DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO -A produção diretamente material, sobre a qual se edificou a sociedade industrial, requererá a breve trecho uma intervenção humana.

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Transcrição da apresentação:

DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO -A produção diretamente material, sobre a qual se edificou a sociedade industrial, requererá a breve trecho uma intervenção humana marginal -Daqui em diante, o “trabalho” residirá principalmente na qualidade de conceção e a programação substituirá a prescrição -A indústria poderia, nos próximos anos, empregar não mais do que 2% da população ativa e a agricultura apenas 1%... -Os serviços, como os centros de estudos, a engenharia, o marketing ou o comercial levam a dianteira sobre a função direta de produção -A fronteira entre o setor secundário e o setor terciário torna-se cada vez mais fluída -Mais do que uma sociedade de serviços, que teria permitido o “escoamento” efetivo do emprego, é a absorção dos serviços pela indústria que se apresenta mais claramente -São, por outro lado, os modelos de contratação associados à precariedade que convertem uma sociedade de serviços numa sociedade de servidores, digna das sociedades pré-capitalistas INDÚSTRIA SERVIÇOS

-Entramos numa economia caracterizada pelo subemprego sob diferentes aspetos: -Subemprego face ao desemprego e, sobretudo, ao desenvolvimento do tempo parcial, temporário ou intermitente -Subemprego face à elevação contínua dos níveis de formação dos assalariados, os quais não encontram, na maioria dos casos, a possibilidade de fazer valer as suas qualificações -Subemprego ainda pois os novos “empregos”, caracterizados pela precariedade, ao substituírem-se ao emprego clássico, liquidam, mais seguramente que o próprio desemprego, o sentido social e individual conferido pelo trabalho e precipitam o seu declínio SUBEMPREGO -Face a uma concorrência exacerbada e à importância dos custos fixos, as empresas tendem a recentrar-se sobre a sua atividade principal, sobre o âmago do seu ofício, não conservando, para o efeito, mais do que um pequeno núcleo de assalariados permanentes, diretamente unidos à empresa -O resto é subcontratação ou é objeto de intervenções pontuais de assalariados intermitentes (Ex.: modelo da Toyota) DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO

-A experiência tem amplamente demonstrado que, o assalariado a tempo parcial é em média mais rentável, tem mais performance e um menor absentismo que um assalariado a tempo inteiro -De uma maneira geral, quanto maior a complexidade do trabalho, incorporando competências e necessitando criatividade e iniciativa, menos o tempo passado no trabalho serve de base contratual; a empresa remunera uma prestação, uma missão e resultados e não uma presença -Por outro lado, a natureza do contrato de trabalho está em vias de transformação. Passamos de um contrato standard, que fixa uma duração legal de trabalho associando-lhe um salário regular, para um contrato de “partenariado” para uma missão pontual, dotada de uma remuneração global baseada nos resultados -O assalariado dá progressivamente lugar ao trabalhador independente destituído de qualquer segurança. O contrato salarial transforma-se em contrato comercial ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO SITUAÇÃO CONTRATUAL DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO

-O declínio do salário representa igualmente o declínio do dispositivo capital de Segurança Social, de solidariedade e de cidadania (fundados historicamente no princípio de concessão de propriedade àqueles que dela eram desprovidos) -A marginalização do trabalho como a incerteza que o rodeia desestruturam os ritmos coletivos que regulavam a sociedade industrial -Para os modernos, a grande esperança inscrita no trabalho era de, justamente, não ter de o exercer… -…mas o seu declínio, tão desejado, virou pesadelo. Não sabemos ainda organizar-nos ou viver numa sociedade sem trabalho ou quase. Mesmo para aqueles capazes, no atual contexto, de exercer livremente a sua função consumista, a insatisfação condiciona-se à fórmula, um sistema que não procura satisfazer necessidades, mas criá-las DE PROMESSA… …A PESADELO DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO

-A centralidade do trabalho tem algo de mítico: ele impõe-se e institui-se, com a ciência e as técnicas que mobiliza, como o grande messianismo ou o grande mito dos Tempos Modernos -No entanto, se o trabalho deixou de exercer esta função central, se não preenche mais uma certa coesão social, é então necessário constatar a sua morte social -Poderemos mesmo criar mais ou menos artificialmente empregos, e mesmo reabsorver o desemprego multiplicando os subempregos, por exemplo: não ressuscitaremos, no entanto, o trabalho no verdadeiro sentido da palavra -O fim (hipotético) do desemprego não significaria necessariamente o retorno do trabalho, nas diversas e prementes dimensões que o descrevem e definem socialmente O FIM DO MITO? DESINTEGRAÇÃO DO TRABALHO

UM NOVO TRIÂNGULO PRODUTIVO… Oferta (mercantil) TrabalhoMercadorias Procura social Saberes e competências Serviços mútuos …A RECONSTRUÇÃO DO LAÇO SOCIAL SUE, Roger (1997) La richesse des hommes. Vers l’économie quaternaire. Paris: Éd. ODILE JACOB

UM NOVO TRIÂNGULO PRODUTIVO… Oferta (mercantil) TrabalhoMercadorias Procura social Saberes e competências Serviços mútuos …A RECONSTRUÇÃO DO LAÇO SOCIAL SUE, Roger (1997) La richesse des hommes. Vers l’économie quaternaire. Paris: Éd. ODILE JACOB Transposição da regulação pela oferta pela regulação pela procura Transposição do fator de produção trabalho pelo dos saberes e competências Transposição da produção de mercadorias pela produção de serviços