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 Todos nós, ao longo do tempo, vamos construindo um modo de ser e de estar no mundo, o que delineia aquilo que chamamos de personalidade.  Personalidade,

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Apresentação em tema: " Todos nós, ao longo do tempo, vamos construindo um modo de ser e de estar no mundo, o que delineia aquilo que chamamos de personalidade.  Personalidade,"— Transcrição da apresentação:

1  Todos nós, ao longo do tempo, vamos construindo um modo de ser e de estar no mundo, o que delineia aquilo que chamamos de personalidade.  Personalidade, portanto, seria um conjunto de traços e de condutas que expressam como lidamos com determinadas situações e como reagimos a tudo aquilo que nos cerca.  Independente do maior peso ser dado aos fatores constitucionais ou adquiridos na formação de nossa personalidade, sem dúvida, o ambiente desempenha um importante papel, o que se estende à funçao do ego em sua tarefa de articular e discriminar as experiências, imprimindo a elas um dado sentido.

2  Nesta perspectiva, a formação da personalidade está intimamente relacionada à cultura em que vivemos e expressa de que forma construímos nossas subjetividades.  Subjetividade compreendida como um modo de ser, de agir, de sentir, de desejar, enfim, de estar no mundo. Poderíamos dizer que a construção da subjetividade tem sua expressão mais viva no modo como constituimos nossa personalidade.  Quando falamos em construção de subjetividade, necessariamente devemos levar em conta os processos de subjetivação que estão em jogo nesta construção.  Entendemos os processos de subjetivação como um campo de forças, de diferentes níveis, que não se centram nem se reduzem ao indíviduo.

3  Esses processos são duplamente descentrados. Implicam o funcionamento de máquinas de expressão que podem ser tanto de natureza extrapessoal, extra-individual (sistemas maquínicos, econômicos, sociais, tecnológicos, icônicos, ecológicos, etológicos, de mídia,enfim sistemas que não são mais imediatamente antropológicos), quanto de natureza infra-humana, infrapsíquica, infrapessoal (sistemas de percepção, de sensibilidade, de afeto, de desejo, de representação, de imagens, de valor,...., sistemas corporais, orgânicos, biológicos, fisiológicos, etc.)”  Todos estes campos de forças devem ser, portanto, considerados quando tentamos compreender uma determinada personalidade.

4  A partir desses pressupostos, o que seriam, então, os transtornos de personalidade?  Novamente outra inflexão se faz necessária para tentar responder esta questão. Como pano de fundo é fundamental que nos posicionemos quanto ao que designamos por saúde e doença.  Adotamos a perspectiva de que saúde e doença não são estados, mas configuram-se como processos que fazem parte de um mesmo indivíduo. Freud já lembrava que o que diferencia o normal do patológico não é de caráter qualitativo, mas sim quantitativo. Nesta mesma direção poderíamos dizer que saúde diz respeito à capacidade do indivíduo de criar respostas para lidar com os desequílibrios tanto internos como externos; Doença seria a falha dessas respostas criativas, a cristalização da conduta.

5  A OMS ao tratar deste assunto assim descreve os transtornos de personalidade: abrangem padrões de comportamento profundamente arraigados e permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a uma ampla série de situações pessoais e sociais. Eles representam desvios extremos ou significativos do modo como o indivíduo médio, em uma dada cultura, percebe, sente e, particularmente, se relaciona com os outros.  Percebe-se, nesta definição, que tanto a doença, como cristalização da conduta, como os elementos culturais nos quais um determinado indivíduo está inserido são considerados.

6  Torna-se especialmente delicado o diagnóstico de transtornos de personalidade, sobretudo na contemporaneidade. Isto porque vivemos, na atualidade, em uma paisagem cultural subjetiva que estimula, incita e encoraja manifestações muito próximas ao que poderíamos chamar de transtornos de personalidade.  Alguns aspectos da paisagem cultural subjetiva: Estética do consumo; satisfação acessada imediatamente; evacuação do lugar do impossível, não há limites; sociedade que aponta em todas as direções sem se fixar em nenhuma. cultura performática e narcísica.

7  Como bem lembra Luis Claudio Figueiredo, o homem contemporâneo é um homem traumático, entendendo trauma como o excesso de excitações que o eu não é capaz de se assenhorar, de dominar. O homem contemporâneo é, ao mesmo tempo, protagonista e refém desse excesso, buscando, defensivamente, sobreviver aos efeitos desse processo.  O excesso se manifesta imediata e inicialmente no registro do SENTIR para, então, as intensidades se disseminarem nos registros do corpo e da ação;  Súbitas variações de humor, polarizadas entre Apatia e Irritabilidade, campo em que se inscrevem as Distimias;

8  O Excesso no campo da Ação: Existimos em uma hiperatividade permanente, isto é, em uma Excitabilidade Elevada, condição de possibilidade de Violência e Compulsão.  No campo do Pensamento: perde-se a temporalidade e a capacidade de simbolizar as experiências. Esgarçamento dos laços afetivos, dos elos de ligação, fragilidade das regulações simbólicas.  A fragilidade das regulações simbólicas impede que as intensidades se increvam como trilhamentos no campo psíquico (Freud, 1895), a descarga tende a se impor de maneira brutal: distimia, somatizações, passagem ao ato.

9  Em uma sociedade altamente competitiva, individualista, permeada pela cultura do medo, como diagnosticar os diferentes tipos de transtornos da personalidade? Transtorno paranóide, esquizóide, explosivo, histriônico, ansioso, obssessivo, compulsivo, sociopata e tantos outros?  Estariam estes transtornos se apresentando como um modus operanti para lidar e se adequar a esta cartografia cultural subjetiva? Seriam estratégias de defesa em direção a respostas adptativas?  Em que pese a importância do diagnóstico dos transtornos de personalidade, posto que eles existem, creio que é fundamental uma análise do contexto no qual se insere cada pessoa, pois será a partir desta análise que as intervenções serão possíveis.

10  No que diz respeito às intervenções psicológicas neste campo, a ética do cuidado parece ser uma proposta interessante.  Um cuidado capaz de reconhecer e legitimar o sofrimento, buscando, em um trabalho de co-responsabilização, se construir uma morada em que as experiências possam ter um sentido.  Sentido não é algo que está lá, pronto a ser desvelado. Sentido se constrói e pode ser definido como a capacidade de articular e discriminar as experiências. Mais do que interpretações, creio que precisamos de intervenções capazes de fornecer sentidos e compreensões ao vivido, em um processo de permanente transformação de si e do mundo.


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