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FILOSOFIA DA RELIGIÃO - G. F. HEGEL

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Apresentação em tema: "FILOSOFIA DA RELIGIÃO - G. F. HEGEL"— Transcrição da apresentação:

1 FILOSOFIA DA RELIGIÃO - G. F. HEGEL
Compilado pelo Prof. Helder Salvador

2 Temas a serem estudados:
Hegel jovem: o teólogo A religião como experiência de Deus Hegel maduro: o filósofo Princípios da Filosofia da Religião Como Hegel chega a Deus? A existência de Deus

3 Hegel nasce e vive no meio do iluminismo.
Sua religiosidade enquanto jovem alimenta-se do espírito iluminista da época. Conduz o idealismo alemão ao ápice da sistematização.

4 1. O jovem Hegel: teólogo Hegel cedo percebeu os limites do iluminismo. Diferente dos jacobinos franceses os alemães preferiam uma evolução ou "revolução do espírito" à revolução político-social. Ao contrário dos franceses, que excluíram a religião, para os alemães, a religião exercia papel importante.

5 Hegel não queria terminar com a religião, mas renova-Ia na sociedade moderna como autêntica religião do povo, fundando-a na razão. A posição crítica do jovem Hegel é a seguinte: não quer uma tradição acrítica, mas também não quer uma razão sem tradição.

6 O jovem Hegel não tenta demonstrar a existência objetiva de Deus.
Indaga como o homem chega a pensar Deus. Interpreta isso a partir da confluência das possibilidades humanas. A raiz é a consciência da própria divindade.

7 Com isso só chega a Deus como presente, na imanência, não ao Deus transcendente.
Assume a tese de que o Deus transcendente resulta da fantasia humana como hipostatização do amor.

8 Num fragmento da juventude, no qual explica o dogma da Trindade, já delineia a dialética do absoluto. O Pai significa a totalidade divina, ou seja, a vida da criança em união inconsciente com o todo; o Filho designa o homem comum, o homem que se desenvolve num estado de separação no seu eu finito, no meio do mundo das determinações; o Espírito Santo significa a condição do homem que superou o estado de alienação e fez o retorno cons­ciente à totalidade divina.

9 Esse restabelecimento da unidade é no espírito e na vida, não no conceito ou na obediência à lei. Assim o dogma trinitário serve a Hegel como paradigma dos três momentos de sua genial dialética: a) concepção da realidade una (das Einige); b) as realidades separadas (die Getrennten) e c) a realidade outra vez unificada ou reconciliada (das Wiederverreinigte ).

10 Segundo o jovem Hegel, a religião reconcilia a reflexão e o amor, unindo-os no pensamento. A vida religiosa, que é a vida do amor, realiza a exigência da filosofia de reconciliar as oposições: o finito e o infinito. O objetivo racional de Hegel é sempre a reconciliação dos contrários: religião privada e religião popular, liberdade e necessidade, finito e infinito. A forma mais elevada da reconciliação é a identidade sujeito-objeto do espírito cognoscente.

11 2. A religião como experiência de Deus segundo Hegel
A religião tem como objetivo vincular o mundo profano ao mundo sagrado, com isso podemos dizer que a religião tenta levar o homem a aproximar-se mais de Deus. No presente texto, trataremos do conceito de religião especificamente para a religião revelada em Hegel. Segundo Hegel,  …do mesmo modo que a ciência é afim da filosofia, porque se refere ao conhecimento formal, assim a religião, precisamente porque diz respeito ao conteúdo, é o oposto deste mundo, e se aproxima da filosofia, por se da como objeto, não o terreno, nem o mundano, mas o infinito (HEGEL, 1980, p.360).

12 Podemos dizer que a filosofia juntamente com a religião busca levar o homem a entender as coisas superiores a ele mesmo, ou seja, que estão para além do nosso mundo. Com o desenvolvimento do mundo, da cultura, a religião também se desenvolve juntamente com a filosofia,  mas a religião, na sua essência, mantém firmes os mais elevados valores em contraposição aos fins temporais, e sobre aqueles constrói uma religião sublime, santuário da verdade onde se dissolvem as ilusões do mundo sensível, das representações, dos fins limitados, da esfera das opiniões e do arbítrio (HEGEL, 1980, p.361).

13 A religião usufruiu da arte para revelar a essência divina que se encarnou, fazendo-se homem. Assim, podemos dizer que “a essência divina se humanava já na estátua” (MENESES, 1985, p.188). A religião usa a própria arte, para apresentar Deus à humanidade, “mas só na forma exterior, pois a atividade se situava fora dela” (MENESES, 1985, p.188).

14 A religião necessita de um espírito para ser conduzida, mas este espírito deve primeiramente conhecer-se a si próprio para em seguida conhecer o próximo. A “filosofia apóia-se nas mesmas bases da religião, enquanto o objeto de ambas é idêntico, isto é, a razão universal existente em si e por si”. (HEGEL, 1980, p.361). Sendo o espírito aquele que orienta a religião, ele deve em primeiro lugar ter consciência de si próprio, para fazer com que essa religião seja revelada com clareza a todos os povos. É complicado o homem ter conhecimento do próprio Deus, mas através do espírito que rege a religião, e até mesmo do espírito que rege o próprio homem, é possível que o homem tenha conhecimentos das várias qualidades que Deus possui.

