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PublicouBrian Molinari Coradelli Alterado mais de 8 anos atrás
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DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS: DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO
Profa. Dra. Maria Vera Lúcia Moreira Leitão Cardoso
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OBJETIVOS DA AULA Conceituar diarréias e tipos;
Contextualizar fatores de risco e etiologia; Descrever abordagem à criança com quadro diarréico e tratamento; Conceituar desidratação e tipos; Discutir plano de ação em situação de desidratação; Apontar cuidados de enfermagem à criança e à família com diarréia e desidratação
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Alguém sabe definir a diarréia?
O que pode ser feito para prevenir essa doença? Alguém sabe definir a diarréia? Que cuidados o enfermeiro pode desenvolver junto à criança e à família para evitar a recidiva da diarréia?
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Diarréia: palavra derivada do grego dia = direto roia = fluir
(PLEURIS & HAIES,1996)
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Diarréia Grupo de condições clínicas, cuja manifestação comum é a presença de fezes de consistência diminuída associada a um aumento do número de dejeções, traduzindo em desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção do intestino.
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DEFINIÇÕES Diarréia Aguda:
predominantemente infecciosa (viral, bacteriana ou parasitária) de evolução pontencialmente auto-limitada e duração < 14 dias
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DEFINIÇÕES Diarréia persistente - É a diarréia originária da aguda que se perpetua por alterações secundárias, funcionais e/ou morfológicas do trato gastrintestinal, com duração superior a 14 dias. Diarréia crônica - É a diarréia cujo curso não é potencialmente auto-limitado e apresenta duração superior a 30 dias.
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Organização Mundial de Saúde (WHO,1988)
Define: Diarréia Aguda: Hábito intestinal alterado, caracterizado por três ou mais evacuações líquidas (24h) ou uma semilíquida com muco ou sangue (12h) e com duração menor que 15 dias.
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Diarréia Aguda MORTALIDADE entre < 5 anos de idade:
1979 = 4,5 milhões/ano 2002 = 1,6 milhões/ano 2004 = 1,5 milhões/ano MORTALIDADE por diarréia: 8 em cada 10 óbitos = menores de 2 anos FREQÜÊNCIA ANUAL entre < 3 anos: Média de 3 episódios de diarréia aguda/ano
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FATORES DE RISCO AMBIENTAIS Água insuficiente ou de má qualidade;
Ausência de rede sanitária; Má higiene pessoal e doméstica; Preparação e armazenamento inadequados dos alimentos; Desmame precoce.
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FATORES DE RISCO HOSPEDEIRO Desnutrição;
Supressão ou deficiência imunológica; Redução da acidez gástrica; Diminuição da motilidade (ritmo) intestinal.
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ETIOLOGIA
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OUTRAS ETIOLOGIAS Alterações dietéticas Alergias alimentares
Fórmulas concentradas Causas anatômicas Alterações imunológicas Cólon irritável Pancreatopatias Hepatopatias Endocrinopatias Neoplasias Agentes tóxicos.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Diarréia Leve: evacuações de fezes amolecidas/dia sem outra evidência de doença Diarréia Moderada: várias evacuações diárias de fezes amolecidas ou líquidas; temp. normal ou ; vômitos; agitação; irritabilidade; sinais de desidratação geralmente ausentes, embora a cça possa não ganhar peso.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
3) Diarréia Grave: evacuações numerosas ou contínuas; sinais de desidratação moderada a grave; expressão flácida e enrugada; choro não é vigoroso (queixoso e mais agudo que o habitual); irritável; busca conforto e atenção dos pais; apresenta movimentos involuntários e respostas inapropriadas a pessoas e objetos familiares; pode-se tornar letárgico, moribundo e comatoso.
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Proteção do LM: prevenção da Diarréia Aguda
Peru: avaliaram 153 RN 1 ano. Lactentes que não LM exclusivomaior risco de diarréia comparados com lactentesLM exclusivo0 a 6 meses Índia: estudaram 148 lactentes > 2 meses- 1 anoLM exclusivoredução da diarréia Brasil: estudos mostraram lactentes que não LM exclusivo14,2% > risco de óbito por diarréia do que os que se alimentavam LM exclusivo
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Fatores que propiciarão o estabelecimento do processo diarréico
1- número de patógenos ingeridos 2- tipo de agente 3- virulência 4- defesas orgânicas
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Mecanismos de defesa do T.G.I.
