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A internacionalização da língua portuguesa: os leitores enquanto agentes de uma política cultural e linguística Luís Baptista e Ana Patrícia Pereira Fórum.

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Apresentação em tema: "A internacionalização da língua portuguesa: os leitores enquanto agentes de uma política cultural e linguística Luís Baptista e Ana Patrícia Pereira Fórum."— Transcrição da apresentação:

1 A internacionalização da língua portuguesa: os leitores enquanto agentes de uma política cultural e linguística Luís Baptista e Ana Patrícia Pereira Fórum Sociológico FCSH/UNL

2 A política de internacionalização da língua e cultura portuguesas em universidades estrangeiras iniciou-se na distante década de 20 do passado século – com a criação dos primeiros leitorados em França, na Alemanha, no Reino Unido e em Itália – podendo ser já considerada uma política de longa de duração. O primeiro leitorado, em Rennes, foi criado em 1921, ainda durante a Primeira República, tendo como leitor o Dr. Sezinando Raimundo das Chagas Franco, professor do Colégio Militar. Mas só em 1929 foi criado o primeiro enquadramento institucional dos leitorados: a Junta de Educação Nacional.

3 Instituições responsáveis pelos leitorados e respectivas tutelas desde 1929
Anos Instituição Tutela Junta de Educação Nacional Ministério da Instrução Pública /Ministério dos Negócios Estrangeiros Instituto para a Alta Cultura Ministério da Educação Nacional Instituto de Alta Cultura Ministério da Educação Instituto de Cultura Portuguesa 1979 Secretaria de Estado da Cultura Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) Instituto Camões 1994 -… Ministério dos Negócios Estrangeiros

4 O Instituto Camões Ao Instituto Camões, criado em 1992 e sucessor do Instituto de Língua e Cultura Portuguesa (ICALP), foram atribuídas como competências “dar uma resposta integrada e eficaz às exigências de defesa da língua e valorização da cultura portuguesas, reunindo funções até então dispersas por várias estruturas e departamentos governamentais” (Decreto-Lei 135/92 de 15 de Julho). A integração sua integração em 1994 no Ministério dos Negócios Estrangeiros, da tutela do qual depende hoje (Decreto-Lei n.º 48/94), constituiu a consagração da acção cultural como parte integrante e inequívoca da política externa do Estado e designa esta instituição como instrumento privilegiado dessa política.

5 Evolução do número de Leitorados, Cátedras e Universidades Apoiadas desde 1930 até 2006/07

6 A Evolução do número de leitorados
Entre 1931 e 1952, podemos dizer que os leitorados existentes se concentram exclusivamente na Europa e que, mercê da Segunda Guerra Mundial, o número de leitorados diminuiu em todos os países – desaparecendo mesmo os que se situavam na Alemanha – excepto em Espanha, que graças à aproximação dos regimes autoritários português e espanhol, ganha nesta época um protagonismo assinalável. No final dos anos 80 o numero de leitorados aumentou consideravelmente, oque supomos dever-se, entre outros factores, à criação de postos nos recém criados Países de Língua Oficial Portuguesa (a partir de 1987); pela primeira vez, o número de instituições apoiadas ultrapassa a centena. Em 1994, podemos observar a continuação do aumento do número de leitorados na Alemanha, em Espanha, em França, na Grã Bretanha e na Itália, a criação de novos postos, por exemplo no México, no Brasil ou no Congo. Confirma-se assim por um lado a tendência predominantemente eurocêntrica e o investimento nos PALOP e por outro a continuação daquilo a que Marques Guedes chamou “trivialização política” das políticas culturais e linguísticas. Uma das questões a sublinhar neste ponto é a complexificação da rede de docência neste período. A subida significativa de instituições apoiadas que observamos entre 2005 e 2006 explica-se em grande parte através da presença portuguesa em 6 novos países (Eslovénia, Etiópia, Grécia, Moldávia, Nigéria e Uruguai) e do reforço desta presença em países como os Estados Unidos (8 novas instituições), Espanha (8), Itália (4) e França (3).

