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DPOC como doença sistêmica: uma visão clínica
VIII Curso Nacional de Atualização em Pneumologia 2007 DPOC como doença sistêmica: uma visão clínica Irma de Godoy Profa Ajunta de Pneumologia Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP
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DPOC é doença respiratória prevenível e tratável caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível Obstrução é progressiva e está relacionada a resposta inflamatória anormal dos pulmões a agentes nocivos (tabagismo) Acomete primariamente os pulmões e está associada com manifestações sistêmicas importantes ATS/ERS e SBPT, 2004
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Efeitos sistêmicos da DPOC
Anormalidades nutricionais Alterações musculares Obstrução ao fluxo aéreo Efeitos no metabolismo ósseo Efeitos cardiovasculares
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Mecanismos prováveis DPOC Tabagismo Genética Medicamentos Hipóxia
tecidual Inflamação Sistêmica DPOC Sedentarismo Sintomas
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Mecanismos da disfunção
muscular DPOC SEDENTARISMO DESNUTRIÇÃO INFLAMAÇÃO SISTÊMICA HIPÓXIA EXTRESSE OXIDATIVO CORTICOTERAPIA HORMÔNIOS ANABÓLICOS INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA ALTERAÇÕES MUSCULARES TOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO QUALIDADE DE VIDA Gosker, Am J Clin Nut 2000
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Inflamação sistêmica Leucócitos Gan, Thorax 2004
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Inflamação sistêmica TNF alfa
Gan, Thorax 2004
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Inflamação sistêmica PCReativa
Gan, Thorax 2004
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PCR versus sobrevida Cano, Chest 2004
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Anormalidades nutricionais
Perda de peso: 25- 40% dos pacientes com VEF1<50% 10-15% dos pacientes com doença leve a moderada IMC < kg/m2: 12 – 17 % dos pacientes IMMC < 16 kg/m2 (homens) e 15 kg/m2 (mulheres): 25% a 35% dos pacientes com DPOC II/IV Agusti, Proc Am Thor Soc 2005 Anker, Clinical Nutrition 2006
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Anormalidades nutricionais
Sanchez F , 2007
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Anormalidades nutricionais
IMC e mortalidade por DPOC 2132 pacientes com DPOC Landbo, Am J Respir Crit Care Med 1999
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Anormalidades nutricionais
Mortalidade DPOC +/- DPOC grave – IMC < 25 DPOC grave – IMC > 25 DPOC moderada DPOC ausente ou leve 1612 pacientes com DPOC Seguimento de 5 anos Prescott et al. Eur Respir J 2002
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Anormalidades nutricionais
ANTADIR 4088 pacientes hipoxêmicos IMC e Hospitalização Chest 2003; 123(5):1460-6
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Avaliação Nutricional Bioimpedância
Peso, resistência e reactância Fórmulas específicas para portadores de DPOC Kyle, Eur Respir J 1998
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Massa magra do corpo Bioimpedância
Figura 3. Colocação dos eletrodos na mão direita Figura 4. Colocação dos eletrodos no pé direito
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Massa magra do corpo 86 DPOC Seguimento de 6 anos VARIÁVEL RR IC 95% P
Idade 1,06 1,00-1,12 0,037 Sexo (F/M) 3,52 1,27-9,78 0,016 FFMI (kg/m2) 0,65 0,44-0,96 0,030 Slinde, Respiratory Med 2005
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Massa magra localizada Área secção transversa
MMII ASTMI – Não DPOC ASTMI - DPOC Área secção transversa TC Am J Respir Crit Care Med 1998;158:629
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Área de secção transversa de MMII
142 pacientes com DPOC Acompanhados em média 41 ± 16 meses ASTMI versus mortalidade Marquis, Am J Respir Crit Care Med 2002
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Avaliação Nutricional Antropometria
Antropometria (IMC = peso [Kg] / estatura [m]2 ) Avaliação de Pregas cutâneas e da circunfência do braço e cálculo da área muscular do braço
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Área muscular do braço AMB versus mortalidade 96 DPOC
Seguimento de 3 anos AMB versus mortalidade Soler-Cataluña,Chest 2005
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Alterações nutricionais
Recomendações: A evidência de benefício da suplementação alimentar é limitada, há necessidade de novos estudos controlados Combinada com atividade física e com estímulo anabólico tem potencial para melhorar o estado nutricional e a capacidade funcional dos pacientes Clinical Nutrition 2006;25:
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>2kg/2sem mortalidade suporte nutricional em 203 pacientes isolado
associado a esteróides anabólicos >2kg/2sem mortalidade Am J Respir Crit Care Med 1998;157:
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Intervenção: tipos Inicialmente realizar aconselhamento dietético enfatizando a ingestão de alimentos que apresentam alto valor energético O uso de suplemento, de modo geral, leva à redução da ingestão regular de calorias Usar pequeno volume (125ml) densidade calórica 1,5 kcal/ml, entre as refeições Clinical Nutrition 2006;25:
