Descriminalização de todas as drogas Analice Gigliotti Comissão de Dependência Química- ABP.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
SEMINÁRIO LIDANDO E PREVENINDO COM A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA EMPRESA
Advertisements

Equipamentos de Proteção Individual
Blocos econômicos mundiais
Drogas devem ser Legalizadas?
(PNSB – 2002)..
Lei de Drogas e Critérios Objetivos
DROGAS LEGALIZAR OU NÃO
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera cronologicamente como idosa a pessoa a partir.
Teoria Geral. O Direito Econômico  É o direito das políticas públicas na economia.  Conjunto de normas e institutos jurídicos que permitem ao Estado.
ÍNDICES MUNDIAIS * Ano de presos por habitantes. 160 presos por habitantes. ¾ dos países do mundo registraram uma taxa inferior.
1 Família, a base para cidadania. 2 3 A configuração de família no seu surgimento está atrelada ao casamento monogâmico, heterossexual, ao modelo patriarcal.
" Situação da Política Internacional da Mudança Climática em 2013 e Perspectivas Futuras Recife,31/10/2013 Eduardo Viola Professor Titular Instituto de.
NORMA Documento que formaliza certo nível de consenso a respeito do que foi discutido. Aquilo que é estabelecido como base para a realização ou avaliação.
Brasil Polo Regional de Resseguros Abril Conceito do Brasil como Polo Regional de Resseguros A atração de prêmios de fora de sua jurisdição para.
{ SÍFILIS AÇÕES DE PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM POPULAÇÕES CHAVE.
Os Alicerces A Declaração Universal dos Direitos Humanos(1948) anunciaram uma nova era de empenhamento internacional na promoção e na proteção dos direitos.
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre 2012 Por uma cidade mais justa e sustentável.
Adolescência e Principais problemas de saúde na puberdade História, Conceitos e Características DISCIPLINA HSM-130 CICLO DA VIDA II Graduação em Nutrição.
Os três mundos Durante o período da Guerra fria era comum regionalizar o espaço mundial em “três mundos”: Primeiro Mundo: constituído pelos países capitalistas.
ESTRUTURAS DA POPULAÇÃO Crescimento da população: Até 1930 – aumento com a contribuição dos imigrantes; 1934 – “Lei de Cotas” – limitações à entrada de.
CONFLITOS E FOCOS DE TENSÃO
VI SIMPÓSIO REGIONAL – Licitação, Contratos e Controle de Atos Administrativos Gestão Socioambiental na Administração Pública.
Audiência Pública – Senado Federal Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania Brasília, 09/12/2014.
PRU TEMAS PARA REDAÇÃO Da mesma forma que fazemos todo ano, separamos 20 assuntos que são sérios candidatos a serem escolhidos como tema.
UNIP Prof. Flávio Henrique de Sarmento Seixas 1/34 Ambiente Econômico Global Integração Regional Blocos Econômicos.
Promoção da Cultura de Paz Departamento de Políticas, Programas e Projetos.
Saneamento e Desenvolvimento Urbano. Contexto Os centros urbanos do mundo crescem em um ritmo acelerado. A projeção das Nações Unidas é que mais de 2,5.
UNIDADE TEMÁTICA 8 INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA, DO CONHECIMENTO E DA INFORMAÇÃO.
Globalização e desigualdade social
Responsabilidade Social. Quem somos: Foco é desenvolver projetos que possibilitem às empresas a incorporação de práticas de responsabilidade corporativa,
CT&I e a Geração de Riqueza “O Ambiente de apoio a P&D” Lynaldo Cavalcanti Albuquerque Secretário Executivo ABIPTI
Políticas de drogas no Brasil: Evidências disponíveis para se chegar ao século XXI Luís Fernando Tófoli.
União Europeia para os mais novos
APRESENTA A humanidade consome drogas ha milhares de anos, mas foi somente a partir do século XIX que os governantes vêm tentando controlar a produção,
Levantamento de dados Podem ser utilizados três procedimentos para obterem-se os dados: Pesquisa documental Pesquisa bibliográfica Contatos diretos.
História Prof. Alan Grande parte da população não participou do processo de Independência- ou seja, a grande maioria não participava.
