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CSO 089 – Sociologia das Artes Aula 10 – 14/05/2012 auladesociologia.wordpress.com

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Apresentação em tema: "CSO 089 – Sociologia das Artes Aula 10 – 14/05/2012 auladesociologia.wordpress.com"— Transcrição da apresentação:

1 CSO 089 – Sociologia das Artes Aula 10 – 14/05/2012 auladesociologia.wordpress.com dmitri.fernandes@ufjf.edu.br

2 A Produção da Crença Texto de 1977 publicado na “Actes de la Recherche en Sciences Sociales”, periódico criado por Pierre Bourdieu que congregava trabalhos com formatos inovadores, objetos inusuais na sociologia (alta costura, gosto artístico, pesquisas sobre educação entre camadas sociais diversas etc.). Um dos primeiros esboços de Bourdieu a fim de sistematizar teoricamente o que ele denomina de “campo artístico”.

3 Arte e comércio, arte é comércio “Comércio das coisas de que não se faz comércio”. P. 19. Tese: arte se realiza por meio de uma ação que, ao mesmo tempo, traz a sua própria denegação. Trata-se de um movimento duplo que recalca em termos coletivos tanto o interesse propriamente econômico quanto as práticas econômicas oriundas desse interesse. Para fazer parte desse universo é imprescindível comungar dessa ilusão coletiva.

4 Anti-racionalidade econômica? A questão que Bourdieu trata é a de que, para haver lucro de qualquer natureza nesse campo, deve-se jogar o jogo exigido. A lógica econômica é filtrada pela lógica própria do campo. Antes de tudo, deve-se procurar acumular capital simbólico, isto é, a moeda de troca que se erigiu como a válida nesse domínio (prestígio e autoridade). “existe lugar para a acumulação do capital simbólico (…) crédito capaz de garantir, sob certas condições e sempre a prazo, ganhos ‘econômicos’”. P. 20.

5 Denegação Bourdieu dá o exemplo do que seja denegação por meio do exemplo dos “banqueiros culturais”. Eles só podem ser bem-sucedidos por meio de uma rara combinação de certo realismo no âmbito cultural, que inclui concessões mínimas às necessidades “econômicas” (denegadas e não negadas) com uma certeza de que as excluiu desse âmbito. Em outras palavras, esses mediadores devem possuir audácia intelectual, um “faro” combinado com certa prudência econômica.

6 Ideologia Carismática Para Boudieu, ideologia que desvia toda a atenção analítica para a obra e para o criador é a culpada da não-existência de uma ciência rigorosa que consiga apreender a produção de valor desses bens especiais. Bourdieu, assim, questiona quem seria o verdadeiro produtor do valor da obra: o artista? O comerciante de arte?

7 O comerciante de arte Marchand, Editor, Produtor musical etc. Essas figuras intermediárias exploram o trabalho do criador, por um lado, fazendo comércio do sagrado. Por outro lado, são os descobridores que colocam o produtor no mercado, que os expõem e os consagram, empenhando, muitas vezes, o prestígio acumulado. São os que fazem o trabalho “sujo” (comercial) a fim de “limpar” o campo (manter o artista longe de atividades “degradantes”). Eles eufemizam ao máximo a publicidade, que jamais deve ser aberta no campo artístico.

8 Não há “gênese” do valor Descobridor, ou intermediário descobre quem já havia sido descoberto em pequeno meio. Há um sistema estabelecido entre crítico, público, artista e descobridor que deve ser escrutinado. E é na relação objetiva estabelecida entre diversos agentes do campo (descobridor, círculo de artistas, descobridores rivais, críticos, público etc.) e as instituições que eles representam que reside a luta pelo monopólio do poder de consagração que recria incessantemente o valor das obras e a crença nesse valor.

