CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ABORTAMENTO Profa Sheyla Fernandes –
Advertisements

Monitoria de Bioquímica e Laboratório Clínico
DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DISCIPLINA DE OBSTETRÍCIA
Profª Deyse Conceição Santoro
Recuperação Pós Anestésica
Transplante Hepático Sumara Barral.
Trombose Venosa Profunda
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
EMBOLIA PULMONAR CONCEITO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dietoterapia Aula 5 Nínive Pinto.
Enfermagem obstétrica
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
GASTROSTOMIA Conceito
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO INTRA - OPERATÓRIO
RISCO CIRÚRGICO E AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
HIPERCALEMIA POR EXCESSO DE OFERTA
Pré-Operatório,Peroperatório e Pós-Operatório
Enfª Audiandre Nunes Coelho
Princípios de Preparo pré-operatório
Curso “Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde”
Processo de Enfermagem para pacientes cirúrgicos
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS: Hematológicas Renais Neurológicas
Profª Gilmara Michel Turma 301E
Anatomia e Fisiologia do Sistema Renal
Avaliação Pulmonar Pré operatória
Professor: Rogério Ferreira
Professor :João Galdino
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
UTI e a Atuação da Equipe Multiprofissional ao Paciente Oncológico
HIPERÊMESE GRAVÍDICA Prof. Rafael Celestino.
Influenza / Gripe → DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO (CID-10: J.09 a J.11)
CUIDADOS GERAIS NO PRE-OPERATORIO
SÍNDROME METABÓLICA Esta síndrome é um grupo de alterações clínicas, que podem decorrer de uma dieta inadequada, atividade física insuficiente e uma evidente.
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Antibioticoprofilaxia em cirurgias
ANTIBIÓTICOS EM CIRURGIA
ENDOSCOPIA GINECOLÓGICA
Assistência de Enfermagem Pré Operatório de Cirurgia Cardíaca
DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS COMUNS
Prof. Dr.Admar Moraes de Souza 2007
Terapia de Reidratação Oral e Hidratação Venosa
Prof. Dr. Tarcisio Coelho
Profa. Dra. Joice Cruciol
Gestação na Paciente com Hemoglobinopatias
Ana Helena Mendonça Martins
TRO/Hidratação endovenosa
Taquipnéia Transitória do recém-nascido
Profª Mônica I. Wingert Turma 301
PROF. ROBERTO WAGNER JÚNIOR FREIRE DE FREITAS
ATLS - C Circulação com controle da Hemorragia
Terapia de Reidratação Oral e Venosa
Preparo dos Pacientes e Conduta em Situações Especiais
Hipodermóclise e a via subcutânea
Parto Cesária.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CIRURGIAS UROLÓGICAS E GENITURINÁRIAS
Pré e Pós-Operatório – Avaliação do Risco Cirúrgico
CÁLCULO DE NECESSIDADE HÍDRICA DIÁRIA NHD Baseado na necessidade calórica diária NCD 3 a 10 Kg 100 ml/Kg/dia 11 a 20 Kg 1000 ml + 50 ml/Kg/dia >
Prevenção e Manejo das Complicações Agudas
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CIRURGIA PEDIÁTRICA
Pancreatite Aguda e Crônica
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO EM HEMODILUIÇÃO NORMOVOLÊMICA RAL 5856 Prof. Dr. Luís Vicente Garcia Aluno:Maurício Moretto Nº USP
Transcrição da apresentação:

CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS Prof. Luiz Rodrigues Simões Jr

Objetivos: Aprimoramento do ato cirúrgico Aumento da segurança

Sucesso do ato cirúrgico: Indicação criteriosa e individualizada Diagnóstico preciso da patologia Indicação cirúrgica = conhecimento técnico + bom senso Relação risco x benefício Avaliação prévia e geral da paciente (condições clínicas prévias) Medidas gerais e específicas Esclarecimento da patologia e planejamento terapêutico Discussão das opções cirúrgicas e consentimento informado

Anamnese: Sintomas da doença: História menstrual (alterações menstruais, metrorragias Antecedentes obstétricos (gestações anteriores, desejo de engravidar) Dor pélvica Queixas urinárias e/ou digestivas

