“ China: os limites do crescimento econômico e suas repercussões internacionais Palestra no IFHC Ilan Goldfajn.

Apresentação em tema: "“ China: os limites do crescimento econômico e suas repercussões internacionais Palestra no IFHC Ilan Goldfajn."— Transcrição da apresentação:

1 “ China: os limites do crescimento econômico e suas repercussões internacionais Palestra no IFHC Ilan Goldfajn

2 Roteiro Inserção da China no Mundo Estratégia de Crescimento Visão Macroeconômica Problemas: superaquecimento

3 I. Inserção da China no Mundo

4 População e Renda População : 1.286.975.468 –95% da população concentrada nas regiões do leste do país (em 45% da área total) PIB: US$ 1,266 trilhões (2002) PIB (PPP): US$ 5,989 trilhões (2002) PIB per capita (PPP) : US$ 4.700 (2002) Setores de Atividade Econômica (2002) 15.20 % primário 51.20 % secundário 33.60 % terciário

5 Densidade Populacional (2000) Fonte: Universidade de Michigan

6 Crescimento da China depois das Reformas

7

8

9

10

11 A Importância da China na Pauta Comercial Brasileira

12

13 Contribuição da China para o crescimento no resto do mundo

14 II. Estratégia de Crescimento

15 Liberalização do setor agrícola (1979) –eliminação das fazendas comunais; –permissão para agricultores venderem no mercado o que produzirem acima da cota; –Criação de financiamento de longo prazo para compra de terra. Setor Industrial –pequenas empresas estatais foram convertidas em “empresas de vilas ou de pequenas cidades” onde tinham participação majoritária nos lucros. Setor Externo –Criação de Zonas Econômicas Especiais, onde investimento estrangeiro foi permitido. Mais da metade da produção e das exportações nestas zonas se dão hoje por empresas estrangeiras Qual estratégia a China utilizou para a transição econômica?

16 Estratégia de Crescimento: Investimento

17 Estratégia de Crescimento: Poupança

18 Estratégia de Crescimento: Investimento Estrangeiro

19 Estratégia de Crescimento: Industrialização

20 Estratégia de Crescimento: Acúmulo de Reservas Internacionais

21 Estratégia de Crescimento: Redução da Dívida Externa

22 Estratégia de Crescimento: Abertura Entrada Na OMC

23 III. Inserção da China: Visão Macroeconômica

24 Inserção da China: Acordo Implícito com os EUA Garber e Dooley (2003,2004) – Novo Bretton Woods? Acordo implícito com EUA. (Des)equilíbrio nos fluxos: superávits externos na Ásia financiando excesso de consumo e gastos nos EUA (Des)equilíbrio nos estoques: acúmulo de reservas como contrapartida ao acúmulo de dívidas nos EUA Políticas que sustentam ciclo: câmbio controlado e depreciado na Ásia, controles de capital e repressão financeira doméstica.

25 Vantagem: crescimento exportador e acúmulo de capital A graduação para o centro ocorre após um longo período de convergência No momento da graduação, políticas mudam: câmbio flutuante, liberalização financeira e da conta de capital Questões: este arranjo é sustentável? O que alteraria este arranjo? Inserção da China: Acordo Implícito com os EUA

26 Evolução do Saldo em Conta Corrente Americano

27 IV. Questões a Resolver na China

28 Questões sobre a China 1.Demografia e poupança 2.O impacto da China sobre a inflação no mundo 3.O acordo da OMC, fluxos de capital e o receio chinês 4.Porque a China quer desacelerar?

29 1.Implicações da estrutura demográfica chinesa Apenas 40% da população da China vive em zonas urbanas. A continuação do processo de industrialização deverá causar um contínuo aumento da demanda por alimentos Apenas 7% do território chinês é arável. Hoje a China já é importadora líquida de grãos O Brasil tem condições de se beneficiar desta demanda

30 Demografia e Taxa de Poupança Taxa de poupança elevada na China é também conseqüência da demografia. A população chinesa ainda é bastante jovem, como a japonesa era nos anos 60. De acordo com a teoria do ciclo da vida de Modigliani, a população suaviza consumo, portanto poupa mais quando é jovem e consome uma maior parte da renda quando envelhece.

