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A Escola Clássica de Economia

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Apresentação em tema: "A Escola Clássica de Economia"— Transcrição da apresentação:

1 A Escola Clássica de Economia
Prof. Ricardo Feijó A Escola Clássica de Economia Ricardo, Malthus, Mill e outros

2 O Nascimento da Escola Clássica

3 Início do século XIX Nas primeiras décadas do século XIX o ensino de Economia Política gira em torno da obra de Adam Smith. Todo intelectual com preocupações sociais tem na Riqueza das Nações um livro de leitura obrigatória. Após a Revolução Industrial, a Inglaterra desponta como grande potência econômica e a gestão do império, que começa a se ampliar, traz desafios aos que se propõe a dirigir ou opinar políticas públicas.

4 A circulação generalizada de dinheiro e um complexo sistema de crédito suscitam controvérsias teóricas. Também as políticas de comércio exterior desafiam a gestão econômica a procurar a melhor configuração, de proibições à importação, passando por taxas e impostos aduaneiros à questão do câmbio.

5 Os Clássicos Os pensadores que se debruçam nessas questões e seguem o modelo básico de Smith irão compor a chamada Economia Política Clássica. Muitos autores aparecem como membros desta escola: John McCulloch, J. B. Say, James Mill, Senior, John Cairnes, Thomas Hodgskin, Perronet Thompson, Sismondi, Bailey, De Quincey e outros mais. No entanto, destacamos três autores clássicos mais importantes para estudo neste capítulo: Thomas Malthus, David Ricardo e John Stuart Mill.

6 O problema econômico a ser examinado pelos clássicos
Partindo do paradigma smithiano, os clássicos irão examinar questões metodológicas, de padronização de linguagem, sobre medida do valor e distribuição, monopólio, oligopólio, política monetária e comércio exterior. Ainda elegem como questão central da Economia Política o crescimento econômico, mas dão ênfases particulares a diferentes temas ligados à questão básica: Malthus enfatiza a demanda, Ricardo a distribuição dos rendimentos e Mill se preocupa com questões metodológicas e sobre produção, distribuição e propriedade dos bens.

7 Os expoentes da escola clássica
Ricardo e Mill eram as maiores autoridades na fase áurea da Economia Política inglesa em meados do século XIX. Malthus foi relativamente superado por eles, mas a sua importância seria resgatada tempos depois.

8 Questões tópicas As reflexões desses autores clássicos estarão em sintonia com os problemas da época, muito embora a escola tenha se tornado, ao longo do tempo, excessivamente abstrata e descolada destes mesmos problemas. Temos como questão inicial, sempre tratada no início das respectivas obras, o problema do valor, ou seja, de como os preços são determinados na sociedade avançada. A estrutura de preços relativos em termos reais seria explicada pela teoria do valor trabalho de Smith ampliada e aperfeiçoada.

9 A moeda é usada para se explicar o nível dos preços absolutos
A moeda é usada para se explicar o nível dos preços absolutos. Se supunha a existência de uma dicotomia entre o lado real e o lado monetário da economia. Não são muito explorados os vínculos entre a oferta de moeda e o nível de produção, embora Thornton o tenha estudado no ensaio Investigação sobre a natureza e os efeitos do papel-crédito da Grã-Bretanha.

10 Moeda, juros e mercado financeiro
Os problemas econômicos com raízes no setor financeiro ainda não são muito estudados e a teoria real mantém primazia em relação à teoria monetária. A análise clássica dos juros parte da dicotomia já referida e os juros são, para ela, formados no mercado de capitais reais. O nível dos juros é governado pela demanda de empréstimos por capital de investimento e oferta de recursos reais disponíveis de capital, que por sua vez depende da oferta de poupança bruta.

11 A taxa de juros seria então o preço do capital
A taxa de juros seria então o preço do capital. No longo prazo, a oferta de moeda é neutra e não afeta os juros reais, apenas os preços. A taxa de juros de longo prazo seria determinada, portanto, neste mercado físico de bens de capital e dependeria de certas variáveis exógenas ao modelo como produtividade do capital e parcimônia dos poupadores

12 Juros no curto-prazo No curto prazo, também se reconhecia o papel do mercado de fundos emprestáveis. A oferta de crédito monetário e a demanda de fundos disponíveis determinariam as taxas de juros de curto prazo que seriam um fenômeno puramente monetário. Então no curto prazo os juros são um fenômeno monetário e no longo prazo um fenômeno real.

13 Taxas de mercado e taxas naturais de juros
A conexão entre mercados monetários e mercados de bens foi tentada por Thornton. Ele acreditava que no longo prazo as taxas reais de retorno do capital fixo seriam iguais às taxas de retorno no mercado de fundos emprestáveis, mas não sabia explicar direito esta conexão. A relação entre taxa de juros de mercado e as taxas reais ou naturais de juros (a produtividade física do capital) não era bem investigada.