1- suco gástrico 2- muco intestinal 3- motilidade intestinal 4- flora bacteriana 5- sistema imunológico 6- Leite Materno
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Incidência de enteropatógenos
1- regiões desenvolvidasetiologia viral Ex: rotavírus 2- países em desenvolvimentoetiologia Bacteriana Ex: shigella
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Processo diarréico produzido pelo Rotavírus
1- Rotavírus ação invasão lesão diminui área de absorção atrofia de vilosidades e microvilosidades
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Orientação nutricional na Diarréia Aguda
1- Realimentar precoce após corrigir desidratação 2- Manter oferta dietética usual
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MEDIDAS PREVENTIVAS Terapia de Reidratação Oral (TRO)
TRO previne 1 milhão de mortes de crianças/ ano Promoção: LM Melhorias Sanitárias Vacinações Tratamento diarréia persistente
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METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
ABORDAGEM DO ENFERMEIRO/ HISTÓRICO Diarréia Aguda: Pergunte Há quanto tempo a criança está com diarréia? Quantas dejeções líquidas apresenta por dia? A criança apresenta vômitos? Com que freqüência?Bebe líquidos? Demonstra estar sedenta? Tem sangue nas fezes? Em uso de medicamentos? Episódios anteriores? Quando?Qual o histórico alimentar?
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Diarréia Aguda: Observe/ Exame Físico Qual a condição geral da criança? Está bem e alerta? Inquieta? Irritada?Letárgica? Inconsciente? Existe desnutrição grave? Olhos deprimidos? Sinal da prega cutânea lento? Tem febre? perdeu peso? Doença associada?
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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
QUE DIAGNÓSTICOS NÓS PODERÍAMOS TRAÇAR PARA UM PACIENTE COM SUSPEITA DE DIARRÉIA?
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SEM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
Ausência de sinais suficientes para a caracterização de ALGUMA DESIDRATAÇÃO ou DESIDRATAÇÃO GRAVE PLANO A
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PLANO B ALGUMA DESIDRATAÇÃO Presença de 2 dos seguintes sinais:
Inquietação ou Irritabilidade Bebe líquido com avidez, criança sedenta Olhos encovados SINAL DA PREGA CUTÂNEA: retorno lento: PLANO B
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PLANO C Desidratação Grave Presença de 2 dos seguintes sinais:
LETARGIA ou INCOSCIÊNCIA INCAPACIDADE PARA INGESTÃO DE LÍQUIDOS ou INGESTÃO POBRE OLHOS ENCOVADOS SINAL DA PREGA CUTÂNEA: retorno muito lento ( > 2 segundos) PLANO C
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PLANO A: tratamento domiciliar
ORIENTAR: 4 REGRAS BÁSICAS: Oferta de líquidos aumentada Suplementação de Zinco por dias Manutenção da alimentação, aleitamento Orientações sobre quando buscar reavaliação clínica
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Plano A: tratamento domiciliar
Oferta de LÍQUIDOS a cada dejeção líquida: Até 1 ano: ml; Crianças de 1 ano ou mais: ml Suplementação de ZINCO (dose única/dia por 14 dias): Até 6 meses: 10 mg; Crianças de 6 meses ou mais: 20 mg.
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PLANO B: tratamento na unidade de saúde
Duração = 4 horas Quantidade de SRO a oferecer/peso: Até 6 kg: ml; 6-9 kg: ml; 10-11 kg: ml; 12-19 kg: ml. Acrescentar ml de água para < 6 m que não recebem leite materno. Reavaliação clínica = reclassificação da desidratação: Que PLANO?
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PLANO B: tratamento na unidade de saúde
Concluída a reidratação: Iniciar realimentação sob supervisão ORIENTAR sobre 4 REGRAS BÁSICAS do PLANO A: Oferta de líquidos aumentada; Suplementação de Zinco; Alimentação, LM; Necessidade de reavaliação clínica
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TRO
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SRO -TRO Mortalidade de 5 para 3 milhões
Colher de plástico (Dra. Hendrata, Indonésia, em 1975) Uma medida de sal e 2 de açúcar em 200ml de água Problema: falta distribuição SSA: “Solução água e açúcar”
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TRO
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TRO Qual a composição (em mmol/L) recomendada pela OMS para a SRO?
A partir de 1975: solução única padrão (OMS/UNICEF) sódio 90, potássio 20, cloro 80, glicose 111 Osmolaridade: 311 A partir de 2002: sódio 75, potássio 20, cloro 65, glicose 75 Osmolaridade: 245
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TRO
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TRO Quais os 7 princípios da TRO para crianças com diarréia e desidratação? Preferir o SRO; 2. Reidratação rápida (em 3-4 horas); 3. Realimentação habitual assim que a desidratação estiver corrigida; 4.Lactentes em aleitamento materno devem continuar recebendo LM sem interrupção;.
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TRO 5. Lactentes em uso de fórmula artificial: não diluir e não há necessidade de substituir por fórmulas especiais; 6. Continuar oferecendo SRO após cada dejeção líquida; 7. Não há necessidade de avaliação laboratorial ou medicações.