15 O espírito absoluto envia através de um homem, a sua própria essência, com isso o nosso mundo, melhor dizendo,  a fé do mundo é [crer] que espírito “é-aí” como uma consciência-de-si, quer dizer, como um homem efetivo; que o espírito é para a certeza imediata; que a consciência crente vê e toca e ouve esta divindade. Assim, essa consciência-de-si não é fantasia, mas é efetiva no crente (HEGEL, 1988, p.188).

16 A religião é revelada através da consciência-de-si, ou seja, através do espírito divino. Nos cultos, nas celebrações que acontecem em várias religiões, o espírito se manifesta no homem de forma exterior e principalmente de forma interior, sendo assim, há uma junção do exterior com o interior.  O espírito é sabido como consciência-de-si, e é imediatamente revelado a esta consciência, pois é a própria; por isto se diz que a natureza divina é o mesmo que é a humana: e é esta unidade o que se contempla (HEGEL, 1980, p.190).

17 Sendo assim a religião e o homem estão ligados entre si, pois ambos possuem espírito, e é através do espírito que se dá movimento ao homem e a religião. Sendo o espírito o responsável por revelar a religião, podemos dizer que a religião é um saber caracterizado por ela mesma, pois Deus se revela a todos como ele é realmente.

18 A humanidade cria expectativas diante das religiões, para que a essência absoluta seja revelada, com isso o espírito “se revela na Religião sob uma forma imediata, a de um Si singular oposto ao universal, a forma de um Outro sensível” (HEGEL, 1980, p.191). Como já vimos, é o ser absoluto que envia o ser sensível para habitar no mundo, e é através da religião que o ser sensível é revelado. O ser sensível está presente nas comunidades, levando o homem a se interiorizar e a refletir dentro de si próprio, para que ele possa conhecer o Espírito Absoluto, porém são poucos os que possuem o conhecimento desse Espírito Absoluto.

19 Então, podemos dizer que a religião tem como propósito fazer com que o homem se aproxime cada vez mais de Deus. No cristianismo a revelação de Deus por meio de Jesus Cristo na Sagrada Escritura, nos foi transmitida por pessoas ao longo da história, tendo como objetivo principal conduzir as pessoas a Deus, e podemos perceber que as variadas religiões possuem seus variados modos de conduzir o homem a experimentar Deus, mas é necessário que o homem tenha como premissa a crença em Deus diante daquilo que foi revelado. Com isso observa-se que é por meio da fé e simplesmente por ela que o homem é capaz de ser conduzido de fato a Deus.

20 3. O Hegel maduro: filósofo
Subordina a religião à filosofia. Vê, como tarefa da filosofia, a construção do absoluto pela consciência, superando oposições. O finito, segundo ele, não pode ser pensado sem pensar o infinito, pois não é conceito isolado e com conteúdo próprio. O finito consiste em ser momento do verdadeiro infinito.

21 O finito é atingido de negação, mas não é simples negação, uma vez que é limitado por outro que não é ele mesmo. Por isso devemos negar a negação e afirmar que o finito é mais que finito, ou seja, que é momento da vida do infinito. Encontra o processo lógico que resolve a oposição entre o finito e o infinito, ou seja, o processo dialético. Finito e infinito não são dois mundos separados.

22 O tema próprio de sua filosofia é o infinito e sua relação com o finito, relação de unificação de ambos os termos no princípio absoluto. O absoluto é o pensamento que se pensa a si mesmo, o que equivale a dizer que o absoluto é espírito, o sujeito autoconsciente.

23 Segundo Hegel, Deus deve ser visto como aquele que passa por uma história e nela se revela. Este é o tema de sua obra filosófica fundamental, a Fenomenologia do espírito (1807). Para Hegel, em todos os problemas do homem e do mundo, em última análise, se trata do próprio Deus.

24 Quer repropor a questão de Deus no começo da filosofia como único fundamento de tudo, como único princípio do ser e do conhecer. Ironiza a posição daqueles que querem reduzir a problemática de Deus à problemática do homem.

25 Como o espírito absoluto, também a religião tem uma história fenomenológica, uma história cronológica e ideal. São três os momentos da evolução do fenômeno religioso: a) a religião natural ou dos povos orientais (dos persas, hindus e egípcios); b) a religião estética (gregos); c) a religião revelada ou cristã com a interpretação hegeliana.

26 A arte e a religião são formas inferiores da autoconsciência que prepara o saber absoluto. Através de suas diversas manifestações, o espírito finalmente conhece-se a si mesmo. Chega ao conhecimento absoluto que é o conhecimento do absoluto.

27 Como Hegel relaciona religião e filosofia?
Tenta superar a oposição entre filosofia e religião, reconciliando­as. O espírito é o todo a partir do qual Deus e homem, ambos espíritos, se tornam compreensíveis. A partir deste absoluto tenta recolocar Deus no início da filosofia. A razão ocupa o lugar que, nos fragmentos da juventude, era ocupado pela elevação religiosa.