Anamnese Outros sintomas: Distúrbios metabólicos Doenças cardio-vasculares Pesquisa de patologias anteriores ou atuais Tratamentos já realizados ou em curso (distúrbio de coagulação Alcoolismo/tabagismo Uso de drogas/medicamentos Alergias/hipersensibilidade a drogas Cirugias anteriores/complicações anestésicas/laudos histopatológicos

Exames Físicos Exame ginecológico Exame físico geral Sinais vitais Estado nutricional Distribuição hídrica Exame cardio-vascular e respiratório

Exames de rotina: Hemograma completo Grupo sanguíneo/fator Rh Glicose, uréia, cretinina Coagulograma Sorologia para hepatite B e C (HBS ag, anti HCV) HIV (anti HIV) Urina I Parasitológico de fezes Colpocitologia oncótica Rx de toráx ECG

Avaliação do Risco Cirúrgico Definição: É a possibilidade de morbimortalidade consequente ao ato cirúrgico, incluindo a preparação pré-operatória, anestesia e pós- operatório. Deve-se solicitar o risco cirúrgico em pacientes acima de 40-45 anos de idade ou portadora de qualquer patologia sistêmica. Fatores de risco: idade, peso, condições gerais, patologias presentes, porte da operação, tipo de anestesia.

Classificação: American Society of Anesthesiologists (Asa) I paciente saudável, sem doença orgânica II doença sistêmica leve ou moderada, sem limitação funcional III doença sistêmica com limitação funcional definida, não incapacitante IV doença severa incapacitante V paciente moribundo, sem possibilidade de sobrevida VI/E adicionado a qualquer classificação anterior, em casos de cirurgia de emergência (dobra o risco cirúrgico)

Cuidados no pré-operatório Revisão do prontuario e exames pré-operatórios; Reposição sanguínea, quando indicada, com mínimo de 48h antes da cirurgia. Anemias Hb < 10 mg% ou Ht < 30% diminui oxigenação tecidual – anemias hemolíticas, hemoglobinopatias, neoplasias. Riscos: HIV, hepatites B e C, imunossupressão; Abstinência de fumo, álcool ou drogas 1 mês antes da cirurgia; Embrocação vaginal na véspera e no dia da cirurgia (povidine tópico);

Enteroclisma 10-12hs antes do início da operação (fleet enema) Dieta zero pelo menos 6 a 8hs antes do início da cirurgia; Tricotomia o mais próximo possível da hora da operação; Drenagem vesical: sonda Foley 16-18; Assepsia e antissepsia do local cirúrgico com Povidine tópico e degermantes (clorohexidine); Profilaxia do tromboembolismo: ginástica, hidratação, enfaixamento dos MMII, cirurgias de grande porte (Heparina 5000 u sc 2hs antes do ato operatório e, a cada 8hs durante 7 dias, deambulação precoce, massagem na panturrilha após término da cirurgia);

Posicionamento do paciente da mesa de cirurgia evitando estase venosa (compressão da musculatura da panturrilha); Suspensão de anticoncepcional hormonal 15-30 dias antes do ato operatório; Antibióticoterapia profilática em cirurgias potencialmente contaminadas ou radicais. Cefalosporina 1-2 g 1h antes do ato operatório, repetir a cada 2hs de cirurgia.

Cuidados no pós-operatório Objetivo: orientar o manejo do paciente durante o pós-operatório imediato, visando seu conforto e prevenindo complicações. Resposta do organismo ao trauma cirúrgico é variável, podendo apresentar alterações metabólicas e endócrinas Alterações gerais ou sistêmicas: alt. metabólicas ao trauma, insuficiência de orgãos e sistemas, aspectos nutricionais, alt. hidroeletrolíticas e ácido-básicas, infecções sistêmicas e choque Efeito da anestesia, drogas, transfusões sanguíneas e outras alterações iatrogênicas

Alterações locais: repercussões peritoneais, complicações da ferida cirúrgica, lesões de órgãos ou estruturas vizinhas, trombose venosa (embolia pulmonar) Sinais vitais: PA, temperatura axilar, frequência cardíaca e respiratória de 4/4 ou 6/6hs Analgesia pós-operatória: dipirona, opiáceos, aines (diclofenaco, cetoprofeno, tenoxican), paracetamol Dieta: alimentação deve ser oferecida tão logo a paciente esteja acordada e conforme tolerância. Em cirurgias abdominais dieta líquida após o aparecimento de ruídos hidroaéreos ou eliminação de flatus. Iniciando vômitos, suspender alimentação e reavaliar. Condições respiratórias: estimular exercícios respiratórios de hora em hora nas primeiras 12hs e, de 3/3hs após, nebulização, tapotagem, aspiração de secreções, menor tempo de leito possível.

