TERAPIA FOCAL: PSICOTERAPIA BREVE PSICODINÂMICA

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TERAPIA FOCAL: PSICOTERAPIA BREVE PSICODINÂMICA

Origem na psicanálise freudiana Psicoterapia breve (PB) originou- se da tentativa de Ferenczi e Rank (1924) de encurtar o tempo de duração dos tratamentos psicanalíticos. Somente a partir do desenvolvimento de múltiplas abordagens terapêuticas é que surgiram alternativas viáveis de atendimento psicoterapêutico. Contribuições: Ferenczi (Técnica Ativa) Alexander (Experiência Emocional Corretiva) Malan (Foco e Triângulos de Interpretação) Sifneos (Psicoterapia como experiência de aprendizado para o paciente) McCullough (Integração de diferentes táticas terapêuticas)

Atualmente as PBs são divididas em duas grandes linhas: As de abordagem psicodinâmica, com origem nos primeiros atendimentos psicanalíticos do início do século XX – psicoterapias breves psicodinâmicas (PBPs). As de abordagem cognitiva e comportamental, originadas das teorias de aprendizagem de Skinner e Thorndike – psicoterapias breves cognitivo/comportamentais (PBC/Cs). Características mais enfatizadas na PBPs do que na PBC/Cs:  Afeto Resistência Identificação de padrões consistentes de relacionamentos, sentimentos e comportamentos Experiência passada Experiência interpessoal  Relacionamento terapêutico  Desejos, sonhos ou fantasias

HISTÓRICO Nos primeiros anos da psicanálise, os tratamentos eram bastante curtos e eficazes Freud abandonou sua técnica inicial e formulou uma teoria mais complexa. Ferenczi propôs técnicas para abreviar os tratamentos psicanalíticos e introduziu conceitos que até hoje são básicos em relação a PBP: Importância dos fatos da vida atual Importância de fixar uma data para o término do tratamento Importância do nível de motivação do paciente para mudança FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PBP: Embasada na teoria de desenvolvimento da personalidade elaborada por Freud Elementos fundamentais para a compreensão do paciente e para o manejo das técnicas :  Processos mentais inconsciente Sintomas como expressão de conflitos internos Mecanismos de defesa e relação entre paciente e terapeuta

Teoria da Crise O conceito de crise (Lindemann, 1944/1994), desenvolvido a partir do trabalho com sobreviventes de um incêndio em uma boate em Boston, no qual foram utilizadas as palavras estresse e crise de forma semelhante, definindo uma síndrome com sintomatologia psicológica e somática que aparece imediatamente após o estresse. A constatação da existência de fases críticas ao longo da vida dos indivíduos datava de muito tempo, mas, em função de sua possível relação com o surgimento de transtornos mentais, passou a haver uma maior atenção na área de saúde mental em relação a esses pontos de mudança.

TECNICA De uma forma geral as abordagens de psicoterapias psicodinâmicas breves apresenta as seguintes características técnicas: Terapeutas mais ativos, que estimulam o desenvolvimento da aliança terapêutica e transferência positiva; Focalização em conflitos específicos ou temas definidos previamente no início da terapia; Manutenção de foco de trabalho e objetivos definidos; Atenção dirigida para as experiências atuais do paciente, inclusive os sintomas; Ênfase na situação transferencial da dimensão do “aqui e agora”, que não necessariamente é correlacionada ao passado.

As táticas ou intervenções psicoterapêuticas que são utilizadas especificamente na Terapia Focal, a diferencia das demais, permitindo alcançar objetivos terapêuticos em prazo bem mais curto, são as seguintes: EEC (Experiência Emocional Corretiva); atividade, planejamento e foco; Abordagem psicodinâmica na compreensão do problema; Flexibilidade e Efeito carambola.