28 A religião marca o segundo momento do devir do espírito absoluto
A religião marca o segundo momento do devir do espírito absoluto. Na discussão com os teólogos diz que "Deus não é espírito vazio, mas o espírito. E o espírito não é o só puro nome, determinação superficial, mas um ser cuja natureza se desenvolve, concebendo a Deus como essencialmente tríplice na unidade" (El concepto de religión, pp ).

29 Diz que "religião e filosofia coincidem em um só e mesmo objeto porque o conteúdo da religião é a verdade universal e absoluta, e a filosofia chama de ideia ao ser supremo e absoluto. Deus é a verdade absoluta. Deve ser repre­sentado como universal absolutamente concreto". Este Deus é uno e há um só Deus. Deus como ser universal, não tem limite, nem finitude, nem particularidade. Deus é a substância absoluta. Identifica ao Deus da religião com o espírito absoluto.

30 Em El concepto de religión lemos:
"A religião enquanto fé, sentimento e intuição ingênuos consiste, em geral, no saber e na consciência imediatos. Em outra parte, verifica-se o abandono da imediaticidade do espírito, o ponto de vista da reflexão, a relação da religião e do conhecimento como sendo algo externo, um em frente ao outro. A filosofia da religião consiste, ao contrário, no conhecimento pensante, compreensivo da religião; nela identifica o conteúdo absoluto, a substância e a forma absoluta (conhecimento)" (p. 115).

31 A religião situa-se no nível do pensamento e não só do sentimento
A religião situa-se no nível do pensamento e não só do sentimento. Pois, quando um conteúdo se dá no nível do sentimento, cada um fica preso do seu ponto de vista subjetivo. Reduzir o conteúdo divino (a revelação de Deus, a relação do homem com Deus, a existência de Deus para o homem) a mero sentimento, significa limitar-se ao ponto de vista da subjetividade particular, ao arbítrio.

32 Para Hegel, "o verdadeiro é algo em si universal, essencial, substancial; e o que é assim, só existe para o pensamento". Deus é exatamente a verdade substancial que só pode ser concebida pelo pensamento. A verdade é o todo e o todo é o absoluto e este é Deus. Como todo, só é pensável e atingível pela mente humana.

33 Hegel diz que a doutrina sobre Deus só pode ser concebida como a doutrina sobre a religião. Por religião entende a relação do sujeito, da consciência subjetiva, com Deus. Nesta definição fala-se de Deus. Hegel diz ainda que a religião tem como único objeto Deus. A filosofia da religião só se refere a Deus através da religião.

34 Hegel tem como objetivo o conhecimento de Deus
Hegel tem como objetivo o conhecimento de Deus. A religião é ação da consciência humana, mas esta brota de ação originária de Deus. A religião é produto do espírito divino, não invenção humana. Ação humana e ação divina encontram-se na religião. Deus está presente na ação humana.

35 Para Hegel, até a lógica é "apresentação" de Deus, é a "teologia metafísica", pois em todo o saber humano Deus está presente. Para ele, há uma série de sinônimos para designar Deus: Deus é "a vida infinita", "o absoluto", "a verdade". Deus é também "o conceito" (Begrift), "a ideia", é, enfim, "o espírito absoluto".

36 Hegel escreve: "Para nós, que temos religião, o que é Deus é algo conhecido, um conteúdo que pode ser pressuposto na consciência subjetiva. Cientificamente, Deus é inicialmente um nome geral e abstrato que ainda não recebeu nenhum conteúdo (Gehalt) verdadeiro; porque só a filosofia da religião é o desenvolvimento científico e conhecimento daquilo que é Deus e só através dela se experimenta cognoscitivamente o que Deus é; do contrário absolutamente não necessitaríamos da filosofia da religião; somente esta deve desenvolver-nos aquele tema" (Lições sobre a filosofia da religião, p. 250).

37 4. Princípios da Filosofia da Religião em Hegel
A filosofia de Hegel é o ponto máximo do idealismo alemão. Hegel se propõe a exceder os sistemas de Fichte e Schelling. Em Fichte reprova o dualismo encontrado em suas reflexões e em Schelling critica o fato de ter ele feito do Absoluto, um abismo onde todas as diferenças desaparecem e de não ter concebido o Absoluto como “desenvolvimento de si”. Em Hegel o conceito fundamental da sua filosofia é a liberdade e o direito.

38 Para Hegel não existe uma história da filosofia neutra, mas se a fizermos com a coragem da verdade e fé no poder do espírito é possível entrar na filosofia. E é pela história da filosofia que se é iniciado na filosofia. Hegel se propõe a estudar na sua história da filosofia o pensamento e suas características – atividade e liberdade- aqui com traços kantianos. O pensamento verdadeiro é imutável e produz efeitos.

