Doença de Kawasaki Acadêmica: Raquel Scafuto B. de Castro

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Transcrição da apresentação:

Doença de Kawasaki Acadêmica: Raquel Scafuto B. de Castro Universidade Católica de Brasília Internato-6ª Série-Pediatria www.paulomargotto.com.br Brasplia, 26 de junho de 2016

CASO CLÍNICO BSS, sexo feminino, 3 anos, residente em Macaé. HDA: Há 14 dias iniciou quadro de tosse seca e febre alta (40ºC), tratadas com sintomáticos. Dois dias depois, apresentou exantema (acometeu cintura para baixo) e conjuntivite não purulenta. Quatro dias após, edema de mãos e pés com lesões em orofaringe, semelhantes à estomatite. Foi internada em Macaé com suspeita de escarlatina por apresentar esses sintomas associados à língua "em framboesa". Iniciada penicilina cristalina. Exames PCR e ASO negativos. Mucoproteína não realizado. Hemograma: leucócitos 21900 (0/2/0/0/4/81/12/1) – VHS 36 mm / 1ª hora. EAS: proteínas ++, leucócitos 13 a 15/campo; hemácias 3 a 5/campo.

CASO CLÍNICO HDA: Iniciado AAS 100 mg/kg/dia e amicacina. Encaminhado ao Setor de Reumatologia Pediátrica. Ao exame: Criança extremamente irritada, com hiperemia conjuntival, "língua em framboesa". Ausência de linfonodos. Presença de edema de mãos e tornozelos com descamação em ponta dos dedos. RCR 2T. BNF. SS ++/6+. Restante sem alterações. Hemograma (HSE): Plaquetas 758.000.

INTRODUÇÃO Vasculite aguda, auto-limitada, de etiologia desconhecida; Segunda vasculite mais comum da infância; Pode originar sequelas cardiovasculares (nível das coronárias): Principal causa de cardiopatia adquirida da criança nos países desenvolvidos; Anormalidades das artérias coronárias (AAC): 15 a 25% nas crianças não tratadas e 4 a 8% nas crianças tratadas; Elevada morbilidade e mortalidade; A seguir à púrpura de Henoch-Schonlein, a DK constitui a vasculite mais comum da infância. (5, 6) As anormalidades das artérias coronárias (AAC) são as complicações mais temidas da DK, ocorrendo em aproximadamente 15 a 25% das crianças não tratadas, mas surgindo em apenas cerca de 4 a 8% das crianças que recebem tratamento atempado.

EPIDEMIOLOGIA Incidência varia de 3-8 a 112 por 100 000 crianças: de acordo com a área geográfica; mais prevalente no Japão e em crianças com ascendência japonesa. É mais comum no sexo masculino (1,5-1,7:1). 76 a 85% dos casos ocorrem em crianças com idades inferiores a cinco anos. idade média para o diagnóstico aos 2 anos (pico 6-8 meses) e decrescendo gradualmente; Maior pico no Inverno.

ETIOLOGIA Apresentação clínica + auto-limitada + sazonalidade + epidemiologia + grupo etário + ocorrência de surtos + aglomeração de casos ETIOLOGIA INFECCIOSA nenhum agente infeccioso foi consistentemente associado à doença. A apresentação clínica, o curso auto-limitado, a sazonalidade, epidemiologia e grupo etário em que é mais prevalente (coincidente com uma imaturidade imunológica transitória), bem como a ocorrência de surtos e aglomeração de casos, são compatíveis com uma etiologia infecciosa. Contudo, ainda nenhum agente infeccioso foi consistentemente associado à doença. (22-24) A variabilidade racial (mais prevalente nos asiáticos, intermédia nos africanos e hispânicos e menor nos caucasianos), a maior prevalência entre irmãos de crianças afectadas e famílias com história positiva (risco relativo aproximadamente dez vezes maior), sugerem uma possível susceptibilidade genética. (1,22,25) Pela marcada resposta inflamatória e semelhança clínica com a síndrome do choque tóxico, uma teoria sobre superantigénio suscitou grande interesse. (26-28) Tais superantigénios provocam uma activação policlonal das células B, uma estimulação maciça de linfócitos T circulantes e a produção intensiva de citocinas. (29) Contudo, nenhuma evidência consistente suportando esta hipótese foi estabelecida. (30,31) Posteriormente, foi sugerida uma activação imune oligoclonal (como resposta a um antigénio convencional), em vez de policlonal. (32)

ETIOLOGIA Variabilidade racial + prevalência entre irmãos de crianças afectadas + prevalência em famílias com história positiva POSSÍVEL SUSCEPTIBILIDADE GENÉTICA

ETIOLOGIA Marcada resposta inflamatória + semelhança clínica com a síndrome do choque tóxico TEORIA SUPERANTÍGENOS. superantigenos => activação policlonal das células B => estimulação maciça de linfócitos T circulantes => produção intensiva de citocinas. nenhuma evidência consistente suportando esta hipótese.

