UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA JOGO SIMBÓLICO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL: Um olhar sobre a prática.

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
JOGO SIMBÓLICO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL: Um olhar sobre a prática docente Meu nome é Luna e estou concluindo o 8º semestre do curso de pedagogia com o trabalho “jogo simbólico e o desenvolvimento infantil – um olhar sobre uma prática docente” que teve a orientação da Profª Dra Tania Marques Luna Clara F. D. Cândido Orientadora: Profª. Drª. Tania Beatriz Iwaszko Marques Porto Alegre, julho de 2010.

2 O ponto de partida... De que forma o jogo simbólico pode ser aproveitado como prática pedagógica que contribua para o desenvolvimento da criança na educação infantil? A reflexão crítica de minha prática docente teve como foco principal e então problema de pesquisa, analisar de que forma o jogo simbólico pode ser instrumento em sala de aula para incentivar o desenvolvimento da linguagem das crianças entre 2 a 3 anos, sendo o termo linguagem no seu sentido amplo, abrangendo diferentes formas de expressão, mas principalmente a linguagem oral. Também busquei analisar de que maneira o jogo simbólico poderia auxiliar no processo de socialização das crianças.

3 Justificativa Uma prática docente: meu estágio;
Um olhar sobre determinados aspectos do grupo de crianças dessa prática; As dúvidas e descobertas acerca das possibilidades do jogo simbólico. O motivo pelo qual me interessei sobre esta temática foi o meu estágio curricular obrigatório realizado em uma escola municipal de porto alegre, em uma turma de berçário com quinze crianças entre 2 e 3 anos que inicialmente me chamou a atenção pelo fato de ser um grupo muito calado e que pouco interagia com e no espaço físico. Em meu trabalho saliento a questão de que nosso olhar nunca é neutro e de que ele atenta para questões que são tão nossas quanto dos que são observados. Diante deste aspecto que à mim pareceu saltar aos olhos é que procurei durante minha prática elaborar atividades que incentivassem a oralidade e expressividade da turma. Porém entre tropeços, acertos e erros comecei a me dar conta que os momentos que mais fluíam entre eu e as crianças eram os momentos em que eu deixava o planejamento de lado e brincava naquele faz de conta junto com eles. Inicialmente me dei conta de que eu mesma julgava os momentos de jogo simbólico como algo propício apenas para o momento de brinquedo livre. E aos poucos percebi que esta era uma idéia muito forte também entre as demais educadoras. A partir destas dúvidas e descobertas que sucederam em minha prática é que senti a necessidade de me aprofundar sobre esta temática.

4 Objetivos Buscar entender as características do grupo de crianças que fizeram parte de minha prática docente através de uma reflexão crítica desta prática; Entender a relação entre a função semiótica e o processo de construção da linguagem; Elucidar as possibilidades que o jogo simbólico pode permitir quanto instrumento pedagógico no espaço escolar. Busquei entender as características percebidas neste grupo de crianças através de uma análise crítica de minha prática, avaliando o planejamento proposto, a postura que eu tinha diante deles, a maneira como eu adotei a rotina e o modo como eu conduzia a aula.//Procurei entender a relação entre a função semiótica e o processo de construção da linguagem e ainda pensar nas possibilidades que o jogo simbólico pode permitir quanto instrumento pedagógico no espaço escolar.

5 Metodologia Reflexão sobre minha prática de estágio realizada em uma escola municipal de Porto Alegre, na turma de berçário com quinze crianças de 2 a 3 anos; Análise de recortes de meu relatório de estágio e de outra colega; Pesquisa bibliográfica. A metodologia adotada foi a da reflexão sobre a minha prática de estágio utilizando recortes do meu relatório e de outra colega para ilustrar alguns dos pontos trabalhados. Além de, é claro, uma pesquisa bibliográfica.

6 Henri Wallon – Psicogenética:
Referencial Henri Wallon – Psicogenética: Busca pela gênese dos processos psíquicos; Enfoca o desenvolvimento infantil nos domínios afetivo, cognitivo e motor. No estágio projetivo (sensório-motor) “o pensamento precisa do auxílio dos gestos para se exteriorizar, o ato mental projeta-se em atos motores.”(Galvão, 1999, p. 44) Para embasar este trabalho utilizei a psicogenética de Henri Wallon que em sua teoria busca a gênese dos processos psíquicos e enfoca o desenvolvimento infantil nos domínios afetivo, cognitivo e motor. Este pequeno trecho que Izabel Galvão traz em seu livro sobre Wallon sintetisa um aspecto importante de sua teoria para este trabalho: (ler frase) Wallon contrapõe-se as teorias que veêm o desenvolvimento de forma linear, ele acredita que de um estágio ao outro não acontece apenas uma ampliação e sim uma reformulação das estruturas mentais. Neste aspecto ele diverge da teoria piagetiana, mas neste momento meu foco não foi de apresentar as diferenças entre eles e sim utilizar as duas teorias de maneira complementares.

7 Piaget – Epistemologia Genética
“A representação começa quando há, simultaneamente, diferenciação e coordenação entre ‘significantes’ e ‘significados’ ou significações” (Piaget, 1978, p.11-12). Piaget caracteriza as etapas do desenvolvimento infantil de maneira mais clara e mesmo que tenha suas divergências em relação à Wallon para entender a formação do símbolo na criança tive que percorrer entre as duas teorias.

8 Caminho percorrido 1-Jogo simbólico, função semiótica e a aquisição da linguagem 2- Vamos viajar de trem? Rotina e movimento – brincar para se expressar 3- “Eu quero ir pra praia prof!” Jogo simbólico como instrumento de socialização Aqui apresento de maneira resumida como estruturei o tcc: no primeiro capítulo trago os conceitos principais utilizados no decorrer do trabalho, explico o porque da escolha pelo termo função semiótica ao invés de função simbólica, que se deu exatamente pelo fato da palavra semiótica estar ligada à linguagem – foco principal do meu estudo – e pela descrição de Saussure que diz que esta é “a ciência que estuda a vida dos signos na sociedade”///Em “vamos viajar de trem?” falo sobre a rotina que adotei em sala de aula no estágio e faço uma reflexão crítica quanto a imobilidade desta rotina que acabava por refletir na ausência de expressão e de linguagem na sala de aula. Destaco a importância da postura do professor diante do brincar (faz de conta) de modo a dar legitimidade ao jogo simbólico para além de uma postura apenas de observação ou intervenção verbal. Além disso também falo de alguns aspectos práticos como por exemplo a criação de cenários e ambientes que propiciem o jogo simbólico. No terceiro capítulo falo do jogo simbólico como instrumento de socialização, já que este foi com certeza um dos maiores achados em minha prática.

9 Considerações Olhar crítico sobre nossa prática docente e sobre a maneira como conduzimos a rotina da sala de aula. Movimento é aprendizagem em ação. O jogo simbólico é um instrumento rico em possibilidades pedagógicas, principalmente na construção da linguagem.

10 Referências BECKER, Fernando (coord.). Função simbólica e aprendizagem. Porto Alegre, 2002. CRAIDY, Carmem Maria e KAERCHER, Gládis. (Org.) Educação infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2000. GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999 HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004 LA TAILLE, Yves de. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992 PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro, RJ: Zahar editores,1971 WALLON, Henri. Do ato ao pensamento: ensaio de psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.