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PublicouGustavo Nicholas Brunelli Caiado Alterado mais de 8 anos atrás
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Aulas previstas: 7. O eu pessoal (13 slides) 8. As relações interpessoais (26 slides) 9. A pessoa na sociedade (15 slides) 10. Tempo, morte e imortalidade (26 slides) 11. As últimas questões e a religião (20 slides) 1.Apresentação e Introdução A Pessoa: Dignidade e mistério (31 slides) 2.O Corpo (24 slides) 3.Sensibilidade e tendências (32 slides) 4. A afectividade ( 30 slides) 5.A inteligência (39 slides) 6.A liberdade (17 slides) ANTROPOLOGIA BREVE Aula 3 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS
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1/32 1. Sensação e percepção a) A sensação A sensação é o elemento primário na captação do mundo, como o átomo do conhecimento : ver uma cor, ouvir um som, sentir a dureza de uma pedra. SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS As interacções básicas da pessoa com o seu meio são estabelecidas através da sensibilidade e das tendências. É muito importante apercebermo-nos, de qualquer forma, que o acto de sentir não é algo puramente físico, mas subjectivo, porque quem sente é a pessoa, embora a sensação dependa da realidade material ou física.
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2/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS As sensações estão associadas aos sentidos, as faculdades ou capacidades humanas com as quais se captam. Como se sabe, existem cinco : o tacto, o gosto, o olfacto, o ouvido e a vista. Cada um deles permite-nos descobrir dimensões essenciais e unitárias do mundo físico : as cores, o som, a textura dos objectos, etc. São, portanto, o nosso primeiro elemento de ligação com a realidade.
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3/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Foram feitas muitas classificações dos sentidos relativamente à sua importância, à sua utilidade, à sua categoria ontológica, etc. Uma delas divide-os em dois tipos : os sentidos «objectivos», que incluem a vista e o ouvido, e que se denominam assim, porque o objecto ao qual se dirigem está separado fisicamente do sujeito, pelo que existe uma maior independência entre ambos; e os sentidos «objectivo-subjectivos», o tacto, o gosto e o olfacto, que têm de estar em contacto directo com o objecto para serem estimulados.
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4/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A percepção é o processo cognitivo pelo qual captamos de forma unitária, inte- grada e estável os elementos físicos e sen- síveis que os sentidos nos proporcionam. Embora possamos pensar o contrário, a percepção é um processo muito sofisticado, visto envolver fenómenos tão complicados como a identificação de objectos, a captação de formas, a determina- ção de movimentos associados a objectos, etc.. b) A percepção
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5/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A capacidade perceptiva das pessoas é essencialmente semelhante, mas pode variar de forma significativa (tal como nos sentidos). Alguns podem ficar extasiados perante as combinações de formas e de cores de um pôr do Sol ou de uma peça musical, enquanto outros podem permanecer indiferentes ou não perceber com a mes- ma intensidade a beleza desses acontecimentos.
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6/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Uma percepção mais desenvolvida é um dom, porque permite captar aspectos da realidade inacessíveis a outras pessoas. A missão da percepção é integrar, coor - denar e estabilizar os dados elementares que os sentidos proporcionam, para se ter uma visão do mundo unitária e estruturada.
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7/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A memória pode ser definida como a capacidade de armazenar nalgum lugar escondido da alma as vivências que experimentamos, juntamente com o seu conteúdo : desde as sensações ou as per- cepções elementares até realidades muito mais complexas e estruturadas, como conhecimentos científicos, a lingua- gem e experiências vitais ou afectivas. 2. A memória
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SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS 8/32 Graças à memória podemos recordar, isto é, voltar a colocar diante da mente e, portanto, voltar a possuir de modo imaterial aquilo que fomos armazenando no nosso interior ao longo da nossa vida.
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9/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Concretamente, segundo Atkinson e Shiffrin, a me- mória humana está dividida em três estruturas relacio- nadas entre si por mecanismos de controlo. a) A estrutura da memória A estrutura interna da memória é complexa, mas, graças ao trabalho experimental dos psicólogos, foram dados passos significativos que permitem que se faça uma ideia precisa sobre os elementos que a compõem.
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10/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Na realidade, existe um registo para cada órgão. O chamado registo icónico corresponde à visão, o ecóico ao ouvido, etc. No registo sensorial armazena-se toda a informação que provém dos sentidos, mas permanece durante um período de tempo muito escasso, da ordem de um segundo. A primeira estrutura é constituída pelo chamado sistema ou registo sensorial onde se regista, daí o seu nome, toda a informação que chega dos órgãos dos sentidos.