EEC – EXPERIENCIA EMOCIONAL CORRETIVA Cria possibilidades de que o paciente experimente em um contexto relacional diferente e seguro, as relações conturbadas que originaram seus conflitos, permitindo-lhe reformular internamente seus conflitos ao reestruturar sua vivencia; A oportunidade de enfrentar aquelas vivencias emocionais penosas no tempo presente, sob circunstancias favoráveis, é que permite ao paciente trata-las de forma diferente do que fazia anteriormente. ATIVIDADE E PANEJAMENTO O terapeuta participa desde o inicio com o planejamento do tratamento, seguindo o modelo medico, valorizando o diagnostico e o planejamento terapêutico. É preciso planejar o tratamento e estabelecer, por meio do diagnostico, o foco central que será seguido durante a terapia focal e as possibilidades de EEC. A Terapia Focal não é indicada para todos os casos, por isso a importância do diagnóstico e avaliação da estrutura da personalidade do paciente.

FOCO Objetivo do tratamento inclui a eliminação de sintomas. Busca-se com a resolução do conflito focal atingir  o desenvolvimento positivo da personalidade do paciente. O processo de focalização é feito pela identificação dos sentimentos e comportamentos. ABORDAGEM PSICODINÂMICA PARA A COMPREENSÃO DOS PROBLEMAS DO PACIENTE Triângulo Do Conflito  O paciente relaciona três problemas que gostaria que fossem abordados, e em uma escala de 1 a 10, classificar a gravidade desses problemas. Durante a terapia o paciente é levado a identificar seus problemas e dificuldades e a relacioná-los com situações de sua vida diária.

Impulsos – id –> afetos ativadores/inibidores Defesas – ego –> comportamentos mal adaptados e sintomas Ansiedade – superego –> afetos inibidores

Na abordagem de Vaillant, os mecanismo do tratamento sempre que possível são descritos em termos de comportamentos observáveis, para auxiliar o processo de reestruturação do paciente. Reestruturação do self Reconhecimento das representações Identificação das respostas Abandono das representações inadequadas

FLEXIBILIDADE A TF deve buscar uma adaptação mais satisfatória do paciente ao seu meio ambiente e o desenvolvimento de suas capacidades e possibilidades; Mesmo mantendo uma compreensão no foco, são utilizadas diversas técnicas de diferentes abordagens terapêuticas, além de intervenções modificadas de outras abordagens, para que o paciente possa vivenciar EEC (Experiência Emocional Corretiva), e obter resultado terapêutico em prazo mais curto; Com o avanço no tratamento dos problemas mentais farmacológicos, o método de psicofarmacoterapia vem sendo considerada no meio cientifico, como o método mais completo para o tratamento dos distúrbios mentais; Segundo Mann (1973), a perspectiva de alta origina quatro conflitos básicos no paciente; Independência x dependência; Atividade x Passividade; Autoestima adequada x perda da autoestima; Luto não resolvido ou postergado.

INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES Condições especiais para o paciente com melhor condição de se beneficiar com a abordagem: Queixa circunscrita ou possibilidade de identificação de um foco ativo e psicologicamente atual; Bom nível de funcionamento egóico (AGF maior que 50) (avaliação global de funcionamento); Alto nível de motivação para mudança; Capacidade de rapidamente estabelecer um vínculo com o terapeuta e uma aliança terapêutica; Capacidade para insight;

São considerados fatores de exclusão para a PBP AGF menor que 50, que indicaria prejuízo no funcionamento egóico; Falta de motivação; Falta de capacidade de visão psicológica; Falta de controle dos impulsos agressivos; Dificuldades graves de funcionamento na vida diária; Problemas legais sérios ou doenças graves; Diagnóstico nosológico no eixo I do DSM-IV; transtornos orgânicos; dependência química; transtornos psicóticos; E no Eixo II; retardo mental; transtornos de personalidade dos clusteres A e B; Cluster A: Paranóide, Esquizoide, Esquizotípica; Cluster B: Antissocial, Borderline, Histriônica, Narcisista;