DEPRESSÃO E CLÍNICA MÉDICA

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Transcrição da apresentação:

DEPRESSÃO E CLÍNICA MÉDICA

Definições Depressão x Tristeza Fatores genéticos Fatores ambientais (psicossociais) Fatores biológicos: -depleção de serotonina e noradrenalina nas sinapses. -decréscimo da função GABAérgica e desregulação glutamatérgica. -alterações dos hormônios tireoideanos, GH e alterações adrenais (cortisol).

10 a 20% dos pacientes com doença clínica apresentam sintomas depressivos significativos, sendo que 5% possuem maior gravidade do quadro. Apenas 1\3 dos casos é diagnosticado pelos clínicos. Destes apenas 10 a 30% recebem tratamento adequado. Intervenção bem sucedida>>> diminui a mortalidade, reduz a utilização de cuidados de saúde, prolonga a sobrevivência do paciente clínico

Diagnóstico e Classificação Segundo o CID-10: *sintomas principais:. *sintomas acessórios:

Todos os sintomas no mínimo há 2 semanas, a não ser nos quadros graves. Persistência após 2 meses do “luto”.

Perguntas a fazer: 1) Você tem perdido o interesse no dia a dia? 2)Pouca energia? 3)Perdido a confiança em si? 4)Dificuldade para concentrar-se? 5)Sente-se mais “devagar”? 6)Pensamentos pessimistas em relação a vida?

Mas no contexto clínico geral.... Humor deprimido Diminuição do prazer e interesse Alteração do apetite Alterações do sono Agitação ou retardo psicomotor Fadiga Sentimento de culpa Dificuldade de concentração Ideação suicida

Câncer: -perda de energia -anorexia -perda de peso Diabetes (com descontrole metabólico): -dificuldade de concentração Doença renal (fase terminal): -perda de energia, insônia, perda do interesse sexual

Artrite reumatóide: - perda de energia Esclerose múltipla: - insônia - fadiga Doença de Parkinson: - retardo psicomotor

Condições médicas: -Endocrinopatias - IAM e ICC -LES -Artrite reumatóide -HIV -CA pâncreas -AVC -Anemia perniciosa(B12)

-Dor crônica -Hérpes Zoster -Hepatites -Mononucleose

Medicações que podem causar depressão: -Tuberculostáticos: Izoniazida e Etionamida -Corticóides - AINEs -Cinarizina, Flunarizina - β-bloqueadores -Intérferon

Muitos dos casos de depressão atribuídos a medicação parecem ser uma “mistura” de letargia, apatia, cansaço, sonolência e sentimentos de culpa.

Tratamento Medicamentoso: antidepressivos. -IMAOs: Moclobemida -Tricíclicos: Amitrptilina; Imipramina; Clomipramina; Nortriptilina. -ISRS: Fluoxetina; Sertralina; Paroxetina; Citalopram. -outros: Venlafaxina; Mirtazapina; Bupropiona. Psicoterapia

Interações com medicações clínicas: Reduza e monitore os níveis de lítio se estiver em uso de AINEs. Reduza a dose de propanolol se ISRS forem prescritos. Aumente a dose dos ATC em até 1/3 se o paciente estiver com dieta rica em fibras. Reduza a dose de warfarin se for prescrita fluvoxamina ou fluoxetina. Reduza a dose de donepezil se for acrescentado ISRS.

Reduza as doses dos ATC ou moclobemida se o paciente fizer uso de cimetidina. ISRS e clomipramina, quando associados à selegilina, podem desencadear quadro confusional agudo. Lítio e sumatriptana(para enxaqueca) podem desencdear toxicidade do SNC. Os ATC diminuem sua eficácia e aumentam a toxicidade quando em conjunto com anticoncepcionais orais.

DOENTE CARDIOLÓGICO - se possível evitar antidepressivos nos 2 meses após IAM. - os ATC causam hipotensão ortostática e aumentam a frequência cardíaca, o que pode provocar ou agravar a angina. Não devem ser prescritos em pacientes com defeito de condução. - Venlafaxina pode causar hipertensão, sendo recomendado o controle da PA em doses cima de 200mg. -Lítio pode causar onda T achatada ou invertida, geralmente benignas, e alongamento do complexo QRS.

DOENTE RENAL -os ATC mostram-se mais seguros que os ISRS. -a carbamazepina e o ácido valpróico são preferidos na insuficiência renal, ao invés do lítio. Caso prescritos, somente em doses baixas ou dias alternados. DOENTE HEPÁTICO - ISRS são a primeira escolha. Paroxetina, fluoxetina e citalopram>>iniciar com doses mais baixas que o usual. Evite a sertralina

- Lítio sofre mínimo metabolismo hepático - Lítio sofre mínimo metabolismo hepático. Preferível em doença hepática. DOENTE NEUROLÓGICO - introduzir ISRS em ritmo lento diminui o risco de convulsões. Dos ATC cuidado com a amitriptilina (maior risco epileptogênico). - Esclerose múltipla >> cuidado com os ATC, pois aumentam as chances de hipertonicidade e espasmo. - Parkinson >> preferência pelos ATC(efeitos anticolinérgicos ajudam em relação aos sintomas extrapiramidais. Os ISRS podem exacerbar o tremor, assim como o lítio e o ácido valpróico (aqui prefere-se a carbamazepina).

-AVC >> ISRS são a escolha -AVC >> ISRS são a escolha. Dos ATC a nortriptilina parece ser bem tolerada pelo menor efeito colateral cardíaco e epileptogênico. - Se em uso do warfarin >> preferência ao citalopram (menos interação com a primeira). DIABETES MELITO - ISRS podem reduzir a glicose plasmática em até 30%, principalmente em não insulino-dependente. Cuidado com provável hipoglicemia! - ATC podem aumentar o nível de glicose em até 150%, aumentar o apetite (particularmente para carboidratos) e reduzir o metabolismo. - ácido valpróico pode dar falsos testes de urina para glicose nestes pacientes.

DOENTES CLÍNICOS AONDE A ECT É A PRIMEIRA ESCOLHA Depressão com sintomas psicóticos. Depressão com esturpor ou catatonia. Grave risco suicida. Recusa de alimentação e cujo estado nutricional esteja seriamente debilitado. Grávidas que precisam de resposta terapêutica rápida. Boa resposta prévia à ECT.

Considerações finais: Corpo e mente são divisíveis?????? Psiquiatra não necessita de conhecimentos de Clínica Médica????? Paciente psiquiátrico não “fica doente”???? Reconhecemos a fundo o sofrimento global do paciente?????

Obrigado pela atenção!!