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11/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Nesse espaço de tempo, a pessoa tem de efectuar um processo de controlo e seleccionar através da atenção ou de outro procedimento a informação que vai ser guardada na segunda estrutura : a memória de curto prazo. A restante informação perde- se para sempre. Isto poderia parecer ne- gativo mas, se o homem recordasse tudo aquilo que vive, como acontece protagonista de um relato de Jorge Luís Borges, morreria ao fim de pouco tempo, a sofrer de saturação de uma informação desnecessária.
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12/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Enquanto que o registo sensorial pode ser considerado praticamente como um espelho, isto é, um mero reflexo da realidade, a memória de curto prazo já é uma estrutura propriamente pessoal, pela qual o sujeito armazena na sua subjectividade, assumindo-as, determinadas informações específicas selec- cionando-as de entre muitas outras. Nesta memória, além disso, a informação é reelaborada através de mecanismos como a organização, a repetição ou a recuperação, que têm o objectivo tanto de que a pessoa possa dispor dessa informação quando o desejar como de explorar ao máximo a capacidade de retenção..
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13/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A memória de curto prazo decai num período de 15 segundos a dois minutos e, neste período, o sujeito deve decidir se esta informação é arma- zenada na memória de longo prazo, o sistema mais profundo, complexo e persistente de acumulação de informação. Se a informação passa, através da repetição ou de outros mecanismos, para este misterioso receptáculo interno, irá permanecer ali durante dias, meses ou anos, constituindo a base imprescindível de qualquer actividade, embora ve- nha a estar sempre em luta com outro fenómeno tipicamente humano: o esquecimento.
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14/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS b) Memória e identidade pessoal A função habitual que se atribui à memória é a de arquivo de informação, a fonte da recordação. Mas, sendo isto verdade e precisamente por isso, tam- bém é essencial numa questão muito formação e constituição da identidade pessoal do sujeito. mais importante: a formação e constituição da identidade pessoal do sujeito.
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15/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS 3. A imaginação A imaginação é a última componente da sensibilidade e distingue-se da percepção em muitos pontos, mas, sobretudo, no seu distanciamento dos objectos. A percepção é um conhecimento presen- cial que só é possível quando o objecto está realmente presente. A imagina - ção, pelo contrário, é um conhecimento representativo que representa ou reproduz interiormente um objecto, independentemente da sua presença física. Precisamente por isso é, em geral, mais desfocada e imprecisa que a percep- ção e está sujeita com muito mais facilidade ao erro ou à deformação.
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16/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A sinestesia é um fenómeno relacionado com o mundo da imaginação e consiste em que uma determinada modalidade sensorial suscita uma reacção sensorial de outro tipo. Por exemplo, determinada música, como As quatro estações de Vivaldi, pode despertar imagens visuais. As alucinações são percepções falsas ou aparentes (percepções sem objecto). O sujeito está convencido de que vê coisas que na realidade não existem.
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17/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS As ilusões, pelo contrário, são percepções incorrectas, isto é, manifestam uma percepção distorcida, mas de algo que está realmente presente. Por último, a imagem corporal faz referência à ideia aproximada que todos temos do nosso corpo, da sua estrutura e dimensões. Nem toda a imaginação é visual, na medida em que somos capazes de reproduzir interiormente não só imagens, como sons, etc.
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18/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS 1) Dá continuidade à sensibilidade. Embora não percebamos uma rosa, podemos continuar a falar dela e a pensar nela, porque temos a sua imagem no nosso interior. Também nos permite reconhecer objectos : se temos na mente a imagem de algo (um rosto, por exemplo), quando o virmos novamente, iremos reco- nhecê-lo, porque o identificaremos com aquele que guardámos no nosso interior. As principais funções da imaginação são as seguintes:
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19/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS 2) A imaginação tem, além disso, uma importantíssima função criativa. Graças a ela podemos criar novos objectos, situa- ções e, inclusivamente, inventar mundos inexistentes. Possuir uma imaginação po- derosa e criadora é um autêntico dom e uma qualidade imprescindível em pro- fissões como romancistas, desenhadores, argumentistas, artistas ou inventores.
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20/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Dois exemplos magníficos de Poder imaginativo são O Senhor dos anéis de Tolkien e a série de Harry Potter. Os autores dessas novelas criaram autênticos mundos paralelos, com as suas próprias leis, personagens, territórios e linguagens capazes de evoluir no tempo sem perderem a sua coerência interna. Isso só é possível através de uma imaginação genial.