ETIOLOGIA Consenso atual: DK seja causada por um agente infeccioso (ou vários), amplamente distribuído, que desperta uma resposta imunológica anormal em indivíduos geneticamente susceptíveis.

DIAGNÓSTICO Baseado em critérios clínicos; Dificuldade diagnóstica: características clínicas evoluem temporal e sequencialmente, Febre + exantema: SEMPRE suspeitar! Início abrupto, sem fase prodrômica. Pode ser precedida em cerca de 10 dias por um quadro respiratório ou gastrointestinal. dificuldade diagnóstica é aumentada pelo facto destas características clínicas evoluírem temporal e sequencialmente, exigindo um elevado índice de suspeição e, muitas vezes, uma atitude expectante. (5,7,33) . Os profissionais de saúde devem estar cientes desta possibilidade, evitando que este quadro leve à exclusão ou atraso no diagnóstico.

DIAGNÓSTICO EVOLUÇÃO TRIFÁSICA: aguda, subaguda e de convalescença. Fase aguda 1 a 2 semanas Febre e os demais critérios clássicos de diagnóstico, além de outros achados. Fase subaguda entre as 2 e as 6 semanas Resolução dos anteriores, surgindo a descamação periungueal, a trombocitose e formação de aneurismas (maior risco de morte súbita). Fase da convalescença 6 às 8 semanas Sinais clínicos desaparecem e há uma normalização da velocidade de hemosedimentação (VHS).

CRITÉRIOS CLÍNICOS CLÁSSICOS Febre persistente (≥ 5dias) Presença de pelo menos 4 das seguintes características: Alterações nas extremidades : Fase Aguda:=> eritema das plantas e palmas com ou sem endurecimento doloroso; 2-3ª semana=> descamação periungueal. Exantema polimórfico: erupção maculo-papular (é a forma de apresentação mais frequente), urticariforme, escarlatiniforme, eritema multiforme ou micropustular. Bolhas ou vesículas devem levantar outra hipótese de diagnóstico. Conjuntivite bilateral não exsudativa, subtil e progressiva. Envolve caracteristicamente a conjuntiva bulbar e não é dolorosa, podendo existir alguma fotofobia, secundária a uveíte. Alterações dos lábios e da mucosa oral: eritema (dos lábios e/ou mucosa orofaríngea), fissuração, descamação, língua em framboesa. Linfadenopatia cervical (> 1,5cm de diâmetro), normalmente unilateral, dura e indolor à palpação. Exclusão de outras patologias com achados clínicos semelhantes Escarlatina, sarampo, síndrome do choque tóxico, ou outras doenças mucocutâneas como o Síndrome de Stevens-Johnson e doença por adenovírus. É alta (pico 39oC, podendo ser superior), remitente e acompanhada de extrema irritabilidade. (10,39) Sem terapia apropriada, mantém-se por cerca de onze dias, raramente até às 2-3 semanas, não cedendo com anti-piréticos ou antibióticos, mas cessando habitualmente em dois dias com tratamento adequado.

DIAGNÓSTICO Além dos critérios clínicos clássicos, outras manifestações clínicas ocorrem com relativa frequência na DK. Aumentam a suspeição diagnóstica em certas crianças que não completam o número mínimo de critérios clínicos clássicos.