39 Hegel considera íntima a relação da filosofia com a religião e também com as outras ciências. Quanto ao confronto da história da filosofia com a história da religião no que se relaciona ao conteúdo interno àquela não se atribui um conteúdo de verdade fixo e imutável desde o princípio como acontece com a religião e, portanto a religião está livre das contradições que ocorrem com a filosofia. Na filosofia existe uma dialética interna que vai se mostrar na contradição – se história é uma representação de uma série sucessiva de formas passadas de conhecimento a verdade não pode estar nessa sucessão porque ela é, simplesmente, não passa. A história interna abriga a verdade e a história externa contém as vicissitudes, os desejos do espírito.

40 Para Hegel a filosofia é a ciência objetiva da verdade onde não cabem as opiniões, pois é uma ciência do conhecimento através dos conceitos e não de opiniões ou deduções. Há uma oposição na filosofia de dois lados: de um lado o “pietismo declara” que não se pode conhecer a verdade e que se deve sobpor a razão à fé cega e autoritária. De outro lado a razão tenta tornar racional o cristianismo. Assim o homem não seria obrigado a aceitar o que sua razão rejeitasse.

41 Nesse sentido a convivência entre religião e filosofia não seria nada tranquila. Para Hegel o conhecimento do infinito não é impossível como o é para Kant. Contudo não se chega à verdade por imediata percepção dos sentidos, mas através de um esforço de reflexão. O fato de haver uma diversidade de filosofias também não é para ele um obstáculo, pois a verdade é uma e elas têm em comum o fato de serem filosofias e, além disso, o erro pode possibilitar, posteriormente, uma aproximação à verdade.

42 Na sua reflexão o Absoluto é atividade e dela decorre o conteúdo
Na sua reflexão o Absoluto é atividade e dela decorre o conteúdo. O Absoluto em Hegel é, ao mesmo tempo, o objeto e o sujeito da filosofia. Ele é o princípio infinito da realidade como também o é para Fichte e Schelling. O papel da filosofia, segundo Hegel, é levar o homem ao concreto e o concreto é a solução do sair de si e voltar a si. Desse modo a filosofia hegeliana é o espírito compreendendo a si mesmo. Neste raciocínio Hegel questiona o fato, para ele impossível, de algo que tendo como sede a razão não ser racional. E acrescenta:  Deve existir já a fé racional de que o ocaso não rege os acontecimentos humanos; e a missão da filosofia consiste precisamente em reconhecer que, muito embora as suas manifestações específicas devam ser também história, são, no entanto determinadas só pela ideia.

43 Costuma-se dizer que Política e Religião influem na Filosofia e vice-versa, mas Hegel discorda de tal posição. Para ele a relação que há entre elas não nasce na influência nem no efeito de uma sobre outra. Hegel concorda com Aristóteles na assertiva o homem começa a filosofar depois de ter provido às necessidades da vida (Metafísica, 1, 2). Uma visão valorizada da filosofia. O homem começa a filosofar na angústia advinda do descrédito às formas antiquadas da religião, quando já não há prazer na vida real, e diante das experiências marginais e da aproximação da decadência e do final. A reconciliação, entre vocação natural e a realidade externa, a “pacificação” destas dissensões vai surgir no mundo do pensamento. Uma atitude que todos os filósofos da história da filosofia tomaram.

44 Com relação ao elemento da filosofia este como o das ciências é formado pelo conhecimento e pelo pensamento; mas os objetos das ciências são principalmente finitos e fenômenos. Junto a Espinosa, Hegel atenta para o fato de que embora a filosofia se ocupe de coisas finitas, estas devem ser consideradas como repousando na ideia divina; assim a filosofia e religião têm a mesma finalidade. O objeto da filosofia e da religião é a razão universal existente em si e por si.,e deste modo Hegel vê na religião o início da história da filosofia uma vez que as manifestações religiosas surgiram bem antes das filosóficas.

45 Os povos mostravam nas religiões a sua maneira de reproduzir a essência do mundo, o princípio da natureza e do espírito, o modo como se relacionavam com o outro que está muito além deles mais ou menos compadecido ou aterrador. Com o culto eles destruíam esta oposição e se conciliavam com Deus. Para Hegel “a religião deve ser considerada do mesmo modo que a filosofia e avaliada racionalmente como produto da razão que se patenteia a si mesma e dela é o mais elevado e mais racional conteúdo”. Há uma íntima relação da filosofia com a religião. Em Hegel a filosofia se apóia nas mesmas bases da religião, o objeto de ambas é idêntico, é a razão universal existente em si e por si. Na religião pode-se encontrar uma filosofia definida.

46 Importante observar que apesar da afinidade visível entre religião e filosofia, Hegel aponta a manifesta intolerância desta por aquela. Parece-lhe que a religião quer que o homem se abstenha da filosofia e de pensar nos “objetos universais”, pois se reduzem à sabedoria humana e são obras humanas e como tais se colocam contra a obra divina. Esta depreciação do humano é uma injustiça que se faz à razão. Se a obra da natureza é divina muito mais o será a obra do homem que foi criado à imagem de Deus e cuja superioridade sobre os animais e vegetais é implícita e explicitamente admitida.