7 Leitorados em 2004/2005 e 2006/2007

8 A actualidade o Instituto Camões é actualmente a instituição responsável pela gestão dos leitorados, assim como pela divulgação internacional da língua e cultura portuguesas (com excepção dos países da região Ásia-Pacífico onde esta acção é levada a cabo conjuntamente pelo Instituto Camões e pelo Instituto Português do Oriente). Esta instituição tem vindo a diversificar o modelo de acção que herdou, nomeadamente no que diz respeito às formas de apoiar a internacionalização do ensino da língua portuguesa. Os leitorados deixaram de ser as únicas componentes daquilo que se convencionou designar Rede de Docência, que congrega ainda cátedras, universidades apoiadas (com professores ou apoios de outro tipo), aulas de língua portuguesa em instituições de natureza não universitária, tais como alguns Centros Culturais do Instituto Camões, o Parlamento de Timor Lorosae, ou ainda os projectos de ensino de língua a professores no activo nos PALOP. No que diz respeito à internacionalização da cultura, os leitorados e os Centros de Língua têm vindo a assumir oficialmente funções de divulgação cultural, para além de linguística. Os Centros Culturais, cuja criação se iniciou em 1993, são outro tipo de instrumentos de divulgação cultural, que implica um maior investimento mas que tem a vantagem de potenciar a divulgação da língua e da cultura fora do espaço académico, o que nesta fase da história internacional é crucial. Actualmente existem 20 equipamentos deste tipo em todo o mundo. A Europa é o continente onde existe maior representação portuguesa neste âmbito, seguida da África (sobretudo nos PALOP), da Ásia (área de actuação do IPOR), e por fim a América. Notamos também que os países com maior presença de leitorados e instituições apoiadas se encontram na Europa Ocidental e que é também aí que a diversidade de situações é maior. Em 2004, como nos anos 90, a França, embora diminuindo o número de leitorados, continua a ser o país onde esta presença é mais sentida, seguida da Itália.

9 Os leitores de língua e cultura portuguesa enquanto agentes de internacionalização da Língua e da Cultura Portuguesas Constante substituição Itinerância laboral Itinerância geográfica Multifuncionalidade: docência, mediação e divulgação cultural

10 Funções dos leitores Um dos efeitos da diversificação do modelo de internacionalização da língua e da cultura portuguesas é a variedade de proveniências, situações laborais e estatutos dos professores que integram esta rede. Hoje em dia, nem todos os professores que integram a rede se deslocam de Portugal e a sua contratação, pagamento e acompanhamento pedagógico já não são da exclusiva responsabilidade do Instituto Camões. Para além disso, os estatutos dos professores que colaboram com a instituição vão do Bolseiro Fernão Mendes Pinto ao Professor Catedrático. As funções dos leitores não se limitam ao ensino da língua portuguesa em instituições universitárias. Segundo a lei orgânica do Instituto Camões actualmente em vigor, estes devem ter, “para além das funções docentes, funções de difusão e promoção cultural em coordenação com os Centros Culturais e as representações diplomáticas” (Lei Orgânica do Instituto Camões - Decreto-Lei n.º 170/97 de 5 de Julho, Artigo 20º ). Há pois dois planos complementares em que temos de situar o papel dos leitores. É que a actividade docente é sempre uma mediação que envolve domínios de conhecimentos a transmitir, e nessa medida, o leitor-professor de língua estrangeira é um mediador cultural transmissor de especificidades culturais, inscritas no meio de comunicação que exercita: a língua (Moniz, 2002: 30-51). Mas é também um professor de língua e cultura que vê o peso das suas funções de mediação cultural exponencialmente aumentado, dada a sua condição de autóctone de uma das sociedades da língua estudada.

11 Itinerância Pelas características que assume o desempenho do papel de leitor, a itinerância é um dos efeitos principais nas suas trajectórias. Falamos de itinerância numa dupla dimensão: geográfica e laboral. A ‘itinerância laboral’ prende-se com as funções que podem ser assumidas pelos leitores, em conjunto com as funções lectivas, e que variam consoante os contextos de desempenho da actividade. A ‘itinerância geográfica’, os seus aspectos positivos e negativos, tem bastante relevância nas vidas destes professores. A necessidade de viver no estrangeiro é apontada por alguns leitores como factor de instabilidade para a vida afectiva, pois deixam as famílias em Portugal; económica, pois muitos têm de manter duas casas e fazer inúmeras viagens; e ainda profissional, acontecendo que alguns dos entrevistados apontam a não permanência nos postos de trabalho como factor negativo para a realização de um bom trabalho no leitorado em que se encontram. Mas por outro lado a itinerância é também apontada como motivação para o investimento na experiência de leitorado, pois permite conhecer países, pessoas, modos de vida e formas de trabalhar diferentes, permitindo, no fundo, uma maior realização pessoal.

