UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 1/19 Ambiente Econômico Global Aula 9 Concentração de capital e operações descentralizadas; empresas-rede CHESNAIS, François.

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UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 1/19 Ambiente Econômico Global Aula 9 Concentração de capital e operações descentralizadas; empresas-rede CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 Cap. 4

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 2/19 Ambiente Econômico Global

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 3/19 Ambiente Econômico Global O pano de fundo... As dimensões dos grandes grupos, cuja fisionomia começamos a perceber, aumentaram substancialmente ao longo da década de 80. (...) A crise poupou os grandes grupos; pelo contrário, eles experimentaram um crescimento sustentado. Quanto ao IED, o seu rápido crescimento no decorrer dos anos 80 esteve colocado sob o signo do investimento internacional cruzado e dominado pelas fusões e aquisições.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 4/19 Ambiente Econômico Global Tabela 4 Aquisições e criação de companhias por capitais estrangeiros nos EUA Ano Remessas de investimento B/A Aquisições (A) Novas companhias (B) Valor (US$ milhões) QuantValor (US$ milhões) Quant , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,14

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 5/19 Ambiente Econômico Global Natureza da concorrência e das formas de mercado resultantes da concentração Interpretação das causas subjacentes à concentração Abordagem do problema clássico de gestão dos “custos burocráticos” ligados às grandes dimensões e, em princípio, aumentados pela mundialização

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 6/19 Ambiente Econômico Global O autor define o oligopólio mundial como um “espaço de rivalidade”, delimitado pelas relações de dependência mútua de mercado, que interligam o pequeno número de grandes grupos que, numa dada indústria (ou num conjunto de indústrias de tecnologia genérica comum), chegam a adquirir e conservar a posição de concorrente efetivo no plano mundial. O oligopólio é um lugar de concorrência encarniçada, mas também de colaboração entre grupos. O oligopólio internacional ou mundial

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 7/19 Ambiente Econômico Global Para J. Bain, os oligopólios altamente concentrados são aqueles onde as oito primeiras empresas controlam de 90% do mercado e as quatro primeiras, de 65% a 75%; no caso dos oligopólios muito concentrados, as oito primeiras companhias detêm entre 85% e 90% e as quatro primeiras, entre 60% e 65%; por fim, os oligopólios moderadamente concentrados são aqueles em que o controle é, respectivamente de 70% a 85% e de 50% a 65%. Colocando estes dados em uma tabela... O oligopólio internacional ou mundial (continuação)

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 8/19 Ambiente Econômico Global O oligopólio internacional ou mundial (continuação) Grau de concentração dos oligopólios Participação de mercado em porcentagem Tipo4 primeiras8 primeiras Altamente concentrados65 a 7590 Muito concentrados60 a 6585 a 90 Moderadamente concentrados50 a 6570 a 85

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 9/19 Ambiente Econômico Global O oligopólio internacional ou mundial (continuação) Concentração no mercado de computadores Participação de mercado em porcentagem TipoAnoIBM4 primeiras10 primeiras Índice Herfindahl Total de computadores ,181 0,097 Sistemas de grande porte ,350 0,210 Sistemas médios ,076 0,070 Micros ,166 0,089

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 10/19 Ambiente Econômico Global Concorrência entre oligopólios ou concorrência sistêmica? M. Humbert prefere o conceito de “concorrência sistêmica” ao conceito de oligopólio. Ele observa que, na teoria clássica do oligopólio, este é “uma estrutura estável de um número relativamente pequeno de produtores, os quais, segundo o princípio chamado ‘de P. Sylos Labini’, mantêm as quantidades produzidas mesmo se aparece algum novo; este hesita e acaba renunciando, sob a ameaça de que o preço caia a um nível em que sua entrada não seria lucrativa.” “Os detentores do oligopólio vão preferir uma concorrência suave, não de preços, privilegiando seu delicado equilíbrio. Supõe-se, em geral, uma situação de equilíbrio chama ‘equilíbrio de Nash’ [ da Teoria dos Jogos ], ou seja, onde nenhuma companhia pode esperar melhorar sua posição com uma mudança de estratégia (mesmo supondo que as outras estratégias sejam dadas e estáveis)”