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Diminuição de massa magra do corpo
Terapia medicamentosa : broncodilatadores e evitar corticosteróide sistêmico Reabilitação pulmonar minimiza o sedentarismo, melhora capacidade oxidativa e a capacidade de exercício dos músculos periféricos Treinamentos de força muscular e agentes ergogênicos
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Tabagismo e DPOC Doença cardiovascular
Prevalência alta Fatores de risco comuns Tabagismo Idade mais avançada Sedentarismo VEF1 Risco IAM Inflamação sistêmica Anthonisen, Ann Int Med 2005 Sin, Proc Am Thor Soc 2005
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DPOC e Doença cardiovascular
Pacientes com DPOC têm risco de eventos cardiovasculares 2 a 3 vezes maior mesmo após ajuste para colesterol total, hipertensão, obesidade e tabagismo Para cada 10% de descréscimo no VEF1 o risco de mortalidade cardiovascular aumenta 28% e eventos não fatais aumentam 20% nos pacientes com DPOC leve/ moderada DPOC leve apresenta maior risco de morrer devido a doença coronariana que devido a insuficiência respiratória Mesmo na DPOC grave as principais causas de óbito são cardiovasculares e menos que 25% morre devido a insuficiência respiratória Curkendall, Eur J Epidem 2006 Sin, Proc Am Thor Soc 2005
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Tabagismo e DPOC Doença cardiovascular
33% câncer de pulmão 22% doença cardiovascular 7.8% causas respiratórias Anthonisen, Ann Int Med 2005
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Cardiovascular: 27% Rabe, N Engl J Med, 2007
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DPOC e Doença cardiovascular
Parar de fumar diminui substancialmente o risco de morrer de doença coronariana após dois anos Em fumantes o risco de IAM é três vezes maior em relação aos que cessaram o tabagismo U.S. Department of Health and Humans Services. Publ
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Efeitos da idade e do tabagismo no declínio do VEF1
Idade Anos VEF1 (l) Efeitos da idade e do tabagismo no declínio do VEF1 Declínio do VEF1 Mortalidade de causa cardíaca Anthonisen, Ann Int Med 2005 Sin, Proc Am Thor Soc 2005
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Doença cardiovascular
PCR e VEF1 risco cardiovascular Sin, Circulation 2003
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Razão de risco para infarto agudo do miocárdio de e corticosteróide inalado
Caso Controle RR RR ajustado N 371 1864 Cortic. – (12 m) 214 (57,7) 1000 (54,3) 1 (ref. grupo) Cortic. + (12 m) 50 g-day-1 19 (5,1) 123 (6,3) 0,74 (0,44-1,24) 0,82 (0,48-1,42) g-day-1 47 (12,7) 322 (17,6) 0,68 (0,48-0,97) 0,68 (0,47-0,99) g-day-1 39 (10,5) 199 (10,6) 0,92 (0,63-1,34) 0,84 (0,55-1,29) >500 g-day-1 52 (14,0) 220 (11,3) 1,15 (0,81-1,63) 1,07 (0,71-1,60) Risco 32% < IAM Huiart, ERJ 2005
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DPOC e alterações ósseas
Não há grandes estudos epidemiológicos que investigaram esta associação em pacientes com DPOC em diferentes estádios da doença Entretanto os dados disponíveis mostram que: 35 a 72% têm osteopenia 36 a 60% têm osteoporose
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DPOC e alterações ósseas
normal osteopenia osteoporose Bolton, Am J Respir Crit Care Med 2004
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DPOC e alterações ósseas
Causas de osteoporose: Tabagismo Deficiência de vitamina D Depleção nutricional Sedentarismo Uso de corticosteróides Hipogonadismo Biskobing, Chest 2002
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DPOC e alterações ósseas
Recomendações Realizar densitometria óssea nos pacientes de risco: Uso de altas doses de CI ou oral Mulheres menopausadas ou com anemorréia Homens com hipogonadismo Risco de fratura BMI< 22 kg/m2 Repetir densitometria cada 12 meses Garantir ingestão adequada de cálcio e vitamina D Reposição hormonal quando apropriado e na ausência de contra-indicações Biskobing, Chest 2002
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Manifestações sistêmicas
O conhecimento dos comprometimentos sistêmicos da DPOC e das suas conseqüência progrediu Os mecanismos envolvidos no desenvolvimento dos mesmos ainda não estão totalmente esclarecidos Terapias delineadas para abordagem de algumas das complicações sistêmicas da DPOC são conhecidas A compreensão da interação complexa entre a DPOC e seus efeitos sistêmicos e do impacto das diferentes terapias no círculo vicioso da doença pode permitir o desenvolvimento de novas estratégias e otimizar a abordagem destes pacientes
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Manifestações sistêmicas
Conclusões DPOC está associada com efeitos sistêmicos significativos que acometem vários tecidos e sistemas extra-pulmonares O manejo clínico dos pacientes com DPOC deve contemplar a abordagem e tratamento destas complicações
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