Cultura Brasileira Revisão.

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1 Cultura Brasileira Revisão

2 Textos da prova Stuart Hall – “As culturas nacionais como comunidades imaginadas”. Christopher Dunn – “O mistério do samba”

3 Stuart Hall: “As culturas nacionais como comunidades imaginadas”
Identidade nacional: não é uma identidade impressa em nossos genes. Nação: uma comunidade simbólica, um discurso, que unifica, aplaca conflitos internos. Não à toa essa identidade é forjada em momentos de tensão divisiva.

4 Narrativa de nação: Presente nas histórias, literatura, mídia e cultura popular. Símbolos, rituais, eventos simbolizam a experiência partilhada. Nega-se a turbulência, o conflito e enfatiza-se a continuidade, a evolução. Ênfase nas origens, na continuidade, tradição, intemporalidade. Nação vista como algo primordial, essencial, tendo sua origem nos mitos do tempo.

5 Invenção da tradição: práticas que inculcam valores e normas de comportamento através da repetição.
Mito fundacional: “uma história que localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num passado tão distante que eles se perdem nas brumas do tempo”. Algumas nações evocam um passado glorioso, como forma de mobilizar as pessoas para que expulsem os “outros”. Forma de minimizar as diferenças internas em termos de classe, gênero ou “raça”, unificando a todos.

6 “A maioria das nações consiste de culturas separadas que só foram unificadas por um longo processo de conquista violenta, isto é, pela supressão forçada da diferença cultural”. Esse começo violento tem que ser “esquecido”. Forma de apagar as diferenças e desigualdades.

7 Christopher Dunn – “O mistério do samba”
Narrativa clássica do samba: ele teria descido heroicamente do morro na década de 20 para a avenida. As elites, na verdade, elevaram o samba ao estatuto de expressão cultural “original e autêntica”, mesmo enquanto as autoridades continuavam a controlar e reprimir os músicos. Uma tentativa de inventar a identidade e a cultura popular brasileiras. A consagração do samba como ritmo nacional acompanha a transformação do modo de pensar a mestiçagem. Ela deixa de ser um “defeito” para tornar-se uma “qualidade” do povo brasileiro.

8 Os modernistas de SP já celebravam a mestiçagem e as expressões da cultura popular como emblemas de “autenticidade”. Gilberto Freyre : visão celebratória da mestiçagem, que se opõe às visões racistas de seus antecessores (Nina Rodrigues, Oliveira Vianna etc). A visão de Freyre convinha ao Estado Novo de Vargas, que se empenhava em promover oficialmente uma cultura brasileira unificada. Daí a importância da mestiçagem e do samba como símbolo dessa cultura híbrida. No entanto, o Estado controlava o samba, procurando extirpar dele o viés crítico.

9 “A sociedade brasileira já estava preparada para aceitar aquela música mestiça, inclusive para apresentá-la em cerimônias oficiais”. Mediações popular/elite: uma elite em busca de manifestações culturais “originais”. 1926: Encontro entre Pixinguinha, Donga e Patrício Teixeira com Gilberto Freyre, Prudente de Morais Neto, Sérgio Buarque de Hollanda e Villa-Lobos para uma noitada de violão. Essa noite é uma alegoria para a “invenção da tradição” do Brasil mestiço: reúne musicos negros/mestiços/pobres e intelectuais e artistas de famílias brancas e ricas.

10 Meios de comunicação de massa consolidam o RJ como a capital cultural do Brasil e inicia um certo padrão de homogeneização cultural. Samba: dentro de um campo de produção cultural que depende dos críticos, defensores e outros agentes culturais para gerar os valores e significados dessa música. Mesmo que o samba tenha sido consagrado como música nacional nos anos 20/30, só o estilizado e orquestrado samba-canção foi amplamente gravado e divulgado no rádio.

11 Muitos compositores negros (Cartola, Carlos Cachaça etc) produziram muitos sucessos do rádio gravados por intérpretes brancos (Francisco Alves, Mário Reis, Carmem Miranda etc). Esses compositores não puderam, na época, gravar suas próprias canções. Os intérpretes brancos se beneficiaram da consagração do samba como música nacional.

12 FIM.