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Restrições choque hemodinâmico íleo paralítico
perda fecal >15-20ml/kg/hora má absorção de carboidratos vômitos: aguardar 10 minutos e recomeçar mais lentamente = fracionar a oferta (5 ml a cada 5’)
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PARENTERAL Quando está indicada?
restituição imediata da volemia em pacientes gravemente desidratados; fase inicial do tratamento de choque; reidratação de paciente sem desidratação grave, mas com impedimento da VO; oferta de taxa hídrica de manutenção
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Parenteral Reidratação (fase de expansão):
SF a 0,9% ou Ringerlactato 100 ml/kg IDADE ml/kg ml/kg < 1 ano hora horas 1-12 anos min ½ horas Reavaliação freqüente Oferecer SRO assim que capaz de ingerir: 5ml/kg/hora/Reclassificação
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ATB SHIGELOSE presumida = disenteria Desnutrição grave
Menores de 5 anos com disenteria, consideradas outras possibilidades diagnósticas
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ATB CÓLERA presumida em > 5 anos ou adultos com diarréia aquosa volumosa ou > 2 anos quando há conhecimento de casos de cólera na mesma região Tratamento (duração = 3 dias): SMZ + TMP: 50mg/kg/dia em 2 doses Tetraciclina: 50mg/kg/dia em 4 doses
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ATB Antimicrobianos ineficazes para o tratamento da Shigelose:
Amoxacilina, Metronidazol Sulfonamidas, Nitrofurantoína Estreptomicina, Tetraciclina Cloranfenicol, Aminoglicosídeos Cefalosporinas de 1ª. e 2ª. Geração.
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ATB Tratamento da Shigelose (duração = 5 dias):
SMZ + TMP: 50mg/kg/dia em 2 doses Ampicilina: 150mg/kg/dia em 4 doses Ceftriaxone: 75-80mg/kg/dia em 1 dose
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ATB Tratamento da Amebíase (duração = 10 dias):
•Metronidazol: 30mg/kg/dia em 2 ou 3 doses Tratamento da Giardíase (duração = 5 dias):•Metronidazol: 15-20mg/kg/dia em 2 ou 3 doses Salmonela não tifóide E. coli Cryptosporidium
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DIARRÉIA PREVENÇÃO Estimular aleitamento materno
• Introduzir alimentação complementar aos 6 m (higiene e valor nutritivo) • Utilização de água limpa e proteção contra contaminação
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DIARRÉIA PREVENÇÃO • Tratamento da água quando necessário
• Lavagem das mãos com sabão • Adequado destino para os dejetos.
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PREVENÇÃO Vacinação contra sarampo; Vacina contra Rotavírus.
mortes/ano por diarréia causada pelo Rotavírus de hospitalizações infantis/ano pelo Rotavírus Esquema da vacina:
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Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de assistência e controle da doença diarréica. 2. ed, Brasília: Ministério da Saúde, 1994. Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-americana de Saúde. Manual de capacitação para o manejo dos casos de diarréia, Divisão de Controle de Enfermidades, 1988.
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DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS
DIARRÉIA DESEQUILÍBRIOS HIDROELETROLÍTICOS DESIDRATAÇÃO
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DESIDRATAÇÃO Conceito Eliminação de líquidos excede a ingesta
Lactentes: LEC >LIC = perda imediata Classificação: Isotônica (H2O = eletrólitos), + comum Hipotônica (eletrólitos > H2O - EC) Hipertônica (H2O > eletrólitos), - freqüente , quando há diarréia com febre e vômito
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DESIDRATAÇÃO ETIOLOGIA Diarréia Vômitos repetidos Febre
Distúrbios respiratórios Ingestão inadequada de água perdas insensíveis Queimaduras Algumas doenças metabólicas (diabetes)
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DESIDRATAÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Sede Perda de peso
Perturbação do humor (irritabilidade, prostração) Vômitos Diarréia Hipertermia Alteração do tônus muscular Olhos encovados Choro sem lágrimas Pele e mucosas secas
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DESIDRATAÇÃO GRAU DE DESIDRATAÇÃO LEVE MODERADO GRAVE Perda líquido
< 50ml/kg 50-90ml/kg >=100ml/kg Cor da pele pálida acinzentada Elasticidade diminuída deficiente muito deficiente Mucosas secas muito secas Ressecadas DU reduzido oligúria Acentuada oligúria/azotemia PA normal normal ou Pulso Rápido, filiforme T enchimento capilar < 2 seg 2-3 seg > 3 seg
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DESIDRATAÇÃO MEDIDAS PREVENTIVAS:
AVALIAR O DESEQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO; REIDRATAR TRO LÍQUIDOS DE MANUTENÇÃO
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DESIDRATAÇÃO TRATAMENTO: INICIAL: TRO
A quantidade de líquidos a ser ofertada a criança com desidratação leve a moderada deve ser de 60 a 80ml/kg num período de 2h.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Observar sinais de desidratação Observar se criança apresenta sinais de diarréia, vômitos, sudorese, febre, diabetes, fármacos (diuréticos), anomalias cardíacas 1º registrar o aspecto geral Observar ingestão/excreção de líquidos Urina: avaliar freqüência, volume, coloração, DU. Fezes: avaliar freqüência, volume e consistência Vômitos: volume, freqüência e tipo de vômito Sudorese: estimada pela freqüência de troca de roupas e lençóis 1g fralda úmida = 1 ml de urina
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Observar SSVV Observar pele Avaliar mucosas Peso corporal Fontanela (lactentes): deprimida, mole, normal Alterações sensoriais
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