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 11/19 Ambiente Econômico Global Os custos irrecuperáveis e os efeitos dinâmicos de aprendizagem A economia industrial contemporânea oferece uma série de abordagens mais complementares do que contrapostas, procurando compreender por que, na etapa hoje alcançada de funcionamento de um capitalismo muito internacionalizado, estruturas de oferta fortemente concentradas são antes a regra do que a exceção. São elas: a)A da teoria dos custos irrecuperáveis; b)A das “vantagens diferenciais” ligadas ao aprendizado tecnológico e aos efeitos de preenchimento de mercados que essas vantagens proporcionam, e c)A da informação imperfeita e da gestão dos custos de coordenação decorrentes da internalização.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 12/19 Ambiente Econômico Global Enfatiza não apenas o nível de investimentos que uma companhia deve atingir para criar vantagens estratégicas, que equivalem a barreiras à entrada de terceiros, mas também o caráter de investimento “a fundo perdido” que esse investimento possui, total ou parcialmente, caso a companhia seja obrigada a liquidar os ativos industriais correspondentes. A teoria dos custos irrecuperáveis O princípio geral é que “quanto mais elevados forem os custos irrecuperáveis, maior é o risco assumido por quem entra, e, portanto, menos atraente a entrada. A partir daí, as barreiras de saída, os custos irrecuperáveis, tangíveis e intangíveis, que tornam indesejável sair, mesmo quando os resultados econômicos são negativos, também servem para desencorajar a entrada.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 13/19 Ambiente Econômico Global As “vantagens diferenciais” As empresas que primeiro se beneficiam desses elementos ganham uma dianteira sobre as que vêm depois, lançando as bases de um saber tecnológico novo, sobre o qual podem então “construir”. Os efeitos de “preenchimento” de mercados acompanham e acentuam as vantagens diferenciais de que se beneficiam as companhias que se envolveram, com sucesso, no começo da fase de emergência de um novo processo ou produto. Estão baseadas no efeito conjunto de curvas de aprendizagem dinâmica e de efeitos de “preenchimento” de mercado. Numa indústria como a de semicondutores, os efeitos de aprendizagem incluem a)Os elementos de aprendizagem clássicos; b)Elementos de domínio tecnológico peculiares à operação de uma tecnologia totalmente nova; c)Elementos de economia de escala na produção.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 14/19 Ambiente Econômico Global Custos de coordenação, tecnologias de informação e concentração Os efeitos de patamar ou de tamanho inicial, as condições de acesso ao capital e a experiência “gerencial” necessária para gerir a integração e economizar eficazmente nos custos de transação também funcionam, portanto, como barreiras de entrada. Todos esses elementos podem ser mobilizados para explicar a extensão assumida pelas indústrias concentradas. A informação representa uma das variáveis-chave no tamanho e configuração da grande companhia internacionalizada. Ela afeta tanto as suas fronteiras como sua estrutura e gestão internas. A fusão das tecnologias de telecomunicações e de informática e o surgimento da teleinformática permitiram às grandes companhias gerenciar melhor as economias de custos de transação, obtidas pela integração, e reduzir os “custos burocráticos” associados à sua internacionalização.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 15/19 Ambiente Econômico Global Externalização e empresas-rede Uma primeira acepção do termo “externalização” indica a extensão ou aprofundamento da divisão industrial do trabalho (que atualmente inclui os serviços); certas atividades, anteriormente organizadas de forma interna pelas empresas, destacam-se e tornam-se ramos separados, que existem, por assim dizer, “por direito próprio”. Os novos setores dos chamados “serviços para empresas”, por exemplo, constituem caso típico. A segunda maneira de utilizar o termo “externalização” é por oposição à internalização, no sentido da teoria dos custos de transação.

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 16/19 Ambiente Econômico Global O grupo japonês: keiretsu e “toyotismo” O keiretsu é definido como uma rede densa de vínculos de cooperação entre os membros do grupo: nesse sentido, já é uma rede, com a diferença de que os vínculos de colaboração no plano financeiro, tecnológico, industrial e comercial, que os membros do keiretsu estabelecem entre si, decorrem, ao mesmo tempo, da cooperação entre parceiros iguais e da formação de um mercado interno. No “toyotismo”, tudo parece indicar que o movimento formal de externalização é acompanhado por uma série de medidas drásticas, cujo objetivo é estender para fora, especialmente para terceirizados, as exigências e meios de coerção ligados às “hierarquias”. Externalização e empresas-rede (continuação)

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 17/19 Ambiente Econômico Global Externalização e empresas-rede (continuação) “(...) A empresa-rede apresenta-se então, não como uma “ruptura” com as hierarquias e a internalização, mas antes como uma nova forma de organizar e de gerenciar essas hierarquias, bem como de maximizar as possibilidades de “internalizar” as “externalidades” (isto é, as vantagens externas), proporcionadas pelo funcionamento em rede. O exame de muitos dos acordos de cooperação tecnológica leva a essa mesma conclusão. Quando feitos entre parceiros de dimensões e poderio diferenciados, esses acordos decorrem essencialmente de uma estratégia de apropriação de recursos, abaixo de seu valor. É um meio de obter, ao menor custo e, se necessário, em condições leoninas para a pequena empresa ou o laboratório universitário ou público, conhecimentos científicos e técnicos essenciais para as operações dos oligopólios das companhias maiores e mais poderosas, parceiras nos acordos. Essa é a situação mais usual no campo da biotecnologia.”

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 18/19 Ambiente Econômico Global

UNIP Prof. Fauzi Timaco Jorge 19/19 Ambiente Econômico Global Aula 10 Rivalidade oligopolista e localização da produção industrial CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 Cap. 5