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Memórias de um Sargento de Milícias Manuel Antônio de Almeida.

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Apresentação em tema: "Memórias de um Sargento de Milícias Manuel Antônio de Almeida."— Transcrição da apresentação:

1 Memórias de um Sargento de Milícias Manuel Antônio de Almeida

2 PRELIMINARES Romance de humor popular, fundado nas aventuras de tipos da sociedade carioca do começo do século XIX. Tipos sociais (como em Gil Vicente) – várias personagens não possuem nome no livro, designam-se pela profissão ou condição social que possuem: barbeiro, parteira, cigana, o mestre de cerimônias, o toma-largura etc. (grande movimento –representam todo o grupo social). Descrições – mostram retrato vivo da indumentária, costumes, logradouros públicos e instituições do Rio de Janeiro; caricaturas – a exageração dos traços físicos das pessoas e das situações são abundantes e expressivas

3 PRELIMINARES O livro foi escrito para o jornal, o que era típico no período romântico brasileiro, de onde surge a ideia de romance folhetinesco, aquele publicado na seção do jornal denominada folhetim e cujo enredo procura sempre atrair o leitor para o próximo número, diário ou semanal. Folhetins anônimos entre 1852 1853 Livro – 1854

4 EXCENTRICIDADES DAS MEMÓRIAS Antônio Candido demonstrou que se trata de um romance romântico, mas que possui certa excentricidade. A estória não envolve personagens da classe dominante, mas sim de pessoas da baixa renda. A personagem central não é nem herói nem vilão, trata-se de um anti-herói malandro, de natureza picaresca. As cenas não são idealizadas, mas reais, apresentando aspectos pouco poéticos da existência. Ausência de moralismo e recusa da idéia de que as ações humanas se dividem necessariamente entre boas e más. Troca de sentimentalismo pelo humorismo, do estilo elevado e poético pelo estilo tosco e direto, sem torneios embelezadores. Linguagem simples, direta, sem metáforas ou refinamentos, ou seja, não é elevada, já que suas personagens pertencem às camadas populares. O estilo é oral e descontraído, diretamente derivado da conversa ou do estilo jornalístico da época. Esse procedimento será mais tarde um dos principais traços pré-modernistas de Lima Barreto.

5 EXCENTRICIDADES DAS MEMÓRIAS Originalidade limitou a penetração da obra na época em que foi escrita, mas a aproximou do Realismo, Modernismo e folclore nacional. Mario de Andrade o aproxima do romance picaresco espanhol e buscou sugestão no protagonista para compor Macunaíma, em 1928. Folclore – vincula-se à tradição das diabruras de Pedro Malasarte. Há uma infinidades de alusões irônicas e insinuantes, mas nunca com a fineza de Machado de Assis.

6 TÉCNICA DO ENREDO E PERSONAGENS Não é um romance escrito em 1ª pessoa, como faz supor o título. O foco narrativo é em 3ª pessoa. A palavra memórias equivale a apontamento histórico. Escrito no Segundo Reinado e explorando o Rio joanino, possui propriedade de romance histórico (mas não é), já que mostra cenas e costumes do passado. Romance episódico* - Para cada episódio novo, traça-se o painel social do cenário em que se desenvolverá a peripécia (mudança do destino da personagem). Apresenta capítulos unitários, contendo quase todos um episódio completo, cujo conjunto reconstitui a vida de Leonardo Pataca e de seu filho Leonardo, em meio a um vivo retrato das camadas baixas do Rio de D. João VI. Os incidentes possuem autonomia narrativa, que se interligam à estória central por meio dos fatos vividos por essas mesmas personagens, ora com o pai, ora com o filho. *Episódio - possui unidade própria e pode ser isolado ou excluído numa série lógica de ações.

7 Romance picaresco – expressão derivada do termo “pícaro”, espécie de malandro brasileiro, que vive ao sabor do acaso. Romance de costumes - Fornece um retrato animado da época. Dá atenção às festas, encontros, profissões populares da cidade, descrição das ruas. Romance muito agitado e festivo. Costumbrismo: a obra está voltada para o retrato social urbano, que se aproxima do gosto romântico pela cor local. Isso levou José Veríssimo, crítico de formação realista, a classificar a obra como Pré-Realista.

