Resumo Boaventura S. Santos (p.237-21) As sociedades capitalistas são constituídas por mercado, Estado e Comunidade. Em geral esta última sempre esteve.

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Transcrição da apresentação:

Resumo Boaventura S. Santos (p ) As sociedades capitalistas são constituídas por mercado, Estado e Comunidade. Em geral esta última sempre esteve subjugada pelas outras duas. Aponta três fases do capitalismo até o momento: 1ª fase: até a segunda guerra mundial a hegemonia era do mercado. Ao Estado (liberalismo) cabia apenas garantir a estabilidade da organização social (polícia, leis, etc.) 2ª fase: inicia timidamente nos anos 30, ganha fôlego após a 2ª guerra mundial e entra em crise nos anos 70. Fase de relativo equilíbrio entre Estado (Estado bem-estar social ou Providência) e Mercado. Também conhecido por capitalismo organizado. 3ª fase: retorno da hegemonia de Mercado (neoliberalismo). Encolhimento do Estado nas áreas sociais (e mesmo empresarial com a privatização de empresa públicas).

Subjetividade e cidadania na teoria liberal: críticas a hegemonia de mercado e a democracia formal -Porque reduz as subjetividades dos indivíduos ao exercício da cidadania (direitos formais) -Porque o conceito de cidadania é limitado à participação eleitoral, desconsiderando outras formas de participação como experiências de democracia direta. Apenas democratiza a participação no espaço político, ignora os outros espaços como a economia, doméstico. -Desconsidera o fato que a sociedade civil é heterogênea tanto em termos de subjetividade como em termos sociais (desigualdade, limites..)

A subjetividade no marxismo As críticas ao capitalismo liberal surgem no decorrer do século XIX, em especial com k. Marx, mas as experiências socialistas se efetivam no século XX Para Marx a organização do processo produtivo determina as relações políticas, culturais, subjetivas.. A classe trabalhadora é a classe universal (assume o lugar do Estado) e fará a revolução. Ora, é uma universalização abstrata que também ignora a subjetividade individual (auto- responsabilidade, reflexividade..) Concorda com as críticas ao liberalismo mas não concorda com as saídas apontadas por Marx. A cidadania política e civil além da manifestação das diferentes subjetividades é tão essencial quanto o acesso democrático a distribuição das riquezas materiais ao conjunto da população

A emergência da cidadania social Passagem da cidadania política (ex.: sufrágio universal) e cívica (direito à vida, à propriedade) para a cidadania social dos trabalhadores (acesso aos bens materiais, previdenciários, saúde, etc.). Aumento de salários direto e indireto; Surge no contexto de luta dos trabalhadores e no cenário mundial de guerra fria; Trouxe mais segurança aos indivíduos (e condições para desenvolver a subjetividade) mas aumentou o controle social e burocrático. Criando uma tensão que vai se expressar mais fortemente nos anos 60 (feministas, mov. Estudantil, etc...);

A crise da cidadania social Crises: do Estado-providência, da economia e da matriz energética (petróleo), do modelo fordista e a pressão dos novos movimentos sociais como os estudantes As sindicatos perdem espaços, são acusados de terem sido absorvidos pela lógica capitalista por meio do consumo É uma revolta da subjetividade (autonomia, criatividade, valores pós-materialistas) contra a cidadania atomizante e estatizante (do consumo e da regulação). É uma denúncia sobre a opressão racial, gênero, étnico... Crítica os novos mov. Culturais por ignorarem as conquistas históricas da cidadania política (direito ao voto que em geral só é universalizado no séc. XX) e social (acesso a saúde, educação, renda, etc.)