47 Na verdadeira religião se desvela o espírito absoluto que se torna evidente na consciência daquilo que é finito. A religião entra na esfera da subjetividade, na região de ordens finitas de representações, mas enquanto principal e imediata revelação de Deus não é a exclusiva via de divulgação de Deus aos homens, mas se revela dessa forma, pois é a única compreensível à consciência religiosa.

48 A verdade que chega até ao homem pela religião é exterior ao homem e ele deve se contentar com isto uma vez que sua compreensão é limitada e sua razão humana não a atinge, é assim que a religião se posiciona. Há, muitas vezes, um mediador, que não é o conteúdo da doutrina, que anuncia esta verdade que chega a ele sob a forma de objeto sensível e presente. Ratificando, Hegel diz a religião cristã apresenta a característica peculiar da pessoa de Cristo, no seu caráter de Filho de Deus, participar da natureza de Deus. Quanto à filosofia Hegel se refere a ela como conhecedora da essência e o ponto determinante é que a essência não é exterior àquilo de que é essência. A essência do meu espírito é meu próprio espírito, não alguma coisa fora dele.

49 Hegel assim percebe a filosofia, primeiramente, ligada e isolada no campo do paganismo grego; depois com propriedade se desliga da religião popular e avoca uma hostilidade contra ela; e por fim acerta-lhe o âmago e nela se reconhece. A religião e a filosofia têm segundo Hegel, o conteúdo comum. Para Hegel não há mistério que não possa ser racionalizado. O mistério o é para o intelecto e não para a razão. A filosofia opõe-se, contrariamente, ao chamado racionalismo da nova teologia. Quando o intelecto se presume mestre sem entender a verdade religiosa, desvia-se da meta. O racionalismo se coloca contra a filosofia no conteúdo não menos que na forma. Reduziu “a realidade total a relações finitas; e quanto à forma reduziu-a a um processo raciocinante não livre, e incapaz de conceber”.

50 Na opinião de Hegel a religião tem em comum com a filosofia “o substancial, o conteúdo”, e este conteúdo não é o terreno mas o infinito. Este infinito para ele aparece primeiramente na religião. Dessa maneira a religião precede a filosofia temporalmente. Mesmo tendo ambas, supostamente, o mesmo conteúdo, Hegel privilegia o conhecimento filosófico. Assegura que somente este alcança efetivamente o real significado das ideias do infinito. Segundo Hegel a religião faz uma “representação” do conteúdo universal. Isto significa que a religião não consegue congraçar, realmente, o espírito finito e o infinito.

51 Hegel sobre a religião e filosofia faz a diferenciação
Hegel sobre a religião e filosofia faz a diferenciação. A filosofia tem a vantagem de compreender a religião e assim compreender também o racionalismo, não menos que o sobrenaturalismo; e além disso, compreende-se a si mesma. Isto não acontece com a religião, a qual permanecendo no horizonte da representação, compreende só o que dentro deste horizonte se encontra, e não a filosofia, o conceito, o pensamento universal.

52 Para Hegel a filosofia precisa da religião, mas a religião dela não necessita. A religião já está aí dada, existe. Não é algo que depende de nossa vontade ter ou não tem. Sua filosofia consegue dar conta da religião, vai compreendê-la, provavelmente, melhor que a própria religião se compreende. A filosofia não existe para tornar o homem religioso, embora isto possa acontecer. A filosofia não tem sentido edificante como o tem para Kierkegaard. Para o eminente filósofo seu objetivo no campo religioso é mostrar a verdade da religião. A filosofia é uma espécie de justificativa para a religião.

53 Essencialmente a concepção filosófica de Hegel é muito difícil e extremamente complicada. Sua forma particular de idealismo não implicava numa descrença da existência de objetos materiais. Ao mesmo tempo, ele assegurava que somente o Absoluto era inteiramente real e suas partes aparentemente distintas detinham realidade unicamente por serem parte de um todo. Sustentava que a filosofia, a religião e a arte eram meios de se conhecer o Absoluto, mas dava à filosofia o status de ser a forma superior de compreensão acima da religião e da arte. O pensamento hegeliano fez época e dominou a vida filosófica até meados do século dezenove e a partir daí teve várias interpretações, contudo sem deixar de ser considerado um dos grandes pensadores da humanidade.

54 5. Como Hegel chega a Deus? Para Hegel, é insuficiente a consciência imediata de Deus. Em Lições sobre a filosofia da religião diz que há dois caminhos para conhecer a Deus: o empírico o especulativo

55 O empírico No caminho empírico partimos do fato de que o homem sabe de maneira imediata de Deus. Segundo Hegel, todos os homens têm consciência de Deus. Mas, como há também a negação de Deus, torna-se problemática a prova da existência de Deus a partir da universalidade da ideia de Deus. Se há certeza sobre a existência de Deus, na consciência dos homens, ainda não se provou que esta é verdadeira.

56 Não existe imediaticidade absoluta da consciência, pois na minha consciência de Deus existe uma relação entre mim, o cognoscente e o objeto, Deus. Segundo Hegel, toda a imediaticidade é mediata. Apesar disso diz que a proposição "nós sabemos de maneira imediata de Deus é grande princípio, que na sua essência devemos manter". A filosofia só pode tomar tal proposição como ponto de partida.