8 DOCUMENTO LINGUÍSTICO O autor utiliza português coloquial de seu tempo (palavras e construções difíceis para leitores atuais). A linguagem do narrador é descontraída, mas seu registro segue a norma culta. Somente quando as personagens expressam-se, elas o fazem pelo padrão popular. Há registro disso, por exemplo, quando o narrador, tratando da doença do Compadre, refere-se às pílulas que ele deveria tomar. Falando do mesmo remédio, a Comadre diz: "– Pírulas, disse consigo, então o negócio é sério; e eu, que tenho má-fé com pírulas; ainda não vi uma só pessoa que as tomasse que escapasse.”

9 INCLUSÃO DO LEITOR Um dos importantes traços estilísticos de Memórias é a constante referência do narrador ao leitor. Isso certamente tem a ver com o propósito de estabelecer um suposto diálogo amigável com o público do jornal, isto é, esse traço revela o interesse de facilitar a recepção da obra, como deixa ver o seguinte fragmento: "Dadas as explicações do capítulo precedente, voltemos ao nosso memorando, de quem por um pouco nos esquecemos. Apressemo-nos a dar ao leitor uma boa notícia (...)”

10 CONTRA O ROMANTISMO Embora romântico, Manuel Antônio de Almeida faz questão de manter o equilíbrio emocional, primando pela clareza e ridicularizando todo e qualquer transbordamento emotivo em seus personagens. "Tratava-se de uma cigana; o Leonardo a vira pouco tempo depois da fuga da Maria, e das cinzas ainda quentes de um amor mal pago nascera outro que também não foi a este respeito melhor aquinhoado; mas o homem era romântico, como se diz hoje, e babão, como se dizia naquele tempo; não podia passar sem uma paixãozinha.“ Esta postura de independência em relação à moda do sentimentalismo deve ter contribuído para que o livro de Manuel Antônio de Almeida caísse no esquecimento junto aos leitores e à crítica do tempo. O grande prestígio dele começaria bem mais tarde, a partir do Realismo.

11 RESUMO A história de Leonardo, o herói, é narrada antes mesmo de seu nascimento, quando seus pais, Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca, conheceram-se no navio que os traziam de Portugal para o Brasil, apaixonando- se, após trocarem estranhas carícias: “uma pisadela e um beliscão”. Sete meses depois da chegada ao Rio, nasceu-lhes o filho, Leonardinho, que teve como padrinho o Barbeiro da casa em frente e a Comadre parteira. Depois do retorno da mãe a Portugal, acompanhada pelo capitão de um navio, Leonardo Pataca recusou-se a criar o filho*, e ele foi deixado com o Barbeiro, que o adorava como um filho, e que lhe ensinou as primeiras letras. O menino cresceu cada vez mais levado, para desespero da vizinhança. Sem se adaptar à disciplina escolar, Leonardinho foi colocado pelo Barbeiro na igreja da Sé, para aprender o ofício de padre. Ali, arranjou mais confusões, e acabou expulso*.

12 RESUMO Tornou-se um adolescente sem rumo, até se apaixonar por Luisinha, sobrinha de D. Maria, mulher que possuía muito dinheiro. Sem jeito para os jogos de sedução, Leonardinho acabou perdendo a amada para um caça- dotes. À desilusão amorosa, seguiu-se a morte do padrinho, que lhe deixou um pequeno pecúlio**. (FUVEST) Assim como faz o barbeiro, nesse trecho de Memórias de um sargento de milícias, também a personagem José Dias, de Dom Casmurro, irá se passar por médico (homeopata), para obter meios de subsistência. Essa correlação indica que I. estamos diante de uma linha de continuidade temática entre o romance de Manuel Antônio de Almeida e o romance machadiano da maturidade. II. agregados transgrediam com bastante desenvoltura princípios morais básicos, razão pela qual eram proibidos de conviver com a rígida família patriarcal do Império. III. os protagonistas desses romances decalcam um mesmo modelo literário: o do pícaro, herói do romance picaresco espanhol. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

13 RESUMO (FUVEST 2007) Um tipo social que recebe destaque tanto nas "Memórias de um sargento de milícias" quanto em "Dom Casmurro", merecendo, inclusive, em cada uma dessas obras, um capítulo cujo título o designa, é o: a) traficante de escravos. b) malandro. c) capoeira. d) agregado. e) meirinho. Leonardinho foi morar com o pai, nessa altura casado pela segunda vez, mas não se adaptou à convivência com a madrasta, e fugiu de casa. Perambulando pelas ruas, encontrou abrigo em uma casa onde já morava um companheiro de traquinagens dos tempos de moleque. Ali conheceu Vidinha, por quem se apaixonou. A moça, porém, era disputada por primos, que se uniram para tirar Leonardinho do páreo. Delataram-no como desocupado ao Major Vidigal, autoridade encarregada da perseguição aos maus costumes. Enquanto era levado à prisão, Leonardinho conseguiu escapar. Arranjando um emprego, safou-se da acusação de vadiagem.