Câmara dos Deputados Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Audiência Pública sobre “Combate à Pirataria” 11 de julho de 2013.
O Observatório de Favelas atua como uma rede sócio-pedagógica, com uma perspectiva técnico-política, integrada por pesquisadores e militantes vinculados.
Conceitos Básicos e Diagnóstico em Dependência Química Processos Psicológicos Básicos III: Aconselhamento em Dependência Química Prof.ª Carla Eloá Ferraz.
Comércio Exterior Prof. Joelma Kremer, Dra.  Apresentar os conceitos de oferta, demanda, processo de formação de preços e a noção de equilíbrio.  Compreender.
INSPEÇÃO EM SERVIÇO III Pan-American Conference for Nondestructive Testing 05 de junho de 2003.
Soniamca08 Desenvolvimento Organizacional Prof a. Sonia Alcântara, MSc
EXPOSITOR FABIANO CONTARATO DELEGADO DE POLÍCIA, PROFESSOR DE DIREITO E DIRETOR DO DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO (DETRAN-ES)
O capital social | 1 Putnam define o « capital social » de acordo com «a confiança, as normas que governam a coexistência, as redes de associacionismo.
Politicas Ambientais. 6º Plano de Eficiência Energética 5º Comissão temporária sobre Alterações Climáticas 4º Acordo de Copenhaga 3º Convenção das Nações.
Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança Sami Hassuani Presidente AUDIÊNCIA PÚBLICA CRE- Comissão de Relações Exteriores.
CONSUMO SEGURO: NOVO DETERMINANTE DA SAÚDE Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não.
CRIMES, INFRAÇÕES AMBIENTAIS E BIOPIRATARIA.  Lançado em 1993 pela ONG RAFI (hoje ETC-Group), o termo “biopirataria” foi usado para alertar sobre o fato.
RIPSA Comitê de Gestão de Indicadores de Fatores de Risco e Proteção 22º OTI – 29 e 30 de junho/2011.
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO: O Estado é uma superestrutura administrativa destinada a cumprir a decisão do titular do poder,
Segurança pública e Violência
QREN Avaliação dos Sistemas de Incentivos. Sistemas de Incentivos QREN Principais Conclusões da Avaliação  Melhorias face a anteriores experiências de.
46ª. ASSEMAE Jaraguá do Sul - SC 16 à 20 de maio de 2016 INDICADORES DE SAÚDE E AMPLIAÇÃO NA COBERTURA DE SANEAMENTO BÁSICO NA REGIÃO SUDESTE.
Desigualdades na Escolarização Oficina do Observatório da Equidade 3º RELATÓRIO de Observação Ana Lucia Saboia Comitê Técnico do Observatório da Equidade.
B RASIL 2035 Tendências - Dimensão Social - Segurança Pública.
O HOMEM X RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Método para seu projeto Profa. Dra. Marina Moreira.
Maria Izabel de Freitas Filhote defesadotrabalhador.blogspo...trabalhadores.jpg412 x k - jpg ANAMNESE OCUPACIONAL.
REFÉNS DA GEOGRAFIA DO PREÇO DESATRES NATURAIS E AMBIENTAIS.
Análise de Risco na segurança dos alimentos
1 Direitos Humanos e Desenvolvimento Cristiane Lucena Professora Doutora, IRI/USP
RECUPERAÇÃO ANUAL Aspectos de uma economia globalizada 3º BIMESTRE O papel dos grandes organismos internacionais na economia: (GATT) OMC, FMI, BANCO MUNDIAL.
BLOCOS ECONÔMICOS Recebe o nome de bloco econômico a associação de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que concordam em.
PIB. .. O PIB (Produto Interno Bruto) é uma das mais importantes estatísticas de um país, por destinar-se ao estudo dos valores agregados da produção,
Colégio de Nossa Senhora de Fátima Geografia 9º ano Filipe Miguel Botelho.
A Integração das Ações para Controle do Tabaco Clayton Hillig DEAER/CCR/UFSM
COALIZÃO ALFENAS. UM ARRANJO FORMAL PARA COLABORAÇÃO ENTRE GRUPOS OU SETORES DE UMA COMUNIDADE, EM QUE CADA GRUPO MANTÉM SUA IDENTIDADE, MAS TODOS CONCORDAM.
Economia 2009 Prof. Fabiana. Conceito Origem – grego. Economia, ciência social que estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo.
Globalização e Integração Econômica. Economia Global define uma nova era na história da humanidade, em que a interdependência entre os povos será tão.
Problemas com álcool e drogas Ações preventivas na comunidade Relevância A mortalidade brasileira é das dez mais altas do mundo para os jovens de 15 a.
Transcrição da apresentação:

