e o planejamento das ações educativas). Para expressar a dimensão das questões avaliadas reunimos os resultados obtidos nas avaliações feitas nas duas instituições. A assessoria foi realizada com base nos dados levantados objetivando a promoção da saúde por meio de cuidados com as crianças durante as cenas alimentar e situações de higiene. Foram trabalhadas não só noções sobre condições para um desenvolvimento da motricidade orofacial, mas também aspectos do diálogo e dos processos simbólicos construídos nessas situações enquanto cuidados maternos. As orientações foram feitas com base na rotina de cada umas das instituições de forma se atentassem mais as observações com relação às crianças, como, por exemplo: com relação a respiração observar se os travesseiros estão com mancha de baba, se a criança está constantemente com os lábios ressecados, se a criança apresenta olhar cansado acompanhado de olheiras; questões pertinentes a alimentação, observar as preferências de consistência de alimentos, o modo como as crianças se colocam à mesa, o tempo levada para se alimentarem, como a criança se expressa, desenvolvimento da linguagem, etc. É importante ressaltar que este trabalho se diferencia da maioria dos trabalhos realizados em motricidade orofacial. Na maioria destes a utilização de um protocolo é estritamente com objetivo de identificar e apontar patologias. Neste trabalho o protocolo não perdeu sua função, mas permitiu que um planejamento sobre mudanças fosse realizado tanto na abordagem individual como no coletivo, com ações promotoras de saúde, por meio da troca de saberes entre o grupo formado em torno da assessoria. “A parte da alimentação nunca teve uma preocupação(...) agora temos uma noção melhor da alimentação do que fazer o que não fazer, ate as crianças falam da alimentação que esta diferente agora (...)mudou tudo ninguém sentava ao redor da mesa para comer, a postura para sentar e o por a mesa como garfo, faca, guardanapo do lado do prato, etc. Tudo isso não tinha antes, tudo era feito sem orientação alguma(...) agora eles até gostam, as crianças comentam que está gostoso comer com a mesa arrumadinha da até para conversar, mudou muito mesmo(...) a questão da higiene e o cuidado a gente tem que trabalhar muito ainda porque é complicado por mais que tentamos, ainda deixamos a desejar a questão de escovar os dentes, levantar e pentear o cabelo. Ainda estamos nos atentando para o cuidado em si, mas estamos num processo um pouco lento, foi só agora que nos demos conta da importância.” (Educadora 1 – AAI). Conclusão A avaliação e estudo sobre as necessidades, isto é questões que demandavam mudanças, foi de grande importância. De um lado possibilitou a problematização de questões próprias da realidade de cada instituição de outro envolveu a todos no cuidado singular e coletivo de que as crianças necessitam para crescerem com saúde. Abordar questões sobre aspectos que merecem atenção como os que foram observados na avaliação do sistema sensório motor orofacial - respiração, mastigação, higiene bucal, linguagem, articulação – promovendo um estudo descritivo exploratório para investigar possíveis correlações entre as condições das situações de alimentação e de higiene bucal e o desenvolvimento da motricidade orofacial, levou os educadores a se aterem a situações do cotidiano que precisam ser cuidadas e revestidas de simbolismo. O trabalho permitiu também avaliar que as intervenções realizadas pela fonoaudiologia naqueles espaços atingiram o objetivo, tendo produzido o efeito de rede de apoio sócio educativa, uma vez que teceu vínculos e relações entre os profissionais em torno de um objetivo comum: acolher as crianças auxiliando-as a buscar um significado para a própria existência, cuidando dos gestos simples da vida como a alimentação, da higiene, diálogo de entretenimento entre educadores e crianças e elas entre si, responsabilização e compromisso com o auto-cuidado. Retrato do refeitório antes da intervenção. Retrato do refeitório depois da intervenção. Depoimento de educadora