OUTRAS MANIFESTAÇÕES 1. Cardiovascular: auscultação (sopro; ritmo de galope; sons cardíacos abafados), alterações do ECG (intervalos PR ou QT prolongados, onda Q anormal, complexos QRS de baixa voltagem, alterações do segmento ST, arritmias); Radiografia torácica (cardiomegalia); Eco2D (efusão pericárdica, aneurismas coronários) angina de peito ou EAM; aneurismas das artérias periféricas. 2. Gastrointestinal: diarreia; vómitos; dor abdominal; hidrópsia da vesícula biliar; ílio paralítico; icterícia ligeira; hepatomegalia; elevação ligeira das transaminases; abdómen agudo (raro). 3. Hematológico: Leucocitose com predomínio de neutrófilos; trombocitose; aumento da PCR e VHS; hipoalbuminémia; diminuição ligeira da Hb e do Htc; alteração do perfil lipídico (diminuição do colesterol total, HDL e apolipoproteína AI, aumento da LDL e triglicerídeos).

OUTRAS MANIFESTAÇÕES 4. Urinário: proteinúria; piúria estéril. 5. Cutâneo: vermelhidão e crosta do local de inoculação da vacina do BCG; pequenas pústulas; linhas de Beau nas unhas (1-2 meses após D1). 6. Respiratório: tosse; rinorreia; alterações na radiografia pulmonar (maioritariamente intersticiais). 7. Articular: artrite e/ou artralgia poliarticular com atingimento de pequenas e grandes articulações; edema. 8. Neurológico: pleiocitose do LCR; irritabilidade; convulsões; paralisia do nervo facial periférico; surdez sensorioneural transitória. 9. Oftalmológico: uveíte.

DK INCOMPLETA OU ATÍPICA Crianças que não preenchem o número mínimo de critérios clássicos necessários ao diagnóstico: DK atípica: apresentam manifestações atípicas, DK incompleta: < 4 critérios clássicos. febre por mais dias, lactentes ou maiores de 9 anos Por este motivo, a DK deve ser sempre considerada no diagnóstico diferencial de qualquer criança com febre inexplicada de duração superior a 4 dias associada a qualquer um dos critérios clássicos, não devendo os critérios clássicos ser entendidos como condições absolutas necessárias ao diagnóstico. (1,58) A DK incompleta tem um diagnóstico mais tardio e mais dias de febre à apresentação, quando comparada com aquela que completa os critérios, (59-61) é mais comum em lactentes e naquelas com mais de nove anos de idade, (49,62) grupos etários onde o risco de desenvolverem AAC é também maior. Sem evidência clínica suficiente para o diagnóstico + atitude expectante longa Complicações como as AAC

SEQUELAS CARDIOVASCULARES Sistema arterial coronário, Podendo envolver qualquer porção, desde o miocárdio, válvulas, pericárdio e endocárdio. Dilatação ou aneurisma => partir de D10, com pico entre a 3a e 4a semana de doença Exames imagem cardíacos são uma parte importante da avaliação destes doentes . Pela sua inocuidade, especificidade e sensibilidade, o ecocardiograma transtorácico é o método de eleição, e a primeira escolha, para avaliação cardíaca. (74 ecocardiograma normal na fase aguda da doença está também associado a melhor prognóstico. (78,79)

ABORDAGEM Exames imagem cardíacos => fase aguda da doença. Ecocardiograma transtorácico: método de eleição. Realizado na suspeita de DK e essencial na confirmação dos casos incompletos; Seguimento longitudinal das artérias coronárias, função ventricular e valvular; Ecocardiograma normal na fase aguda da doença => melhor prognóstico. A ocorrência de dilatação ou aneurisma dá-se a partir de D10, com pico entre a 3a e 4a semana de doença, pelo que a detecção de AAC pelo ecocardiograma não deve atrasar o início do tratamento quando o diagnóstico é altamente provável, nem serve como critério para a decisão de administração de imunoglobulina. (1,76)

TRATAMENTO TODAS COM DK Crianç̧as com febre há pelo menos 4 dias e 4 dos critérios clínicos principais. DK incompletos/atípicos com alterações no ecocardiograma: Crianças com febre < 10 dias (preferencialmente antes de D7); Crianças com febre > 10 dias caso apresentem evidencias laboratoriais de inflamação activa (PCR e VS). Crianças com diagnóstico altamente provável: Características clínicas típicas, elevação dos reagentes de fase aguda e 3 critérios analíticos adicionais, na ausencia de AAC.