57 Hegel diz: "A religião é para todos os homens; a religião não é filosofia, a qual não é para todos os homens. A religião é o modo como todos os homens se fazem conscientes da verdade, e estes modos são especialmente o sentimento, a representação e também o pensamento intelectual. O conceito da religião há de ser considerado deste modo geral segundo o qual a verdade chega a todos os homens, e deste modo o segundo momento nesta consideração é constituído pela relação do sujeito enquanto sente, re­presenta e pensa" (El concepto de religión, p. 121).

58 Do ponto de vista da consciência finita, ou seja, no caminho empírico, que parte do saber imediato pelo sentimento e pela representação até o pensamento reflexivo, não se pode conhecer Deus. A subjetividade impede tal acesso.

59 O especulativo O especulativo do conceito. Aí se situa o lugar próprio da religião. A forma do pensamento é a absoluta e nela a verdade aparece como é em si e para si.

60 O pensamento puro não tem o sentimento e a representação como condição
O pensamento puro não tem o sentimento e a representação como condição. Só no caminho especulativo pode-se conhecer Deus, segundo Hegel. O pressuposto de todo o sistema hegeliano é que, desde o começo, o espírito absoluto se manifesta em toda a realidade e em todas as ciências. Entretanto Hegel afirma que este absoluto se revela melhor na arte, na religião e na filosofia, ou seja, na filosofia da religião.

61 O caminho especulativo do verdadeiro pensamento filosófico começa precisamente na oposição entre finito e infinito. Hegel desenvolve a dialética, entendendo os dois momentos separados. A essência da oposição é, então, a unidade da identidade e da diferença. Assim finito e infinito, embora diferentes, indicam um para o outro. Se disser o que é infinito, seja a negação do finito, diz-se o próprio finito. Da mesma forma, o infinito só é infinito em relação ao finito. Cada um dos termos só pode ser definido em relação a seu oposto.

62 A partir dessa situação, segue que cada um - finito e infinito - só é o que é porque existe o oposto. Cada qual, sob este aspecto, funda-se no outro. O finito tem seus limites no infinito. Um é a negação do outro, sendo apenas através do negado. O infinito só é o que é pela negação do finito. O infinito, por outro lado, só é como ifinito porque há no finito o infinito. A consequência, para a questão de Deus, é que Deus é igualmente o finito e o infinito, não se podendo isolar um momento do outro. Ambos formam uma unidade dialética. Nesta unidade permanecem, todavia, as diferenças.

63 O finito é momento do processo do infinito
O finito é momento do processo do infinito. Deus entra no finito e retorna a si mesmo. Deus é Deus vivo através deste processo eterno: "Deus é o movimento para o finito e, através dele, como superação do finito, o movimento em si mesmo". O espírito absoluto se finitiza para tornar-se saber em si mesmo. Da mesma forma a autosuperação do finito o eleva ao infinito, pois a essência do finito é o infinito. Por isso o resultado do processo de auto-supe­ração do finito é o ser do infinito.

64 No começo está o eu finito. Como este chega ao absoluto, a Deus?
Hegel responde: só porque sempre já ultrapassa seus limites. E isso mostra-se no fenômeno da consciência. Quem sabe alguma coisa, sabe ao mesmo tempo a determinação do saber pelo objeto. Sabe isso a partir do objeto. Sabendo sua finitude ultrapassa-a. E o que acontece na elevação do finito para o infinito, como elevação do homem a Deus. Trata-se de elevação do espírito, que é a elevação como espírito pensante. O eu aliena-se da finitude. A elevação, de fato, realiza-se a partir de uma tendência interior do homem. O eu renuncia a si mesmo, libertando-se de si mesmo renunciando à sua particularidade.

65 A essência do homem, como espírito, é ser espelho de Deus, diz Hegel
A essência do homem, como espírito, é ser espelho de Deus, diz Hegel. O pensar é elevar-se do particular ao geral. No pensamen­to desaparece todo o particular. O espírito eleva-se do casual e temporal para o infinito e eterno. O geral, no qual a individuali­dade imerge, é, para Hegel, "a ideia divina". A elevação orienta­se para Deus. No saber de Deus tenho Deus como objeto, nele me fundo e afundo. No fim do processo está o saber que o homem é unidade com Deus.

66 Na elevação descobre-se a si mesmo como divino
Na elevação descobre-se a si mesmo como divino. Enfim, Deus é a verdadeira realidade e, na elevação, o homem se experimenta como participante da mesma. A consciência finita é momento do próprio espírito ou a verdade do espírito finito é o espírito absoluto. Por outro lado, o próprio Deus desce ao homem e possibilita a elevação do homem até ele. Por isso é necessário que o divino, para ser espírito, se finitiza no humano.

67 A elevação pensante tem como momentos preparatórios a devoção, o culto e a fé. Hegel designa a devoção também de "união mística" como sentimento da unidade do divino e humano. É uma preforma da elevação filosófica. O culto também pode ser descrito como elevação a Deus. Trata-se de elevação para além do finito, para a união com Deus. Hegel até chega a afirmar que a filosofia se justifica pela devoção e pelo culto, pois a elevação religiosa pertence ao fundamento da experiência do filosofar.