14 RESUMO Porém, envolveu-se com a esposa de um colega e foi despedido. Preso, foi contemplado pelo major com uma opção à cadeira: tornar-se um soldado miliciano e viver sob suas ordens. Para reconquistar a liberdade, Leonardinho aceitou a proposta. Longe de se emendar, o novo soldado envolveu-se ainda mais no submundo, ao auxiliar um inimigo reconhecido do Major a escapar de suas garras. Descoberto, foi novamente preso. Sua madrinha, a Comadre parteira, resolveu agir. Contatou uma conhecida, Maria Regalada, antiga namorada do Major, que fez a este alguma secreta promessa*. O resultado foi a liberdade de Leonardinho e sua promoção a sargento miliciano. Já com seu uniforme de gala, foi ao enterro do marido de Luisinha, com a qual retomou o antigo relacionamento. Termina a história, portanto, com um promissor futuro à sua frente.

15 (Fuvest - 2004) Considere o seguinte fragmento do antepenúltimo capítulo de Memórias de um sargento de milícias, no qual se narra a visita que D. Maria, Maria Regalada e a comadre fizeram ao Major Vidigal, para interceder por Leonardo (filho): O major recebeu-as de rodaque de chita e tamancos, não tendo a princípio suposto o quilate da visita; apenas porém reconheceu as três, correu apressado à camarinha vizinha, e envergou o mais depressa que pôde a farda: como o tempo urgia, e era uma incivilidade deixar sós as senhoras, não completou o uniforme, e voltou de novo à sala de farda, calças de enfiar, tamancos, e um lenço de Alcobaça sobre o ombro, segundo seu uso. A comadre, ao vê-lo assim, apesar da aflição em que se achava, mal pôde conter uma risada que lhe veio aos lábios. Rodaque = espécie de casaco. Camarinha = quarto. Calças de enfiar = calças de uso doméstico. a) Considerando o fragmento no contexto da obra, interprete o contraste que se verifica entre as peças do vestuário com que o major voltou à sala para conversar com as visitas. R: O uniforme incompleto do major é a expressão do rebaixamento "do mundo da ordem" para "o mundo da desordem". A farda, representação da oficialidade, tem seu valor simbólico relativizado quando usada com peças íntimas,gerando um paradoxo entre o indivíduo e seu papel na sociedade. Isso provoca o efeito de humor da cena. b) Qual a relação entre o referido vestuário do major e a sua decisão de favorecer Leonardo (filho), fazendo concessões quanto à aplicação da lei? R:O fardamento incompleto representou a ruptura com os rígidos regulamentos que se impunham aos militares. A relação entre o vestuário e a atitude de libertar Leonardo (filho) consiste na resolução do Major de agir conforme os interesses pessoais, libertando o menino, quando, em rigor, deveria condená-lo. Fazendo uma analogia, pode-se dizer que a obrigação de condená-lo é figurativizada no vestuário pela farda — a oficialidade — enquanto os interesses pessoais do Major o são pelas roupas de baixo. A cena funciona como uma metáfora do caráter pessoal e ambíguo com que se aplicava a lei na sociedade retratada no romance.

16 CONCLUSÕES Tom humorístico nega a idealização romântica; A visão satírica não é estranha ao Romantismo (Lira dos vinte anos; O noviço); Foge do maniqueísmo ao confundir as fronteiras entre o Bem e o Mal, já que as personagens agem de acordo com as circunstâncias, relativizando todo e qualquer código de ética pré-estabelecido; Elementos românticos – final feliz, vitória do amor; Carnavalização (Carnaval na Literatura) – dá-se quando há a suspensão das leis, das proibições e das restrições da vida cotidiana aceitas como norma. O mundo é colocado ao avesso (vida às avessas). Excentricidade e escândalos são permitidos. É a subversão total contra qualquer tipo de convenção, na medida que o carnaval propõe uma nova ordem, que é a desordem. (Mikhail Bakhtin).

17 Romances românticos / Personagens Urbanos (citadinos ou de costumes) – A ação se passa na corte (cidade do rio de Janeiro) ou adjacências, onde se encontra grande parte do público leitor e dos escritores. Regionalistas – A ação se passa no campo, no interior. Indianista – o índio aparece como protagonista, num retrato bastante idealizado. Histórico – A ação se ambienta num passado remoto, pintado com tintas idealizantes. Personagem redonda ou esférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa. Personagem plana: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta- se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa. Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.


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