TRATAMENTO Fase aguda: Diminuir a inflamação na parede das artérias coronárias e prevenir o desenvolvimento das AAC e a trombose. Imunoglobulina em alta dose única (2g/kg, infundida por um período de 10 a 12h) Ácido acetilsalicílico 30 a 100mg/kg, VO e dividida em quatro doses diárias até à normalização dos parâmetros inflamatórios 3-5mg/kg até à 6-8semana ou indefinidamente se AAC presentes ácido acetilsalicílico (30 a 100mg/kg, oralmente e dividida em quatro doses diárias, até à normalização dos parâmetros inflamatórios, reduzindo depois para 3-5mg/kg até à 6-8semana ou indefinidamente se AAC presentes), visando diminuir a inflamação na parede das artérias coronárias e prevenir o desenvolvimento das AAC e a trombose. (88,89) Um diagnóstico assertivo e um tratamento precoce podem diminuir em aproximadamente 20% o risco de desenvolver AAC – esta diminuição do risco é particularmente significativa se a imunoglobulina for administrada nos primeiros 10 dias de doença.

TRATAMENTO DK- IGIV resistente: Pacientes que mantêm a febre ou com recrudescimento após o tratamento; 10 a 20% dos casos; Tratamento: repetição da dose de imunoglobulina +/- corticoterapia sistémica. A longo prazo e naqueles que desenvolveram sequelas: Prevenção dos SCA e demais complicações; Seguimento adequado + administração de anti- agregantes plaquetários + anti- coagulantes + procedimentos de revascularização. Tratamento é ainda controverso, estando aconselhada a repetição da dose de imunoglobulina, (1,90) mas podendo administrar-se corticoterapia sistémica, (91,92) ou uma combinação das duas, parecendo esta última ser mais eficaz. (93) A associação de corticoterapia ao tratamento inicial, parece diminuir mais rapidamente os níveis dos marcadores inflamatórios, com mais rápida resolução da febre, (94,95) mas o seu uso ainda é controverso e não é aconselhado por rotina. (

SEGUIMENTO Prevenção da doença cardiovascular: Perfil cardiovascular adverso nesses pacientes => presença de AAC, perfil lipídico aterogénico frequente, tensão arterial em média mais elevada, maior adiposidade, elevações mantidas da PCR e disfunção endotelial. Evolução dinamica das AAC: Diminuição do infiltrado inflamatório difuso => fragmentação da lâmina elástica interna e a lesão da média => formação de dilatações e aneurismas coronários => AAC aparecem por volta de D10. AAC podem regredir, permanecer inalteradas ou progredir para lesões estenóticas ou trombosadas, sendo esta evolução dependente também do tamanho. 50 a 70% das AAC regride dentro de um ou dois anos. Após dois anos: AAC raramente regridem => lesões estenóticas ou trombos. Oclusão trombótica => primeiros 24 meses após a doença; Estenoses => fase mais tardia A oclusão trombótica ocorre sobretudo nos primeiros 24 meses após a doença, enquanto as estenoses são responsáveis pela oclusão do vaso numa fase mais tardia

SEGUIMENTO Fase aguda e de convalescença: Após a 8a semana: Ecocardiograma no diagnóstico, na 2a semana e entre a 6a e a 8a semana após o início do quadro febril. Crianças com maior risco: controle ecocardiográfico com menor intervalo. Após a 8a semana: Depende do risco individual para desenvolver isquemia do miocárdio => número de aneurismas, do seu tamanho, da reversibilidade e da existência ou não de obstrução das artérias coronárias. Nas crianças com maior risco (por exemplo, com febre persistente, disfunção ventricular, derrame pericárdico) poder-se-á fazer um controlo ecocardiográfico com menor intervalo, ajustado à situação em particular. (

REFERÊNCIAS Artigo de Revisão Bibliográfica: Artigo de revisão: RANGEL, MARIA ADRIANA P. DA S. T.. Doença de Kawasaki: Diagnóstico e Seguimento. Maio de 2011. 45 folhas. Mestrado Integrado em Medicina Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto Centro Hospitalar do Porto Morada: Rua das Oliveiras, nº 260, hab. 4.1, 4475-714 Maia Artigo de revisão: AZEVEDO, ENEIDA C. L.; DAUDT, DANIELA W.; BARBAS, DANIELLE D. S.; RODRIGUES, CARLOS C.; Setor de Reumatologia do Serviço de Pediatria ( H.S.E/R.J / M.S). Aumento do número de casos ou maior conhecimento médico? Relato de 5 casos. Revista do H.S.E. Número 34 - Volume 1 - Janeiro a Março de 2000 - RJ

FIM