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21/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS A imaginação tem também o seu lado negativo pois, se não for controlada, pode encerrar a pessoa num mundo exclusivo, inventado e talvez obsessivo, que não corresponde à realidade e que, quando mais cedo ou mais tarde se desmoronar, lhe provoque graves transtornos.
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22/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS 3) Por último, como Aristóteles e S. Tomás de Aquino, entre outros, demonstraram, a imaginação tem igualmente um papel muito impor- tante na elaboração do conceito e, portanto, na passagem do nível cognitivo sensível para o intelec - tual.
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23/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS O homem, além de se relacionar cognitivamente com o mundo, interage com ele de forma activa. Não é um mero receptáculo de formas externas, mas um organis - mo que tem as suas necessidades e as suas aspirações, os seus desejos e os seus projectos. 4. As tendências a) Instintos animais e tendências humanas
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24/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS O nosso organismo precisa de alimentos, sente impulsos sexuais, tende a proteger-se dos perigos que parecem ameaçá-lo, responde com agressividade a determinados males, etc. Quais são as características destes impulsos ? Serão semelhantes aos instintos animais ? Que papel jogam neles as dimensões cognitivo- volitivas da pessoa? Quais são as tendências principais ? São as questões que devemos explicitar em seguida.
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25/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Numa análise preliminar e pouco atenta, poderia parecer que as tendências humanas são iguais aos instintos animais pois se, por exemplo, o homem tem fome, procura saciar-se tal como o fazem os animais. Beltrán, descreveu com precisão as características principais dos instintos, mostrando que não acontecem desse modo no homem. «As características dife- renciais do comportamento instintivo, explica, são: comportamento inato (portan- to, não derivado da aprendizagem), estereotipado (expresso através de padrões fixos e invariáveis), específico (partilhado pelos membros de uma espécie) e involuntário (desencadeado necessariamente diante da presença de estímulos adequados, de tal maneira que, uma vez iniciado, continuará inevitavelmente até à sua consumação).
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26/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Por outro lado, o instinto tem um claro valor de sobrevivência e é facilmente saciável ; por isso, quando a tendência instintiva ficou satis - feita, custa mais voltar a estimulá-la. É evidente, conclui, que no homem não existem somente padrões fixos de acção, como acontece no animal ». No homem, com efeito, praticamente todos os seus comportamentos dependem da aprendizagem ; a criança tem de aprender quase tudo, inclusivamente acções tão elementares como comer ou andar.
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27/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Por último, o comportamento humano, mesmo que relativo a necessidades básicas, não pode ser realizado à margem da vontade nem da inteligência. Podemos concluir, portanto, afirmando que o dinamismo tendencial sensível do homem não é instintivo e, por isso, se cos- tumam utilizar outros nomes para o designar: tendências, impulsos, apetites, etc.
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28/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS b) Características das tendências As suas características principais, são as seguintes: - Plasticidade : as tendências humanas, diversamente dos instintos, são flexíveis e variadas. - Variabilidade : as tendências não só são flexíveis, são também variáveis. Isto significa, por um lado, que podem crescer em intensidade ou enfraque- cer-se, mas, sobretudo, que o homem pode, de certa forma, criar ou eliminar necessidades
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29/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS - Esquema aberto : já aludimos a esta característica que distingue os homens dos animais. Se um animal tem fome ou está no cio, procurará e tentará de modo automático a satisfação dessa necessidade. Mas no homem este processo não é acti - vado automaticamente, porque a satisfação da tendência implica mais um aspecto : a dimensão cognitivo-volitiva, que é aquela que tem a última pa- lavra e decide como se vai satisfazer o impulso ou, o que é mais importante ainda, se irá ser satisfeito.
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30/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS - Necessidade da aprendizagem e formação de hábitos e padrões de comportamento : os animais dispõem do instinto para se comportarem. Os patos não têm que aprender a nadar, nem as toupeiras a escavar. Estão geneticamente programados para o fazer e fazem-no.
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31/32 SENSIBILIDADE E TENDÊNCIAS Se tivéssemos de pensar em cada dia e a cada mo- mento em tudo o que fazemos, a nossa vida seria esgotante e elementar. Estaríamos a partir sempre do zero. A aprendizagem e a formação de hábitos e padrões de comportamento, como salientou William James, liberta-nos desta penosa tarefa. O homem, pelo contrário, não está geneticamente programado e, por isso, tem de aprender praticamente tudo, incluindo como satisfazer os seus impulsos mais elementares, tipo alimentar-se ou movimentar-se.
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32/32 Ficha técnica Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com
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