68 Outro momento do culto é a fé
Outro momento do culto é a fé. Hegel a define como "a consciência da verdade absoluta, daquilo que Deus é em si e para si". Chama-a "o testemunho do espírito sobre o espírito absoluto". Trata-se, em resumo, da divindade do espírito humano. Hegel pensa a fé, o culto e a devoção não a partir do homem, mas a partir de Deus. A fé não é, para ele, a maneira mais elevada de o homem ter certeza de Deus, pois esta pertence à filosofia.

69 6. A existência de Deus Que diz Hegel a respeito das tradicionais provas da existência de Deus? O problema, segundo Hegel, é que Kant levanta a questão da capacidade de conhecer Deus sem considerar a essência de Deus. Esta é maneira abstrata que permanece prisioneira do saber finito. Hegel busca novo caminho, ou seja, o caminho da elevação pensante até Deus.

70 Hegel vê como importantes as provas da existência de Deus porque nelas o verdadeiro consiste em mostrarem a elevação do homem a Deus, um caminho obscurecido enquanto atribuído à razão. Para ele, trata-se de caminho necessário do pensamento. Deriva tal necessidade da natureza do homem, fundada na essência do espírito.

71 Como Kant, também Hegel distingue a prova ontológica, a cosmológica e a físico-teleológica. Ressalva, contudo, que essas não são as únicas possíveis. A prova cosmológica e a físico-teleológica partem do finito e a ontológica da ideia de Deus. Isso significa que também a elevação do espírito deve ser entendida de dupla ma­neira: partindo ou do ser finito ou do ser infinito (El concepto de religión, pp. 247ss).

72 Enquanto Hegel mostra a insuficiência da prova cosmológica e da teleológica, diz que a ontológica é a única verdadeira. Diz que "a prova ontológica parte do conceito". O conceito é considerado algo objetivo e é determinado como se opõe ao objeto e à realidade. O começo e o interesse está em mostrar que a este conceito corresponde ser. O caminho é o seguinte: coloca-se o conceito de Deus e mostra-se que não pode ser concebido a não ser como incluindo em si o Ser. Enquanto se distingue o conceito de ser, só existe subjetivamente em nosso pensamento; subjetivamente é o imperfeito que só cai no espírito finito. Quer mostrar-se que não é apenas nosso conceito, que também existe independentemente de nosso pensamento (Lecciones sobre filosofia de la religión, pp ).

73 Hegel distingue entre conceito finito e conceito infinito
Hegel distingue entre conceito finito e conceito infinito. É da essência do conceito finito que nele o conceito e ser são separados. Nesta esfera concede razão à crítica de Kant. Mas, segundo Hegel, na prova ontológica não se trata de conceito finito, pois "o conceito absoluto, o conceito em si e para si" é o "conceito de Deus". Nele está superada a finitude da subjetividade. Por Kant não ter feito tal distinção, afirma que "do conceito não se pode concluir a realidade". No conceito absoluto há unidade entre conceito e ser, diz Hegel. Por isso o conceito de Deus é idêntico com o ser. Também aqui Hegel põe o absoluto ou Deus no começo de sua filosofia.

74 Na verdade a prova ontológica expressa o próprio sistema hegeliano enquanto o finito é absorvido no infinito, enquanto Deus se faz consciente na autoconsciência humana: "O homem conhece a Deus só enquanto Deus se conhece a si mesmo nos homens. Este saber é a autoconsciência de Deus, mas também o saber que Deus tem dos homens, e tal saber é o saber que os homens têm de Deus" (Enciclopédia, § 564)

75 Na leitura da história das religiões distingue primeiro três momentos da consciência religiosa abstrata: a) a universalidade: Deus é concebido como universal indiferenciado, como a realidade infinita e verdadeira; b) a particularidade: Deus é concebido como objeto oposto, que implica a consciência de mim mesmo como se­parado e alienado dele, como pecador; c) a individualidade: o re­torno do particular ao universal, do finito ao infinito, sendo su­perados a separação e a alienação.

76 Vê o desenvolvimento histórico das religiões no esquema dialético em três etapas:
a) a religião natural: a ideia de Deus aparece como a potência ou substância absoluta da natureza, ainda não se revelando como espírito. Nesta fase distingue, em três etapas a religião mágica, a religião da substância e as religiões da Persia, Siria e do Egito. Segundo Hegel, são religiões que correspondem a consciência abstrata do universal indiferenciado; b) a religião da individualidade espiritual: Deus é concebido como espírito, como pessoa individual ou pessoas individuais. Aqui Hegel situa a tríade: judaísmo, religião grega e romana. Esta ul­tima, com seu panteão, significa reduzir o politeísmo ao absurdo; c) a religião absoluta ou cristianismo: Deus se revela como espírito absoluto. Corresponde ao terceiro momento da consciên­cia religiosa, como síntese ou unidade dos primeiros. O espírito infinito ou Deus é transcendente e imanente ao homem. Finito e infinito são vistos como unidos. Por isso o conteúdo da religião cristã é a unidade do divino e do humano na encarnação de Deus em Jesus Cristo.

