A origem da Filosofia no Brasil I

O sentido do filosofar Segundo Severino, a filosofia, enquanto modalidade do pensar, apresenta-se num determinado contexto cultural em diferentes patamares: “Concepção filosófica de um povo”: reflexão espontânea da consciência humana, filosofia de vida, pré-saber assistemático, intuitivo, fragmentado, ideológico e implícito. “Consciência filosófica pressuposta”: a religião, a arte, a ciência, ao mesmo tempo que constroem seu saber específico, instauram alguns “fundamentos” para o mesmo. “Forma de reflexão sistemática intencionalmente voltada sobre a própria condição humana”: tem como tema tanto a realidade pensada como a própria atividade de pensar. Tarefa de especialistas.

O sentido do filosofar no contexto cultural brasileiro Severino afirma que para se tratar do filosofar brasileiro é necessário ater-se a duas constatações: “A grande maioria de nossos pensadores desenvolve seu esforço teórico deixando-se guiar por algum modelo filosófico já constituído” Estão sempre “dialogando” com algum autor. Tradição acadêmica de aprendizagem da filosofia.

O sentido do filosofar no contexto cultural brasileiro “O praticante da filosofia entre nós nem sempre revela uma preocupação marcante em se posicionar explicitamente quanto ao sentido da tarefa do filosofar”. Ausência de conceituação. Parte direto para a atividade de análise. Filosofar parece ser como preceder de modo igual ao dos representantes mais significativos do modelo seguido. Mudança neste cenário nas últimas décadas.

“Filosofia brasileira”? Ver p. 24. (Severino) Deve ser entendida como: Designando a prática da filosofia que ocorre no Brasil. Desenvolvida por pensadores que se encontram e trabalham no Brasil. Inseridos no contexto histórico-social.

ISEB Instituto Superior de Estudos Brasileiros Criado em 1954 pelo Ministério da Educação e Cultura. Constituído pelos departamentos de História, Ciência Política, Sociologia, Economia e Filosofia. Foi extinto em 1964.

ISEB Proposta: fazer um estudo crítico da situação do Brasil desde sua origem colonial em torno da idéia de filosofia. A filosofia como sendo a autoconsciência do sujeito entendido como povo e não apenas como razão universal. Processo de modernização e emancipação da cultura brasileira. A partir deste momento a história da filosofia no Brasil passou a incluir o período colonial.

A consciência de si Aristotelismo português Filosofia luso-brasileira Ratio Studiorum (1549) Pedro da Fonseca (1528-1599) Comentários à Metafísica de Aristóteles Filosofia luso-brasileira Padre Antônio Vieira (1608-1697) Interesse filosófico Aristóteles, Agostinho, Tomás de Aquino Conversão religiosa

A consciência de si Reforma pombalina Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil em 1760 Passou o comando da educação para as mãos do Estado Avanços na metrópole x desordem nas colônias Mudança de princípio: A consciência de si Do aristotelismo de origem medieval (conversão religiosa) para a filosofia moderna do Cogito cartesiano. A filosofia só ganha nacionalidade brasileira no século XIX mediante a superação do dogmatismo.

Obras mais significativas da historiografia A filosofia no Brasil de Sílvio Romero (1878). A filosofia no Brasil: séc. XIX-XX de Leonel Franca (1918). Contribuição à história das idéias no Brasil de João da Cruz Costa (1956). História das idéias filosóficas no Brasil de Antônio Paim (1967). As idéias filosóficas no Brasil de Adolpho Crippa (1978).

Expressão atual da Filosofia no Brasil Tradição metafísica: neotomismo e teologia católica. Tradição positivista: cientificismo, neopositivismo e transpositivismo. Tradição hermenêutica: culturalismo, antipositivismo, existencialismo. Tradição dialética: Hegel, Marx e Teoria da Crítica da Escola de Frankfurt.