14 Só no fim do século XIX Wicksell, Marshall e Keynes irão lançar uma luz verdadeiramente esclarecedora ao tema monetário, mas ele foi tratado anteriormente pelos autores clássicos em questão, principalmente Ricardo.

15 Teoria monetária de Ricardo
Ricardo esteve envolvido nas controvérsias monetárias da época e era adepto do estabelecimento de um padrão-ouro. Embora importante, não se enfatiza a questão monetária. A ênfase estará na teoria do crescimento, da distribuição e do valor nos autores clássicos. Pontualmente também se privilegiam as políticas de comércio internacional na análise que se segue.

16 Malthus, Ricardo e Stuart Mill
Veremos então três autores, nessa ordem: Malthus, Ricardo e J. S. Mill, por certo os mais importantes, mas sabemos que outros deveriam aparecer numa análise mais ampla do movimento. O apogeu da escola clássica ocorre entre 1840 e 1860, embora ela tenha sido hegemônica por todo o século. Após este período áureo, entrou em decadência. O estudo recai nas principais ideias desses autores, sem visualizar o ambiente externo e em outros países além da Inglaterra, onde se observa movimentos diferenciados no pensamento econômico da época.

17 Thomas Robert Malthus ( )

18 A vida de Malthus Nasceu no seio de uma família próspera.
Seu pai admirava as idéias de Rosseau e era amigo de Hume e Godwin. Malthus ingressou na Universidade de Cambridge aos 18 anos. Estudou matemática e línguas clássicas e recebeu formação sacerdotal. Nove anos depois foi eleito fellow da instituição e em 1797 se tornou sacerdote. Ao longo de sua vida, Malthus foi aceito em sociedades culturais importantes como o Royal Society e o Clube de Economia Política. Teve estreito contado com Ricardo e James Mill, pai de J. S. Mill.

19 Darwin e Malthus Quando Charles Darwin publicou em 1859 o seu famoso livro A Origem das Espécies, os debates que se seguiram como uma reação a esta obra foram bastante acalorados. E não seria para menos. Darwin tratou aqui de questões muito sensíveis relativas ao surgimento das espécies vivas, que afrontavam crenças religiosas seculares. O seu modelo de evolução biológica parecera naquela época refutar as concepções criacionistas e estáticas da vida no planeta terra.

20 Para Darwin, as diversas espécies sofreram, no passado, mudanças e transformações acarretadas pelo processo evolutivo de seleção natural, até adquirirem a conformação presente. Darwin explica no prefácio de seu livro que, em parte, sua teoria “É a doutrina de Malthus aplicada com grande ênfase ao reino animal e vegetal como um todo.”

21 Wallace Também não devemos esquecer a contribuição de Wallace, biólogo contemporâneo a Darwin e precursor, de modo independente, da teoria da evolução no domínio natural. Embora muitos economistas atuais desconheçam o fato, Thomas Malthus foi o verdadeiro guru da teoria evolucionária.

22 A temática demográfica...
Os estudos de Malthus obviamente não versavam sobre a evolução de espécies animais ou vegetais, mas enfocam fenômenos propriamente econômicos que incluíam, como usual na época, a questão do crescimento populacional. Não havia uma demarcação entre Economia e o estudo de fatores demográficos. Pelo contrário, o crescimento numérico de populações humanas consistia numa variável endógena ao modelo de determinação de variáveis tipicamente econômicas, como riqueza, salários, lucros etc.

23 O livro famoso de Malthus
A obra de referência de Malthus em teoria demográfica é o Ensaio sobre o Princípio da População em seus Efeitos na Melhoria Futura da Sociedade, com Considerações sobre a Especulação do senhor Godwin, senhor Cordorcet e outros Escritores, publicada em 1798, portanto, mais de seis décadas antes do livro de Darwin. Como sugere o título completo da obra, a grande ambição do escrito de Malthus era contrapor-se às idéias amplamente defendidas, na época, por renomados filósofos políticos como William Godwin e Nicolas Condorced.

24 William Godwin e Condorced
Eles acreditavam na possibilidade de melhorias na condição de vida das pessoas mais pobres da sociedade, pela ação de uma política social e pelo aprimoramento de instituições sociais tais como o casamento e o direito de propriedade. O progressismo radical de Godwin, na Inglaterra, propunha uma mudança na legislação sobre os pobres, a Lei dos Pobres, de forma a tornar o pagamento de auxílio social proporcional ao tamanho das famílias, isto é, ao número de filhos.