31 2. China e a inflação no mundo A mão-de-obra barata possibilita a redução dos custos de produção. No entanto, com o crescimento a China vem se tornando uma importadora de commodities cada vez mais importante. A demanda chinesa vem elevando os preços de fretes e de commodities.

32 3. O acordo da OMC, fluxos de capital e o receio chinês Acordo da OMC obriga a China a abrir a sua economia na área de serviços financeiros. Problema: como manter o regime com abertura financeira para os estrangeiros? Chineses sabem que abertura de conta de capital não combina com câmbio fixo (crise da Ásia) Risco envolvido na reforma do regime cambial: apreciação do câmbio e fim do crescimento liderado pelas exportações.

33 4. Porque a China gostaria de desaquecer sua economia?

34 Problemas do Crescimento Chinês Alta volatilidade dos Ciclos Econômicos –Descentralização fiscal e administrativa e controles administrativos. –Má alocação de crédito Qualidade do Crescimento – A razão produto / insumo vem diminuindo refletindo a queda na produtividade. –A sensibilidade do crescimento do PIB ao investimento é muito baixa. Em 2003 os investimentos cresceram 26,7%, enquanto o PIB cresceu 9,1%. –A sensibilidade do consumo de commodities e energia é muito alta. O consumo de energia cresceu 15,4% em 2003.

35 Há necessidade de gerar alto crescimento para legitimar o regime e evitar instabilidade social

36 Risco Inflacionário 5,3%

37 Estimando os Créditos Podres

38 Estimando o Impacto dos Créditos Podres na Dívida Dívida interna subiria para 40% do PIB caso créditos podres não tenham aumentado desde 2002. Hoje estimativas do estoque de créditos podres variam entre 30-50% do total Neste caso a dívida interna subiria para entre 47% - 72% do PIB A dívida - PIB iria para 60% - 85% do PIB. Mais créditos ruins por vir? Crescimento dos empréstimos chegou a 20% em 2003.

39 Porque a China gostaria de desacelerar sua economia? Resumo: Gargalos na produção. Falta de energia, etc. Risco inflacionário Créditos podres no setor bancário Sobre-investimento

40 Eventos Recentes: Desaceleração

41 Como a China está desacelerando sua economia? Até agora não houve apreço por medidas tradicionais de controle como: elevação de juros ou apreciação do câmbio A opção foi pelo uso do redesconto, compulsório e, principalmente, medidas administrativas

42 Em Comparação com o último ciclo a China está apertando mais cedo Apertar mais cedo no ciclo é positivo e demonstra maturidade de um regime que precisa se Legitimar e onde todas as decisões são políticas.

43 Aperto administrativo está tendo efeito na atividade. Inflação parece estar se estabilizando.

44 Alguns números ainda mostram crescimento muito forte A reaceleração do investimento aumenta o risco de super aquecimento e portanto a necessidade de mais um aperto monetário.

45 Apreciar o câmbio pode ser um instrumento melhor que subir juros China e os EUA não formam uma área monetária ótima Flexibilização do câmbio permite suavização dos ciclos de crédito e de crescimento Melhor flexibilizar o câmbio em momento onde tudo corre bem. Pressão de apreciação permite estratégia de flexibilização gradual, é mais fácil defender um nível mais apreciado.

46 Conclusão A economia Chinesa é extremamente relevante para o comércio, inflação e crescimento mundial. Estratégia de crescimento baseada em exportações, poupança, salários baixos, e acumulo de reservas. Acordo implícito com os EUA. É sustentável? Desaquecimento é necessário. Haverá uma desaceleração suave?