Descriminalização de todas as drogas Analice Gigliotti Comissão de Dependência Química- ABP

Descriminalização Políticas do tabaco e da maconha Custos da criminalização e da descriminalização Comitê sobre Legislação e Políticas Públicas da ABEAD/ABP- impacto das descriminalização em diversos países Conclusão

Descriminalização Políticas do tabaco e da maconha Custos da criminalização e da descriminalização Comitê sobre Legislação e Políticas Públicas da ABEAD/ABP- impacto das descriminalização em diversos países Conclusão

Fontes : 1 PNSN Fiocruz 2003 Pesquisa Mundial de Saúde 3MS/SVS– Vigitel Brasil MS/SVS– Vigitel Brasil * População acima de 18 anos Total 16 BRASIL - Prevalência de fumantes (%) * Homens Mulhere s

Desnormalização “quanto maior a informação, menor a iniciação” California, USA. Pierce and Gilpin 2001 California, USA. Pierce and Gilpin % 90% 65% 25% DENORMALIZAÇÃO DO CONSUMO

Descriminalização das drogas Pessoas que forem flagradas com quantidades pequenas, não poderão mais ser presas. NORMALIZAÇÃO DO CONSUMO?

MonitoringTheFuture.org 7 Monitoring the Future: Risco

8 MonitoringTheFuture.org Monitoring the Future: Uso

Descriminalização Políticas do tabaco e da maconha Custos da criminalização e da descriminalização Comitê sobre Legislação e Políticas Públicas da ABEAD- impacto das descriminalização em diversos países Conclusão

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Contato com o crime Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Contato com o crime Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010

CUSTOS DA CRIMINALIZAÇÃO CUSTOS DA DESCRIMINALIZAÇÃO Dinheiro empregado na criminalidade (aprisionamento, mercado negro, violência) Aumento do consumo (diminuição da percepção de risco a saúde) Sofrimento dos indivíduos aprisionados Aumento dos danos a saúde (redução de QI, psicose) Estigma social Caulkins, Jonathan P., Pacula et al, 2010 PREJUÍO A SAUDE PUBLICA, E NÃO SOMENTE AO INDIVIDUO

TODO MUNDO ACHA ALGUMA COISA!

SOLO MAIS FIRME Maconha ilegal descriminalizada Australia (alguns Estados) Argentina Belgica Colombia Costa Rica Croácia Republica Tcheca Equador Estados Unidos (15 Estados) Estonia Mexico Holanda Peru Portugal Espanha Suiça

Revisão do impacto da descriminalização da maconha em diversos países Descriminalização aumenta consumo de maconha na população?

Em tempos de guerra a primeira vitima é a verdade Boake Carter

A guerra às drogas fracassou

Nguyen H, Reuter P, 2012 Probabilidade de Encarceramento por posse condicionado ao uso = Encarceramento/Uso Mudança na coleta dos dados (+ relatos de uso) M A I S J O V E N S M A I S N E G R O S M A I S H O M E N S

Conclusão Não há evidencia de alteração na prevalencia de uso pela descriminalização ou mesmo pela despenalização da posse e uso de maconha nos EUA, mas há inumeros fatores de confusão que podem alterar as estatísticas.

Portugal Legislação mais permissiva em 2001 –Descriminaliza todas as drogas –Penaliza apreensão com drogas com obrigatoriedade do tratamento Estrondoso sucesso (levantamentos nacionais) Retumbante fracasso (Observatório Europeu)

REINO UNIDO

Emenda de 2003: Cannabis e seus derivados foram EXCLUÍDOS da Part II (Drogas Class B) e INSERIDOS na Part III (Drogas Class C), da Schedule 2. (ou seja, descriminalizou a maconha)

Reino Unido descriminalização Resultados –Diminuiu o número de prisões –55% dos adolescentes aceitam o tratamento –Iniciação mais precoce –Aumento do uso na vida

Reino Unido Em 2008 a maconha é reclassificada como classe B

Espanha

Aumento de consumo de maconha e também de outras drogas.

Holanda

Aumento do consumo, não necessariamente relacionado à descriminalização, pois observou-se que a onda de aumento também acontecia em países vizinhos não submetidos à mudança legislativa.

MacCoun and Reuter, 2001: Evolucao de uso na vida

CONCLUSÃO

É preciso admitir que ainda não produzimos informações suficientes para impor uma mudança na legislação. É hora de realizar pesquisas, levantar dados e se preparar para as eventuais conseqüências das decisões que serão tomadas. Dessa forma poderemos encontrar o melhor mais eficiente caminho para o Brasil. Afinal, a melhor abordagem para o assunto não é a liberalizante ou a restritiva, é a certa. E esta nós ainda precisamos descobrir qual é.

São muitas as drogas... Muitos os países... Muitas as culturas... Deveria portanto haver uma só política de drogas que pudesse ser a certa para todas as drogas, todos os países e todas as culturas?

A política das drogas mais adequada não é a que pense nos benefícios a saúde dos indivíduos nem a que pense na economia de um Estado ou País muito menos a que se preocupe com a violência Mas a que leve em conta todos estes e outros aspectos, objetivando o Bem Comum

Obrigada!