25 A idéia de natureza Uma característica presente no pensamento do século XVIII, que se manteve no início do século seguinte, período que estamos considerando, era uma peculiar idéia de natureza. O conceito de natural invadia a todos os domínios do conhecimento, inclusive a ciência econômica. Para tal crença, natural era sinônimo de necessário, verdadeiro, equilibrado e harmonioso. Tinha, portanto, um caráter normativo. O próprio sistema econômico era tido como uma ordem natural. Malthus evocou a natureza, enquanto conceito normativo, para recomendar moderação nas políticas de subvenções sociais. É no seio desta controvérsia que ele desenvolve no seu livro de 1798 os fundamentos de uma teoria da seleção natural.

26 A crise de alimentos Malthus liga a questão da sobrevivência humana com o crescimento populacional e a competição por recursos naturais. A quantidade de alimentos e outros recursos disponíveis para o consumo humano representa, para ele, um freio ou um estímulo, dependendo de sua escassez relativa, para o crescimento demográfico. À luz dessa idéia, maiores transferências de recursos para as populações carentes, no longo prazo, só agravariam o problema, pois elas propiciariam condições para o subsequente crescimento populacional desenfreado.

27 Na população futura, restabelecer-se-iam as demandas por mais recursos até encostar no limite da capacidade da economia em atendê-las; ponto a partir do qual se esgotaria a capacidade de expansão demográfica ou mesmo reduzir-se-ia a população.

28 A solução moral Dada a existência desta lei natural, para Malthus só restaria aos governos esperar pelo controle voluntário da procriação pelas famílias. Esta seria uma questão antes de tudo moral, trazida, quem sabe, pela educação. Embora o próprio Malthus não revele muito otimismo de que as famílias, guiadas por imperativos morais, contivessem o ímpeto irresistível de reprodução. Malthus acredita nas leis irrevogáveis da natureza, mas asseverou que os homens deveriam tentar deliberadamente conter os seus efeitos inaceitáveis.

29 A ação da natureza não era tida como um mal em si mesma, tratava-se de um processo equilibrador necessário. O que Malthus defendia era que os freios morais contivessem a procriação antes que a natureza, de modo bastante mais doloroso, o fizesse.

30 Malthus e Darwin Não cabe aqui examinar sistematicamente todos os pontos em que Malthus antecipou a teoria evolucionária de Darwin. Certamente ele não punha em questão sua fé na doutrina criacionista, até porque foi sacerdote da Igreja Anglicana, e a teoria da evolução das espécies nem se colocava para ele. Além disso, é questionável até que ponto compartilhou a noção de progresso que seria, décadas depois, desenvolvida por Darwin.

31 Destacam-se dois pontos principais, característicos do legado de Malthus, que seriam incorporados, tempos depois, na teoria de Darwin: A crença nos processos espontâneos da natureza A necessidade de os homens ajustarem-se às condições ambientais. Ele não enfatiza como o mundo em nossa volta poderia se ajustar às nossas necessidades, o ambiente adaptando-se à espécie e não o contrário, como tem sido estudado na moderna teoria evolucionista.

32 Os Princípios de Malthus
Malthus tornou-se conhecido a sua época principalmente pelo Ensaio da População, que continha importantes idéias que sinalizavam uma nova visão dos processos naturais, dentro e fora da economia. No entanto, mais importante para o debate em teoria econômica foram os seus Princípios de Economia Política e Considerações sobre a sua Aplicação Práticas, de 1820.

33 Logo na introdução do livro, Malthus deixa claro o ponto em que seu método se diferencia do de Ricardo e outros economistas políticos. Ele achava que se deveria dar maior ênfase à observação empírica e não se perder em abstrações em excesso:

34 “A principal fonte de erro e das diferenças que existem no momento entre os autores científicos em Economia Política parece-me estar na tentativa precipitada de simplificar e generalizar; e enquanto seus oponentes mais práticos tiram inferências demasiado apressadas a partir de um apelo frequente a fatos parciais, aqueles autores colocam-se no outro extremo e não tentam comprovar suficientemente suas teorias mediante referências àquela experiência ampliada e abrangente que, em assunto tão complexo, é a única que pode estabelecer sua verdade e utilidade.”

35 Diferenças de método entre Ricardo e Malthus
Malthus ficaria caracterizado como adepto de um método em Economia que dá mais importância à experiência em contraposição ao viés mais abstrato e dedutivo de David Ricardo. Pode-se dizer que Adam Smith continha os dois caminhos metodológicos e, a partir dele, Ricardo enfatizou um e Malthus outro. Também em teoria, Ricardo foi o principal adversário de Malthus à época e as idéias de Ricardo acabaram se sobressaindo às dele.