9 Campo Local em que são travadas lutas pela imposição de valores distintos, que podem se resumir nos interesses que se associam a bens culturais de caracteres diferentes (ortodoxia versus a heterodoxia) ou às lutas travadas entre agentes que ocupam posições distintas, como artista e descobridor/comerciante, crítico e escritor etc. (adversários cúmplices, denúncias). Valor que se coloca como meta a ser alcançada por todos no campo é o desinteresse, ou seja, a denegação da economia, âmago da mudança e do funcionamento do campo.

10 Sacrilégios Rituais Antagonismos de representação do que seria “arte” fazem com que a crença no jogo se perpetue. Por mais que as vanguardas estebeleçam-se como sacrílegas, sempre voltarão a fundar uma nova crença. Tentativas aparentemente radicais de subversão aplicam ao ato de criação intenção de escárnio já anexado à tradição, e assim são registradas como “arte”pelas instâncias legítimas e legitimadoras. “A arte não pode deixar manifestar-se livremente a verdade sobre a arte sem a ocultar, fazendo desse desvelamento uma manifestação artística”. P. 28.

11 Irreconhecimento Coletivo Marcel Mauss e magia: questão é de determinar os fundamentos da crença coletiva, ou do irreconhecimento coletivo coleivamente produzido e mantido, que se encontra na origem, por exemplo, de uma “assinatura” na arte, ato mágico por excelência. Grande exemplo na arte contemporânea é o Ready- Made: depende de um universo de celebrantes e crentes que lhe conferem sentido e valor por referência à tradição. Bourdieu encara o universo artístico como produto de um imenso processo de alquimia social.

12 Dominantes e Pretendentes Campo artístico: universo de crença que produz produtos e a necessidade desses produtos por meio de práticas que denegam a “economia”. Moeda de entrada, portanto, torna-se a pregação do retorno às fontes, à renúncia absoluta do começo. Tal lei fundamental do campo encontra-se constantemente evocada por todos os pretendentes que não possuem nada além dela, tonando-se uma invariante.

13 Comercial X Não Comercial A “lei fundamental”desdobra-se nos pares “comercial versus o não comercial” no campo. Todos os julgamentos baseiam-se, por fim, nesta divisão. É por meio dela que se demarca ou tenta-se demarcar os limites do que é arte ou do que não é.

14 Produção restrita ou não Produção restrita versus grande producão é invariante, porém, intercampos, não só no da arte. Diz respeito a toda composição social. Polo que lida de forma coerente com denegação da economia deve investir suas fichas seja na formação de um público futuro – pois sua produção “revolucionária” não se conforma ao existente – seja “roubando” certo público seleto já existente, voltado às produções daqueles que já conseguiram amealhar capital simbólico.

15 Dominantes Visam a conservar a posição ocupada. Não deve haver ostentação nem empáfia; devem recusar o alarde, efeito pelo qual os pretendentes traem sua posição em falso. Silêncio, discrição, reserva, segredo; seus discursos, arrancados pelos pretendentes, circunda-se na afirmação explícita das evidências primeiras.

16 Pretendentes Devem quebrar a doxa, o silêncio dos dominantes. Questionamento radical das evidências da existência sem problemas do dominante é fundamental em suas empreitadas. Devem realizar difícil missão: derrubar as hierarquias do campo sem pôr em xeque os príncipios primeiros do campo que lhes servem de fundamento. As revoluções serão sempre parciais; trata-se de voltar contra os dominantes as armas em nome das quais eles haviam se erigido ao grau de dominantes: ascese, ardor, audácia, rigorismo e desinteresse.

17 Homologia estrutural Instituições de produção e difusão de bens culturais tendem a organizar-se em sistemas homólogos estrutural e funcionalmente. Há correspondência de camadas de público, local, preço etc. a depender dos tipos de autores, obras, estilos e temas que tais instituições abriguem. Teatro de pesquisa, teatro de bulevar, teatro burguês, grandes teatros etc.: capital econômico e cultural tendem a encontrar-se diametralmente dispersos entre camadas sociais, logo, entre práticas e regiões da cidade (rive droite, rive gauche).


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