77 Hegel diz: "A religião consumada é aquela na qual o conceito de religião retornou a si, onde a ideia absoluta, Deus, enquanto espírito segundo sua verdade e seu caráter manifesto, constitui o objeto da consciência. As religiões anteriores nas quais a determinabilidade do conceito é menor, mais abstrata e defeituosa, são religiões determinadas que constituem etapas de transição do conceito de religião até seu acabamento. Esta religião revelada é, pois, a cristã. A religião cristã mostra-se-nos como a religião absoluta" (El concepto de religión, p. 126).

78 7. Síntese Compreensiva: HEGEL – Principais aspectos do pensamento referente a Deus e a teologia
Deus é o princípio a partir do qual se constitui a religião; Fundamenta a religião na razão, sem eliminar fantasia e sentidos; No escrito Religião popular e cristianismo: vê a religião não como assunto privado, e sim como valor educativo. Na Vida de Jesus: Cristo aparece como personificação do ideal da virtude, como pregador da religião da razão, hostil à religião judaica;

79 Na obra A positividade da religião cristã apresenta Jesus como sábio, mestre que ensinava uma religião puramente moral. (segundo Hegel, foram os discípulos que transformaram o ensinamento de Jesus num sistema eclesiástico e dogmático, em religião positiva); Teoria da alienação – Desenvolve o tema da alienação do homem como busca de apoio no além quando o próprio homem se torna incapaz de construir a vida moral por si mesmo; O pensamento, que em si é uma forma de vida, pensa a unidade das coisas como um infinito, como vida criadora livre da mortalidade dos indivíduos. A esta vida criadora, chama de Deus;

80 Tem no amor, a descoberta do caráter dialético da realidade: O ponto de partida é o fato da auto-alienação na realização do amor: o amor, esquecendo-se a si mesmo, sai da existência amorosa e vive no outro. No amor, o homem perde-se a si mesmo e encontra-se no outro; na dialética do amor realiza-se a vida; Hegel não se preocupa em demonstrar a existência de Deus, mas indaga como o homem chega a pensar Deus; O Deus transcendente resulta da fantasia humana como hipostatização do amor; O dogma da Trindade, já delineia a dialética do absoluto; o restabelecimento da unidade é no espírito e na vida, não no conceito ou na obediência à lei;

81 Paradigma do dogma trinitário em três momentos:
a) concepção da realidade uma; b) as realidades separadas; c) a realidade outra vez unificada ou reconciliada Na religião, seriam reconciliadas a reflexão e o amor, unindo-os no pensamento. A vida religiosa, que é a vida do amor, realiza a exigência da filosofia de reconcilias as oposições: o finito e o infinito; Finito e infinito não são dois mundos separados; Deus deve ser visto como aquele que passa por uma história e nela se revela. É o infinito dentro do finito;

82 Todos os problemas do homem e do mundo, em última análise, se trata do próprio Deus;
Na Fenomenologia do espírito encontram-se os postulados fundamentais do idealismo hegeliano: o absoluto como espírito que se desenvolve em três momentos: Religião natural ou dos povos orientais; Religião estética; Religião revelada ou cristã com a interpretação hegeliana O absoluto sempre já está em nós: o espírito é a síntese de toda a realidade; Tenta superar a oposição entre filosofia e religião, reconciliando-as. O espírito é o todo a partir do qual Deus e homem, ambos espíritos, se tornam compreensíveis;

83 Deus é uno e há um só Deus. Deus como ser universal, não tem limite, nem finitude, nem particularidade. Deus é a substância absoluta; Todos os homens têm consciência de Deus; Reflete sobre o sentimento e a representação de Deus. O primeiro é subjetivo, o segundo refere-se mais ao aspecto objetivo do conteúdo. Deus só é verdadeiramente no e para o pensamento; Deus é o movimento para o finito e, através dele, como superação do finito, o movimento em si mesmo;

84 A essência do homem, como espírito, é ser espelho de Deus;
Vê como importantes as provas da existência de Deus porque nelas o verdadeiro consiste em mostrarem a elevação do homem a Deus. Um caminho necessário do pensamento; Mostra a insuficiência das provas cosmológica e da teleológica para existência de Deus, afirmando que a prova ontológica é a única verdadeira;

85 A leitura histórica das religiões distingue:
a) universalidade (Deus é concebido como universal indiferenciado, como a realidade infinita e verdadeira); b) a particularidade ( Deus é concebido como objeto oposto, que implica a consciência de mim mesmo como separado e alienado dele, como pecador); c) a individualidade (o retorno do particular ao universal, do finito ao infinito, sendo superados a separação e a alienação); O desenvolvimento histórico das religiões no esquema dialético é visto como: a religião natural; a religião da individualidade espiritual; a religião absoluta ou cristianismo. ZILLES, Urbano. Filosofia da Religião. São Paulo, Paulinas, 1991


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