12 Algumas dimensões de análise das trajectórias dos leitores
Formação Motivações Experiências Profissionais Representações sobre o sentido da função de leitor

13 Formação Os leitores entrevistados são, na sua maioria, indivíduos licenciados na área das línguas (românicas, germânicas, línguas e literaturas modernas, estudos portugueses, estudos clássicos). Notamos ainda que existe nesta população uma tendência para a continuação de estudos e especialização académica. No que diz respeito a outras formações, consideradas relevantes pelos próprios para o exercício da função de leitor nas suas diversas vertentes, sabemos que desde 1986, o ICALP, e posteriormente o Instituto Camões, têm vindo a organizar anualmente cursos de preparação – obrigatórios - para os futuros leitores.

14 Motivações No que diz respeito às motivações para ser leitor, a que se revelou mais forte, combinando os antigos leitores com os actuais, é o desejo de viver num país estrangeiro, de conhecer novas pessoas e uma nova cultura, ter uma nova vida quer pessoal, quer profissional.

15 Experiências Profissionais
A diversidade encontrada nesta dimensão é menor do que esperado, sendo o ensino de línguas, nos níveis básico, secundário e menos frequentemente superior, indiscutivelmente a actividade mais exercida. A investigação e experiência em organização de eventos culturais, na maioria das vezes em acumulação com o ensino foram outra actividades referidas pelos antigos leitores. No segundo caso, a ligação à área cultural e à mediação é anterior à missão de leitorado, o que pode indicar uma predisposição do professor para as funções que virá mais tarde a desempenhar enquanto leitor.

16 Representações sobre o sentido da função de leitor
Se sintetizarmos as representações que transparecem, nas nossas entrevistas, relativamente ao sentido que assume a função de leitor enquanto professor e agente cultural, vemos que estas se dividem em três categorias distintas, ligadas a três tipos de práticas no trabalho. A primeira categoria está ligada às práticas de sociabilidade do leitor no exercício das suas funções. A segunda categoria está associada a práticas de representação, neste caso os leitores caracterizam-se como embaixadores, representantes de Portugal e da cultura portuguesa, missionários, elos de ligação entre culturas ou defensores da língua e da cultura A terceira categoria decorre de representações que associam as características pessoais do leitor ao exercício das suas funções, dando a entender que o leitor deve ter “vocação” e não apenas competência.

17 Representações sobre o sentido da função de leitor
Nos questionários tentámos igualmente esclarecer o que os nossos interlocutores consideram ser a função do leitor em universidades estrangeiras. Grande parte das respostas podem ser agrupadas nas seguintes categorias: Dinamizador cultural Agente de divulgação da língua e cultura portuguesas Embaixador cultural, representante de Portugal, da sua língua, cultura e seus interesses

18 Antigos leitores Se há algo específico na nossa análise da população de antigos leitores, é o facto de os relatos das suas experiências nos permitirem reconstituir trajectórias que englobam o antes, o durante e o depois, do leitorado. Três trajectórias-tipo Saída Transição Digressão

19 Leitores Actuais Se há algo específico em relação aos leitores actuais, podemos dizer que é o facto de serem cada vez mais agentes multifuncionais. Uma outra especificidade é a sua situação face ao mercado de trabalho actual. Os vínculos laborais dos leitores podem ser de dois tipos: para os que fazem parte dos quadros da função pública – a requisição; para os que não fazem parte desses quadros – o contrato.

20 Situação laboral dos leitores entrevistados e inquiridos
Nº de indivíduos Intervalos temporais (ano da primeira missão) Total Contratados Requisitados 6 5 1 22 - 31 26

21 O Quadro que vemos no slide foi construído com dados recolhidos através das entrevistas e dos questionários e mostra-nos o tipo de vínculo laboral dos nossos informantes segundo o ano em que realizaram a sua primeira – e para muitos única – missão de leitorado. Vemos que num primeiro período, que vai de 1966 a 1975, a maioria dos nossos informantes era contratada. Sobretudo a partir da década de 80 passou a ser dada preferência ao segundo tipo de vínculo laboral: a requisição, sobretudo de professores do ensino preparatório secundário e superior. O Quadro ilustra justamente essa situação, todos os informantes que tiveram a sua primeira missão entre 1975 e 1995 encontravam-se na situação de requisitados. Já a maioria dos indivíduos cuja primeira missão foi realizada no terceiro período contemplado ( ) era, ou é ainda, contratada pelo Instituto Camões.


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