A ideia da fenomenologia alguns apontamentos

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Transcrição da apresentação:

A ideia da fenomenologia alguns apontamentos Marcos Luiz Mucheroni Dia 24/02/2026

Fenomenologia - conclusões Husserl se volta para o puro fenômeno (essência: a coisa em si mesma) como se mostra à consciência, neste sentido poder-se-ia dizer subjetivo, mas não é Fenômeno é tudo aquilo temos consciência, “consciência de algo” - conhecer Ao contrário das ciências positivas, que são certezas “lógicas” ou “empíricas” – fenomenologia questiona. A pergunta filosófica é: como seria possível o conhecimento e de que maneira ele se dá – e não tem sentido informação “objetiva” ou “semântica”.

A ideia da fenomenologia Husserl argumenta em torno da distinção entre atitude intelectual racional (dita “natural” no texto dele) e atitude intelectual filosófica, Primeiras definições de fenomenologia (mais tarde modificadas): A intencionalidade é um modo de ser da consciência enquanto um transcender em direção à outra coisa, todas as experiências tem de alguma modo alguma intencionalidade – isto corrige a neutralidade positiva – insere a subjetividade humana e não tira a objetividade (consciência de “algo”). “(...) A palavra intencionalidade nada significa senão essa particularidade fundamental e geral que a consciência tem de ser consciência de alguma coisa, de portar, em sua qualidade de cogito, seu cogitatum nela mesma” HUSSERL, E. Meditações Cartesianas, § 14.

A redução fenomenológica Husserl propõe o método radical para "vasculhar" o fenômeno, não “determina-lo”. Retoma o conceito da filosofia clássica de redução fenomenológica (epoché). Mas a epoché, não é a “suspensão” do juízo a respeito das coisas. (fenômeno de ser) A epoché husserliana consiste em pôr "entre parênteses" o mundo quando da apreensão do fenômeno, diferente do cogito cartesiano, não é seu cogito. Transcendente é o mundo exterior (livro, arvore, cadeira), e, transcendental: É a percepção do objeto na consciência (a ideia do objeto em nosso interior).

O que é real em Husserl Real, para Husserl, é o objeto presentado (está presente, mas não aparece) e não a consciência, que é sempre, consciência “de algo” (intencional). Em Heidegger é diferente, vejamos: “A frase: “Somente o homem existe” de nenhum modo significa apenas que o homem é um ente real e que todos os entes restantes são irreais (...). Afrase: "O homem existe" significa: o homem é aquele ente cujo ser é assinalado pela in-sistência ex-sistente no desvelamento do ser a partir do ser e no ser” (HEIDEGGER, 1973, p. 257). Heidegger, M. Meu caminho para a fenomenologia. Conferências e escritos filosóficos. IN. Coleção Os Pensadores. Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Abril, 1973. (Coleção Os Pensadores).

Dai a noção de noese e noema Como para Husserl não existe subjetividade e objetividade, eis os conceitos: Noese e noema são “vivências” (Lebenswelt – mundo da vida): Noema seria "o aspecto objetivo da vivência (p. ex., árvore verde, iluminada, não iluminada, percebida, lembrada, etc.)" (ABBAGNANO, 2000, p. 713). Noese "é o aspecto subjetivo da vivência, constituído por todos os atos de compreensão que visam a apreender o objeto, tais como perceber, lembrar, imaginar, etc." (Idem).

A variação “eidética” O eidos (essência) origem da palavra ideia (distorção idealista), é para Husserl a possibilidade de diversas percepções de um mesmo fenômeno. A epoché tem como objetivo apreender a “essência” do fenômeno, ou seja, seu eidos , compreende-se assim que tal método fenomenológico seja denominado de “variação eidética”, como isto conduz a um método ? "o noema é distinto do próprio objeto, que é a coisa; p. ex., o objeto da percepção da árvore é a árvore, mas o noema dessa percepção é o complexo dos predicados e dos modos de ser dados pela experiência" (ABBAGNANO, 2000, p. 724).

Crítica a “experiência” no noema O complexo de predicados a partir das diversas experiências, é distinto das vivências, por exemplo, nazistas, judeus e comunistas que viveram na Alemanha nazista são diferentes percepções do “nazismo”, mas suas vivências do “eu estive lá” não pode ser confundida com a “historiografia do nazismo” que é e sempre será interpretativa do “fenômeno” nazista. O que fica aqui já superado é a divisão entre “fora” e “dentro”, objetivo x subjetivo e o que não fica superado é o natural x cultural (confuso em Husserl). Neste sentido minha proposta de próxima leitura é Lévinas: “

Referências ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. HUSSERL, E. Meditações cartesianas, HUSSERL, E. A crise da humanidade europeia e a filosofia. Porto Alegre; EDIPUCRS, 2008.