36 Riqueza e trabalho produtivo
Os Princípios de Malthus começam com definições, aceita a definição de riqueza de Smith como uma coleção de objetos materiais. Depois discorre sobre trabalho produtivo e improdutivo, considera que a “pedra fundamental do trabalho de Smith é a distinção que faz entre os diferentes tipos de trabalho.” Pensa entretanto que a diferença entre trabalhos, no que tange a produtividade, é uma questão de grau e que tal produtividade se mede pelo montante do valor gerado. Elege a agricultura como a atividade mais produtiva, mas não nega que a manufatura também seja produtiva

37 Questão do valor Trata-a no capítulo 2
Nesse ponto ele está bastante avançado, além do padrão de sua época. Ele reconhece as limitações de se fundamentar o valor no trabalho incorporado, tal como em Ricardo, e assevera:

38 “Podemos, de maneira realmente arbitrária, chamar o trabalho que foi empregado numa mercadoria como seu valor real mas, ao fazer tal coisa, usamos as palavras num sentido diferente daquele em que são habitualmente usadas, obscurecemos imediatamente a distinção muito importante enter custo e valor e tornamos quase impossível explicar com clareza o principal estímulo para a produção de riquezas, o qual, na verdade, depende dessa distinção.”

39 Valor real de troca versus valor nominal
Para Malthus, o valor real de troca um bem é a capacidade de, com ele, adquirir-se outros bens, inclusive o trabalho. O valor nominal é a capacidade de adquirir metais preciosos. O valor de uso do objeto é a sua utilidade. O valor nominal de troca é determinado no mercado pela oferta e demanda.

40 “ Essa lei parece ser tão geral que provavelmente não conseguiremos encontrar um único exemplo de variação de preço que não possa ser rastreado de maneira satisfatória em alguma variação anterior nas condições determinada da procura ou da oferta.”

41 O que determina os preços naturais?
Se os valores nominais dependem da ação conjunta da oferta e da demanda, o que dizer do valor natural dos bens? Malthus escreve que os preços naturais também são determinados pelas ação dessas duas forças. Isto não significa que o custo de produção não tenha nenhuma influência sobre o preço natural

42 “ É claro que essa questão deve ser resolvida pela observação cuidadosa da natureza da variação que uma alteração no custo de produção ocasiona nas condições da oferta e da procura e, em particular, pela observação cuidadosa da causa imediata e específica da variação do preço.”

43 O papel dos custos Os custos só afetam os preços se exercerem alguma alteração nas condições de oferta. Se os custos aumentarem ou diminuírem, e mesmo assim a oferta permanecer inalterada por alguma outra razão, “não restará o menor fundamento na suposição de que haveria alguma variação de preço”.

44 “A relação entre oferta e procura, quer efetiva, quer ocasional, é o princípio dominante na determinação dos preços, tanto de mercado quanto naturais... O custo de produção subordina-se necessariamente àquele princípio, isto é, apenas na medida em que seu custo afeta de maneira efetiva ou ocasional a relação entre a oferta e a demanda.”

45 O que vale a mercadoria ? O preço natural é simplesmente o preço necessário para “satisfazer as condições de uma oferta regular”, não é o que a mercadoria realmente vale: “O valor de uma mercadoria é o seu preço de mercado, e não seu preço natural ou necessário. É o seu valor de troca e não o seu custo.”

46 A derrota de Malthus A vertente hegemônica da Economia Política clássica irá rejeitar a interpretação malthusiana do valor. O preço estabelecido no mercado pelo concurso da oferta e da demanda não pode ser o fundamento do valor. Ele só pode estar em algo que antecede o próprio mercado. Então busca-se nos custos em trabalho esse fundamento.

47 A superioridade de Malthus
Todavia, a explicação clássica não dá a devida importância ao papel da demanda e, como aponta corretamente Malthus, ela confunde valor de troca com custo. Embora tivesse sido rejeitada, a análise de Malthus é mais próxima da compreensão moderna do problema. Malthus não dominava técnicas analíticas para uma interpretação mais sofisticada dos preços, no entanto a sua intuição aponta na direção correta e suas críticas à teoria do valor ricardiana merecem respeito.

48 Outras partes dos Princípios
Malthus discorre sobre temas como renda da terra, salários, lucros e investiga as causas do crescimento da riqueza. Também nesse livro, ele antecipa algumas das idéias básicas de Keynes. Propunha Malthus a realização de obras públicas para aumentar a demanda efetiva, preocupando-se com o excedente da oferta sobre a demanda agregada, o que levaria ao declínio da atividade econômica.

49 A defesa dos proprietários de terra
Malthus acreditava que a renda dos proprietários de terra teria a função de injetar demanda no sistema econômico e, sendo assim, mesmo o consumo perdulário teria um papel social. Injustamente ele foi acusado de defender os privilégios das classes dos proprietários. Ao discutir o aumento da riqueza das nações, Malthus propunha que o governo deveria incentivar a agricultura, mais do que a indústria.


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