Deambulação: o mais precoce possível, principalmente em pacientes com antecedentes de tromboembolismo Balanço hídrico: depende das perdas de líquidos e eletrólitos, necessidades mínimas/dia: Água: magro 40ml/kg/dia – gordo 30ml/kg/dia Na 1-2 mEq/kg K 1mEq/kg Cl 1-2 mEq/kg Calorias 30 cal/kg Regra prática: 1500-2000 ml SG 5% e 500 ml SF 0,9% nas primeiras 24hs de pós-operatório.

Drenagem vesical: depende do processo cirúrgico, operações com manipulação vesical ou ureteral, pacientes hemodinâmicamente instáveis – avaliação da função renal (30-50 ml/hora), balanço hídrico. Drenos cirúrgicos: volume e aspecto das secreções, mobilização após 24hs. Avaliação da ferida operatória: diariamente (procura de sinais de infecção-dor, calor, rubor, endurecimento, secreções)

Trombose venosa profunda: pacientes com mais de 45 anos de idade. Alt Trombose venosa profunda: pacientes com mais de 45 anos de idade. Alt. fatores da coagulação, traumatismo da parede vascular, estase venosa, infecções pós-operatórias, obesidade, imobilização prolongada, varicosidade, antecedentes tromboembolismo, diabetes mellitus, insuf. cardíaca, pneumopatia crônica, neoplasias. Endocardite bacteriana: pacientes de risco. Prótese valvares, endocardite bacteriana prévia, malformações cardíacas congênitas, disfunção valvar reumática, miocardiopatia hipertrófica, prolapso de mitral com regurgitamento. Profilaxia: Ampicilina 2g + Gentamicina 1,5 mg/kg (não exceder 120 mg) ev/im 30 minutos antes do procedimento. Após 6 h, Ampicilina 1 g ev/im ou Amoxacilina 1g vo. Alérgica a penicilina, Vancomicina 1g ev infundida em 1-2hs, terminando 30 min. antes do procedimento.

Complicações pós-operatórias Hipertemia precoce: (antes das 48hs) Soluções endovenosas contaminadas Traumatismo e necrose tecidual (ato cirúrgico) Infecção precoce da parede abdominal (estrepto, estafilo) Infecção urinária – bacteriúria assintomática Infecção pélvica assintomática Hipertemia após 48hs: Infecções urinárias Infecções cirúrgicas Infecções de parede (entre 4 e 10 dias)

Complicações pulmonares: Fumantes (DPOC) Idosos Atelectasias, aspiração de secreções gástricas Pneumonia (ampicilina, cefalosporina, aminoglicosídeos) Complicações vasculares: Tromboflebite superficial (elevação de MMII, compressas frias, antiinflamatórios Trombose venosa profunda (Heparina 5.000 U sc 4/4hs) Embolia pulmonar

Complicações urinárias: Oligúria vol. < 25 ml/h Obstrução de sonda vesical Lesão ureteral bilateral (anúria) Hidronefrose (dor em flancos) Hipovolemia (menor hidratação, sangramento, perda 3˚ espaço, renal – necrose tubular aguda – hipotensão e hipóxia) Retenção urinária – atonia vesical – sonda de alívio – antibióticos

Choque: Perfusão tecidual inadequada Hipovolêmico, cadiogênico ou séptico UTI Hipotensão severa – PS < 90 mmHg, fluxo urinário < 25ml/h – acidose metabólica Administração líquidos (ringer lactato), sangue (restaurar volume circulatório) Sépticos – restaurar volume – antibióticos – drenagem abcessos Cardiogênicos – tratamento da patologia (cardiologista)